Inovação 1º Prêmio CBMM de Matemática - Ensino Médio CBMM Carlos Alberto Pereira Nº 06 Criado em parceria com o governo de Minas Gerais para incentivar alunos e professores no estudo da matemática, a premiação beneficiou em sua edição de estréia os 21 secundaristas mineiros de ensino médio que ganharam medalha de ouro na 2ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. junho de 2007 Fernando Moreira Salles entrega o Prêmio CBMM a Carlos Alberto Pereira, professor de matemática do 1º colocado da OBMEP,Thales Marques Barbosa, que recebeu sua premiação das mãos do governador Aécio Neves R$ 250 milhões é o investimento previsto na ampliação da planta de Araxá, que vai preparar a empresa para a produção de até 110 mil toneladas anuais de ferronióbio. 10 Um processo desenvolvido internamente poderá permitir a recuperação de até 75% da escória de alumínio gerada na produção, aumentando a sustentabilidade da companhia. 1 12 Educação Estímulo aos talentos da escola pública mineira Instituído em parceria com o governo do estado de Minas Gerais, este prêmio estreou agora e deve se repetir, no mínimo, pelos próximos quatro anos. É um incentivo à melhor qualidade do ensino e ao estudo dessa disciplina indispensável à vida moderna. o dia 30 de maio, o governador Aécio Neves fez a entrega do 1º Prêmio CBMM de Matemática – Ensino Médio. A cerimônia, que aconteceu no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, distinguiu com cadernetas de poupança e medalhas de ouro os 21 estudantes da rede pública mineira que conquistaram o ouro na 2ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), edição 2006. Seus respectivos professores de matemática também foram premiados na ocasião. Instituído em parceria com o governo do estado de Minas Gerais, o Prêmio CBMM de Matemática estreou agora e deve se repetir por, no mínimo, mais quatro anos. O objetivo é incentivar o estudo dessa disciplina, promover a qualidade do ensino público e motivar os professores. Segundo o diretor da CBMM, Fernando Moreira Salles, o prêmio destina-se ainda a N ajudar os vencedores nas suas despesas financeiras no início da universidade. Os alunos premiados têm entre 16 e 19 anos, estudam ou concluíram o segundo grau em escolas públicas mineiras e sonham fazer carreira no campo das ciências exatas. Sempre prontos a testar, até o limite, sua habilidade com os números, “Para construir um tempo mais justo, é preciso reconhecer os talentos e dar oportunidades a esses talentos...” são o que se pode chamar de estudantes olímpicos ou atletas do raciocínio. Com seu ótimo desempenho na 2ª OBMEP, ajudaram a colocar Minas Gerais em segundo lugar na competição nacional, atrás apenas do Rio de Janeiro. O primeiro colocado do estado Inovação CBMM 2 ganhou uma caderneta de poupança Unibanco no valor de R$ 10 mil. Para os demais premiados e todos os professores, as cadernetas de poupança foram de R$ 5 mil. O Prêmio CBMM foi estendido aos professores por sugestão da secretária estadual da Educação, Vanessa Guimarães. A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas envolve uma parceria entre o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), a Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e os ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia. Criada em 2005, é o maior projeto educacional do país em número de participantes. Em Minas Gerais, 1,65 milhão de estudantes, de mais de 3,5 mil escolas de ensino fundamental e médio, participaram da edição 2006 – o que correspondeu a 12% dos 14,1 milhões de inscritos de todo o Brasil. Mais de 90% dos municípios mineiros se fizeram representar, assim co- Assessoria de Comunicação da Sec. Educação MG mo 75% do total das escolas públicas estaduais. Em relação à premiação, a participação mineira alcançou 21,5%, superando seu índice de participação. Para a secretária estadual da Educação, o envolvimento das escolas, professores e alunos na OBMEP representa um reforço importante para o ensino da matemática: “Um baluarte, ao lado do português, da educação básica”, diz Vanessa Guimarães. A premiação