Políticas de desenvolvimento social:
exclusão social, emprego e formação
Fórum de
Pesquisas
CIES
12 Dez. 2007
Sandra Palma Saleiro
Elsa Pegado
• Área de investigação com forte tradição no CIES-
ISCTE
• Pesquisas desenvolvidas desde início da década
de 90
• Área de grande dimensão no Centro: nos últimos
3 anos, 22 projectos e 24 investigadores
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• Muitos projectos de investigação aplicada, com o
objectivo geral de fundamentação e avaliação de
políticas públicas ou de melhoria da intervenção de
organizações de âmbito local e/ou sectorial que
trabalham com grupos desfavorecidos
• Entidades financiadoras diversificadas, desde a
Fundação para a Ciência e a Tecnologia,
organismos da Administração Pública, autarquias e
entidades privadas sem fins lucrativos.
Tipos de pesquisas
Estudos de avaliação de programas
comunitários
•
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• Diagnóstico e avaliação de políticas
nacionais
• Diagnóstico e avaliação de projectos de
intervenção local e/ou sectorial
Estudos de avaliação de programas comunitários
O CIES-ISCTE tem vindo a avaliar várias gerações de
iniciativas e programas comunitários dirigidos a
públicos desfavorecidos
• Sistema de Acompanhamento e Avaliação do Programa
Horizon, com o CIDEC (1994-95), coord. João Ferreira de
Almeida
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• Avaliação Intercalar do Sub-Programa Integrar (1996-97),
coord. Luís Capucha
• Avaliação Intercalar do Programa Operacional Emprego,
Formação e Desenvolvimento Social, com a Quaternaire
Portugal (2002-2003 e 2005), coord. CIES Luís Capucha
• Impactos do FSE na Reabilitação Profissional de Pessoas
com Deficiência (2003-2004), coord. Luís Capucha
Diagnóstico e avaliação de políticas nacionais
O CIES-ISCTE tem vindo a desenvolver um conjunto alargado de
pesquisas com o objectivo de dar contributos para a definição e/ou
reformulação de medidas de política nacional, tais como:
• Estudo de Avaliação da Fase Experimental do Rendimento Mínimo
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
Garantido (1996-97), coord. Luís Capucha e Mª das Dores Guerreiro
• Grupos Sociais Desfavorecidos Face ao Emprego, com a CESO I&D
(1997-98), coord. Luís Capucha
Os Jovens e o Mercado de Trabalho (2004-2005); coord. Mª das Dores
Guerreiro e Elsa Pegado
• Estudo de Avaliação da Qualidade e Segurança das Respostas Sociais
na Área da Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, com o
IESE (2004-2005), coord. Luís Capucha e Oliveira das Neves
• Emprego e Formação no âmbito do Programa Rede Social em Portugal
(2006-2007), coord. João Emílio Alves
• Estudo de Diagnóstico e Avaliação das Comissões de Protecção de
Crianças e Jovens (em curso), coord. Anália Torres
• Drogas e Prisões em Portugal I (2001) e II (em curso), coord. Anália
Torres
Diagnóstico e avaliação de projectos de
intervenção local e/ou sectorial
A par das políticas de âmbito nacional, os
investigadores do CIES-ISCTE desenvolvem pesquisas
em projectos de intervenção local e/ou sectorial,
fazendo diagnósticos, avaliando ou mesmo estando
envolvidos na intervenção, numa lógica de investigaçãoacção.
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
São projectos de desenvolvimento comunitário/local, de
luta contra a pobreza e exclusão social, dirigidos a
públicos específicos (pessoas com deficiência, jovens
em risco, desempregados de longa duração, extoxicodependentes, imigrantes, etc.), em diferentes
áreas (habitação, educação, formação, emprego, etc.).
Com que resultados?
Revista Sociologia, Problemas e Práticas, nº 22, 1996:
número temático sobre metodologias de avaliação
Teses de doutoramento:
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
Capucha, Luís (2005), Desafios da Pobreza, Oeiras,
Celta Editora.
