Publicação da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo julho/agosto de 2014 nº8 Gestão de custos Sistema de informações é essencial para a sustentabilidade das organizações pág. 4 FEHOESP e IEPAS ganham novas instalações pág. 3 Congressos de Gestão têm balanço positivo p á g s. 6 e 7 Federação apoia movimento dos laboratórios pág. 8 Edito r ia l Edição e reportagem: Ricardo Balego | Mtb 54.533-SP Projeto e produção gráfica: Danilo Minorello [email protected] Periodicidade: bimestral Tiragem: 15.500 exemplares Impressão: Pigma Redação: Rua 24 de maio, 208 – 14º andar 01041-000 – São Paulo – SP Tel: (11) 3221-9333 e-mail: [email protected] www.fehoesp.org.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. Uma gestão mais profissional Gerir organizações de saúde significa enfrentar desafios diários, já que atuamos em um mercado repleto de dificuldades e especificidades. Para auxiliar nessa tarefa, é necessário que nos cerquemos das melhores ferramentas, experiências e evidências disponíveis, para que as tomadas de decisão alcancem o êxito esperado. A sustentabilidade dos serviços depende de soluções como estas. Neste contexto, equilibrar custos tem sido um dos maiores obstáculos para os gestores, e isso se justifica em parte pela complexidade do nosso setor. Nele, vender um serviço não representa o final da cadeia produtiva, como em outros segmentos, mas sim entregar uma boa assistência e garantir o bem-estar dos nossos pacientes. Esta é a finalidade de nossa atividade, e a ela devemos nos dedicar com todas as forças. A FEHOESP vem se preocupando com essa questão, e por isso está oferecendo mais um serviço, esperando contribuir de forma institucional para a profissionalização dos seus representados. O Projeto heCos, que oferece ferramentas para uma gestão mais responsável no gerenciamento de custos nos serviços, Foto: Neuza Nakahara Diretoria Presidente: Yussif Ali Mere Junior 1º vice-presidente: Marcelo Soares de Camargo 2º vice-presidente: Roberto Muranaga 3º vice-presidente: Flávio Isaias Rodrigues 1º diretor secretário: Rodrigo de Freitas Nóbrega 2º diretor secretário: Paulo Fernando de Moraes Nicolau 1º diretor tesoureiro: Luiz Fernando Ferrari Neto 2º diretor tesoureiro: José Carlos Barbério Diretor suplente: André Junqueira Santos Pessoa Diretor suplente: Hugo Alexandre Zanchetta Buani Diretor suplente: Danilo Ther Vieira das Neves Diretor suplente: Armando De Domenico Junior Diretora suplente: Luiza Watanabe Dal Ben Diretor suplente: Jorge Eid Filho Diretor suplente: Michel Toufik Awad Conselheiro fiscal efetivo: Antonio Carlos de Carvalho Conselheiro fiscal efetivo: Ricardo Nascimento Teixeira Mendes Conselheiro fiscal efetivo: João Paulo Bampa da Silveira Conselheira fiscal suplente: Maria Helena Cerávolo Lemos Conselheiro fiscal suplente: Fernando Henriques Pinto Junior Conselheiro fiscal suplente: Marcelo Luis Gratão Delegado junto à CNS efetivo: Yussif Ali Mere Junior Delegado junto à CNS suplente: Marcelo Soares de Camargo é mais um benefício que estará em breve à disposição dos nossos associados. Trata-se de uma solução voltada para os pequenos e médios estabelecimentos, que representam grande parte do nosso segmento. Confira os detalhes em nossas páginas centrais. Nesta edição destacamos, também, a inauguração da sede própria da Federação, que foi adquirida no final de 2012, por iniciativa de nosso fundador, Dante Ancona Montagnana. Esta foi sua última ação como presidente da entidade, antes de nos deixar naquele ano. Não só reconhecemos este importante passo como trabalhamos com afinco para que pudéssemos entregar, hoje, um espaço mais moderno e condizente com o nosso compromisso enquanto instituição. Atuando nesta nova estrutura, esperamos oferecer ainda mais serviços e reafirmar nosso papel perante o setor. Boa leitura! Yussif Ali Mere Junior Presidente da FEHOESP Este jornal é impresso em papel reciclado e oriundo de fontes controladas e responsáveis, de acordo com o selo FSC. Se o recebeu via