FRAQUEZAS MATERIAIS NOS SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO: UM ESTUDO COM EMPRESAS LATINO AMERICANAS LISTADAS NA BOLSA DE NOVA YORK Ilka Gislayne de Melo Souza Luiz Carlos Miranda Juliana Matos de Meira Edilson Paulo RESUMO A obrigatoriedade de avaliação da qualidade do controle interno, das empresas de capital aberto, que negociam suas ações no mercado norte americano, surgiu com a aprovação da Lei Sarbanes-Oxley, em 2002, que passou a exigir um relatório de divulgação emitido pelos gestores da entidade (Presidente e Diretor Financeiro) atestando se o controle interno é eficiente ou possui deficiências, indicando a presença de fraquezas materiais, complementado por um relatório similar, emitido pela empresa externa que realizou a auditoria dos relatórios contábeis da empresa. Essa evidenciação é feita anualmente no Item 15 do formulário 20-F, submetido ao órgão que controla a negociação de ações no mercado norte-americano, a Securities and Exchange Commission (SEC). Diante do contexto o presente estudo teve o objetivo de investigar as fraquezas materiais evidenciadas pelas empresas latino americanas listadas na NYSE. A pesquisa é documental, pois as informações foram colhidas através do formulário 20-F. As fraquezas materiais identificadas foram analisadas e categorizadas. A amostra do estudo considerou todos os relatórios disponíveis de todas as 76 empresas dos 7 países latino-americanos, que tiveram empresas que negociaram suas ações na NYSE, no período de 2006-2011. Apenas treze empresas de três dos sete países da amostra apresentaram fraquezas materiais. No total, 46 fraquezas materiais foram evidenciadas, sendo a maioria delas relacionadas a reconhecimento de receitas ou deficiências de controle relacionadas a processos de fechamento de relatórios finais. Palavras Chave: Controle Interno, Sarbanes-Oxley, Relatório 20-F, Fraquezas Materiais. ABSTRACT The legal requirement to assess the quality of internal control of the public traded companies, that trade their securities in US, became possible after the approval of the Sarbanes-Oxley Act, enacted in 2002, which requires a disclosure report issued by the managers of the entity (President and Chief Financial Officer), stating either that the control procedure is effective or has deficiencies, indicating the presence of material weaknesses, complemented by a similar report issued by the auditing firm that conducted the external auditing of the Company. These disclosures are done annually in the Item 15 of the 20-F form, submitted to the Securities and Exchange Commission (SEC). Given the context, this study aimed to investigate the material weaknesses evidenced by Latin American companies listed on the NYSE. It is a documental, since the data were collected on Form 20-F. The material weaknesses identified were analyzed and categorized. The study sample considered all the available reports from all 76 companies in seven Latin American countries, companies that have their shares traded on the NYSE during the period 2006-2011. Only 13 companies of three of the seven countries of the sample presented material weaknesses. In total, 46 material weaknesses were disclosed, being the majority of them related to revenue recognition or control deficiencies related to processes of closure of final reports. Keywords: Internal Control, Sarbanes-Oxley, Form 20-F, Material Weaknesses. 1. INTRODUÇÃO Este estudo tem como objetivo analisar as avaliações que foram emitidas pelas empresas de auditoria sobre a qualidade do controle interno, nos últimos seis anos (2006 a 2011), das empresas latino-americanas, listadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque (New York Stock Exchange - NYSE). Especificamente, a pesquisa avaliará se os relatórios emitidos por essas entidades evidenciam algum tipo de fraqueza material em seu controle interno. Além de identificar a existência de fraqueza material evidenciados nos relatórios que compõem a amostra, este estudo irá categorizar os tipos de fraquezas materiais evidenciados tendo como base dois sistemas de categorização apresentados no estudo de Doyle et al (2007) e no estudo de Ge e McVay (2005). As duas pesquisas foram escolhidas para atingir um dos objetivos deste estudo porque foram as únicas encontradas que utilizaram um sistema de classificação para as fraquezas materiais. O primeiro sistema de categorização apresentado por Doyle et al (2007) é baseado na razão declarada da empresa para a fraqueza material: pessoal, complexidade e geral e o segundo baseado na empresa de ratings Moodys (Tipo A e Tipo B). O estudo de Ge e McVay (2005) apresentam nove categorias de fraquezas materiais diferenciadas. Desde a sua aprovação pelo Senado Norte Americano, decorrente de vários episódios fraudulentos no mercado de ações dos Estados Unidos, vários estudos foram realizados no intuito de entender os efeitos da SOX na estrutura de controle interno das empresas (ETTREDGE et al 2006, ASHBAUGH-SKAIFE et al 2005, JONSTONE et al 2009, GE e MCVAY 2005). Ettredge et al (2006) analisam o impacto causado na qualidade do controle interno relacionado aos atrasos em processos de auditoria após os mandatos da SOX. Os autores concluem que a presença de fraquezas materiais no controle interno sobre relatórios financeiros estão associadas a atrasos mais longos nos processos de auditoria. Análises adicionais, conduzidas pelos autores, indicaram que empresas com deficiências relativas a controle de pessoal, segregação de funções, controle relativo a processos e procedimentos, foram associados a atrasos mais longos. A pesquisa documenta que o aumento significativo nos atrasos de processos de auditoria está relacionado às exigências ao cumprimento da seção 404 da SOX. Ashbaugh-Skaife et al (2005) partem de uma perspectiva diferenciada e utilizam dados evidenciados pelas empresas antes da obrigatoriedade da Seção 404 da SOX e investigam os fatores econômicos que expõem as empresas ao risco de controle interno, os incentivos para descobrir e relatar deficiências de controle, os efeitos sobre a qualidade de ganhos e as consequências para o mercado em fazer essas divulgações. O estudo deles indica que empresas que faziam divulgações de fraquezas materiais antes de auditoria obrigatória, normalmente tinham operações mais complexas, mudanças recentes na estrutura da organização, maiores riscos de contabilidade e menos recursos para investir em controle interno. Os resultados dos testes relativos à qualidade de ganhos evidenciam que empresas que divulgam fraquezas materiais relatam informações financeiras de baixa qualidade, os testes também indicam que o mercado responde diferentemente à divulgação dessas deficiências. Jonstone et al (2009) evidenciam que fatores negativos sobre uma empresa, incluindo fraudes, fraquezas materiais, podem desestabilizar o equilíbrio da entidade, podendo reestabelecer mudanças na estrutura de governança corporativa. A pesquisa mostra que existe uma associação positiva entre a revelação de fraquezas materiais no controle interno e melhoria nas características dos conselhos de administração, comitês de auditoria e gestão de topo. Na pesquisa de Ge e Mcvay (2005) foi realizada uma análise dos tipos de fraquezas materiais relatadas pelas empresas nos arquivos da SEC após a data de vigência da SOX. Através do material descritivo os autores afirmam que controles internos pobres estão relacionados a compromissos insuficientes de recursos para controles contábeis. As fraquezas materiais divulgadas frequentemente descrevem problemas de controle interno de contas complexas, como derivativos e imposto de renda, e as contas específicas mais comuns ocorrem em contas de competência, tais como contas a receber e estoque. A análise estatística evidencia que fraquezas materiais estão associadas à complexidade dos negócios, tamanho e lucratividade da empresa. A maioria dos estudos internacionais procura associar a qualidade do controle interno a determinadas variáveis e a população dos estudos geralmente são empresas americanas. Devido ao fato da lei Sarbanes Oxley ser obrigatória a empresas latino americanas que possuem negociações no mercado de capital norte americano esta pesquisa será direcionada a empresas que possuem emissão de ADRs na NYSE e buscará analisar a qualidade dos controles internos dessas entidades. Partindo dos temas abordados o estudo responderá à seguinte indagação: Quais fraquezas materiais foram divulgadas nos relatórios de avaliação de controle interno das empresas latino americanas listadas na NYSE? Para resolver ao problema da pesquisa, o artigo está organizado da maneira que se segue. O item seguinte evidencia o conceito de controle interno, bem como traz explicitações sobre pesquisas anteriores sobre deficiências de controle. Na sequência é descrita a abordagem metodológica adotada no trabalho. Na seção 4, apresenta-se a descrição, análise e interpretação dos dados da pesquisa. No tópico 5, a conclusão do estudo. 