Epidemiologia e resultados da Síndrome de Desconforto Respiratório
Agudo em crianças de acordo com a definição de Berlim: estudo prospectivo
multicêntrico
Crit Care Med 2014; XX:00–00 (publicação online)
,Brasil
Apresentação: Débora Matias
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 28 de abril de 2015
UTI Pediátrica do Hospital Regional da Asa SUL/
Materno Infantil de Brasília/SEDF
Introdução
• Em 1994, a Conferência de Consenso Americano-Européia (AECC)
primeiramente definiu os critérios de diagnóstico de Síndrome do
Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), que tem sido amplamente
utilizado por clínicos pediátricos e adultos em terapia intensiva e
levou a grandes avanços na compreensão da epidemiologia,
resultados e tratamento da doença.
• Em 2012, a Sociedade Americana e Européia de Terapia Intensiva
revisou os critérios da AECC para abordar algumas das suas
limitações.
• Os novos critérios, denominados como os critérios de Berlim, foram
criados através de um consenso de especialistas e validado
utilizando metánálise de 4188 pacientes adultos com SDRA.
• Os pacientes são classificados com SDRA em três categorias
mutuamente exclusivas: leve, moderada e grave e mostrou uma
clara distinção em termos de gravidade entre eles.
Introdução
• Embora a epidemiologia da SDRA tem sido bem
documentada para os adultos, poucos estudos
epidemiológicos são realizados em crianças.
• Estudos que utilizaram a definição AECC mostrou
prevalência de 0,86% a 7,8% das internações na UTI
Pediátrica (UTIP) e 5% a 20,5% dos pacientes em
ventilação mecânica (VM), com taxas de mortalidade
que variam de 14% a 61%.
• Maiores taxas de mortalidade foram relatadas em
países em desenvolvimento.
Introdução
• Apesar dos dados utilizados no estudo de Berlim não
incluir pacientes pediátricos, a sua validade para
lactentes e crianças recentemente foi demonstrada num
estudo realizado pela Sociedade Europeia de Terapia
Intensiva Pediátrica e Neonatal.
The use of the Berlin definition for acute respiratory distress syndrome during infancy and early childhood:
multicenter evaluation and expert consensus.
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De Luca D, Piastra M, Chidini G, Tissieres P, Calderini E, Essouri S, Medina Villanueva A, Vivanco Allende A, PonsOdena M, Perez-Baena L, Hermon M, Tridente A, Conti G, Antonelli M, Kneyber M; Respiratory Section of the
European Society for Pediatric Neonatal Intensive Care (ESPNIC).
Intensive Care Med. 2013 Dec;39(12):2083-91. doi: 10.1007/s00134-013-3110-x. Epub 2013 Oct 8.
Artigo Integral! A conclusão: A validade da definição de Berlim para crianças é semelhante a já relatada em
adultos e principalmente devido a introdução da categoria SDRA severa.
• A aplicabilidade da definição de Berlim para crianças
acima de 18 meses, no entanto, ainda não foi avaliada.
Objetivos
• O principal objetivo deste estudo foi avaliar se a
definição de Berlim pode diferenciar melhor a
gravidade da doença em comparação com a definição
AECC, pela análise das diferenças na mortalidade,
número de dias fora da ventilação mecânica e tempo
de internação hospitalar e na UTIP em uma população
de crianças de 1 mês a 15 anos de idade.
• Teve como objetivo também avaliar a prevalência de
SDRA para avaliar a importância dos fatores de risco
selecionados para o seu desenvolvimento, e para
relatar as práticas ventilatórios e terapias utilizadas em
crianças com doenças graves em um país em
desenvolvimento.
Métodos
• Foi realizado um estudo prospectivo de coorte
multicêntrico de março a setembro de 2013.
• O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa de cada centro participante e foi
obtido consentimento informado dos pais ou
responsáveis legais de todos os participantes.
• Oito
centros
participaram
do
estudo,que
compreende um total de 77 leitos de UTIP. Todos os
centros estão localizados em duas cidades do estado
de São Paulo, Brasil.
Métodos
• Entre os centros participantes, dois eram hospitais
terciários privados e seis eram hospitais públicos
acadêmicos (2 centros secundários e 4 terciários ).
• Todas as crianças de 1 mês a 15 anos de idade
admitidas na UTIP foram selecionadas para o estudo.
Os pacientes que morreram nas primeiras 24 horas
de internação, portadores de cardiopatia congênita
cianótica ou que não consentiram em participar do
estudo foram excluídos.