correio, a embalagem plástica que o acondiciona é feita em material oxibiodegradável. LOGO Sindicatos filiados: 2 FSC In stit uc i ona l Visando discutir e encaminhar propostas sobre temas que são de interesse dos prestadores de serviços na área de terapia renal, a FEHOESP criou, no início de junho, o Comitê de Terapia Renal Substitutiva (CTRS). O grupo é formado por representantes de estabelecimentos que prestam serviços de diálise tanto dentro como fora de hospitais, e que são associados aos sindicatos filiados à Federação: SINDHOSP, SINDRIBEIRÃO, SINDHOSPRU, S I N D S U Z A N O, SINDMOGIDASCRUZES e SINDJUNDIAÍ. A coordenação do grupo fica a cargo de Carlos Antônio Nascimento, médico e diretor-presidente da SEDIT – Serviços Médicos. “Precisamos debater propostas e apresentar sugestões, especialmente junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que possamos contribuir para o bom funcionamento do segmento e da melhoria da qualidade ofertada aos usuários de serviços de saúde”, disse. Confirmando esse papel, desde que foi criado, o comitê já realizou algumas reuniões e discutiu, por exemplo, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Anvisa nº 11/2014, que trata dos requisitos de boas práticas para o funcionamento dos serviços de diálise. O grupo também tem tratado da Portaria do Ministério da Saúde nº 389/2014, que define critérios para a organização da linha de cuidados da pessoa com doença renal crônica. A discussão das duas legislações – publicadas recentemente – tem passado pela análise de seus muitos pontos, a fim de sugerir melhorias nos textos e preparar melhor os serviços de saúde. O médico nefrologista e presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Junior, também integra o comitê, e destacou a importância do grupo como “mais um espaço com estrutura para atender as demandas das Foto: Ricardo Balego Federação cria o Comitê de Terapia Renal Substitutiva clínicas de terapia renal, visando discutir os percalços impostos a essas empresas pelo governo, pelas operadoras de planos e pelos sindicatos profissionais, dentre as inúmeras interferências pelas quais passa o segmento”. Também participam como membros efetivos do CTRS Aderbal Angelo Nastri, diretor do Gan – Grupo de Apoio Nefrológico; Alexandre Zilenovisk, diretor médico do Departamento de Hemodiálise do Hospital Samaritano; Daniel Rinaldi dos Santos, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia – SBN; João Cezar Mendes Moreira, diretor da Clínica ENESP NEFROCOR; José Watari, sócio-proprietário da Nefrocare; Luiz Antonio Miorin, diretor da Sociedade de Nefrologia do Estado de São Paulo – SONESP; Rui Antônio Barata, diretor-sócio da Clínica e Nefrologia Leste; e Sergio Draibe, diretor-sócio da Clínica de Medicina Interna e Nefrologia – CMIN. FEHOESP e IEPAS inauguram novas instalações Foto: Ricardo Balego As diretorias da FEHOESP e do IEPAS inauguraram oficialmente, no dia 15 de julho, suas novas instalações físicas. Para isso, foi promovido um coquetel que reuniu os colaboradores das duas entidades e do SINDHOSP, além de outros convidados. Na ocasião, o presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Junior, agradeceu o empenho dos envolvidos na concretização da ação. “A presença de todos os nossos colaboradores mostra o nosso objetivo comum de fortalecer, crescer e ofertar melhores serviços aos sindicatos filiados”, disse. O diretor da Federação, Luiz Fernando Ferrari Neto, também destacou o empenho do grupo de colaboradores que auxiliou na obra e as empresas envolvidas no projeto. “É um trabalho árduo, mas que está se concretizando hoje”, lembrou. Ferrari também representou e leu o discurso do presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde – IEPAS, José Carlos Barbério, cuja entidade também inaugurou seu novo espaço. “Nesta nova casa que me emprestam o SINDHOSP e a FEHOESP para assentar condignamente o IEPAS devo, inicialmente, recordar o nome de Dante Ancona Montagnana, por obra de quem o Instituto nasceu de sua vontade e determinação, em 2011. Dante honroume com a indicação de meu nome para sua direção, oferecendo-me a liberdade de construí-lo, prestigiá-lo e fazê-lo prosperar”, destacou Barbério. As novas sedes da FEHOESP e do IEPAS ocupam um andar no mesmo prédio em que já funcionavam a Federação e o SINDHOSP, com uma área total de 446 metros quadrados. Com isso, as entidades avançam na modernização de sua estrutura, e esperam melhorar sua atuação representativa no setor. 