Anos 2000
Escândalo da Bancoop
Após três anos de investigações, o Ministério Público de São Paulo teve acesso a um
esquema de desvio de dinheiro relacionado ao Partido dos Trabalhadores: o esquema Bancoop.
Desde 2005, existiriam fraudes relacionadas à Cooperativa Habitacional dos Bancários de São
Paulo, uma vez que “consumidores” alegariam ter quitado o valor integral dos imóveis, mas
deixaram de recebê-los e continuaram a pagar parcelas das prestações referentes aos mesmos.
Seriam mais de 8.000 páginas de registros de transações bancárias realizadas pela Bancoop
entre 2001 e 2008, revelando que esta teria se transformado num complexo esquema criminoso de
desvio de dinheiro, destinado a diretores e ao abastecimento de campanhas eleitorais do partido.
Constituir-se-ia um esquema para captação de recursos para alimentar o caixa dois do partido e
financiar a campanha do candidato a presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
A Justiça determinou o bloqueio das contas da Bancoop e a quebra de sigilo bancário
daquele considerado como principal responsável pelo esquema de desvio de dinheiro, João Vaccari
Neto, ex-diretor financeiro e ex-presidente da cooperativa. A partir das análises realizadas pelo
Ministério Publico, constatou-se que teria sido realizado um milionário volume de saques em
dinheiro, por meio de cheques emitidos pela Bancoop, para ela mesma ou para seu banco. Estima-se
que o rombo tenha ultrapassado 100 milhões de reais.
Metade desses documentos obedecia o padrão destinado a permitir saques anônimos. Outros
cheques encontrados, totalizando 10 milhões de reais e compreendidos no período de 2003 a 2005,
foram, entretanto, destinados a quatro dirigentes da cooperativa, o ex-presidente Luiz Eduardo
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Malheiro e os ex-diretores Alessandro Robson Bernardino, Marcelo Rinaldo e Tomas Edson
Botelho Fraga. Outro notório participante do caso foi Freud "Aloprado" Godoy, ex-segurança das
campanhas do presidente Lula, que teria recebido cheques totalizando 1,5 milhão de reais, datados
entre 2005 e 2006.
Em 2010, parlamentares da CPI da Bancoop pediram a intervenção do Ministério Público de
São Paulo (MP-SP) na cooperativa habitacional, o que é previsto no caso de cooperativas que
violem de forma contumaz a legislação ou estejam sob ameaça de insolvência por má
administração.
O relatório final da comissão, com 81 páginas, foi apresentado e aprovado na Assembleia
Legislativa de São Paulo, documento no qual o relator da CPI, deputado Bruno Covas (PSDB),
solicita ainda a exclusão da personalidade jurídica de cooperativa da Bancoop, para que os
prejudicados por ela sejam considerados consumidores. Assim, as vítimas da Bancoop terão
assegurado seus direitos. O MP terá de analisar o pedido da CPI para decidir se será aceito ou não.
Fontes:
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ato-que-cria-cpi-da-bancoop-e-publicado-no-diario-ofi
cial,522144,0.htm
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/exclusivo-revelado-esquema-petista-bancoop
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/cpi-pede-intervencao-do-mp-na-bancoop
Acessados em 2010.
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