dos mineiros – que contemplou também medalhistas de prata e bronze – é resultado do esforço do governo de Minas para tornar a escola comprometida com a aprendizagem efetiva dos alunos. A parceria da CBMM nesse esforço é festejada pela secretária: “É uma surpresa agradável o fato de uma grande empresa, com base em Minas, vir voluntariamente somar-se à premiação dos talentos da escola pública, reforçando uma atitude do governo do estado”, afirma ela. Para Vanessa Guimarães, a CBMM dá provas de sua confiança no projeto educacional mineiro ao assumir um compromisso para os próximos quatro anos: “É simpática essa aposta no futuro e na permanência do nosso programa para além da própria gestão do governador Aécio Neves”. A parceria da companhia, ela explica, permitiu que o governo de Minas ampliasse a premiação A Secretária de Educação,Vanessa Guimarães para os medalhistas de outras categorias. O prêmio que acaba de receO campeão brasileiro Thales ber dá cobertura ao seu projeto: “Vai servir para eu me manter na O mineiro da cidade de Pascidade onde for estudar, até consos, Thales Marques Barbosa, de seguir um emprego ou estágio”. 16 anos, foi o campeão entre os Para esse campeão brasileiro, o alunos de ensino médio de todo estudo da matemática não guaro país na OBMEP 2006. Ele se da grandes segredos nem requer empenhou no estudo para as tanto sacrifício quanto se pensa. provas, mas nem de longe imaQuem quiser se dar bem na ginava fisgar o primeiro lugar. disciplina – ele ensina – precisa Cursando a terceira série do se dedicar às aulas, ter persistênColégio Tiradentes, em Passos, cia e não desistir nos primeiros Thales agora vai se colocar à prodesacertos. “Eu vibro com os deva no processo seriado de selesafios. Acho que o mais divertido ção da Universidade Federal de da matéria é justamente o passo Uberlândia e sonha com uma a passo dos problemas”, afirma. vaga em uma grande universidaCarlos Alberto Pereira foi o de pública. “Quero fazer engeprofessor de matemática do nharia mecatrônica e vou tentar campeão brasileiro Thales. Seu vestibular na UFMG, na USP e método é a dúvida, explorada na Unicamp”, anuncia. de forma a despertar e alimen- Inovação CBMM 3 tar o senso investigativo dos alunos. “Eu chamo os meus alunos a pensar, a ir atrás, redescobrir os porquês de cada postulado, de cada teorema. Meu objetivo é levá-los a pensar a matemática sem medo e sem preconceitos”, diz. Compromisso com a construção de um futuro melhor “O investimento na educação é o maior, o melhor e o mais prazeroso de todos os investimentos. Não existe ação mais transformadora do que investir na qualidade do ensino”, afirmou o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, na cerimônia de premiação dos 94 estudantes mineiros que conquistaram medalhas na 2ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e dos seus professores. “Somos hoje 20 milhões de mineiros orgulhosos do desempenho de vocês”, disse o governador. Ele destacou que, apesar das desigualdades regionais do estado, a performance de Minas na educação está entre as melhores do País. “Ficamos acima da média nacional e da média do Sudeste em todas as séries, conforme apuração recente do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Básico”, ilustrou, reafirmando como prioridade do governo a diminuição das diferenças regionais, principalmente na área da educação. O diretor geral da CBMM, Fernando Moreira Salles, falou diretamente aos alunos e professores para lembrar que cada geração precisa de um sonho: “A minha geração sonhou criar uma sociedade menos injusta do que a conhecida pelos meus pais. Nós falhamos. Para construir um tempo mais justo, é preciso reconhecer os talentos e dar oportunidades a esses talentos. Vocês, professores, fizeram sua parte e honraram a vocação de vocês”. Segundo Fernando Moreira Salles, “o governo de Minas Gerais mostrou, mais do que nunca, seu compromisso com o futuro e com aqueles que podem fazer dele algo melhor”. Ele foi enfático com os estudantes: “Vocês, alunos, vão ter uma chance de construir esse futuro, talvez – e eu