Coleta de Dados
• Os dados clínicos e demográficos, escores de gravidade
(Pediatric Risk of Mortality [PRISM] e Pediatric Index of
Mortality [PIM] 2), o tipo de admissão (clínica ou
cirúrgica), escolaridade materna (usado como um
substituto para o nível socioeconômico) e presença de
infecção foram registradas à admissão na UTIP.
• Os dados sobre a presença de edema pulmonar na
radiografia do tórax, ventilação, gasometria arterial, e a
presença dos critérios diagnósticos de SDRA de acordo
com as definições de Berlim e da AECC foram
registrados diariamente, a partir do dia da admissão na
UTIP.
• Para os pacientes que desenvolveram SDRA foram também
registrados informações sobre fator de risco para SDRA,
presença de infecção e agente etiológico que levou a SDRA,
terapias de resgate e número de dias fora da ventilação.
• Utilizou-se o pior registro PaO2/FiO2 durante a internação na
UTIP para categorizar SDRA de acordo com ambas as
definições, juntamente com a PEEP, pico de pressão
inspiratória, Vt (volume corrente), pH, e valores de PCO2
registrados no mesmo momento.
• Comorbidade foi definida como a presença de qualquer
doença crônica antes da admissão em UTIP e classificada de
acordo com o sistema afetado como malformações,
síndromes
genéticas,
neuromuscular,
cardiovascular,
respiratório, gastrointestinal, renal, imunológica, metabólica,
doença oncohematológica e prematuridade.
• A complacência respiratória (Crs) foi calculada de acordo com
a fórmula: Vt dividido por driving pressure ( pico pressão
inspiratório - PEEP) e o índice de oxigenação (IO) foi
calculado: a pressão média das vias aéreas × FiO2 dividido por
PaO2.
• Vt foi registrado em ml/kg de peso corporal real. A
prevalência da SDRA foi calculado como a razão entre o
número de pacientes diagnosticados como SDRA e o número
de pacientes admitidos no estudo.
• A ventilação protetora foi definida como ventilação com Vt
até 6 ml/kg e pressão de platô de até 30 cmH2O.
• Sepse e choque séptico foram definidos de acordo com o
Consenso da Conferência Internacional Pediátrica de Sepse de
2005. A desnutrição foi classificada de acordo com o Boletim
da Organização Mundial da Saúde e obesidade de acordo com
os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.
• Os pesquisadores foram treinados para avaliar a causa
primária de insuficiência respiratória.
• Um radiologista forneceu treinamento sobre a interpretação
de radiografias de tórax para o diagnóstico de edema
pulmonar de acordo com a publicação de Berlim.
• No início do estudo, os investigadores forneciam um relatório
de todas as radiografias de tórax realizadas na UTIP em uma
data pré-estabelecida, em relação à presença de edema
pulmonar.
• Se a diferença entre um centro específico e o relatório do
radiologista foi de pelo menos 20%, todos os pesquisadores
daquele centro foram convidados a repetir a formação sobre
a interpretação das radiografias de tórax.
• O coeficiente K da radiografia de tórax relatada pelo
radiologista e os pesquisadores foi de 0,853.
Análise Estatística
• Os dados clínicos e demográficos foram descritos
para todos os pacientes incluídos no estudo.
• As variáveis contínuas são expressos como medianas
e variação interquartil, e as variáveis categóricas
como frequências e percentuais.
• Os dados contínuos foram comparados pelo teste de
Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis e dados categóricos
pelo teste qui-quadrado de Pearson ou teste exato
de Fisher.
Análise Estatística
• As
variáveis
que
apresentaram
associações
significativas foram analisadas por testes de
comparações múltiplas corrigidos pelo Bonferroni.
• Análises de sobrevivência foram feitas por meio de
curvas de Kaplan-Meyer e teste de log-rank, enquanto
a sobrevida aos 60 dias após a internação UTIP foi
analisada utilizando um modelo de regressão de Cox.
• O valor de p até 0,05 foi considerado significativo.
• As análises estatísticas foram realizadas por meio do
SPSS (SPSS Statistics for Windows, V17; Chicago, IL).
Resultados
• Durante o período do estudo, 661 pacientes foram admitidos
na UTIP e 562 foram incluídos no estudo (Figura 1).
