Preços-alvo
atribuem potencial
de valorização de 30%
aO PS l"20 Mercados 18 e»
2012
Preços-alvo dão
potencial de subida
de 30% ao PSI 20
Média da avaliação dos analistas para as cotadas aponta para
uma valorização expressiva da bolsa. Mas se a envolvente
externa se agravar, os investidores podem esperar quedas
PAULO MOUTINHO
[email protected]
Depois da queda de quase 30% no
ano passado, a bolsa de Lisboa recebeu 2012 com ganhos. Subiu na
sessão. Mas o que irá
acontecer no resto do ano? Com
base nas avaliações dos analistas
para as cotadas, há margem para
que a tendência se mantenha nos
próximos meses. A média dos preços-alvo aponta para uma subida
do PSI-20 na mesma medida da
descida registada em 2011.
O Negócios recolheu na Bloomberg todos os "targets" atribuídos
pelos bancos de investimento às
primeira
cotadas da bolsa nacional, conside-
rando apenas os que foram revistos após o mês de Setembro, que
têm habitualmente como horizonte temporal 12 meses ou o final do
ano seguinte. Respeitando o método de cálculo da NYSE Euronext
para a cotação do índice principal,
a média das avaliações coloca o
PSI-20 nos 7.255 pontos, no fim de
2012. O que dá uma margem de
progressão de 32,1% face aos 5.494
te elevados face à cotação actual,
implicando subidas consideráveis.
Isso não significa que os analistas
pensem realmente que essas subidas vão acontecer", remata
Para Pedro Lino, "não se pode
confiar nos preços-alvo no curto
prazo,principalmentequandoexistemfoctores externos que têmforte influência nas decisões dos investidores", como o rumo da crise da
dívida soberana da Zona Euro. "Os
riscos de mercado estão-se a impor
ao valor fundamental de muitas
empresas, situação que se irá manter ao longo de 2012", adverte o administrador da Dif Broker.
O desempenho estimado com
base na média das avaliações parece difícil de se concretizar.
E, caso
a envolvente externa se agrave, po-
no fecho de 2011.
Mas não é
certo que realmente se assista a um
desempenho expressivo do mercado, até porque, diz Paulo Santos,
analista da XTB, os "preços-alvo
dem materializar-se as previsões
mais pessimistas, que apontam
para uma queda de 4% do PSI-20.
Mas há também um cenário mais
optimista: se tivermos em consideração os preços-alvo mais altos
para cada uma das empresas, o potencial de valorização do PSI-20
pode chegar aos 73,5%.
Resta saber quão certeiros vão
conseguir ser os analistas. No início
de 2011, 60% das recomendações
têm alguma inércia na descida".
"Demoramaacompanharadescibastandaeportantoficamaníveis
para as cotadas eram de "comprar"
O ano termie 15,6% de "vender".
nou com um saldo negativo de
pontos registados
A margem
é grande.
27,6%eapenas três cotadas em alta.
Banca no centro das atenções
Tanto com base na média, como
nos "targets" mais elevados, abanca é o sector que mais se pode destacar ao longo deste ano. BCP, BES
e BPI centraram atenções, em 2011,
pelas quedas acentuadas que atira-
ram os títulos para cêntdmos.
Os actuais preços-alvo
conferem
margem para uma forte subida,
com o banco liderado por Santos
Ferreira àfrente. O BCP pode mais
do que duplicar de valor, ou até triplicar, considerando o preço-alvo
mais alto. O BPI pode ganhar 175%
e o BES tem um potencial de subida de 157%, mas o comportamento em bolsa dependerá da forma
como evoluir a crise europeia
"0 sector financeiro, apesar de
volátil e enfrentar muitas dificuldades, pode ser um dos ganhadose a Europa
res, principalmente
encontrar uma forma de implementar as poucas decisões que são
tomadas nos Conselhos Euro-
peus", diz Pedro Lino. A banca
"pode ser o recipiente de medidas
políticas ao nível Europeu (BCE e
União Europeia) e nacional que o
favoreçam", refere Paulo Santos.
Não se pode
confiar nos
preços-alvo
no curto prazo,
principalmente
quando existem
factores externos
que têm forte
influência
nas decisões
dos investidores.
PEDRO LINO
Administrador
da Dif Broker
Praça portuguesa
para valorizar
mas tem margem
a média das avaliações dos analistas
recuou em 2011, pelo segundo ano consecutivo,
neste novo ano. Considerando
para as cotadas, o PSI-20 pode subir 32,1%. No máximo, tem margem para progredir
73,5%. Já as avaliações mínimas apontam para uma queda de 4,4% em 2012.
encabeça ganhos, considerando as
avaliações mais elevadas. BCP destaca-se, podendo
valorizar mais de 280%. Mesmo os "targets" mais
Sector financeiro
altos dão menor progressão
à Jerónimo
Martins.
Avaliações mais baixas são mais penalizadoras
para a EDP e EDP Renováveis. A Galp Energia
escapa, enquanto a Mota-Engil e a Sonaecom
conseguem, ainda assim, subir mais de 30%.
Recuperação
à vista para
o BCP?
A banca viveu um ano "negro"
em 2011. A crise da dívida
soberana arrasou as cotações
do sector, com o BCP a centrar
atenções. Foi o que mais caiu
em Lisboa, e um dos mais
castigados a nível europeu.
Mas neste novo ano a
perspectiva
é de que possa
recuperar. Tudo depende,
é certo, das medidas que os
líderes políticos adoptarem
para resolver o problema
europeu. Se for encontrada
uma solução que os mercados
considerem como válida,
o potencial de subida da
banca, no geral, e do BCP,
em particular, é grande.
As avaliações dos analistas
apontam isso mesmo.
O "target" mais baixo pouca
margem dá para a queda do
valor do banco, sendo que a
média das avaliações confere
aos títulos, se atingida,
margem de valorização
uma
de mais de 100%. Na melhor
das hipóteses, o banco
liderado por Carlos Santos
Ferreira poderá disparar
280%, mas mesmo assim não
sairá da casa dos cêntimos.
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