TRATAMENTO ENDODÔNTICO Dr. Eugênio Carlos Araújo, endodontista, CRO-RN nº 1.031 A nossa pretensão com esse texto não é apresentar um artigo científico com utilização dos termos técnicos peculiares à Endodontia, mas sim passar a informação com uma linguagem simplificada e clara de um assunto de muita importância para a saúde, para que as pessoas tenham conhecimento do tratamento endodôntico, também chamado de “tratamento de canal”. Este procedimento odontológico consiste basicamente na remoção da polpa dental do canal, com a utilização de instrumentos e desinfetantes, para o preparo e a limpeza, e o consequente preenchimento do canal com materiais obturadores. Polpa danificada por cárie profunda. Polpa removida, canais preparados e limpos. A cavidade é preenchida e selada. Figura 1i De modo geral, o tratamento de canal é indicado em duas situações: • quando a polpa vital (com nervos e vasos sanguíneos) se apresenta com dor e com uma inflamação irreversível em decorrência de cárie profunda, fratura da coroa, retração gengival, etc; ou • quando a polpa perde a vitalidade (necrosada, mortificada), podendo isso provocar inflamação no ligamento periodontal, infecção no final da raiz (periápice) e lesões como granulomas, cistos, abscessos, com formação de pus e destruição óssea. Com relação ao medo da dor, podemos dizer que com as novas técnicas, anestésicos mais potentes e medicação coadjuvante, o tratamento hoje é praticamente indolor, a não ser em alguns casos, como por exemplo nas pulpites agudas (inflamação da polpa), onde a dor não é causada pelo tratamento em si, mas pelo quadro agudo. Contudo, após a remoção da polpa a dor praticamente inexiste durante o restante do tratamento. Atualmente, com o avanço da ciência, de técnicas mais modernas e o advento de novos instrumentos, diminuiu-se consideravelmente o tempo de tratamento. Se o endodontista (especialista em tratamento de canal) tiver experiência e habilidade suficientes, poderá realizar tranquilamente o tratamento em uma sessão clínica, mesmo o dente tendo vários canais, a não ser na presença de afecções agudas onde exista a ocorrência de pus, tumefação, hemorragia persistente, ou outros casos especiais. Para que o tratamento de canal tenha sucesso (índice de mais 90%), é preciso que outros procedimentos sejam executados para a reconstituição do dente, como: restauração, coroa, tratamento gengival, etc. Isso é necessário, pois um dente com canal tratado perde resistência e se torna mais susceptível a fratura, devido à perda de estrutura dental e pela falta de hidratação após a remoção da polpa. Outro cuidado a ser tomado é fazer o controle clínico-radiográfico quando o dente apresenta lesão com destruição óssea em torno da raiz. Figura 2ii Por fim, concluímos que o tratamento de canal hoje é um procedimento de rotina nos consultórios odontológicos e tudo é feito rapidamente e praticamente sem dor, podendo ser realizado em apenas uma sessão clínica com o uso de técnicas modernas, que garantem um pós-operatório tranquilo. i Fonte: www.colgate.com.br ii Fonte: www.coeb.odo.br