3 Capa O desafio da gestão de custos Um bom sistema de informações é ferramenta indispensável 4 Nesse contexto, os sistemas de apuração e análise de custos constituem uma importante ferramenta de gestão. “A ausência de um sistema de gestão de custos e a correspondente mensuração dos resultados impede condições mínimas para tomadas de decisão relativas à negociação de preços dos serviços, mudanças nas operações e avaliação de eventuais novos investimentos”, destaca João Romitelli, diretor executivo da Planisa. Segundo ele, ainda, esse tipo de ferramenta possibilita às organizações adotar uma gestão mais profissional, aumentando a eficiência e resultando em uma atenção à saúde mais qualificada. Foto: Divulgação Planisa O setor de prestação de serviços em saúde enfrenta constantemente grandes desafios. Escassez de recursos, ausência de profissionais capacitados, um novo perfil etário e epidemiológico da população e o surgimento de novas tecnologias médicas são só alguns deles. Além disso, a área da saúde possui particularidades em relação a outros setores da economia, já que os processos se dão em torno de um objetivo primordial, que é garantir o bem-estar dos pacientes. “Sabemos que administrar organizações de saúde é tarefa das mais complexas. Nela é preciso equacionar um atendimento de qualidade com a sustentabilidade de tudo o que disso depende, como a gestão interna dos processos e as negociações com planos de saúde e fornecedores”, confirma Yussif Ali Mere Junior, presidente da FEHOESP. Como consequência, há o crescente aumento dos custos assistenciais, o que exige uma gestão competente dos recursos. “Não há mais como evoluir sem dispor minimamente de informações do custeio de suas atividades, seja em serviços prestados ao SUS ou a planos de saúde. É preciso dispor de uma informação de custos para a gestão interna, a fim de avaliar o desempenho e a produtividade e ao mesmo tempo facilitar a negociação com os tomadores de serviços”, afirma José Afonso de Matos, diretor-presidente da Planisa, empresa especializada em soluções para o setor. Apurar custos de forma sistemática, portanto, contribui decisivamente para a avaliação dos resultados da organização, permitindo maior segurança para a tomada de decisões. E isso serve para todos os portes de serviços, já que os estabelecimentos menores também estão sujeitos a todas as dificuldades impostas pelo mercado. “Os pequenos e médios serviços vivem em um mercado com os mesmos riscos de um grande hospital”, exemplifica Afonso de Matos. auxiliar a organização na sua gestão de custos com base na geração de informações estratégicas e em seu compartilhamento entre instituições que utilizam a solução. Podem fazer parte da iniciativa grupos de no mínimo 20 hospitais de pequeno e médio portes, permitindo também a participação de casas de repouso, casas de saúde, clínicas especializadas e serviços de diagnósticos. “A solução nasce como um instrumento gerencial fundamentado na evidência e experiência de mais de 500 clientes, em um único produto com ampla extensão: gestão de custos, capacitação e benchmarking”, explica João Romitelli, da Planisa. A ferramenta é 100% baseada em nuvem, garantindo alta escalabilidade e facilidade de acesso. Segundo Romitelli, por meio dela será possível apurar e conhecer gastos e receitas por centro de custo, formular preços, negociar com convênios por meio das informações geradas, planejar, gerir e tomar decisões. “A importância da parceria é possibilitar a transferência de conhecimento de gestão