espero – melhor do que o que nós conseguimos. Essa premiação é para lembrar a todos – alunos, professores e administradores públicos – do quanto nossa história espera de vocês e do que vocês podem fazer por nós”. Inovação CBMM Uma atleta e várias olimpíadas Roberta Maia Sabino foi a única mulher entre os jovens secundaristas mineiros a conquistar uma medalha de ouro na 2ª OBMEP. Aluna do Colégio Militar de Belo Horizonte, aos 17 anos, ela já acumula participações em várias olimpíadas de matemática e também de física e química. “Participo, não pelo prêmio, mas porque gosto de fazer prova. Prova é conhecimento, é treinamento”, diz ela. Treinamento, em sua opinião, é indispensável para o sucesso na matemática. “Precisa ter treino e gostar. Sobretudo gostar”, emenda. Roberta acredita que o gosto pela disciplina é mais freqüente entre os estudantes do sexo masculino. Para cada 10 ou 15 meninos de sua escola inscritos nas Olimpíadas, ela registra que houve duas ou três meninas e arrisca palpitar que “a cabeça do homem funciona melhor para as ciências exatas”. No seu caso, que fugiria à regra, está absolutamente certa de 4 Carlos Alberto Pereira Araxá também conquistou um ouro na OBMEP, graças ao desempenho de Vinícius dos Reis, aluno do professor Áureo de Alencar Silva, ambos premiados Premiação surpresa Mesmo dispondo de pouco tempo para estudar, Vinícius dos Reis Alves Ferreira, aluno do Centro Federal de Educação Tecnológica – Cefet – de Araxá, ficou em sexto lugar entre os medalhistas de ouro do ensino médio de Minas na 2ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. “Sempre tive facilidade na matéria, mas com 7 milhões de alunos do ensino médio na disputa, tinha pouca esperança de conquistar uma medalha”, comenta. Como o curso do Cefet exige dedicação em tempo integral, ele só contou com os intervalos das aulas para se preparar. Agora, animado, revela que irá investir o dinheiro do prê- Inovação CBMM mio em aulas preparatórias para o vestibular. Quer fazer engenharia mecatrônica ou ciências da computação. Sua receita de sucesso inclui atenção às aulas e treinamento em casa, com intervalos para lazer e diversão. O professor de Vinícius, Áureo de Alencar Silva, vê a premiação como um inesperado e bem-vindo incentivo para continuar na luta pela disseminação do gosto pela matemática. “Nosso grande trabalho é fazer de uma matéria encarada como um bicho-de-sete-cabeças algo gostoso, que dê prazer”, pontua. Sobre Vinícius, diz que é um aluno minucioso, paciente e que “nunca se afoba na hora de resolver os exercícios”. 5 que vai cursar engenharia no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). O prêmio em dinheiro vem varrer sua única dúvida sobre o projeto: “Minha meta era fazer o melhor cursinho preparatório para o ITA. Só não sabia como bancar. Agora, meu problema está resolvido”, festeja a garota. Mesmo espírito das competições esportivas A primeira Olimpíada de Matemática aconteceu na Hungria, ainda em 1894. A Olimpíada Internacional de Matemática – IMO surgiu em 1959 e mobiliza, anualmente, cerca de 100 países. Mais tarde, veio a competição Íbero-Americana, envolvendo mais de 20 países da América Latina, Espanha e Portugal. E uma versão do certame internacional, voltada exclusivamente para universitários, foi criada em 1994. No Brasil, a primeira iniciativa dessa natureza, restrita ao estado de São Paulo, partiu da Academia Paulista de Ciências, em 1977. Foi a Olimpíada Paulista de Matemática, seguida, dois anos depois, pela criação da Olimpíada Brasileira de Matemática – OBM. Organizada pela Sociedade Brasileira de Matemática, a OBM, com suas interligadas olimpíadas regionais, é aberta a estudantes do ensino fundamental e médio de escolas particulares e públicas. Dela, saem atletas para os certames internacionais. Em 2005, nasceu a versão exclusiva para escolas públicas. Eles valem ouro Confira, a seguir, os alunos e professores ganhadores do 1º Prêmio CBMM de Matemática – Ensino Médio. 