Inovação A maior do mundo Mais de 100 mil toneladas de aços microligados contendo nióbio foram utilizadas na construção da ponte chinesa Qingdao Jiaozhou, inaugurada em 2011 CBMM dezembro 2011 8 © China Daily Information Corp - CDIC / Reuters Nº 10 Posicionamento estratégico da CBMM no mercado mundial ganha força com a chegada de novos acionistas Programa de educação ambiental celebra 20 anos de atividades de conscientização e pesquisa com foco no Cerrado 2 12 NEGÓCIOS Fotos: Divulgação CBMM CBMM tem novos acionistas CBMM acaba de dar um passo estratégico para consolidar a inserção da tecnologia do nióbio nos maiores centros siderúrgicos mundiais e aumentar sua demanda. Em 2011, a CBMM vendeu 15% do seu capital para um consórcio de empresas japonesas e coreanas que inclui a Nippon Steel, a JFE Steel e a Pohang Iron and Steel Company (Posco). Também integram o grupo as instituições Japan Oil, Gas and Metals National Corporation (JOGMEC), do Japão, e a coreana The National Pension Service (NPS), além da So- A jitz Corporation – antiga Nissho Iwai –, parceira japonesa da CBMM há 42 anos. Outra parcela de 15% foi vendida a um grupo formado pelas companhias chinesas CITIC Group, Anshan Iron & Steel Group Corporation, Baosteel Group Corporation, Shougang Corporation e Taiyuan Iron & Steel Group Co. O Grupo Moreira Salles mantém o controle da companhia com 70% do capital. Os novos acionistas japoneses, coreanos e chineses são figuras de destaque na siderurgia mundial como produtores de aço da mais alta Hiroshi Nomura, vice-presidente executivo da JFE Steel, e Tadeu Carneiro, da CBMM Recentemente, tive a oportunidade de conhecer a mina da CBMM em Araxá, no Brasil, e fazer uma visita às suas instalações industriais. Na ocasião, recebi informações de como andam as operações e os negócios da companhia. Em uma palavra, a CBMM me impressionou muito como uma empresa excelente. A mina é operada de modo mais eficiente e organizado do que eu esperava. Em todos os sentidos, a operação é conduzida de acordo com o método dos 4S – organização (ou seiri, em japonês), ordem (seiton), limpeza (seiso) e padronização (seiketsu). O que mais me impressionou foi a adesão da CBMM a três valores os quais acredito que toda empresa deve ter como parte de sua missão: lucratividade, continuidade e contribuição à sociedade. É desnecessário falar do excelente desempenho da CBMM. A continuidade é avalizada por depósitos minerais equivalentes a mais de 200 anos de demanda mundial e pela posição dominante da companhia no mercado global – que, adicionalmente à gestão estável, farão dela uma companhia amplamente reconhecida. Na cidade de Araxá, conheci escola, hospital, asilo para idosos e outras iniciativas que comprovam o comprometimento de longo prazo da CBMM com a comunidade. A CBMM certamente tem esses três valores. Por isso, creio que o grupo siderúrgico JFE Steel tem muito a aprender com sua respeitável gestão. Estou muito feliz com o sucesso da JFE Steel em chegar a uma nova fase de parceria com a CBMM, neste último ano. Espero que a gestão extraordinária dessa companhia continue sua trajetória. Hiroshi Nomura, vice-presidente executivo da JFE Steel Corporation Joon-Yang Chung, CEO da POSCO, com as crianças da CBMM em Araxá Yutake Kase, presidente da Sojitz Corporation, e Tadeu Carneiro, da CBMM presa. Disse que, depois que as relações entre as duas companhias passaram do nível de fornecedor e comprador para o nível de parceiros, sua confiança na CBMM aumentou. Afirmou ainda estar certo de que agora será possível “expandir e aprofundar mais as relações entre as duas companhias”, destacando especialmente o desenvolvimento de novos aços de alta tecnologia contendo nióbio. O presidente da Sojitz Corporation, Yutake Kase, também se manifestou após visita a Araxá. Ele disse ter ficado “fortemente impressionado não só pela filosofia de gestão e pelos projetos da CBMM” como t ambém pela assistência às famílias dos empregados e à comunidade. Além de declarar que a companhia é um dos melhores parceiros de sua empresa, afirmou: “Nós da Sojitz estamos