João Emílio Alves, Planeamento, Avaliação e
Desenvolvimento Social: O Programa Rede Social em
Portugal (em curso)
Com que resultados?
• No domínio da formação e emprego para
grupos desfavorecidos
• No domínio da intervenção
pessoas com deficiência
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
junto
das
• No domínio da inserção dos jovens no
mercado de trabalho
Formação e emprego para grupos desfavorecidos
• O aumento das qualificações profissionais tem vindo, cada vez
mais, a ser encarado como estratégico na reversão da condição de
pessoas em situação de desfavorecimento, nomeadamente na ruptura
com os círculos de pobreza instalada.
• Ganha relevância num contexto de elevadas taxas de desemprego
e, dentro deste, de desemprego de longa duração.
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• Trata-se de formação com características particulares relativamente
a outros cursos de formação profissional, dado que incide, para além
da formação profissional, no desenvolvimento pessoal e social –
Cursos de Formação Social e Profissional (FSP).
• Mais recentemente, a par da profissional, investe-se igualmente no
aumento das qualificações escolares – cursos de Educação e
Formação de Adultos (EFA).
Figueiredo, António (coord.) (2006), Sumário Executivo Programa Operacional Emprego Formação e
Desenvolvimento Social, Lisboa, Comissão de Gestão do QCA III / Observatório do QCA III.
Formação e emprego para grupos desfavorecidos
Evolução dos cursos de FSP e dos cursos EFA no âmbito do
POEFDS (2000-2004)
Dupla certificação:
Grande adesão por parte
dos destinatários
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
Formandos abrangidos
9000
8000
7000
6000
FSP
5000
EFA
4000
Total
3000
2000
1000
0
2000
2001
2002
2003
2004
As entidades promotoras da
formação mostraram
abertura e boa capacidade
de adaptação
Os responsáveis das
entidades formadoras e os
mediadores das acções são
unânimes no
reconhecimento da sua
adequação aos públicos
mais desfavorecidos
Figueiredo, António (coord.) (2005), Estudo de Actualização da Avaliação Intercalar do Programa Operacional
Emprego Formação e Desenvolvimento Social do QCA 2000-2006 – Relatório Final, Lisboa, Quaternaire/CIES.
Formação e emprego para grupos desfavorecidos
Quem está a ser abrangido pela formação?
Cerca de ¾ são mulheres, frequentemente na condição de
“domésticas”
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
Cursos EFA
5000
4000
3000
2000
1000
0
2000
2001
H o mens
2002
2003
M ulheres
2004
Formandos abrangidos
Políticas de
Formandos abrangidos
Cursos FSP
4000
3000
2000
1000
0
2000
2001
H o mens
2002
2003
2004
M ulheres
Figueiredo, António (coord.) (2005), Estudo de Actualização da Avaliação Intercalar do Programa Operacional
Emprego Formação e Desenvolvimento Social do QCA 2000-2006 – Relatório Final, Lisboa, Quaternaire/CIES.
Formação e emprego para grupos desfavorecidos
E,
para além
mulheres...
•
são relativamente jovens: mais de 50% ainda não
atingiu os 35 anos e cerca de 85% tem menos de 45
anos
•
são pouco escolarizados: cerca de 1/3 possui
apenas o 1º ciclo do ensino básico
•
são
desempregados
e,
dentro
destes,
maioritariamente desempregados de longa duração
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
de
predominantemente
Figueiredo, António (coord.) (2005), Estudo de Actualização da Avaliação Intercalar do Programa Operacional
Emprego Formação e Desenvolvimento Social do QCA 2000-2006 – Relatório Final, Lisboa, Quaternaire/CIES.
Formação e emprego para grupos desfavorecidos
Impactes da formação na obtenção de emprego
• As taxas de colocação são relativamente baixas (39%), se
comparadas com as conseguidas por outras formações não
dirigidas a grupos desfavorecidos
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• Na altura da inquirição cerca de 54% dos ex-formandos
encontravam-se desempregados e destes a maioria não tinha
conseguido ainda qualquer experiência de emprego
• Cerca de 43% tinha conseguido obter um emprego
• Dos que conseguiram obter um emprego cerca de 70%
conseguiu-o até 6 meses após o final do curso, o que vem
demonstrar a importância de investir no acompanhamento
pós-formação
Figueiredo, António (coord.) (2005), Estudo de Actualização da Avaliação Intercalar do Programa Operacional
Emprego Formação e Desenvolvimento Social do QCA 2000-2006 – Relatório Final, Lisboa, Quaternaire/CIES.
