Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição de hoje do Jornal de Negócios on line Novo posicionamento estratégico do BCP é resposta aos desafios da banca nacional Patrícia Abreu - [email protected] O banco de investimento diz que novo posicionamento faz sentido, mas destaca que a confirmar-se a venda do Millennium Bank, o BCP estará a desfazer-se do seu principal "driver" de crescimento actual O BCP fez um ajustamento da sua agenda estratégica, focando a aposta em Portugal e em África, ao mesmo tempo que admite vender as unidades na Grécia e na Polónia. Para o Caixa BI, a nova estratégia faz sentido à luz dos desafios que a banca nacional enfrenta, mas destaca que a confirmarse a venda do polaco Millennium Bank, o banco irá desfazer-se do “principal driver de crescimento actual”. Numa nota de “research”, o analista André Rodrigues realça que “a opção pelo Brasil, China e África faz sentido, com o alargamento do posicionamento de Angola e Moçambique para São Tomé e Príncipe e Namíbia, não podendo no entanto deixar de ser lido à luz da reorganização (até accionista) que o banco tem apresentado nos últimos trimestres”. A casa de investimento acredita que as alterações ontem anunciadas são feitas “à luz do conjunto de desafios que a banca nacional enfrenta actualmente, enquadrado pelo ambiente macroeconómico negativo em Portugal e pelas exigências decorrentes do pedido de assistência financeira externo”. Apesar de aplaudir a aposta em mercados em forte crescimento, André Rodrigues expressa alguma preocupação em relação à alienação do Millennium Bank, uma vez que a Polónia é actualmente “o principal driver de crescimento” do banco. No entanto, o mercado polaco apresenta uma tendência para consolidação e o interesse de vários bancos internacionais “poderá beneficiar o BCP, tendo em conta até às transacções mais recentes ocorridas no mercado”. Polónia dá contributo positivo aos resultados Em relação aos resultados ontem apresentados pelo banco, o Caixa BI considera que os números divulgados voltam a “evidenciar as principais tendências já salientadas nos últimos meses”. “Por força do reforço de imparidades para crédito a operação em Portugal apresentou uma perda em base trimestral de cerca de 36,9 milhões de euros”, adianta o banco. Em termos de mercados, a casa de investimento destaca o desempenho positivo da unidade polaca, moçambicana e angolana, com a Grécia e a Roménia a darem um contributo negativo. “Mantém-se com clareza, o processo de desalavancagem do balanço, o qual por força da maior dinâmica ao nível dos recursos de clientes permitiu uma redução do rácio Loan-to-Deposits de 160% em Junho de 2010 para 149% no final de 2010 e 144% no final do primeiro semestre”, realça o mesmo analista. Hoje as acções do BCP estão a disparar 3,28% para 0,315 euros, com os investidores a aplaudirem a nova estratégia do grupo. 2011-07-28