ansiosos para desenvolver novos projetos com a CBMM e contribuir para o incremento das aplicações do nióbio”. Fotos: Assessoria de Imprensa do Governador MG tecnologia. Dessa forma, conferem um aval importante para acelerar a implantação das soluções que envolvem o uso do nióbio. Desde os anos 1970, quando o nióbio ainda era desconhecido, a CBMM desenvolve um programa que busca ampliar seu mercado. A estratégia deu certo. Suas vendas de ferronióbio, que em 1975 foram de 5,4 mil toneladas, totalizaram 61,9 mil toneladas em 2010, o equivalente a 80% do mercado mundial. Mas as perspectivas de ampliação do mercado precisam levar em conta um grande desafio: apenas 10% do aço produzido no mundo, cerca de 1,2 bilhão de toneladas em 2010, consome nióbio. Além disso, no mesmo período, o Brasil produziu apenas 32,8 milhões de toneladas de aço, segundo o Instituto Aço Brasil. Após visita às instalações da companhia em Araxá, em mensagem à diretoria da CBMM, o CEO da Posco, Joon-Yang Chung, manifestou sua satisfação em conhecer as operações da em- Vinícius Cipriano recebe seu prêmio de Antônio Gilberto (esquerda), na presença de Antônio Anastasia e Ana Lúcia Gazzola EDUCAÇÃO Incentivo aos jovens talentos da matemática ela quinta vez desde que foi criado em 2006, para fomentar o estudo das ciências exatas, o Prêmio CBMM de Matemática foi entregue aos estudantes mineiros do terceiro ano do ensino médio ganhadores da Medalha de Ouro da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. Realizada no Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, a cerimônia de entrega foi presidida pelo governador Antônio Augusto Junho Anastasia, que enalteceu a iniciativa da CBMM. O evento contou com a presença da secretária de Educação do Estado, Ana Lúcia Gazzola, e de autoridades escolares da capital e do interior mineiro. Foram entregues os prêmios referentes aos anos de 2009 e 2010. Em nome da CBMM, o diretor administrativo Antônio Gilberto de Castro entregou um cheque de R$ 10 mil ao estudante Vinícius Cipriano Klein, do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, vencedor P 7 8 9 10 4 1 Da esquerda para a direita: (1) Liangliang Zhu, (4) Meng Wang, (7) Yufeng Sun, (8) Li Lin, (9) Bo Liu, (10) Baolin Ye, (11) Zhu Wang com a equipe local da CBMM 11 Representante dos vencedores de 2010, Thiago Poeiras recebe sua premiação do nível Minas Gerais da Olimpíada nos últimos dois anos. Representando os outros premiados de 2010, o estudante Thiago Poeiras Silva, do Colégio Tiradentes, de Belo Horizonte, recebeu de Antônio Gilberto um cheque de R$ 5 mil. Antônio Gilberto disse que, desde sua criação, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação, o prêmio apresenta números expressivos: foram contemplados 123 estudantes e 98 professores, todos da rede de escolas públicas mineiras. Cada um deles recebeu um total de R$ 5 mil. Segundo ele, a CBMM é “uma empresa devotada à ciência e à tecnologia, e vê no conhecimento da matemática a base da inovação, da tecnologia e do desenvolvimento econômico”. “É por isso”, prosseguiu o diretor, “que consideramos um privilégio participar, junto com o governo de Minas, dessa grande olimpíada – a qual, na verdade, funciona como uma fábrica de campeões do conhecimento matemático.” Foto: Divulgação CBMM RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL Rogério Contato (esquerda), Edouard Vialou, Fernanda Fenga e Clóvis Sousa coordenaram o trabalho de obtenção do REACH Pioneirismo na aprovação do REACH CBMM obteve um dos registros mais restritos e cobiçados da indústria mundial que comercializa seus produtos na Europa, o Registration, Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemical Substances (REACH) – ou Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de Produtos Químicos. Porque sem ele as empresas correm o risco de encontrar problemas para dar continuidade ao suprimento de seus clientes, o REACH tornou-se objeto de desejo e de preocupação de toda a indústria, desde que entrou em vigor em 2007, com a finalidade de identificar as propriedades das substâncias químicas que