2. CONTROLE INTERNO Attie (2009, p. 148) cita a definição de controle interno dada pelo Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de Contadores públicos certificados (AICPA): O controle interno compreende o plano de organização e o conjunto coordenado dos métodos e medidas, adotados pela empresa, para proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de seus dados contábeis, promover a eficiência operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração. Almeida (2003 p. 63) afirma que “o controle interno representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com o objetivo de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa”. Diante da mesma perspectiva Imoniana e Nohara (2005) definem controle interno como mecanismos adotados por entidades no intuito de minimizar o impacto de riscos do processo e de negócios. O Conselho Federal de Contabilidade – CFC (2003) através da Norma Técnica de Contabilidade- NBC T11 evidencia que o controle interno “compreende o plano de organização e o conjunto integrado de método e procedimentos adotados pela entidade na proteção do seu patrimônio, promoção da confiabilidade e tempestividade dos seus registros e demonstrações contábeis, e da sua eficácia operacional”. O controle interno de uma entidade existe com o intuito de gerar mecanismos e procedimentos que se usados de forma adequada, minimizarão a existência de riscos que possam impedir o alcance dos objetivos de um determinado negócio. Qualquer entidade deve possuir um plano de organização que esteja integrado com o proposito de estabelecer relações de autoridade e responsabilidades entre seus integrantes para atingir os objetivos emanados pela organização. É nesse sentido que um conjunto de métodos e medidas é estabelecido, surgindo dessa forma os mecanismos de controle interno que irão atuar de maneira preventiva diante dos procedimentos contábeis evidenciados nas empresas. 2.1. DEFICIÊNCIA DE CONTROLE INTERNO - PESQUISAS ANTERIORES A avaliação do controle interno de uma entidade deve ser divulgada pelo CFO (diretor financeiro) e o CEO (diretor presidente) da empresa. Estes, especificamente, não podem divulgar que seus controles internos são eficientes se encontrarem uma ou mais deficiências de controle sobre seus relatórios financeiros. De acordo com Graham (2010), deficiências de controle podem surgir de duas formas: Deficiência de Design: surge quando o controle necessário para atingir um determinado objetivo não existe, ou se existente não estaria projetado para atender o objetivo proposto. Deficiência operacional: existe quando um controle devidamente projetado não está sendo operado conforme o previsto ou quando a pessoa responsável pela execução de determinado procedimento não está apta para executar o controle efetivamente. Quando existe a divulgação de deficiências no relatório de uma determinada empresa, a gravidade dessas deficiências precisa ser avaliada. Dessa maneira, se os gestores da entidade concluírem que seus controles não são eficazes devem evidenciar os tipos de fraquezas materiais encontradas. Graham (2010) traz a definição de fraqueza material evidenciada pelo PCAOB, como sendo: Uma deficiência ou uma combinação de deficiências no controle interno sobre relatórios financeiros, de modo que haja uma possibilidade razoável de que uma distorção relevante nas demonstrações financeiras anuais da companhia não sejam impedidas ou detectadas em tempo hábil. Desde a promulgação da Sarbanes Oxley no mercado norte americano diversos estudos surgiram no intuito de verificar a presença de fraquezas materiais no controle interno das entidades e evidenciar seus determinantes. Doyle et al (2005) examinaram os determinantes de deficiências de controle interno e seu efeito sobre ganhos de qualidade. Os achados do estudo evidenciaram que os pontos fracos relevantes no controle interno são mais propensos em empresas menores, menos rentáveis, mais complexas, que estão crescendo rapidamente ou em fase de reestruturação. A pesquisa também evidencia que empresas com insuficiência material tem qualidade de informação de lucro (ou simplesmente qualidade de lucro, como é descrito na literatura internacional) mais baixa, sendo o controle interno um dos aspectos fundamentais para a qualidade de ganhos. Zang et al (2006) investigaram a relação entre a qualidade da comissão de auditoria e a independência do auditor com a divulgação de fraqueza material de controle após a promulgação da SOX. Os pesquisadores concluíram que existe uma relação entre essas variáveis, pois as empresas estão mais propensas a serem identificadas com uma fraqueza material de controle interno quando seus auditores são mais independentes ou seu comitê de auditoria é mais experiente. Bryan e Lilien (2005) evidenciaram características de empresas que divulgaram fraquezas materiais, o estudo indica que essas entidades