1.Thales Marques Barbosa 6. Vinícius dos Reis Alves Ferreira 2. Vinícius Trindade Gonçalves 7. Pedro Fernando Jandrey Natal Professor: Carlos Alberto Pereira Colégio Tiradentes da Polícia Militar de Minas Gerais - Passos Professor: Áureo de Alencar Silva Centro Federal de Educação Tecnológica - Araxá Professora: Cleuza Eunice Pereira Brumano Colégio Universitário - Viçosa 3. Vinicius Bigogno Costa 8. Plínio Oliveira Santana 9. Eduardo Amorim de Moura Professor: Aristeu Clóvis Alves Colégio Militar - Juiz de Fora 4. Rafael Quintão de Andrade Professor: Jair Soares Escola Estadual Mestre Zeca Amâncio - Itabira 5. Filipe de Almeida Araújo Vital Professora: Marisa Rezende Simão Escola Preparatória de Cadetes do Ar - Barbacena Professor: José Antônio de Oliveira Pinto Escola Preparatória de Cadetes do Ar - Barbacena Ambos alunos da professora: Cleuza Eunice Pereira Brumano Colégio Universitário - Viçosa 10. Roberta Maia Sabino Professor: Dárcio Nogueira Júnior Colégio Militar - Belo Horizonte Inovação CBMM 6 Carlos Alberto Pereira Os vencedores nos jardins do Palácio da Liberdade 11.Vinícius Azevedo Dias 16. Luís Carlos de Oliveira Brochado Professor: Roney Sandro Vieira Centro Federal de Educação Tecnológica - Divinópolis Professora: Silvana Teodoro Resende Escola Estadual Fernando Otávio - Pará de Minas 17. Artur Carneiro Mendes 12. Marcus Vinícius de Oliveira Professora: Cleuza Eunice Pereira Brumano Colégio Universitário - Viçosa Professor: Antônio Aloísio Ribeiro Centro Federal de Educação Tecnológica - Belo Horizonte 18. Mateus Aires Correa de Sá Professor: Dárcio Nogueira Júnior Colégio Militar - Belo Horizonte 13. André Augusto Oliveira Pinto Professora: Tânia Amélia Ladeira Escola Estadual Francisco Antônio Pires - Barroso 14. Fabrício Vieira de Oliveira 19. João Paulo Vieira Bonifácio Professora: Maria Botelho Alves Pena Escola Estadual Messias Pedreiro - Uberlândia Professora: Maria da Graça Martins Guerra Colégio Técnico Universitário - Juiz de Fora 15. Luccas Cassimiro Campos Professor: Benedito de Jesus Magalhães Centro Federal de Educação Tecnológica - Belo Horizonte 20. Guilherme Saraiva Soares Professora: Cleuza Eunice Pereira Brumano Colégio Universitário - Viçosa 21. Alexandre Chapiro Professora: Gislaine Maria Rodrigues Colégio de Aplicação João XXIII - Juiz de Fora Inovação CBMM 7 Expansão Ampliação de planta para atender crescimento da demanda A CBMM prevê investimentos de R$ 250 milhões para expandir em mais de 57% sua capacidade produtiva. O projeto já está licenciado e responde ao crescente aumento da procura mundial por ferronióbio e aço de melhor qualidade. O projeto de expansão da planta de Araxá vai acontecer em três etapas e deve ser concluído no segundo semestre de 2008 Inovação CBMM 8 Fotos: arquivo CBMM ceiro forno elétrico a arco, elevando a capacidade produtiva da usina para até 110 mil toneladas anuais. Pela programação da empresa, o aumento da produção de ferronióbio se dará em etapas: salta para 75 mil toneladas anuais a partir do primeiro trimestre de 2008 e para 90 mil toneladas anuais, em 2009. A planta de Sinterização, que atualmente limita a capacidade de produção de Araxá a 75 mil toneladas/ano, também terá sua capacidade ampliada para 200 mil toneladas anuais de concentrado sinterizado – equivalentes a 110 mil toneladas/ano de ferronióbio. Os investimentos previstos permitirão a entrada em ope- Forno da metalúrgica da CBMM: produção de ferronióbio O aço no mundo novo programa de expansão do seu complexo industrial em Araxá permitirá à CBMM aumentar para 110 mil toneladas anuais a capacidade de produção de ferronióbio, a fim de atender o incremento da demanda mundial por aços de melhor qualidade e por nióbio. Com execução prevista em três etapas, as obras para ampliação da atual capacidade de produção de 70 mil toneladas já foram licenciadas pela Fundação Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (FEAM). No total, será investido cerca de R$ 250 milhões no plano de expansão. Na primeira fase, já O em andamento, a Usina de Concentração terá sua capacidade de processamento de minério aumentada de 450 toneladas/hora para 750 toneladas/hora. Com isso, a planta estará