circulam na Europa. Esse regulamento da União Europeia impõe à indústria maior responsabilidade no gerenciamento da qualidade dos seus produtos e na in- A Instituição independente e autônoma, a Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA) tem a missão de garantir o mais alto nível de qualidade técnica e científica na avaliação de dados para registros REACH formação sobre a segurança das substâncias químicas comercializadas. Suas normas são consideradas excessivamente burocráticas, e até mesmo drásticas, em seu propósito de melhorar a proteção da saúde humana e do meio ambiente nos países europeus. Além de exigir a realização de ensaios e testes laboratoriais complexos e demorados, o cumprimento de todos os requisitos técnicos requer investimentos expressivos devido a seus custos elevados. Para atender à grande quantidade de normas, foi necessário um esforço multidisciplinar da CBMM, com o envolvimento de pessoas das áreas industrial e de pesquisa. O trabalho culminou com o registro das substâncias comercializadas no European Chemicals Agency (ECHA) – a Agência Europeia dos Produtos Químicos –, pela subsidiária CBMM Europe BV, antes de dezembro de 2010, de forma pioneira e com antecipação de prazos. Por ser líder na tecnologia, na produção e na comercialização do nióbio no mercado internacional, coube à CBMM, por meio de sua subsidiária europeia, tomar a frente de um grupo de fabricantes e importadores de produtos à base de nióbio interessado na aprovação da União Europeia. Segundo o regulamento, fabricantes e importadores são obrigados a inventariar as propriedades de seus produtos. As informações geradas ganham registros na ECHA, com sede em Helsinque, na Finlândia. Embora o nióbio faça parte do grupo de apenas cinco elementos hipoalergênicos (que não causam alergia) – os outros são titânio, zircô- nio, platina e tântalo –, a CBMM cumpriu à risca todas as formalidades do REACH para reafirmar a qualidade sanitária de seus produtos. Nos melhores laboratórios do mundo foram realizados ensaios que evidenciaram e confirmaram a ausência de periculosidade de ferronióbio, das ligas especiais niquelnióbio e ferronióbio de alta pureza, do nióbio metálico e do óxido de nióbio. A CBMM liderou também a realização dos registros e foi a principal registrante para o metal nióbio e para o pentóxido de nióbio. Todos os produtos da CBMM ganharam o reconhecimento oficial da ECHA como seguros e inofensivos à saúde e ao meio ambiente. Os registros foram avaliados e autorizados sem restrições. Mais informações sobre o REACH e a ECHA estão disponíveis nos endereços eletrônicos http://echa.europa.eu/home.en.asp - http://echa.europa.eu/reach_en.asp Foto: © China Daily Information Corp - CDIC / Reuters INTERNACIONAL Nióbio brasileiro na maior ponte do mundo PESQUISA Cientistas chineses vencem o Prêmio Charles Hatchett Mais de 5 mil pilares de concreto e aço sustentam a ponte, que conta com três faixas de rolamento e um acostamento em cada uma das pistas Mais de um quarto do aço utilizado na obra é constituído de aços microligados contendo nióbio, fornecidos por clientes chineses da CBMM China em primeiro no ranking Inaugurada em solenidade que integrou as comemorações dos 90 anos do Partido Comunista da China (fundado em julho de 1921), a nova plataforma supera em 4 quilômetros a ponte sobre o lago Pontchartrain, no estado da Louisiana, nos Estados Unidos, anteriormente apontada pelo Guinness World Records (o livro dos recordes) como a mais extensa do mundo, com 38,4 quilômetros. Agora, a ponte americana é a segunda na lista das dez pontes mais compridas do mundo. Fica também na China a terceira colocada: a ponte Donghai, que, com seus 32,5 quilômetros de extensão, liga Xangai ao porto de Yangshan. A brasileira Rio-Niterói, com 13 quilômetros, aparece na sexta posição nesse ranking. empresas Jinan Steel, Wisco e Qingdao Steel, de acordo com informações da indústria siderúrgica chinesa. As siderúrgicas Jinan Steel e Wisco estão entre os dez maiores clientes da CBMM na China. A ponte, que liga a parte leste da cidade de Qingdao