Formação e emprego para grupos desfavorecidos
A formação profissional ministrada é adequada às
características do mercado de trabalho?
• 41% dos formandos que se encontram a trabalhar consideram que
as funções desempenhadas não estão de todo relacionadas com o
curso que frequentaram (nos EFA atinge mesmo os 73%)
• 59% considera não haver relação entre a obtenção de emprego e a
frequência do curso
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• 20% revela que seria difícil obter o emprego sem o curso e 14% que
seria impossível
Com a desatenção à componente profissional corre-se o risco de que
a formação, sobretudo a de dupla certificação, se constitua apenas
como um meio de elevação das qualificações escolares, como
substituta do emprego ou da atribuição de subsídios ou como um
modo de “ocupação” de grupos desfavorecidos
Figueiredo, António (coord.) (2005), Estudo de Actualização da Avaliação Intercalar do Programa Operacional
Emprego Formação e Desenvolvimento Social do QCA 2000-20006, Lisboa, Quaternaire/CIES.
Formação e emprego para grupos desfavorecidos
Factores que potenciam a obtenção de emprego
• A proximidade ao tecido produtivo: quando os promotores da
formação são entidades próximas dos empregadores e o diagnóstico
das necessidades de formação é baseado na sua auscultação
• No “terceiro sector”: quando as acções de formação visam suprir as
necessidades de pessoal em equipamentos da entidade promotora da
formação ou de entidades próximas
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• O incentivo e o apoio das entidades formadoras à criação do próprio
emprego
• A prossecução de modalidades de colocação em emprego “à
medida” das competências da pessoa e do seu potencial empregador.
Por exemplo, o “emprego apoiado em mercado aberto”
Figueiredo, António (coord.) (2005), Estudo de Actualização da Avaliação Intercalar do Programa Operacional Emprego Formação e
Desenvolvimento Social do QCA 2000-2006 – Relatório Final, Lisboa, Quaternaire/CIES.
Saleiro, Sandra Palma e Elsa Pegado (2007), Avaliação Externa do Projecto Envolver + Incluir Todos (2ª Fase) – Relatório Final, Lisboa, CIES.
Pegado, Elsa e Sandra Palma Saleiro (2004), Avaliação Externa do Projecto Emprego Apoiado – Relatório Final, Lisboa, CIES.
Formação e emprego para grupos desfavorecidos
Factores que constrangem a obtenção de emprego
• O afastamento dos aglomerados urbanos onde se situa o maior
número de empregadores
• Rede de transportes escassa ou inexistente nas zonas rurais do
país
• Inexistência ou insuficiência de respostas para a guarda de
crianças, idosos e outros dependentes
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• Fraca valorização da certificação profissional por parte das
entidades empregadoras
• As baixas remunerações oferecidas, que tornam
compensatório o exercício de uma actividade profissional
não
Figueiredo, António (coord.) (2005), Estudo de Actualização da Avaliação Intercalar do Programa Operacional Emprego Formação e
Desenvolvimento Social do QCA 2000-2006 – Relatório Final, Lisboa, Quaternaire/CIES.
Saleiro, Sandra Palma e Elsa Pegado (2007), Avaliação Externa do Projecto Envolver + Incluir Todos (2ª Fase) – Relatório Final, Lisboa, CIES.
Formação e emprego para grupos desfavorecidos
Impactes da formação no desenvolvimento pessoal e
social de pessoas em situação de desfavorecimento
Os responsáveis pelos cursos e os ex-formandos reconhecem os
desenvolvimentos aos níveis pessoal e social como os efeitos mais
notórios dos cursos.