preparada para fornecer o volume de concentrado necessário para a produção das 110 mil toneladas anuais de ferronióbio, já estrategicamente programada. A etapa da Concentração consumirá a maior parte dos investimentos previstos e tem seu início de operação projetado para janeiro de 2008. Na etapa seguinte, acontecerá a ampliação das plantas de Metalurgia e de Sinterização. Na metalúrgica, será instalado o ter- Inovação CBMM 9 A produção mundial de aço, que em 2006 foi de 1,243 bilhões de toneladas, deverá crescer 6% em 2007. O IISI (International Iron and Steel Institute) prevê que 100 milhões de toneladas serão acrescidas, este ano, ao volume mundial, totalizando cerca de 1,343 bilhão de toneladas produzidas. De janeiro a abril deste ano, o mundo produziu 427,4 milhões de toneladas, segundo o Instituto. Destaque para a Ásia, responsável por 54,5% do volume de aço mundial, e para a China, que poderá bater novo recorde ao final de 2007, com 475 milhões de toneladas. Após a expansão, o complexo industrial em Araxá terá capacidade para produzir 110 mil toneladas anuais de ferronióbio. ração dessa planta no segundo semestre de 2008. Outros investimentos destinam-se à implantação de um pátio de homogeneização de minérios, com equipamentos de empilhamento e retomada. O pátio, segundo a equipe técnica, irá reduzir custos operacionais e flexibilizar a operação da mina. Após essas expansões, com exceção da planta de Defosforação, todo o complexo da CBMM ficará preparado para produzir até 110 mil toneladas/ano de ferronióbio. Embora a previsão seja de que, até 2010, essa produção não ultrapasse 90 mil toneladas/ano, o licenciamento na FEAM para as expansões das usinas de Concentração, Metalurgia e Sinterização já contempla a capacidade de 110 mil toneladas. Conseqüentemente, a atividade de lavra também será acelerada, passando a gerar volumes maiores de material estéril. Isso exigirá que o estéril seja disposto em pilhas, localizadas em áreas internas do parque industrial da empresa. Pelos cálculos, estima-se que, nos próximos 30 anos, a geração de estéril chegue a 36 milhões de metros cúbicos, segundo os relatórios encaminhados para a aprovação da FEAM. Troca de filtros em tempo recorde Em um momento de aquecimento do mercado, técnicos vencem o desafio de realizar uma manutenção indispensável, com o mínimo de impacto para a produção, e reduzem a paralisação necessária de dez para seis dias. om planejamento e criatividade, a equipe de manutenção mecânica da CBMM conseguiu reduzir, de dez para seis dias, o prazo previsto de paralisação da produção de ferronióbio para a reforma do filtro de mangas da Unidade Metalúrgica, em Araxá. A conclusão dos serviços, em tempo recorde, possibilitou antecipar em três dias a produção de 450 toneladas de ferronióbio e evitou atrasos no programa de embarques para os clientes internacionais em um momento crítico de grande procura pelos produtos da empresa. “Foi uma façanha notável, que revela o comprometimento e a capacidade de superação de desafios dos nossos técnicos”, disse o diretor geral, Fernando Moreira Salles, em reconhecimento ao trabalho da equipe de manutenção mecânica, liderada pelo engenheiro Fernando Luiz Silva e pelo encarregado, José Antônio Pereira. C Parar ou não parar No final de 2005, uma inspeção apontou furos, causados Inovação CBMM 10 por abrasão e corrosão, na carcaça e nas placas de sustentação das mangas (espelhos) do filtro da planta Metalúrgica. Localizados principalmente na câmara de aspiração superior e nos “espelhos”, os furos precisavam de reparo: no período de chuvas, eles aspiravam água para o interior do filtro, prejudicando sua eficiência. A presença de partículas extrafinas de alumínio metálico naquele equipamento, porém, impossibilitava uma intervenção rápida. Para a execução de qualquer trabalho de soldagem, oxicorte ou esmerilhamento, a boa prática recomenda a completa remoção dos mais de 1.600 conjuntos de mangas e gaiolas ali instaladas, seguida de uma limpeza minuciosa de toda a câmara. Qualquer fagulha poderia provocar a ignição do pó de