à ilha de Huangdao, é um híbrido de concreto e aço. Segundo dados técnicos da obra, o nióbio foi utilizado para aumentar a segurança dos pilares: 25% das 300 mil toneladas de aço utilizadas dentro da armação de concreto – ou seja, 75 mil toneladas – são do tipo HRB335 e HRB400, que contêm nióbio. Segundo a emissora estatal chinesa CCTV, a obra custou 10 bilhões de yuans (1,5 bilhão de dólares) e foi concluída em apenas quatro anos. A ponte encurta entre 20 e 40 minutos o tempo de travessia entre os dois lados de uma área marítima que ficou mundialmente famosa por ter sediado as competições de vela da Olimpíada de 2008. Os principais aços utilizados nessa ponte, que surpreendeu o mundo por sua imponência e tecnologia, incluem placas e produtos longos usados na construção de caixas de viga, parapeitos e, principalmente, nos vergalhões das estruturas de concreto. gia de Pequim (USTB), além dos pesquisadores Guo Dong Zhang e Cheng Liang Miao, também pertencentes à mesma universidade da capital chinesa. O trabalho apresenta uma forma de estudo que permite aperfeiçoar os processos de laminação a quente de aços utilizados na fabricação de tubos para óleo e gás. Ele mostra como obter as melhores propriedades dos aços alto nióbio (0,1%) por meio do processo denominado High Temperature Process (HTP), utilizado na laminação a quente desses aços. O Prêmio Charles Hatchett, que homenageia o cientista que descobriu o elemento nióbio em 1801, foi entregue em cerimônia realizada no Institute of Materials, Minerals and Foto: Divulgação CBMM nióbio está presente na ponte mais longa do mundo, na China. Com 42,5 quilômetros de comprimento, 35 metros de largura e sustentada por 5.200 pilares, a ponte sobre as águas da baía de Jiaozhou consumiu um total de 450 mil toneladas de aço, das quais 123.260 toneladas são de aços microligados contendo nióbio. Os produtos de aço foram fornecidos pelas O ela primeira vez, em 33 premiações, um trabalho de pesquisa chinês ganhou o Prêmio Charles Hatchett, concedido anualmente ao melhor estudo em ciência e tecnologia do nióbio e suas ligas. “Recrystallization and strain accumulation behaviors of high Nb- bearing line pipe steel in plate and strip rolling” é o trabalho vencedor da edição 2011, anunciado em cerimônia de premiação realizada nos dias 12 e 13 de julho, no Institute of Materials, Minerals and Mining (IOM3), em Londres. Os autores premiados são o professor Sundaresa Venkata Subramanian, da Universidade McMaster, do Canadá, e o professor Cheng Jia Shang, da Universidade de Ciência e Tecnolo- P Da esquerda para a direita: C. J. Shang, C. L. Miao, Jan Lewis (IOM President), G. D. Zhang e S. V. Subramanian Mining com a presença de renomados cientistas e pesquisadores mundiais, como John Jonas, Gary Purdy, Harry Badheshia, Wolfgang Bleck, Malcolm Gray, Kevin Banks e Bill Morrison. O professor Subramanian disse que, por muitos anos, teve “a felicidade de trabalhar com os mais brilhantes estudantes chineses, que posteriormente alcançaram posições de destaque na academia e na indústria, tanto da China quanto da América do Norte”. Segundo ele, a premiação de 2011 causou um impacto positivo na comunidade chinesa. O diretor geral da CBMM, Tadeu Carneiro, também se disse “satisfeito com a vitória dos chineses em 2011”, o que, segundo ele, demonstra o estágio elevado que a China já atingiu na tecnologia do nióbio e suas aplicações. Carneiro observou que o trabalho premiado “contribui para a melhoria do processamento e das propriedades dos aços com elevado teor de nióbio utilizados para a fabricação de tubulações de óleo e gás”. A pesquisa chinesa foi apresentada em um seminário promovido pela CBMM no The Royal Society London, em 13 de julho, juntamente com outros trabalhos sobre o tema: “O processamento da austenita em aços microligados ao nióbio”. Nesse mesmo evento houve a entrega do certificado de Fellowship do Institute of Materials, Minerals and Mining a Tadeu Carneiro, em reconhecimento por suas obras e por suas contribuições científicas ao longo de sua vida profissional. Foto: João Lima