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
A esmagadora maioria dos ex-fomandos inquiridos, quer no âmbito da avaliação
do POEFDS, quer na do projecto “Envolver+Incluir Todos”, considerou o curso
útil para a melhoria da sua autonomia, confiança e capacidade de
relacionamento com os outros.
Os aspectos que remetem para as aprendizagens são igualmente reconhecidos
como dos principais contributos dos cursos.
Cerca de 80% dos ex-formandos consideraram-se mais motivados para
aprender e uma parte tinha já iniciado ou continuado o processo de aumento
das competências escolares, enquanto outra parte pretendia fazê-lo
brevemente.
Figueiredo, António (coord.) (2005), Estudo de Actualização da Avaliação Intercalar do Programa Operacional Emprego Formação e
Desenvolvimento Social do QCA 2000-2006 – Relatório Final, Lisboa, Quaternaire/CIES.
Saleiro, Sandra Palma e Elsa Pegado (2007), Avaliação Externa do Projecto Envolver + Incluir Todos (2ª Fase) – Relatório Final, Lisboa, CIES.
Formação e emprego para grupos desfavorecidos
Avaliação da utilidade dos cursos - Ex-formandos da Medida 5.3
do POEFDS
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
Muito
útil
Útil
Aprender uma profissão
46,6
43,0
Ter mais oportunidades de emprego
29,1
44,9
Ficar mais motivado para aprender
53,3
36,3
Valorizar e reconhecer as minhas
competências
54,0
38,6
Melhorar a minha autonomia, confiança e
capacidade de relacionamento com os outros
58,4
35,2
Figueiredo, António (coord.) (2005), Estudo de Actualização da Avaliação Intercalar do Programa Operacional
Emprego Formação e Desenvolvimento Social do QCA 2000-2006 – Relatório Final, Lisboa, Quaternaire/CIES.
Formação e emprego para grupos desfavorecidos
Avaliação dos contributos do curso - Ex-formandas do Projecto
Envolver + Incluir Todos
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
Em que medida o curso permitiu...
Muito
Aprender coisas novas
90,6
Aprender uma profissão
87,5
Ter mais oportunidades de emprego
40,6
Ficar mais motivada para aprender
78,1
Ter mais consciência dos meus direitos
59,4
Melhorar a minha autonomia e a minha confiança
78,1
Criar novas amizades
71,9
Saleiro, Sandra Palma e Elsa Pegado (2007), Avaliação Externa do Projecto Envolver + Incluir Todos (2ª Fase) – Relatório Final, Lisboa, CIES.
A intervenção junto de pessoas com deficiência
Impactos no Sistema de Reabilitação Sócio-Profissional
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
1. Avanços no campo ideológico: da deficiência como fatalidade e
consequente marginalização da “vítima”, objecto de assistência privada e
de caridade para o valor da integração e acessibilidade universal (igualdade
de direitos e oportunidades de emprego e formação profissional; ideia do
“desenho de utilização universal”)
2. Desenvolvimento de um sistema para uma acção global, contínua,
polivalente e personalizada para a integração profissional das pessoas com
deficiência:
- Medidas no âmbito do desenvolvimento pessoal e profissional
- Medidas no âmbito da Integração no Mercado Normal de Trabalho
- Medidas no âmbito do Emprego Protegido
- Majorações, com a crescente substituição de medidas específicas,
tendencialmente segregativas
- Medidas de carácter estruturante e transversal (exs. Concessão de ajudas
técnicas, informação/formação de técnicos, apoios a infraestruturas e
equipamentos)
Capucha, Luís e outros (2004), Os Impactos do Fundo Social Europeu na Reabilitação Profissional de Pessoas com
Deficiência em Portugal, Vila Nova de Gaia, Centro de Reabilitação Profissional de Gaia.