de custos às instituições de saúde associadas à FEHOESP, de forma a impactar positivamente na gestão estratégica dessas organizações”. Workshop João Romitelli, da Planisa Ferramenta de custos Consciente da necessidade de seus representados disporem de ferramentas eficientes para a apuração de custos em suas instituições, a FEHOESP está firmando uma parceria com a Planisa, empresa com mais de 25 anos de experiência no setor. Para isso, foi formatada uma solução que atende os serviços de menor porte, direcionada em princípio aos associados dos sindicatos filiados à Federação. O heCos (Health Costs Manager) promete Por meio da parceria, a Federação espera atuar como facilitador em mais um benefício para os serviços de saúde por ela representados. No dia 28 de agosto, será promovido um workshop para tratar do tema “Como viabilizar a Gestão Estratégica de Custos”, seguido de uma apresentação do Projeto heCos para as organizações presentes. O evento é destinado a estabelecimentos associados aos sindicatos filiados que se enquadram nas exigências do programa, tendo como benefício condições diferenciadas para a contratação da ferramenta. E nt rev i st a Em qualquer atividade econômica, dispor de um bom gerenciamento das informações de custos é condição para garantir a sustentabilidade financeira das organizações. Na área da saúde, essa necessidade se faz ainda mais premente, dada a complexidade do setor e os muitos atores envolvidos – fornecedores, fontes pagadoras e, em meio a isso, os pacientes. Um panorama que desafia constantemente os gestores dos serviços. Para tratar dessa questão, o Jornal da FEHOESP conversou com Afonso José de Matos, diretor-presidente da Planisa, mestre em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas e doutor em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. Confira a entrevista abaixo: Jornal da FEHOESP - No cenário atual, o gestor em saúde precisa lidar com o frequente aumento dos custos assistenciais, sem deixar de atender bem seus pacientes. Como equilibrar isso? Afonso de Matos – É preciso começar a entender este momento cada vez mais competitivo e difícil, com um cenário de investimentos cada vez maiores, em uma espiral inflacionária de custos da saúde. O gestor precisa aguçar a sua conscientização e tomar as iniciativas no sentido de se preparar cada vez mais, baseado em um profissionalismo de gestão. Nesse sentido, é preciso buscar um respaldo com informações sobre o desempenho da sua atividade, as projeções para que se possa ter sustentação para tomar decisões em nível interno, de investimentos e formulação de preço. Com isso, é possível promover negociações com o mercado tendo todo esse respaldo e competência, o que até então era um pouco amador. O amadorismo precisa ser abandonado, porque não há mais espaço para tal. Neste contexto, uma boa gestão dos custos é imprescindível. Eu diria que chegou ao ponto de ser inquestionável essa necessidade, porque se já não é tão simples a viabilização de uma empresa de saúde hoje tendo informações de custos, imagine não tendo essas informações. Então é extremamente necessário, eu diria até imprescindível, dispor de uma boa informação de custos, confiável, bem estruturada e em tempo rápido dentro da organização, para tentar com isso tomar as decisões internas e principalmente fazer negociações mais seguras, que garantam a viabilização da própria empresa. Foto: Divulgação Planisa “O amadorismo precisa ser abandonado” O que pode explicar a dificuldade que muitas organizações de saúde possuem em apurar seus custos de forma sistemática? Nós temos que compreender que a área da saúde demorou mais para enxergar as necessidades de se dispor de informações estruturadas. Isso é uma questão cultural que se arrastou um pouco. Foi um histórico de dificuldades, talvez na própria estrutura, por falta às vezes de profissionais competentes nessa área. Mas eu entendo que à medida em que temos avanços da tecnologia, sinalizações do mercado que exijam um ambiente