TECNOLOGIA Pioneiro em sua área na homologação pela RMMG, o laboratório da CBMM agora tem certificado de acreditação válido em cerca de 50 países Mais um reconhecimento oficial de responsabilidade ambiental responsabilidade ambiental da CBMM recebeu dos órgãos oficiais de regulamentação mais um importante atestado de qualidade e capacidade. Em 5 de julho de 2011, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) concedeu ao laboratório da CBMM o certificado de acreditação CRL 0502. O instituto possui acordo de reconhecimento mútuo com 72 organismos de acreditação em cerca de 50 países. pela Rede Metrológica de Minas Gerais (RMMG). Desde aquela época, o laboratório de Araxá emite laudos que atendem à Deliberação Normativa COPAM 089/05. A CBMM foi a primeira empresa privada do seu ramo de atuação a obter a homologação da RMMG, em atendimento aos requisitos da norma NBR ISO /IEC 17025. Localizado na planta industrial de Araxá, o laboratório foi aprovado por evidenciar a conformidade aos requisitos estabelecidos pela norma ABTN NBR ISO IEC 17025:2005 na realização de análises de nióbio em ferronióbio standard e em 19 ensaios ambientais em água bruta e residual, qualidade do ar e emissões atmosféricas. Intercâmbio de qualidade A A acreditação renova e reforça a confiança nos laudos emitidos pelo laboratório da companhia, que em outubro de 2008 já havia sido homologado O cumprimento de padrões internacionais atesta a competência de um laboratório na realização de ensaios e calibrações, incluindo as amostragens. Além disso, facilita o estabelecimento de acordos de reconhecimento mútuo entre organismos de credenciamento nacionais e internacionais, promovendo a confiança entre laboratórios e instituições. Programa de educação ambiental da CBMM completa 20 anos er de perto um tamanduá-bandeira com seu passo lento e sentar à sombra de um embiruçu frondoso não é coisa fácil de realizar para uma criança do interior do país, mesmo que ela viva em uma cidade situada no Cerrado, hábitat daquelas espécies. Não só porque alguns animais e plantas silvestres são cada vez mais raros mas também pela distância de zoológicos e jardins botânicos, quase sempre localizados nas grandes metrópoles. V Diferentemente de crianças de outras cidades médias e pequenas, as do planalto de Araxá têm a chance de participar de autênticas aulas de campo nas unidades de conservação e reprodução de espécies da fauna e da flora do Cerrado mantidas pela CBMM. A ideia, que partiu da própria companhia, completa agora 20 anos, com a adesão de toda a rede de ensino – escolas públicas municipais e estaduais urbanas e rurais, além de escolas privadas locais e regionais. Em 1992, a CBMM abriu para a comunidade as portas de sua sede industrial e das já existentes unidades de conservação da biodiversidade (um viveiro de mudas e um criadouro conservacionista). Desde então, a empresa firmou parcerias com instituições diversas e passou a oferecer atividades como visitas monitoradas, palestras e cursos para instituições de ensino. “Precisávamos compartilhar com a comunidade o conhecimento acumulado sobre o Cerrado”, pontua a veterinária Laura Teodoro, coordenadora da equipe multidisciplinar do Centro de Desenvolvimento Ambiental (CDA) da companhia. Antes mesmo de iniciar o Programa de Educação Ambiental, a CBMM já se destacava no país como uma das pioneiras na reprodução em cativeiro do lobo guará, com o nascimento dos primeiros filhotes da espécie nas dependências do Criadouro Conservacionista de Araxá. Hoje, por meio do programa, as crianças entram em contato com espécies como lobo guará, ema, arara-canindé, anta, macaco sauá, macaco O projeto envolve uma população média de 150 animais de 20 espécies do Cerrado, das quais oito têm classificação de vulnerável ou ameaçada de extinção. bugio, papagaio galego, goiabeira de fruto amarelo, mulungu, gravatá, ananás, caviúna e muitas outras preciosidades locais. A ênfase das atividades é a aquisição de conhecimento sobre as espécies endêmicas ameaçadas de extinção. Assistidas pela equipe de profissionais e estagiários do