A intervenção junto de pessoas com deficiência
Impactos no Sistema de Reabilitação Sócio-Profissional
3. Efeitos na Rede de Actores Institucionais
- aumento do número de organizações de reabilitação
- organizações com dirigentes e técnicos muito qualificados
4. Aumento da capacidade de acolhimento do sistema
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
antes do QCA I: 784 utentes (em 1988)
média anual QCA I: 4452 utentes por ano
média anual QCA II: cerca de 3200 utentes por ano
média anual QCA III: 5137 utentes por ano
Capucha, Luís e outros (2004), Os Impactos do Fundo Social Europeu na Reabilitação Profissional de Pessoas com
Deficiência em Portugal, Vila Nova de Gaia, Centro de Reabilitação Profissional de Gaia.
A intervenção junto de pessoas com deficiência
Impactos nas pessoas com deficiência
Situação face ao trabalho 3 meses e 1 ano após concluir 1ª acção de
formação (n=334)
3 meses 1 ano
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
Exercia uma profissão
Estava desempregado
Era estudante
Frequentava outra acção de reabilitação ou formação
Estava reformado
Ocupava-se das tarefas do lar
Estava incapacitado permanentemente para o trabalho
Encontrava-se noutra situação
63,2%
21,0%
0,6%
1,5%
1,2%
6,6%
0,3%
5,7%
71,0%
15,7%
0,0%
2,3%
1,6%
5,9%
0,3%
3,3%
Fonte: Inquérito Nacional aos utentes do sistema de reabilitação sócio-profissional, CIES,
2003.
Capucha, Luís e outros (2004), Os Impactos do Fundo Social Europeu na Reabilitação Profissional de Pessoas com
Deficiência em Portugal, Vila Nova de Gaia, Centro de Reabilitação Profissional de Gaia.
A intervenção junto de pessoas com deficiência
Impactos nas pessoas com deficiência
Impactos profissionais das acções frequentadas
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
Média
A acção/curso ajudou-me a obter ou a manter
um emprego
3,3
A acção/curso ajudou-me a saber melhor como
procurar um emprego e oportunidades de inserção
3,1
A acção/curso foi importante para o aumento da minha
satisfação face à actividade que desempenho
3,2
A acção/curso tornou-me mais capaz de enfrentar o
mundo do trabalho e as suas exigências
3,2
Escala de: 4-concordo plenamente; 3-concordo; 2-discordo; 1-discordo plenamente.
Fonte: Inquérito Nacional aos utentes do sistema de reabilitação sócio-profissional, CIES,
2003.
Capucha, Luís e outros (2004), Os Impactos do Fundo Social Europeu na Reabilitação Profissional de Pessoas com
Deficiência em Portugal, Vila Nova de Gaia, Centro de Reabilitação Profissional de Gaia.
A intervenção junto de pessoas com deficiência
Impactos nas pessoas com deficiência
Impactos das acções frequentadas no desenvolvimento pessoal
A formação frequentada…
Média
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
Ajudou-me a aumentar o nº de pessoas com quem
tenho contacto regular
3,2
Ajudou-me a ter acesso a apoios que antes não conhecia
3,2
Ajudou-me a melhorar as relações com as pessoas
que me são mais próximas
3,1
Ajudou-me a ser capaz de lidar melhor com os meus
problemas de saúde física e emocional
3,1
Ajudou-me a progredir na forma como sou capaz de
comunicar com os outros
3,2
Contribui para que, em geral, me sinta satisfeito comigo próprio
3,2
Escala de: 4-concordo plenamente; 3-concordo; 2-discordo; 1-discordo plenamente.
Fonte: Inquérito Nacional aos utentes do sistema de reabilitação sócio-profissional, CIES,
2003.
Capucha, Luís e outros (2004), Os Impactos do Fundo Social Europeu na Reabilitação Profissional de Pessoas com
Deficiência em Portugal, Vila Nova de Gaia, Centro de Reabilitação Profissional de Gaia.
A intervenção junto de pessoas com deficiência
Principais produtos:
1. Diagnóstico da qualidade e da segurança dos
equipamentos e serviços prestados no âmbito do
sistema de acção social para as pessoas com
deficiência em Portugal
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
2. Recomendações para a política de reabilitação de
pessoas com deficiência
3. Construção de uma bateria de indicadores da
qualidade e segurança para a definição de um
referencial nacional
4. Base de dados com informação para outras análises
Capucha, Luís e António Oliveira das Neves (coord.) (2006), Estudo de Avaliação da Qualidade e Segurança das
Respostas Sociais na Área da Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, Lisboa, DGEEP/MTSS.