alumínio, causando incêndio. Além disso, não era recomendável efetuar a limpeza com água. A reação água-alumínio pode provocar a liberação do hidrogênio, um gás com ampla faixa de risco de explosão e de fácil ignição. Inovação em soluções O planejamento inicial previa dois dias para remover, peça por peça, todos os conjuntos mangagaiola e mais um dia para limpeza e remoção de todo o resíduo de alumínio do interior do filtro. Somente no quarto dia poderiam ser iniciados os trabalhos de recuperação propriamente ditos. Seriam necessários de sete a dez dias para a execução do serviço, segundo estimativa inicial da Precismec – empresa contratada João Lima Diante das restrições, a primeira providência para minimizar o tempo de parada seria fabricar nova carcaça e novos espelhos para a câmara de aspiração superior. Recuperar essas partes, sem removêlas, demandaria cuidados especiais e implicaria um tempo proibitivo de parada, devido ao atual aquecimento do mercado mundial. Uma alternativa seria negociar com a diretoria da CBMM uma parada da planta para a execução do serviço adequado. Até que isso fosse possível, outro recurso seria efetuar reparos provisórios “a frio”, utilizando fibra de vidro para vedar os furos. Isso foi sendo feito, conforme a necessidade, ao longo de 2006. Entretanto, com o avanço das deteriorações, uma intervenção mais pesada, antes do período chuvoso de 2007, mostrou-se necessária. Uma eventual parada não programada, principalmente debaixo de chuva, seria ainda mais comprometedora para o programa de produção. O engenheiro Fernando Luiz Silva e o encarregado José Antônio Pereira para fabricar e entregar instaladas as partes avariadas. Depois, viria a reinstalação de mangas e gaiolas. Com as dificuldades impostas pela presença de finos de alumínio metálico, a previsão indicava de 12 a 15 dias de planta parada. Foi então que surgiu o desafio: executar todo o serviço em apenas dez dias. A Gerência de Manutenção convocou todos os seus departamentos para reavaliar o planejamento da parada. O Departamento de Mecânica, responsável pelo caminho crítico, aceitou o desafio. A parada da planta foi negociada para o final de maio. O filtro foi envolto por andaimes e plataformas para oferecer maior segurança e facilitar o acesso dos trabalhadores. Um suporte provisório para o conjunto de mangas foi instalado nas proximidades. Iniciado o serviço, a equipe percebeu que o particulado retido nas mangas e na câmara do filtro estava úmido. Por isso, o alumínio já deveria estar passivado ou oxidado. A primeira manga foi removida e, já fora do filtro, exposta à Inovação CBMM 11 chama de um maçarico, a fim de comprovar a redução/extinção da reatividade do pó de alumínio. Um teste complementar de medição de risco de explosão da atmosfera do filtro demonstrou que o uso de esmerilhadeira, para cortar parafusos e cordões de soldas, não ofereceria riscos de ignição. O planejamento inicial, de retirar manga por manga, cedeu lugar à inovação. Os técnicos optaram por remover os módulos completos de “espelhos”, com as respectivas mangas instaladas. Logo no primeiro dia, todas as mangas já haviam sido removidas e o filtro estava limpo, com todas as frentes de serviço liberadas. Uma equipe passou a cuidar da retirada das mangas das respectivas gaiolas, enquanto a outra pôde iniciar antecipadamente a substituição das partes avariadas e fazer os reparos de caldeiraria na carcaça do filtro. Simultaneamente, uma terceira equipe substituiu o rotor do ventilador. Resultado: o serviço foi concluído na metade do sexto dia de parada. Uma vitória. Meio ambiente Um processo inédito de recuperação da escória de alumínio Desenvolvida internamente, uma solução que permite reutilizar até 75% dos resíduos de alumínio hoje descartados na produção pode gerar ganhos ambientais e comerciais, além de reafirmar o compromisso da empresa com a sustentabilidade de sua atividade. A CBMM poderá recuperar parte do grande volume de alumínio utilizado como insumo na fabricação do ferronióbio. Anualmente, a empresa consome 25 mil toneladas de alumínio