competitivo cada vez mais acirrado, tem sido promovido um despertar para que isso seja definitivamente empreendido. Temos evoluído, e hoje muitas instituições já começam a ter informações de custos, outras tantas a se preocupar e demandar isso. Estamos em um momento em que esse tipo de percepção está melhorando, e sem dúvida vamos ter cada dia mais instituições aderindo e se beneficiando disso. Questão pertinente à gestão dos custos, como o senhor vê a busca por um modelo de remuneração ideal para o setor? Essa discussão está avançando? Acredito que sim. Dispor de uma informação de custos mais estruturada, com diferentes desenhos e campos de informação, vem atender exatamente uma necessidade que é de melhorar os modelos de remuneração, principalmente no campo da saúde suplementar. Nós temos um modelo que remunera de uma forma muito semelhante a uma espécie de reembolso daquilo que se utiliza na prestação de serviço, sem a instituição ter preocupações estimuladas pelo modelo de remuneração, de premiar a produtividade e de fazer um uso mais adequado dos recursos, até para ter preço competitivo e viabilizar a operação tanto do estabelecimento quanto do próprio cliente da empresa. Essa discussão tem uma expressão que é migrar do modelo chamado retrospectivo para um modelo prospectivo, que é não só utilizar o recurso da prestação de serviços e depois definir o preço, relacionar tudo e cobrar do cliente, mas sim planejar essa prestação de serviços e estimar preços de forma antecipada. Planejar mais a utilização do recurso, com padrões, dentro de um bom nível de atendimento e boa qualidade, mas organizando as condutas médicas, os protocolos e fazendo com que se planeje mais o preço. Isso é possível, e esse avanço tem que acontecer. 5 Fotos: Ricardo Balego Atu al i z aç ã o p rofi ssi ona l Congressos de Gestão têm balanço positivo Os Congressos Brasileiros de Gestão em Saúde, realizados nos dias 21 e 22 de maio, durante a feira Hospitalar 2014, alcançaram por mais um ano seu objetivo e trouxeram atualização profissional para gestores e profissionais envolvidos com os segmentos de clínicas e laboratórios de saúde. Promovidos pelo Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde – IEPAS, entidade mantida pela FEHOESP e pelo SINDHOSP, o 8º Congresso Brasileiro de Gestão em Laboratórios Clínicos e o 9º Congresso Brasileiro de Gestão em Clínicas de Saúde reuniram, no total, quase 300 participantes. “Quero deixar registrados os anseios da FEHOESP, SINDHOSP e IEPAS de insistir nos programas de gestão na área. Neste ano, a nossa programação é audaciosa”, destacou na abertura dos eventos o presidente do Instituto, José Carlos Barbério. Veja um resumo do que aconteceu neste ano. A cobertura completa pode ser conferida no site da Federação (www.fehoesp.org.br). Congresso de Clínicas O 9º Congresso Brasileiro de Gestão em Clínicas de Saúde, realizado em 21 de maio, teve início discutindo o tema visão empreendedora. O coordenador do painel, Eduardo Regonha, afirmou que “estamos em um momento que pensamos a saúde como um negócio. Mesmo entidades com grande cunho social precisam ter algum tipo de rentabilidade, pensando em sua perenidade e longevidade”. Já o sócio da Deloitte Consultores em São Paulo, Henrico de Vettori, pontuou a posição estratégica que o setor de clínicas ocupa no mercado. “Vocês não sabem o quão importante é o setor de vocês para as operadoras e para a indústria”, disse. Fechando o painel, o sócio da IGC Partners, André Pereira, demonstrou como os fundos de investimento vêm capitalizando alguns setores da saúde. Afirmou ainda que o segmento “deve crescer acima da média nos próximos anos, por conta do aumento de renda e do envelhecimento da população”. O congresso também promoveu um painel sobre Gestão da Qualidade, apresentando iniciativas para a qualificação dos estabelecimentos. Daniela Camarinha, diretora-sócia da empresa You Care, destacou que “a saúde faz parte das necessidades O Congresso de Clínicas abordou temas como