são menores, apresentam um beta mais elevado, sugerindo um desconto maior que o mercado para essas empresas, os autores identificaram que o valor de mercado total dessas empresas é apenas 1,28% do valor de mercado da S&P 500. Com estudo numa perspectiva diferenciada, Hoitash et al (2007) analisaram a relação que existe entre salário anual do CFO (diretor financeiro) de uma entidade e divulgação de fraqueza material de controle interno. Os autores afirmam que o estudo foi motivado pelas recentes reformas destinadas a melhorar a qualidade dos relatórios financeiros, particularmente quando se trata das exigências do CFO, que deve certificar o controle interno da companhia. Os resultados da pesquisa revelam que os bônus do CFO são negativamente correlacionados com a divulgação de fraquezas materiais, mas esta relação é moderada pela experiência e reputação do CFO. Devido ao fato da Lei Sarbanes Oxley ser aplicada a empresas estrangeiras que possuem negociações no mercado americano, as entidades que possuem negociação nos EUA, tem sido alvo de pesquisas em área nacional (SOUZA ET AL (2010), OLIVEIRA E LINHARES (2007), BEUREN E ZONATTO (2010), SILVEIRA E CARVALHO (2009), NEVES E LEMES (2009)). Embora os estudos evidenciem uma abordagem diferenciada, podem ser considerados semelhantes ao estudo proposto nesta dissertação. Souza et al (2010) realizaram um estudo com empresas Brasileiras listadas na Bovespa e NYSE, o intuito dos pesquisadores foi divulgar se houve melhoria na evidenciação, no Brasil, dessas entidades em relação às exigências da SOX. As empresas que possuem emissão de ADRs estão obrigadas a divulgarem os requisitos requeridos pela lei Sarbanes Oxley, mas o estudo questiona se as informações divulgadas no mercado norte americano para a SEC, também vem sendo divulgado voluntariamente no Brasil, mesmo não possuindo obrigatoriedade em lei. O resultado da pesquisa evidencia que devido a essa falta de obrigatoriedade as empresas divulgam em seus relatórios o que julgam necessário, por isso algumas possuem maior ou menor grau de divulgação do que outras. Oliveira e Linhares (2007) analisaram o processo de implementação de controle interno às exigências da SOX em uma Cia aberta brasileira do setor de energia elétrica. O estudo de caso revelou que a adequação a lei foi facilitada pela adoção das orientações da Cartilha de Governança Corporativa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Código de Melhores Práticas do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o estudo ainda detectou que o fato da Cia já possuir certo grau de controle em suas operações, foi um facilitador para a adequação. Beuren e Zonatto (2010) analisaram os relatórios da administração de empresas brasileiras com emissão de ADRs no intuito de identificar as categorias de risco evidenciadas, na analise foram consideradas sete categorias de risco da metodologia COSO. Os resultados evidenciaram que não houve uma padronização nos riscos divulgados, a maior predominância foi o risco operacional, o risco de imagem não foi evidenciado. De todas as empresas pesquisadas os autores observaram que nove não fizeram evidenciação alguma de risco. No mesmo ano os autores realizaram outra pesquisa com empresas que possuem emissão de ADRs, o objetivo principal foi verificar se as características básicas recomendadas pelo coso para um ambiente de controle estão sendo amplamente divulgadas confirme é estabelecido pela SOX, foram analisados os relatórios de administração das Cias. O estudo concluiu que apesar de todos os componentes do COSO terem sido encontrados nos relatórios da administração, nem todas as características básicas do modelo foram evidenciadas, não sendo desta forma amplamente divulgados como emana a lei Sarbanes Oxley. O estudo de Silveira e Carvalho (2009) foi realizado com empresas brasileiras que devem atender aos requisitos emanados pela SOX e que devem enviar o relatório 20F a SEC, neste caso todas que possuem emissão de ADRs. A análise foi feita sobre esses relatórios no intuito de verificar se existia divulgação de fraquezas materiais nos controles internos, a partir da então se buscou analisar se a presença de fraqueza material nos controles internos das companhias de alguma forma impactava no valor de suas ações. O estudo concluiu que a divulgação de deficiências materiais nos controles internos não influenciou negativamente o preço das ações no período. Os autores enfatizam que essa constatação não corrobora a ideia de que as empresas que divulgam controles internos eficientes, sem deficiências materiais relevantes, são percebidas de forma diferenciada