metálico em pó, que resultam em um volume similar de escória granulada, até então simplesmente descartado. Enquanto o ferronióbio é vendido para a indústria siderúrgica, o alumínio, na forma de resíduo fundido a outros elementos, vai direto para as células de aterro, mantidas no parque industrial da empresa. Desafiados pela direção a encontrar uma solução para o reaproveitamento do alumínio da escória, técnicos do Centro de Tecnologia, liderados pelo engenheiro químico Rogério Contato, debruçaram-se sobre a questão. O resultado é que, após seis meses de experiências laborato- riais, a companhia já conseguiu desenvolver um processo, em escala de laboratório, para aproveitamento do alumínio contido na escória granulada. "Até aqui atuamos em escala de laboratório, agora iniciamos a montagem Em apenas seis meses, a companhia desenvolveu um processo, em escala de laboratório, para aproveitamento do alumínio descartado na produção. de uma planta piloto, que é uma fase mais complexa", explica o engenheiro químico, Gustavo Silvestre, coordenador da experiência. A previsão é de que essa etapa esteja concluída até o final de 2007. A planta piloto vai permitir a avaliação da qualidade da alumi- Inovação CBMM 12 na, a consolidação do processo e dos custos de produção, bem como a obtenção de dados para o dimensionamento de uma planta industrial. "Só então saberemos se vamos partir para uma planta industrial", diz Gustavo, cauteloso. O projeto foi inteiramente desenvolvido na empresa. Envolveram-se nos trabalhos mais quatro técnicos da equipe do Centro de Tecnologia, comandada pelo engenheiro químico Rogério Cont ato: Marcos Botelho, Adriano Hilário, Rodrigo Mota e Marcos Paulo. O processo consiste, primeiramente, na dissolução da alumina encontrada na escória, que, após vários processos, convertese em hidróxido de alumínio. Este, por sua vez, é processado até a obtenção do óxido de alumínio com especificação e valor de mercado. Espírito de equipe para vencer o desafio "A chave do sucesso da experiência foi o trabalho em equipe, que permitiu o aproveitamento das idéias de todos", diz o engenheiro químico, Rogério Contato. Ele comemora: "Nosso desafio era encontrar uma forma de aproveitamento do alumínio que apresentasse melhor rendimento e nós conseguimos". Para o coordenador da iniciativa, Gustavo Silvestre, o que lhe valeu muito ao encarar o desafio proposto foi sua experiência anterior de dez anos como engenheiro de processos numa refinaria de bauxita. Antes de ingressar na CBMM, ele passou também pela área gerencial de uma grande empresa. "Foi muito importante voltar para a área técnica", afirma. Gustavo tinha apenas sete meses de companhia quando foi chamado para as experiências com o alumínio. "Desde o início, achei fantástica a oportunidade de participar de um projeto de fabricação de alumina a partir de uma matéria-prima muito diferente da usualmente utilizada", finaliza. João Lima Estima-se que, com o processo desenvolvido e a entrada em operação da futura planta industrial, cerca de 75% do alumínio contido na escória granulada poderá ser recuperado na forma de óxidos e hidróxidos. Os mercados potenciais para esses novos produtos são as indústrias de produção de alumínio metálico e de sulfato de alumínio, utilizado no tratamento de águas. Os ganhos previstos com essa nova descoberta são múltiplos. A recuperação do alumínio obtido da alumina, até então descartada, representa uma vitória tecnológica que reafirma a preocupação da CBMM de otimizar o uso de recursos minerais. Além disso, trata-se de um ganho econômico e, sobretudo, ambiental, apesar de diminuir apenas simbolicamente a dependência em relação ao principal insumo consumido na fabricação do ferronióbio. Uma projeção inicial indica que o volume total da escória (alumina e vários outros elementos), normalmente destinada às células de aterro da companhia, irá diminuir significativamente (em cerca de 46%), proporcionando ganhos ambientais e de disponibilidade de espaço físico. O mais importante, segundo o superintendente de Produção da companhia, Clóvis