qualidade e cultura organizacional 6 primárias do ser humano, e entender suas particularidades faz parte do nosso dia a dia como empreendedor”. Para falar de indicadores de qualidade na saúde suplementar, participou Andréa Matsushita, superintendente de Sinistros em Saúde da Sulamérica. Complementando a discussão, Roberto Queiroz Gurgel, diretor da Onco Hematos, destacou ações implantadas em seu estabelecimento, com destaque para os colaboradores. “100% dos nossos colaboradores indicariam um colega ou familiar para tratamento na clínica”, afirmou. Remuneração e cultura organizacional A segunda metade do congresso promoveu uma discussão sobre formas de remuneração para o segmento. Rogério Barbosa, da Takaoka Anestesia, falou sobre como remunerar o corpo médico. Já no âmbito das operadoras de planos, o diretor médico da Omint, Caio Soares, trouxe um modelo de remuneração por performance implantado em clínicas de sua rede. Fechando as apresentações e contemplando a remuneração por méritos, falou o diretor–executivo da Alergo Dermatologia, Fabio Kayano, para quem “o valor das empresas está em sua equipe”. O último painel do 9º Congresso de Clínicas discutiu a importância da cultura organizacional e desenvolvimento de competências nas empresas. Rodrigo Corrêa Leite, gerente de desenvolvimento organizacional da empresa 3 Corações, destacou algumas de suas práticas de sucesso. “Nossa seleção é totalmente baseada em valores, e isso é mais complicado de se fazer”. Também lembrou que durante a integração dos novos colaboradores, é utilizada a própria equipe na facilitação do s p ro c e ssos de a pre ndiz a ge m e treinamento. “Eles não são remunerados a mais por isso, mas recebem muito reconhecimento”. Congresso de Laboratórios O Congresso Brasileiro de Gestão em Laboratórios Clínicos realizou sua 8ª edição em 2014, no dia 22 de maio, e iniciou sua programação com uma palestra da advogada e professora da FGV Denise Poiani Delboni. Falando sobre o novo momento da gestão de pessoas, destacou que “a situação de mercado determina o tipo de contratação dentro das organizações”. A docente também apontou as condições necessárias para que haja retenção de colaboradores: qualificação e motivação. “Uma coisa não funciona sem a outra. Qualificação e motivação produzem resultado”, disse. “Um bom clima motivacional faz com que haja grande retenção de colaboradores”, completou. Também foi realizada uma mesa redonda que discutiu como os laboratórios podem se adaptar ao novo mercado do idoso, que trouxe a participação de Carlos Alberto Ballarati, ex-presidente da SBPC/ML; Edith Wagner, gerente da Pro-Marketing Inteligência de Mercado; o médico geriatra José Antônio Esper Curiati; e a diretora do Franceschi Medicina Diagnóstica, Laura Prado Franceschi. Inovação e contratualização O Congresso de Laboratórios promoveu, em sua segunda parte, um painel para discutir as iniciativas de inovação em saúde. Com a coordenação do diretor da FEHOESP, Luiz Fernando Ferrari Neto, falou aos presentes Vitor Asseituno, diretor da Empreender Saúde. Especialista em iniciativas de inovação na área, Asseituno destacou que de nada vale ser inovador, se não houver uma mentalidade de avaliar as necessidades e oportunidades do mercado. “O mindset é olhar para as coisas que estão acontecendo”, disse. Encerrando o evento, uma mesa redonda discutiu os impactos da relação entre prestadores e operadoras de planos. O gerente de Relações Institucionais do Grupo Fleury, Wilson Shcolnik, coordenou os trabalhos e pontuou a parcialidade da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em relação às multas aplicadas a planos de saúde por falhas em seus serviços. Representando a visão das operadoras, Sandro Leal Alves, da FenaSaúde, pregou a convergência de objetivos, eficiência e sustentabilidade do sistema e diversidade na relação com seus prestadores. Já o diretor do Salomão & Zoppi Diagnósticos, Luís Vitor Salomão, trouxe a visão do prestador de serviços e lembrou que “o mercado