pelo mercado. Numa perspectiva diferenciada Neves e Lemes (2009) avaliam os efeitos no retorno e na liquidez média das ações em duas situações: quando a empresa adere ao novo mercado e quando emitem ADRs, devendo nesse caso atender aos requisitos da SOX. Na pesquisa foi utilizado o método de estudo de eventos, para o caso das empresas que aderem ao novo mercado foi considerado o evento da data de adesão e para as empresas com emissão de ADRs a data de evento considerada foi a do deposito do formulário 20F na SEC. Os autores concluíram que não existem diferenças estatísticas que possam afirmar que existe valorização do retorno das empresas que emitem ADRs em comparação as empresas que aderem ao Novo Mercado, como também não foram identificadas diferenças relativas ao comportamento da liquidez média das ações das empresas. 3. METODOLOGIA 3.1. PROCEDIMENTOS Foi realizada uma pesquisa documental, com base em informações colhidas dos relatórios emitidos pelos gestores da empresa (Presidente e Diretor financeiro) e pelas empresas de auditoria que auditaram a entidade, sobre a qualidade dos controles internos sobre os relatórios contábeis. Foi feita uma análise dos relatórios referente à eficiência do controle interno nos últimos seis anos (2006 a 2011) das empresas em estudo, o controle interno será classificado como eficiente ou como não eficiente. Serão considerados deficientes os controles internos das empresas cujos relatórios divulgarem fraquezas materiais. No caso dos relatórios com deficiências, foi feita uma análise e categorização dos tipos de fraquezas materiais encontradas. A classificação das deficiências foi baseada nas categorizações feitas no estudo de Doyle et al (2007) e Ge e McVay (2005). Doyle et al (2007) utilizam dois sistemas de categorização das fraquezas materiais. A primeira, baseada na categorização de Moodys, a empresa de classificação de ratings, que propõe que as fraquezas materiais recaem em uma das seguintes categorias: Tipo A e Tipo B. A fraqueza material Tipo A está relacionada com os controles sobre os saldos das contas específicas ou transação em nível de processos. Esse tipo de deficiência é possível de ser identificada em uma auditoria, sendo dessa forma menos preocupante. A fraqueza considerada Tipo B está relacionada com controles corporativos, tais como o ambiente de controle ou processo de relatório financeiro global, esse tipo é considerado mais preocupante, pois existe um questionamento sobre a capacidade do auditor em realizar uma auditoria em torno desse tipo de problemas. Doss e Jonas (2004) afirmam que esse tipo de fraqueza põe em causa não só a capacidade da gestão para preparar seus relatórios de maneira precisa, mas também sua capacidade de controlar o negócio. Doyle et al (2007) ainda utilizam outro tipo de categorização no estudo, baseada na razão declarada para o problema de controle interno (pessoal, complexidade e geral). Essas categorias são baseadas nos principais tipos de problemas que os autores observaram em sua coleção de fraquezas materiais. Ge e McVay (2005) categorizaram as fraquezas materiais em nove tipos diferenciados: contas específicas, treinamento, encerramento do período/políticas contábeis, reconhecimento de receita, segregação de funções, reconciliação de contas, subsidiária específica, administração geral e questões tecnológicas. 3.2. COLETA DE DADOS As informações analisadas foram colhidas dos relatórios emitidos pelos gestores das entidades (Presidente e Diretor Financeiro) e pelas empresas de auditoria, que auditaram as companhias sobre a qualidade do controle interno sobre os relatórios contábeis. Na maioria dos casos esses relatórios estavam inseridos no formulário 20-F, exigidos pela SEC, para as empresas de capital aberto, que negociam suas ações nas bolsas de valores dos Estados Unidos. Os formulários 20-F foram obtidos no site EDGAR da SEC (http://www.sec.gov/edgar.shtml). A população do estudo foi todas as empresas latino americanas que possuem negociação na NYSE, a listagem dessas entidades foi obtida no site da própria bolsa (www.nyse.com). Conforme constatado, inicialmente a busca pelas empresas latino americanas foi realizada no site da NYSE, no intuito de colher todas as entidades que possuíam negociação nesta bolsa. Logo após, o site do EDGAR foi utilizado para obtenção de todos os formulários 20-F enviados a SEC anualmente. Não foi encontrado nenhum formulário 20-F no EDGAR, das seguintes empresas: Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobrás, Companhia Siderúrgica Nacional, Companhia Paranaense de Energia-COPEL, Union Agriculture Group Corp. Para