A intervenção junto de pessoas com deficiência
Principais conclusões:
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
1. A rede de equipamentos e serviços de acção social na área da
reabilitação é claramente insuficiente
2. A rede distribui-se pelo Continente de uma forma relativamente
equilibrada
3. Algum desequilíbrio nas taxas de cobertura para os diferentes
tipos de deficiência
4. A qualidade geral dos equipamentos e das infra-estruturas é boa
5. A maioria das instituições tem bons níveis de especialização,
dispondo de técnicos bastante qualificados
6. O funcionamento em rede por parte dos promotores dos
equipamentos não é a norma mais corrente de funcionamento,
havendo ainda alguma falta de articulação
7. Elevada satisfação de clientes, técnicos e dirigentes relativamente
ao trabalho desenvolvido nas instituições
Capucha, Luís e António Oliveira das Neves (coord.) (2006), Estudo de Avaliação da Qualidade e Segurança das
Respostas Sociais na Área da Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, Lisboa, DGEEP/MTSS.
Jovens e mercado de trabalho
Principais produtos:
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
1.
Caracterização extensiva da situação e evolução da
participação da população jovem no mercado de
trabalho;
2.
Identificação dos principais obstáculos à transição
para a vida activa;
3.
Avaliação da eficácia das medidas de política
educativa, de emprego e formação profissional e
outras destinadas a promover o emprego dos jovens;
4.
Propostas de actuação e recomendações.
Guerreiro, Maria das Dores e Elsa Pegado (coord.) (2006), Os Jovens e o Mercado de Trabalho. Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, Lisboa, DGEEP/MTSS.
Jovens e mercado de trabalho
A cargo da família até mais tarde
• Entre 1991 e 2001 ocorreu um decréscimo significativo da
participação dos jovens dos 15 aos 29 anos na vida activa
• Aumenta a percentagem de jovens do sexo masculino a
cargo da família, de 27,7% para 35%
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• Em 2004, quase 5% dos jovens entre os 15 e os 19 anos
eram inactivos não estudantes, tendo abandonado o sistema
de ensino e não se encontrando à procura de emprego
• A situação de dependência face à família de origem mantémse para além das idades típicas de finalização da escolaridade
de nível superior
Guerreiro, Maria das Dores e Elsa Pegado (coord.) (2006), Os Jovens e o Mercado de Trabalho. Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, Lisboa, DGEEP/MTSS.
Jovens e mercado de trabalho
Emprego e desemprego juvenil
• Taxas de desemprego juvenis superiores à média
nacional.
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• No interior da população jovem, são mais vulneráveis
ao desemprego as mulheres; o grupo etário dos 15 aos
19 anos, seguido dos que têm entre 20 e 24 anos; e os
que possuem as habilitações mais baixas.
• Aumento do peso dos jovens à procura de novo
emprego.
Guerreiro, Maria das Dores e Elsa Pegado (coord.) (2006), Os Jovens e o Mercado de Trabalho. Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, Lisboa, DGEEP/MTSS.
Jovens e mercado de trabalho
Taxas de desemprego 1998-2004
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
15-19
12,9
8,4
9,9
10,9
13,5
18,7
18,7
20-24
7,6
8,9
7,1
8,0
8,9
11,4
12,3
25-29
5,4
5,2
4,3
4,4
5,4
8,2
7,9
H
6,0
5,9
3,7
4,8
6,1
8,7
9,1
M
8,8
8,4
8,9
8,5
9,4
12,5 12,0
Total
7,3
7,0
6,0
6,5
7,6
10,5 10,5
4,5
4,5
3,7
3,8
4,4
Total nacional
6,1
6,3
Fonte: INE, Inquérito ao Emprego.
Guerreiro, Maria das Dores e Elsa Pegado (coord.) (2006), Os Jovens e o Mercado de Trabalho. Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, Lisboa, DGEEP/MTSS.