Antônio Faria Souza, é que um novo produto de alumínio reciclado que chega ao mercado aumenta o tempo de vida das jazidas atuais, reduzindo o ritmo da atividade de mineração para a produção do metal. O engenheiro de processos Gustavo Silvestre coordenou a iniciativa Inovação CBMM 13 O nióbio no centro Já está em andamento uma campanha para O s ganhos tecnológicos, ambientais e econômicos que o uso do nióbio proporciona à vida moderna são o tema de uma campanha publicitária desenvolvida pela CBMM e já em circulação em diversos veículos de comunicação. A Ponte JK, em Brasília, e plataformas de carros são os destaques dos primeiros anúncios veiculados. Os próximos “personagens” da campanha serão equipamentos médicos de ressonância magnética, gasodutos e turbinas de avião. Inovação CBMM 14 das atenções divulgar as vantagens desse metal. Inovação CBMM 15 Mural Fotos: João Lima Um visitante muito especial Ai Baojun, do grupo chinês Baoshan, em encontro com Fernando Moreira Salles, em São Paulo Doação de obras raras enriquece biblioteca pública O acervo do setor de Coleções Especiais da Superintendência de Bibliotecas Públicas ganhou duas obras raras em abril deste ano: Vocabulário português e Latino, de Raphael Bluteau, doado pela CBMM, e Ordenações Filipinas ou Ordenações e Leis do Reino de Portugal, nona e undécima edição, doada por Galileu Bonifácio da Costa. Publicado de 1712 a 1728, em Coimbra, Portugal, pelo Colégio das Artes da Companhia de Jesus, o Vocabulário, de Bluteau, com dez volumes, é considerado o primeiro dicionário monolíngüe do português — embora seja bilíngüe, com definições em latim. As Ordenações Filipinas são um conjunto de leis recompiladas por El Rei, Filipe I, que entrou em vigência em 1603, quando Portugal encontrava-se sob o domínio da Coroa espanhola (1580 a 1640). As filipinas sucederam as ordenações afonsinas e as ordenações manuelinas. Instalado no segundo andar da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, localizada na Praça Liberdade, Belo Horizonte, em um prédio projetado pelo arquiteto Oscar Niemayer, o setor de Coleções Especiais abriga conjuntos importantes, como a coleção que leva o nome do bibliófilo mineiro, José Alcino Bicalho. Apesar das limitações de agenda em sua última viagem ao Brasil, o presidente do grupo siderúrgico Baoshan, Ai Baojun, encontrou um tempo para visitar o escritório da CBMM, em São Paulo, em 30 de junho. Acompanhado de assessores, o dirigente do mais importante complexo siderúrgico da China foi recepcionado pelo diretor geral da CBMM, Fernando Moreira Salles. Eles conversaram sobre o crescimento do setor siderúrgico e o incremento do uso de nióbio em aços de qualidade na China. Ai Baojun veio ao Brasil para falar no 20º Congresso de Siderurgia do IBS. Maior cliente da CBMM na China, o grupo Baoshan, de Xangai, controla cinco usinas siderúrgicas que, em 2006, produziram 22,53 milhões de toneladas de aço. Seu planejamento prevê atingir 50 milhões de toneladas de aço, em 2012. Troca de equipamentos beneficia ação social A CBMM destinou os R$ 330 mil resultantes da venda de duas pás-carregadeiras que foram substituídas por equipamentos novos ao Servas – Serviço Voluntário de Assistência Social, do governo de Minas Gerais. A entrega foi feita para Andréa Neves da Cunha, que preside a entidade. Responsável por vários projetos de ação social e pelo atendimento a idosos carentes, o Servas coordena a produção da VitaSopa, um complemento alimentar utilizado em diversos programas de assistência. R$ 330 mil da venda de pás-carregadeiras revertidos para o Servas Inovação CBMM é uma publicação da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração – www.cbmm.com.br. Editor: J.D. Vital – Jornalista responsável. Coordenação, projeto gráfico: Conteúdo Expresso. Arte Final: Hiro Okita. Este material foi produzido com papel off-set brasileiro 100% reciclado. Parte das aparas pós-consumo utilizadas em sua produção é adquirida diretamente de uma cooperativa de catadores de papel, onde a coleta seletiva é um meio de geração de renda e reinserção social.