as empresas brasileiras, complementou-se a busca, utilizando-se o site da BM&F Bovespa. Assim, foi possível obterse os relatórios, para as seguintes empresas brasileiras: Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobrás; Companhia Paranaense de Energia- COPEL; e Companhia Siderúrgica Nacional. Os relatórios da Transportadora de Gas del Sur (TGS) foram obtidos no site da empresa (http://www.tgs.com.ar/Inversores/Documentos-SEC), obtido por pesquisa no GOOGLE. Da mesma forma, as empresa Sociedad Química y Minera de Chile S.A, com relatórios disponibilizados no site (http://www.sqm.com/aspx/Investor/20_F_en.aspx?VarF=4) e a empresa Compañia de Minas Buenaventura S.A, com relatórios 20-F, também encontrados no site da empresa (http://www.b2i.us/profiles/investor/FullPage.asp?BzID=1454&ID=4970&secid=0). Duas empresas mexicanas, que estavam relacionadas no site da NYSE, não foram encontradas: The Mexico Fund, Inc. e Santander Holdings USA, Inc. No site da SEC elas estavam registradas como empresas mexicanas, mas o site não disponibilizava os relatórios 20F das mesmas. Após proceder busca na internet, utilizando o Google, chegou-se ao site das referidas empresas e constatou-se que as mesmas eram americanas. A empresa Telecomunicações de São Paulo S.A (Telesp) e Telefônica Brasil disponibilizaram os relatórios 20-F sob duas denominações diferentes. No período de 2006 a 2010, os relatórios 20F referem-se à empresa denominada Telesp. Em 2011, o relatório 20F refere-se à empresa Telefônica Brasil, que surgiu da fusão das duas empresas, ocorrida naquele ano. 4. ANÁLISE DE FREQUÊNCIA SOBRE A AVALIAÇÃO DO CONTROLE INTERNO E CATEGORIZAÇÃO DAS FRAQUEZAS MATERIAIS A tabela 13 divulga a frequência das fraquezas materiais encontradas nas empresas latino americanas ao longo do estudo. Tabela 13 – Frequências das Fraquezas Materiais por Empresa e País Empresa BR ME PA Total Banco L. Americ. 0 0 2 2 Cia. Siderúrgica Nacional 2 0 0 2 Copel 6 0 0 6 Desarrolladora Homex, S.A.B. de C.V. 0 4 0 4 Ecopetrol 0 1 0 1 Eletrobrás 19 0 0 19 Gol 3 0 0 3 Grupo Casa Saba, S.A. De C.V. 0 2 0 2 Grupo TMM, S.A.B. 0 1 0 1 Sabesp 2 0 0 2 Tam 2 0 0 2 Telecom 1 0 0 1 Telesp 1 0 0 1 Total 36 8 2 46 Dos sete países analisados na pesquisa, apenas empresas de três países apresentaram fraquezas materiais em seus controles internos, no período de 2006 a 2011. Dentre estes, o Brasil é o país que apresentou o maior número de fraquezas materiais (78%). Esse elevado número, em relação aos demais deve-se ao grande número de fraquezas materiais apresentados pela Eletrobrás, que foi responsável por mais da metade (53%) das deficiências de controle das entidades brasileiras nesse período. As fraquezas materiais evidenciadas pela Eletrobrás tiveram repercussão na impressa e em 23 de agosto de 2011, matéria vinculada ao Jornal Econômico sob o título: “Eletrobrás faz revisão de seus controles internos" é divulgada, esta matéria levou a empresa em atendimento a CVM, divulgar esclarecimentos aos acionistas e mercado em geral sobre suas deficiências de controle. A Copel foi outra empresa que apresentou um número de fraqueza material bem superior às demais, representando 17% das fraquezas materiais das empresas brasileiras, nesse período. Não fosse a quantidade significativa de fraquezas de algumas empresas brasileiras, o país teria apresentado um número semelhante aos demais. Ainda podemos observar na tabela 14 que as deficiências se concentraram no ano de 2006 a 2010, nenhuma empresa da América latina apresentou fraquezas materiais em 2011. No período de 2006 a 2008, foi havendo uma queda das deficiências, o aumento nos anos de 2009 e 2010 foi ocasionado justamente por causa da Eletrobrás. Tabela 14 – Frequências das Fraquezas Materiais por Empresa e Ano Empresa 2006 2007 2008 2009 2010 Total Banco L. Americ. 0 0 2 0 0 2 Cia. Siderúrgica Nacional 0 1 1 0 0 2 Copel 5 1 0 0 0 6 Desarrolladora Homex, S.A.B. de C.V. 3 1 0 0 0 4 Ecopetrol 0 0 0 1 0 1 Eletrobrás 0 0 0 9 10 19 Gol 0 0 3 0 0 3 Grupo Casa Saba, S.A. De C.V. 0 0 1 1 0 2 Grupo TMM, S.A.B. 0 1 0 0 0 1 Sabesp 2 0 0 0 0 2 Tam 0 0 0 2 0 2 Telecom 0 0 1 0 0 1 Telesp 1 0 0 0 0 1 Total 11 4 8 13 10 46 As fraquezas materiais identificadas nesta pesquisa foram categorizadas, levando-se em consideração a classificação utilizada nos estudos de Ge e McVay (2005) e Doyle et al (2007), os resultados são expostos a seguir, na tabela 15: Tabela 15 – Frequência das Fraquezas Materiais por País pela Classificação Proposta por Ge e McVay (2005) Pais Categorias Brasil México G&M - Conta Específica 12 31,6% 3 37,5% G&M – Treinamento 3 7,9% 1 G&M - Políticas