CDA, elas aprendem também sobre o hábitat dessas espécies e participam de uma aula básica sobre o nióbio e a forma como é extraído e beneficiado dentro de normas e padrões de procedimentos que previnem impactos sobre a natureza. A cada ano, o programa atende cerca de 8 mil alunos, professores e gestores da rede de ensino de Araxá. Até 2010, a soma de participantes atingia 40 mil. A partir de 2006, tornou-se atividade duradoura complementar ao currículo. Além da Prefeitura Municipal de Araxá e do Centro Universitário do Planalto de Araxá (Uniaraxá), destacam-se entre os parceiros da CBMM nessa iniciativa a Polícia Militar do Meio Ambiente (PMMA), o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Sustentável de Araxá e a ong Reserva Ecocerrado Brasil. Para a secretária municipal de Educação de Araxá, Maria Célia Araujo Vieira, parcerias como a da CBMM são decisivas num contexto de novos paradigmas de interação entre escolas e comunidade. “Temos o compromisso de contribuir para o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, o trabalho integrado com a equipe do Cen- Foto: Divulgação CBMM MEIO AMBIENTE Mural 33 das 125 espécies representadas na coleção de flora típica do Cerrado têm enquadramento como rara, ameaçada ou protegida por lei. tro de Desenvolvimento Ambiental da CBMM não só agrega valor e eficiência ao processo educacional de crianças e adolescentes como propicia a apropriação de conhecimentos e métodos voltados para a formação contínua”, afirma a secretária. Apoio à pesquisa científica Além do programa destinado ao ensino fundamental, os projetos de conservação da biodiversidade desenvolvidos pelo CDA envolvem atividades de pesquisa e capacitação de profissionais para atuação nas áreas de manejo e conservação de espécies do Cerrado. O criadouro da companhia, inicialmente registrado pelo Ibama como Parque Natural, foi enquadrado, em 2008, como criadouro científico de fauna silvestre para fins de conservação, em reconhecimento ao volume de trabalhos científicos realizados internamente e em parceria com instituições diversas. Só no período de 2004 a 2010, o CDA promoveu a capacitação em manejo e conservação de fauna e flora do cerrado de 67 alunos oriundos de cursos técnicos e de graduação de áreas afins às atividades desenvolvidas no CDA, como ciências biológicas, engenharia ambiental, engenharia florestal, zootecnia, medicina veterinária. As pesquisas, conduzidas em cooperação com universidades brasileiras, são referência no país. De 1996 a 2010, a CBMM colaborou em 18 projetos de pesquisa sobre seis espécies, realizados por 16 instituições brasileiras – entre elas Embrapa, Ibama, Unicamp, Universidade Federal de Viçosa, UFMG, PUC Minas e Universidade Federal do Paraná. Essas pesquisas resultaram em dois Planos de Gestão de Fauna do Ibama e mais de uma centena de trabalhos técnico-científicos publicados em congressos e revistas especializadas. Inovação O mais importante minério de Araxá está presente na cruz que a arquidiocese de Belo Horizonte inaugurou para marcar o início da construção da Catedral Cristo Rei. Com 20 metros de altura e 7 toneladas, a cruz foi fabricada com aço de alta resistência microligado ao nióbio. Em sua composição foram utilizados 2,8 quilos do mineral. A adição de ferronióbio conferiu aumento de resistência ao aço e permitiu a redução de 1 tonelada no peso final. Desenhada pelo arquiteto Oscar Niemayer, também autor do projeto da nova catedral, a cruz foi doada pela CBMM, em parceria com a empresa Codeme Engenharia. Realizada em 19 de novembro de 2011, a cerimônia que marcou a iluminação da cruz e o lançamento da pedra fundamental da nova catedral foi presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo. Na ocasião, o governador mineiro Antônio Anastasia ressaltou que “a cruz da Catedral Cristo Rei foi feita de aço, nióbio e minério de ferro, riquezas e símbolos de Minas Gerais”. Nióbio e Sustentabilidade Para o gerente de Meio Ambiente e Apoio Tecnológico da CBMM, Bruno Riffel, o programa de educação ambiental voluntário desenvolvido pela companhia é