• Dos 562 pacientes incluídos, 315 (56%) eram pacientes do
sexo masculino, com idade mediana de 12,6 meses. 450
pacientes (80%) apresentaram peso adequado para a altura,
enquanto 92 (16%) apresentaram desnutrição e 3,6% eram
obesos.
• PRISM e PIM2 foram 7 (4-11) e 1,3% (0,7-4), respectivamente.
• A maior parte dos pacientes (65%) apresentaram pelo menos
uma comorbidade prévia e 435 (77%) foram admitidos por
motivos clínicos.
Resultados
• Doenças infecciosas foram responsáveis por 337
internações UTIP (60%), e em 280 delas (83%), a
fonte da infecção foi o sistema respiratório.
• Um total de 343 pacientes (61%) foram
submetidos a suporte ventilatório, seja invasivo
ou não invasivo.
• Ventilação mecânica foi utilizada em 295 (52%)
pacientes, com duração média de 2 dias.
Resultados
• Entre os 562 doentes incluídos, a prevalência da SDRA de
acordo com a definição de Berlim foi de 10% (57 casos).
• Entre os pacientes em ventilação mecânica, a prevalência de
SDRA na UTIP foi de 19,3%.
• 32 pacientes preencheram os critérios de SDRA na admissão e
25 desenvolveram SDRA após o primeiro dia.
• Comparado com pacientes sem SDRA, os pacientes com SDRA
tiveram maior escores de gravidade, mais tempo de
internação hospitalar e em UTIP, maior tempo de ventilação
mecânica e mortalidade mais elevada (p <0,001) (Tabela 1).
• A presença de duas ou mais comorbidades e admissão por
motivos clínicos foram associados com a ocorrência de SDRA
(p <0,03).
Resultados
• Quando os pacientes foram classificados de acordo com
ambas as definições, 58 preencheram os critérios da AECC
para lesão pulmonar aguda (LPA)/SDRA e 57 preencheram os
critérios de Berlim.
• Um dos paciente com LPA não pode ser diagnosticado como
SDRA de acordo com a definição de Berlim devido a
PEEP/pressão positiva contínua das vias aéreas em menos 5
cmH2O.
• As diferenças significativas de dias livres de VM foram
observadas utilizando ambas as classificações, enquanto as
diferenças na mortalidade foram observadas apenas para a
classificação Berlim (Tabela 2).
Resultados
• Não foi observada nenhuma diferença significativa
em internação em UTIP ou hospitalar entre as três
categorias SDRA (Tabela 3)
• Diferenças significativas foram observada no número
de dias livres de VM e IO para SDRA grave em
comparação com SDRA leve e moderada (p = 0,001).
• Mortalidade também foi maior para os pacientes
com SDRA grave quando em comparação com
pacientes com SDRA leve (p = 0,02).
Resultados
• Porque não houve mortes no grupo SDRA leve, o modelo de Cox foi
ajustado por agrupar os pacientes leves e moderadas em uma categoria e
comparando-os com os pacientes graves.
• Na Figura 2, A Curva de Kaplan-Meyer mostra a mortalidade com 60 dias
após a internação na UTIP.
• As comparações usando o teste log-rank apresentaram diferenças
significativas de sobrevivência entre os pacientes com SDRA
leve/moderada em comparação com pacientes com SDRA grave (p = 0,02).
• Análise não ajustada por meio de regressão Cox apresentou menor
sobrevivência em 60 dias para pacientes com SDRA grave em comparação
com pacientes com SDRA leve/moderada (Hazard ratio [HR]* = 3,85; IC
95%, 1,07-13,84; p = 0,039).
• Após ajuste para variáveis de confusão, não foram observadas diferenças
estatísticas, no entanto, houve uma tendência a menor sobrevivência para
os casos de SDRA grave (Hazard ratio [HR] = 3,34; IC 95%, 0,88-12,67; p =
0,07).
*Consulte:
Estatística computacional: Uso do SPSS - o
essencial
Autor(es): Paulo R. Margotto
Características de pacientes com SDRA
• Para os pacientes com SDRA, a mais frequentes
comorbidades relatadas eram doenças respiratórias (26%), a
prematuridade (19,3%), distúrbios gastrintestinais (12,3%), e
doenças genéticas (10,5%).
• Fatores de risco relatados para SDRA incluem choque
séptico/sepse pulmonar em 26 pacientes (46%), infecção
pulmonar sem sepse em 19 pacientes (33%), e sepse/choque
séptico não pulmonar em seis pacientes (11%).