Contábeis 8 21,1% 1 G&M - Reconhec. de Receita 2 5,3% G&M - Segregação de Função 2 5,3% G&M - Reconciliação de Contas 4 G&M – Subsidiária Total Panamá 17 35,4% 12,5% 4 8,3% 12,5% 9 18,8% 2 4,2% 4 8,3% 10,5% 4 8,3% 1 2,6% 1 2,1% G&M – Adm. Geral 2 5,3% 2 4,2% G&M – Tecnologia 4 10,5% 1 12,5% 5 10,4% Total Geral 38 100,0% 8 100,0% 48 100,0% 2 2 100,0% 25,0% 2 100,0% Ge e McVay (2005) classificam as fraquezas materiais em nove tipos diferenciados. Conforme observado na tabela 15, no Brasil, assim como no México o maior número de fraquezas se concentram em contas específicas, bem como empresas do Panamá que apresentaram apenas duas deficiências que foram classificadas pelo mesmo tipo. As empresas do Brasil apresentaram todos os tipos de fraquezas, visto que a quantidade de empresas neste país é superior aos demais, as empresas do México se restringiram a seis tipos de fraquezas diferenciadas. Segregação de Funções foi um dos problemas mais evidenciados em entidades do México, diferentemente no Brasil, que teve esse tipo de problema divulgado em menores percentuais. Questões referentes a políticas contábeis e tecnologia, tiveram percentuais semelhantes nos dois países. No estudo de Ge e McVay (2005), realizado apenas com empresas americanas, das 493 fraquezas materiais encontradas nos relatórios 119 eram relativas a contas específicas, a segunda mais frequente foi deficiências relacionadas a treinamento, fraquezas também comuns nas empresas mexicanas e brasileiras, os autores chegaram a afirmar que nessas empresas geralmente não existe um pessoal técnico com um bom nível de conhecimento no GAAP dos EUA, fato também evidenciado nas empresas deste estudo. Fraqueza referente a questões tecnológicas foi a terceira mais divulgada nas empresas latino americanas, nas americanas especificamente foi o tipo de fraqueza menos evidenciado, quando comparado aos demais. Tabela 16 – Frequência das Fraquezas Materiais por Ano pela Classificação Proposta por Ge e McVay (2005) Ano Categorias G&M - Conta Específica 2006 7 2007 2 G&M – Treinamento G&M - Políticas Contábeis 1 G&M - Reconhec. de Receita 1 G&M - Segregação de Função G&M - Reconciliação de Contas 2009 3 2010 2 1 2 1 4 2 4 2 9 1 2 1 1 4 1 1 4 1 1 2 1 2 2 5 2 17 1 G&M – Adm. Geral G&M – Teconologia Total Geral 2011 2008 3 2 G&M – Subsidiária Total 1 11 4 8 14 11 48 22,9% 8,3% 16,7% 29,2% 22,9% 100,0% Realizando uma análise por ano percebemos que a fraqueza relacionada a contas específicas tem diminuído seu percentual ao longo dos anos e questões com tecnologia sofrem um pequeno aumento, as demais se mantem constante. Em 2006 e 2009, são evidenciados exatamente os mesmos percentuais de deficiências, apenas no ano de 2007 houve uma queda brusca destas fraquezas. Esta pesquisa também utilizou a categorização das fraquezas materiais baseada em outro estudo internacional, realizado com empresas americanas, Doyle et al (2007). No estudo os autores evidenciaram dois tipos de classificação das fraquezas materiais, uma delas criada pelos próprios autores, baseada na razão declarada para o problema de controle e a outra é a classificação da empresa de risco Moodys, que leva em consideração a gravidade do problema no controle interno. A tabela 17 divulga os resultados obtidos no estudo Tabela 17 – Frequência das Fraquezas Materiais por País pela Classificação Proposta por Doyle et al (2007) Brasil México Doyle – Geral 25 69,4% 5 62,5% Panamá 2 100,0% Total 32 69,6% Doyle – Complexidade 6 16,7% 1 12,5% 7 15,2% Doyle – Pessoal 5 13,9% 2 25,0% 7 15,2% 36 8 2 46 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% (78,3%) (17,4%) (4,3%) (100,0%) Total Moody A - Controles Contábeis 28 77,8% 7 87,5% Moody B - Controles Corporativo 8 22,2% 1 12,5% 2 100,0% 37 80,4% 9 19,6% Em ambos os países o maior percentual de fraquezas foi concentrado nas deficiências do tipo geral. Em relação aos outros tipos identificados, houve uma pequena diferenciação entre os países, pois no Brasil, as fraquezas do tipo complexidade foram mais comuns do que no México, que apresentou uma quantidade significativa de fraquezas relativas à pessoal. Em relação à categorização proposta por Moodys, ambos os países concentraram suas deficiências de controle na categoria A, aquela relacionada a controles contábeis mais específicos que evidenciam tipos de fraquezas que são mais facilmente auditáveis e são consideradas menos graves do que as fraquezas tipo B, questão relacionadas ao controles de uma maneira mais geral, mais difícil de ser auditáveis e causam problemas mais graves nos sistemas de controles interno das entidades. Doyle et al (2007) categorizaram