significativo par a di v u l g a r e di s c u t i r a s p r á t i c a s d e desenvolvimento ambiental da empresa, que incluem cuidados especiais na utilização dos recursos naturais, das atividades de lavra e beneficiamento do minério à produção e comercialização dos produtos de nióbio. “Atuamos no Cerrado, um dos biomas mais importantes do nosso país. Embora as operações de lavra do nióbio estejam limitadas a apenas cerca de 2,5 quilômetros quadrados, os controles operacionais foram estabelecidos para respeitar e valorizar esse bioma: adotamos normas internas mais restritivas do que as das exigências legais; reciclamos 30 tipos diferentes de resíduos e recirculamos 95% da água utilizada no processo industrial. Quando comparada com a área verde existente em 1953, ano da descoberta do nióbio em Araxá, a propriedade da CBMM apresenta atualmente uma área verde adicional de 50%”, declara Riffel. Também faz parte do Programa de Educação Ambiental a divulgação dos benefícios ambientais da aplicação dos produtos de nióbio da CBMM, que otimizam recursos no Brasil e em 60 países. “Uma pequena adição de nióbio em aços, a exemplo daqueles utilizados em edificações, chassis de automóveis e pontes, proporciona maior resistência às ligas. Assim, há redução significativa de materiais e processos requeridos para as suas construções. Como decorrência, a utilização dos produtos de nióbio da CBMM promove uma redução na geração de dióxido de carbono, um dos principais responsáveis pelas mudanças climáticas”, esclarece o gerente. Foto: Jackson Romanelli / Jornal Estado de Minas Foto: Divulgação CBMM Nióbio com um significado especial Fotos: Divulgação CBMM Foto: Divulgação CBMM Mural Cláudio Scliar destaca atuação exemplar da companhia O secretário de Geologia, Mineração e Transformação do Ministério de Minas e Energia, professor Cláudio Scliar, apontou a CBMM como exemplo a ser seguido pela indústria mineral brasileira, por ter criado um mercado mundial para o nióbio de Araxá, gerando ganhos e tecnologia para o país. Em palestra para empresários e lideranças políticas mineiras na Associação Comercial de Minas, em Belo Horizonte, Scliar ressaltou a importância do fomento à pesquisa mineral, como política de governo, com ênfase para o “Plano Nacional de Mineração 2030”. Ele afirmou que a CBMM, desde a descoberta da jazida de Araxá, por Djalma Guimarães, investiu em pesquisa e desenvolvimento e “criou o nióbio, a necessidade dele”. Com isso, a empresa conseguiu substituir outros metais, mediante o desenvolvimento de um mercado então inexistente para o nióbio. Atualmente, observou o secretário, a CBMM “tem uma produção muito expressiva do ponto de vista mundial”. Segundo ele, “em matéria de nióbio, nós (o Brasil) tomamos conta – e isso é um incentivo”. Ele declarou também não ter dúvida sobre o acerto de “como a CBMM investiu no Brasil e no mundo, nesse sentido”. Cláudio Scliar foi taxativo: “Este é o caminho de incentivo de uma política mineral que tem que estar acoplada a uma política industrial para o país. Isto é uma necessidade e tem que ser um desejo de cada país”. Homenagem da Câmara Municipal de Araxá A contribuição da CBMM para a construção da nova sede da câmara de vereadores do município foi reconhecida com a inauguração, no fim de junho, de uma placa que homenageia a companhia. Na placa, instalada na entrada do novo prédio, localizado na avenida João Paulo II, os vereadores se referem à CBMM como “empresa cidadã“ e elogiam a presença da empresa “em todos os momentos importantes da trajetória administrativa, social, política e histórica da comunidade araxaense”. Inovação CBMM é uma publicação da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração – www.cbmm.com.br Editor: J.D. Vital – Jornalista responsável. Coordenação: Bei Comunicação. Arte Final: Hiro Okita. Este material foi produzido com papel off-set brasileiro 100% reciclado. Parte das aparas pós-consumo utilizadas em sua produção é adquirida diretamente de uma cooperativa de catadores de papel, onde a coleta seletiva é um meio de geração de renda e reinserção social.