• O tempo médio a partir da ocorrência do fator de risco e o
desenvolvimento de SDRA foi de 3 dias (IQR, 2-5 d). 51
episódios de SDRA (89%) tiveram etiologia infecciosa, dos
quais 45 (79%) de foco pulmonar.
• Para os pacientes com SDRA moderada, as causas
de morte foram síndrome de disfunção de
múltiplos órgãos (SDMO) em um paciente e
morte encefálica em dois pacientes, ao passo que
para os pacientes com SDRA grave, as causas da
morte foram hipoxemia refratária em cinco
pacientes, choque refratário em três pacientes, e
SDMO em três pacientes.
• A mortalidade foi maior em hospitais terciários
em comparação com os hospitais secundários
(38% e 10%, respectivamente, p = 0,04).
• Práticas ventilatórias foram analisados ​nos dias 1, 3,
5 e 7 do diagnóstico SDRA e no dia da extubação.
• Dos 235 dias de ventilação analisados, os modos
ventilatórios mais frequentemente utilizados foram:
controlado a pressão em 194 dias de ventilação
(82,5%), volume controlado regulado por pressão em
27 dias de ventilação mecânica (11,4%), controlado
a volume em 5 dias de ventilação (2,1%), a ventilação
oscilatória de alta frequência (VOAF) em 4 dias de
ventilação mecânica (1,7%), e outros em 5 dias de
ventilação mecânica (2,1%).
• As manobras de recrutamento pulmonar foram
utilizados em 20 dos pacientes (35%) e posição prona
em 25 (43%).
• Trinta e seis pacientes (63%) receberam corticosteróides: três
(5,2%) para tratamento de SDRA e 33 (57%) para o tratamento de
doença primária.
• A ventilação protetora foi indicada pela equipe médica em 40
pacientes (70%), mas apenas 19 pacientes (33%) foram ventilados
com estratégias de proteção.
• Cinco pacientes receberam ventilação de alta frequeência
oscilatória (VOAF) durante qualquer momento do período de
ventilação.
• Terapias como surfactante pulmonar, VOAF, ECMO, óxido nítrico
inalado foram consideradas necessárias pelos médicos assistentes
em 33 ocasiões, mas, na verdade, administrados em 22.
• Uma possível razão para a não administração dos tratamentos
indicados pode ser a falta de recursos: óxido nítrico estava
disponível em sete centros, VOAF em um centro, e nenhum dos
centros tinha um serviço ECMO.
Discussão
• O estudo mostra que, embora o uso da definição
Berlim não alterou de forma significativa o número de
casos diagnosticados como SDRA em crianças
gravemente doentes em comparação com a definição
AECC, é melhor para diferenciar a gravidade da doença
entre os pacientes com SDRA.
• Isto foi demonstrado pela maior mortalidade e do
número reduzido de dias fora da VM no subgrupo de
pacientes com PaO2/ FiO2 menor do que 100.
• Observou-se também uma alta prevalência de SDRA
em nossa população pediátrica criticamente doente.
Discussão
• Enquanto na população incluídos no estudo Berlim, o
aumento na gravidade da SDRA foi consistentemente
associada com aumento da mortalidade, tempo de ventilação
mecânica e reduzido número de dias livres de VM, os autores
relataram diferenças significativas na sobrevivência e em dias
livres de ventilação mecânica apenas no grupo SDRA grave,
quando comparado com os grupos leve/moderada e leve.
• Num recente estudo que avaliou a validade da definição de
Berlim, em bebês e crianças pequenas, os autores também
demonstraram um aumento da mortalidade e necessidade de
ECMO apenas para pacientes com SDRA grave quando
comparados com pacientes com SDRA leve e moderada.
Discussão
• As diferenças na mortalidade apenas para
pacientes com SDRA grave também foram
relatados em um estudo prospectivo realizado
com adultos.
• Estes resultados sugerem que a definição de
Berlim pode identificar um subgrupo de
pacientes com SDRA grave com resultados
claramente piores do que os com SDRA leve e
moderada.
Discussão
• Estudos anteriores que utilizaram a definição AECC
demonstraram prevalências variáveis de LPA/ SDRA.
• Poucos dados epidemiológicos sobre SDRA pediátrica nos
países em desenvolvimento, no entanto, foram publicados
até agora.
• Quatro estudos realizados na China mostraram prevalência
da SDRA de 0,9% a 7,8% de pacientes UTIP, com
mortalidade variando de 44,8% a 61%.