as fraquezas materiais no intuito de examinar se os determinantes de problemas no controle interno variam de acordo com a gravidade ou o motivo da deficiência. Chegaram a conclusão que fraquezas materiais relacionadas a controles contábeis do tipo específico são mais comuns em empresas maduras, que estão lidando com questões complexas de contabilidade, recorrente de mudanças em alguns tipos de operações. Deficiências mais graves, ligadas a controle corporativo, são mais comuns em empresas mais jovens, financeiramente mais fracas, que não tem recursos para manter um sistema abrangente de controle interno. Tabela 18 – Frequência das Fraquezas Materiais por Ano pela Classificação Classificação Proposta por Doyle et al (2007) Ano 2007 2008 2009 2010 Doyle – Geral 9 3 5 8 7 32 Doyle – Complexidade 2 2 2 1 7 1 1 3 2 7 11 4 8 13 10 46 23,9% 8,7% 17,4% 28,3% 21,7% 100,0% 11 4 5 10 7 37 3 3 3 9 Doyle – Pessoal Total Moody A - Controles Contábeis Moody B - Controles Corporativo 2011 Total 2006 Conforme observado na tabela 18 as fraquezas materiais do tipo geral tiveram uma diminuição ao longo dos anos, as questões relativas a complexidade e pessoal, mantiveram-se constantes. Em relação à classificação das fraquezas tipo A, percebe-se que de 2006 a 2007 tiveram uma pequena diminuição, chegando em 2009 e 2010 com um aumento. Pode-se visualizar que ao longo do tempo as fraquezas diminuíram. A próxima tabela (19) demonstra uma análise de contingência realizada entre a classificação de Doyle e Moodys. Percebe-se que a maior parte das fraquezas do tipo A, controle contábil, é também de nível geral, diferentemente das fraquezas relacionadas a controle corporativo que são do tipo pessoal em sua maioria. Tabela 19 – Análise de Contingência entre a Classificação de Doyle e a de Moodys Doyle Classificações Geral Complexidade Pessoal Count Controle Contábil Moody 27 6 4 37 % within Moody 73,0% 16,2% 10,8% 100,0% % within Doyle 90,0% 85,7% 44,4% 80,4% 3 1 5 9 % within Moody 33,3% 11,1% 55,6% 100,0% % within Doyle 10,0% 14,3% 55,6% 19,6% 30 7 9 46 % within Moody 65,2% 15,2% 19,6% 100,0% % within Doyle 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Count Controle Corporativo Count Total Total 5- CONCLUSÃO Esta pesquisa foi concentrada na avaliação da qualidade do controle interno das empresas latino americanas listadas na NYSE, tendo como principal foco de estudo os formulários 20-F, disponibilizados anualmente a SEC. Esse relatório divulga no item 15 a avaliação do sistema de controle interno por parte da administração da empresa como também por parte de uma firma de auditoria. Levando em consideração esses aspectos o estudo teve o objetivo de identificar os tipos de fraqueza material no controle interno evidenciados nos relatórios que compõem a amostra e categorizar os tipos de fraquezas materiais evidenciados. O item 15 do formulário 20- F evidencia a avaliação do controle das entidades. Dos sete países analisados, três apresentaram fraquezas materiais, Brasil, México e Panamá, um total de 46 fraquezas materiais foi divulgado, a maioria relativa a tipo geral e Tipo A, pela categorização de Doyle et al (2007) e contas específicas pela classificação de Ge e McVay (2005), todas consideradas deficiências de controle menos graves, fáceis de ser auditáveis. As fraquezas materiais divulgadas diminuíram ao longo dos anos e nenhum tipo foi evidenciado em 2011. A pesquisa em foco foi realizada apenas com documentação indireta e não foi feita uma comparação com os relatórios de auditoria das entidades que possuíam deficiências de controle. Para futuros trabalhos, recomenda-se investigar os determinantes de fraquezas materiais nos sistemas de controle interno, buscando identificar, se tamanho da empresa, lucratividade, experiência no mercado, dentre outros fatores podem ser determinantes de deficiências de controle, além do mais podem ser realizados estudos que levem em consideração os setores das empresas procurando identificar os tipos de deficiências mais comuns em cada setor. A população da pesquisa pode ser ampliada e empresas americanas podem fazer parte do estudo, podendo-se levantar um comparativo entre empresas de diferentes países da América. Pode-se ainda realizar uma análise dos pareceres de auditoria das empresas com fraquezas materiais no intuito de verificar se estes possuem algum tipo de ressalva. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Marcelo Cavalcante. Auditoria: um curso moderno e completo. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. ASHBAUGH-SKAIFE, Hollis et al. 2007. 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