Jovens e mercado de trabalho
• Existência da maior percentagem a nível europeu de jovens
não estudantes empregados entre os 15 e os 19 anos. Em
2002:
Portugal: 20,3%
UE: 9,4%
Fonte: OCDE, Education at a Glance 2004.
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• Ao contrário de outros países da União Europeia, fraca
tradição de acumulação da situação de estudante e de
trabalhador. O reduzido peso do trabalho a tempo parcial, bem
como a fraca oferta de cursos de especialização profissional e
superiores pós-laborais desincentivam essa situação.
Guerreiro, Maria das Dores e Elsa Pegado (coord.) (2006), Os Jovens e o Mercado de Trabalho. Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, Lisboa, DGEEP/MTSS.
Jovens e mercado de trabalho
População entre os 18 e os 24 anos
empregada estudante/em formação
(2001)
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
Emprego a tempo parcial de
jovens entre os 15 e os 24 anos
(2002)
Portugal: 7%
Portugal: 7,3%
EU:16%
EU: 23,5%
Fonte: Eurostat, La Situation
Social dans l’Union Européenne 2003.
Fonte: Eurostat, Labour Force Survey
Guerreiro, Maria das Dores e Elsa Pegado (coord.) (2006), Os Jovens e o Mercado de Trabalho. Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, Lisboa, DGEEP/MTSS.
Jovens e mercado de trabalho
• A inserção dos jovens no mercado de trabalho faz-se cada
vez mais de uma forma precária, através de contratos a termo,
trabalho temporário, ou outras formas de prestação de
serviços. As trajectórias de precariedade tendem a ser cada
vez mais prolongadas.
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• Elevado peso do contrato a prazo entre a população jovem,
muito superior ao da população adulta e registando um
crescimento progressivo.
Guerreiro, Maria das Dores e Elsa Pegado (coord.) (2006), Os Jovens e o Mercado de Trabalho. Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, Lisboa, DGEEP/MTSS.
Jovens e mercado de trabalho
Tipo de contrato (1998 e 2004)
1998
Jovens
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
2004
Adultos
Jovens
Adultos
Permanente
69,9
89,1
62,7
87,0
Prazo
23,4
6,9
31,1
8,7
1,8
1,0
2,1
1,1
Recibo verde
Fonte: INE, Inquérito ao Emprego.
Guerreiro, Maria das Dores e Elsa Pegado (coord.) (2006), Os Jovens e o Mercado de Trabalho. Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, Lisboa, DGEEP/MTSS.
Jovens e mercado de trabalho
• Trajectórias
profissionais dos jovens muito marcadas
por alternância entre situações de emprego de curta
duração, períodos de desemprego e períodos de
formação.
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
• Dificuldade em transitar de uma situação de vínculos
informais ou temporários para uma situação de vínculos
formais e de longa duração ou, pelo menos,
propiciadores de protecção em situações de
desemprego.
Guerreiro, Maria das Dores e Elsa Pegado (coord.) (2006), Os Jovens e o Mercado de Trabalho. Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, Lisboa, DGEEP/MTSS.
Jovens e mercado de trabalho
Duas situações distintas bem identificáveis no conjunto da
população jovem em transição para a vida adulta:
Políticas de
desenvolvimento
social:
exclusão social,
emprego e
formação
jovens
que
integram
um
segmento
de
emprego
privilegiado, criativo e altamente
qualificado, em que a mobilidade
e a informalidade dos vínculos se
convertem numa carreira de
valorização
progressiva
e
ascensão social e profissional
segmento de emprego maioritário
em que a circulação entre
ocupações
temporárias
e
precárias não reflecte qualquer
carreira
de
ascensão
progressiva, mas corresponde a
uma dificuldade efectiva de obter
um emprego estável com acesso
a protecção social.
Guerreiro, Maria das Dores e Elsa Pegado (coord.) (2006), Os Jovens e o Mercado de Trabalho. Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, Lisboa, DGEEP/MTSS.
Download

exclusão social, emprego e formação