• Este estudo mostrou maior prevalência de SDRA (10%) em
qualquer fase da UTIP.
• Especula-se que algumas características dos hospitais e
população podem ter contribuído para a alta prevalência
de SDRA.
Discussão
• O registro diário dos resultados de gasometria e radiografias
de tórax de todos os pacientes internados, ao invés de
apenas aqueles que foram diagnosticados com SDRA pela
equipe médica, pode ter prevenido o subdiagnóstico da
SDRA, que demonstrou representar até 73% dos casos
pediátricos com SDRA.
• A alta frequência de doenças infecciosas (60% da população
total da UCIP, 90% dos pacientes com SDRA) pode ter
contribuído para a alta prevalência de SDRA.
• Apesar das diferenças nas taxas de prevalência reportadas
em estudos anteriores, acredita-se que a atenção ao
controle de qualidade e semelhanças com os resultados
anteriormente relatados asseguram a confiabilidade dos
dados deste estudo.
Discussão
• Este é o primeiro estudo prospectivo que aplicou a
definição de Berlim para avaliar a prevalência e resultados
da SDRA pediátricos em crianças maiores de 18 meses,
adicionando novas informações sobre a validade da
definição Berlim em uma faixa etária mais ampla.
• Também mostrou uma prevalência muito alta de SDRA em
população de crianças gravemente doentes no sudeste do
Brasil.
• Como discutido por outros autores, estudos multicêntricos
e colaborativos internacionais ainda são necessários para
elucidar as semelhanças e as diferenças regionais na
epidemiologia e os resultados da SDRA em diferentes
populações pediátricas em todo o mundo.
Discussão
• Algumas limitações deste estudo, no entanto, devem
ser reconhecidas.
• Em primeiro lugar, o pequeno tamanho da amostra
tornou o estudo de fraca potência para afastar as
diferenças na sobrevivência entre os três grupos.
• Em segundo lugar, a compensação do circúito do
ventilador não foi padronizado. Isto deve ser levado
em conta quando interpretar as comparações em Vt
e da complacência em todas as categorias de Berlim.
Discussão
• Em terceiro lugar, devido à sua natureza estritamente
observacional, é possível que não só a sua gravidade,
mas também as diferentes estratégias de ventilação e
as políticas de vigilância em toda os centros podem ter
influenciado os resultados.
• Finalmente, este estudo foi realizado durante o outono
e inverno, quando há um aumento significativo na
prevalência das infecções respiratórias no Sudeste do
Brasil, principalmente do vírus respiratório sincicial,
bronquiolite e pneumonia, o que pode ter influenciado
a prevalência de SDRA.
Conclusão
• Este estudo sugere que a definição de Berlim pode diferenciar
melhor a gravidade da SDRA em crianças em comparação com
a definição AECC, como mostrado pela redução da
sobrevivência e número reduzido de dias sem ventilação
mecânica em pacientes com SDRA grave em comparação com
pacientes com SDRA leve e moderada.
• Ele também demonstrou uma alta prevalência de SDRA nesta
amostra de crianças gravemente doentes no sudeste do Brasil.
• Mais estudos são necessários para entender melhor a
aplicabilidade da definição Berlim na população pediátrica,
bem como a epidemiologia da SDRA em pacientes pediátricos
e o impacto da distribuição de recursos dos serviços de saúde
no desfecho de crianças com SDRA nos países em
desenvolvimento.
ABSTRACT
Nota do Editor do site
www.paulomargotto.com.br Dr. Paulo R.
Margotto
Consultem também! Aqui e Agora!
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Jornal de Pediatria - Temporal evolution of acute respiratory ...
(em português!)
Definição da Conferência de Consenso Americana-Européia de lesão pulmonar
aguda e síndrome do desconforto respiratório agudo
Definição de Berlim para síndrome do desconforto respiratório agudo
Limitações da definição de síndrome do desconforto respiratório agudo da
Conferência de Consenso Americana Europeia e as propostas da
Definição de Berlim para superar essas limitações
Conclusão
JR Fioretto/de Carvalho WB
• A SDRA é uma doença grave que se consiste
em um contínuo desafio diagnóstico e
terapêutico. A evolução das definições
utilizadas para descrever a doença mostra
claramente que estudos são necessários
para validar a definição atual,
principalmente em pediatria, onde os dados
são muito mais escassos.
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Epidemiologia e resultados da Síndrome de Desconforto