de saúde cresce acima do PIB” no país, e que, “apesar do crescimento da saúde, nós estamos sofrendo uma restrição das nossas atividades”, em referência à relação com as operadoras de planos. Gestão de pessoas e relação com operadoras tiveram destaque no Congresso de Laboratórios 7 Remu ne ração Os laboratórios clínicos que prestam serviços para o Sistema Único de Saúde – SUS não recebem atualização no valor pelos serviços realizados há mais de 20 anos. Por conta disso, as entidades do setor criaram o Movimento Nacional em Prol do Laboratório Clínico. A FEHOESP, juntamente com seus sindicatos filiados, apoia esta luta e se manifesta publicamente contra a falta de reajuste da Tabela SUS para os laboratórios. A defasagem na tabela de exames laboratoriais feitos para o governo gera um déficit em mais de 2.000 procedimentos, dos quais apenas três ou quatro foram reajustados nos últimos anos, segundo dados do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). Por um exame de glicose, por exemplo, é pago atualmente apenas R$ 1,85. Já por um parasitológico de fezes, R$ 1,65. Esses valores sequer cobrem as despesas para sua realização. As entidades afirmam que, por esse motivo, muitos laboratórios vêm fechando suas portas. A Federação está disponibilizando material de apoio da campanha e Foto: Ricardo Balego FEHOESP apoia movimento de laboratórios Diretoria da FEHOESP reiterou seu apoio ao movimento conta com a participação dos serviços para que apoiem a iniciativa. Para isso, foram confeccionados panfletos e camisetas que podem ser solicitados, de forma gratuita, acessando o site www.fehoesp.org.br. Participação nacional O engajamento da Federação no movimento dos laboratórios já vem produzindo resultados positivos e diversos serviços já se comprometeram com a campanha. Mais de 50 estabelecimentos de todo o país já solicitaram material, e mais de 30 mil panfletos e 100 camisetas já foram enviados. Além disso, as ações também já atingiram importantes eventos do setor, como o Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, que aconteceu em Porto Alegre no mês de junho. Em reunião realizada no dia 17 de julho, a diretoria da FEHOESP reiterou seu apoio ao movimento. Para isso, a entidade e seus sindicatos reafirmaram a continuidade das ações em prol dos laboratórios. G e st ã o d a Q u a l i d a d e Foto: Ricardo Balego Projeto Bússola capacita clínicas Iniciativa da FEHOESP e do SINDHOSP, em parceria com a Organização Nacional de Acreditação (ONA), o Projeto Bússola vem realizando novas etapas a fim de qualificar as clínicas de saúde ligadas aos sindicatos filiados à Federação. 8 Dez estabelecimentos atenderam os requisitos e estão sendo credenciados pelo projeto a buscar a certificação por meio do processo de Acreditação. As clínicas estão participando nesse momento da fase de capacitação, promovida pelo Instituto Brasileiro para Excelência em Saúde (IBES), instituição credenciada pela ONA. Como parte dessa etapa, foi realizado nos dias 25 e 26 de julho mais um módulo, que discutiu temas como políticas de gestão e notificação de eventos adversos. O diretor da FEHOESP, Marcelo Luis Gratão, esteve presente e elogiou o avanço que as clínicas já estão apresentando, com melhorias no feedback com clientes e também nos resultados internos. “Este primeiro grupo já vem aplicando as atividades propostas em seu dia a dia. E o mais importante é que as clínicas estão mudando seus procedimentos e buscando se adaptar às normas de qualidade envolvidas no processo de certificação, gerando bons resultados”, disse. Até o final de 2014, terão sido realizados sete módulos de capacitação com as clínicas participantes. Ainda serão trabalhados temas como gestão administrativa e da qualidade, cadeia de suprimentos e assistência farmacêutica, atenção ao paciente e apoios técnico, diagnóstico, terapêutico e logístico. “Ao final da fase de capacitação, as clínicas participantes já poderão solicitar a visita da ONA para fins de Acreditação”, informou Gratão.