1 DESAFIOS DO ENFERMEIRO FRENTE AO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM UNIDADE DE EMERGÊNCIA Andreza Alves Monteiro Costa1 Caio Cezar Santos Portella2 Cosmo Guimarães Cândido3 RESUMO: TRATA-SE DE UM ESTUDO DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DESCRITIVA DE NATUREZA QUALITATIVA, QUE TEM POR OBJETIVO, IDENTIFICAR AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELO ENFERMEIRO FRENTE AO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO (ACCR), VISANDO BUSCAR ALTERNATIVAS PARA AMENIZA-LAS. REALIZOU-SE A COLETA E ANÁLISE DE DADOS NO PERÍODO DE ABRIL A JUNHO DE 2014, SENDO INCLUÍDOS OS ARTIGOS ORIGINAIS PUBLICADOS ENTRE OS ANOS DE 2010 A 2013, OS QUAIS SE ENCONTRAM DISPONIBILIZADOS EM SEU TEXTO NA ÍNTEGRA E EM LÍNGUA PORTUGUESA. APÓS CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO FORAM SELECIONADOS 08 ARTIGOS PARA ANÁLISE. OBSERVOU-SE QUE O ENFERMEIRO ATUANTE FRENTE À CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM UNIDADE DE EMERGÊNCIA, ENFRENTA NO SEU DIA-DIA DE TRABALHO, O DESAFIO DE CLASSIFICAR O USUÁRIO DE ACORDO COM A GRAVIDADE DO CASO. AO CONSTATAR QUE O PERFIL DESTE NÃO REQUER PRIORIDADE DE ATENDIMENTO, O PROFISSIONAL SOFRE AGRESSÕES VERBAIS E ATÉ AMEAÇAS, POIS O USUÁRIO JULGA QUE SEU PROBLEMA REQUER ATENDIMENTO IMEDIATO. O DESCONHECIMENTO DA POPULAÇÃO QUANTO AO FUNCIONAMENTO DA REDE, A INEFICIÊNCIA DA ATENÇÃO BÁSICA, A FALTA DE VAGAS NAS UNIDADES DE ALTA COMPLEXIDADE, A INEFICIÊNCIA OU INEXISTÊNCIA DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA E A SUPERLOTAÇÃO NAS UNIDADES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA, QUE ULTRAPASSA 100% DA SUA CAPACIDADE DE ATENDIMENTO, SÃO OS MAIORES DESAFIOS ENCONTRADOS POR ESTES PROFISSIONAIS. Palavras-chave: Acolhimento. Emergência. Enfermagem. Classificação. Risco. 1 Bacharel em Enfermagem graduado pela Estácio FIB da Bahia. E-mail: [email protected] ² Bacharel em Enfermagem graduado pela Universidade Católica da Bahia. E-mail: [email protected] ³ Bacharel em Enfermagem graduado pela Universidade Católica da Bahia. E-mail: [email protected] Artigo apresentado a Atualiza Cursos, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Enfermagem em Emergência, sob a orientação do professor Max Lima. Salvador ,2014. 2 1 INTRODUÇÃO A palavra “acolher”, em seus vários sentidos, expressa “dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber, atender, admitir”. O acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa uma ação de aproximação, em “estar com” e “perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão, de estar em relação com algo ou alguém. É exatamente no sentido da ação de “estar com” ou “próximo de” que queremos afirmar o acolhimento como uma das diretrizes de maior relevância política, ética e estética da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. Requer prestar um atendimento com responsabilização e resolutividade e quando for o caso de orientar o usuário e a família para a continuidade da assistência em outros serviços, requer o estabelecimento de articulações com esses serviços para garantir a eficácia desses encaminhamentos. Acolher com a intenção de resolver os problemas de saúde das pessoas que procuram uma unidade de urgência pressupõe que todos serão acolhidos por um profissional da equipe de saúde. Este profissional vai escutar a queixa, os medos e as expectativas, identificar risco e vulnerabilidade, acolher também a avaliação do próprio usuário; vai se responsabilizar pela resposta ao usuário, e para isso vai necessariamente colocar em ação uma rede multidisciplinar de compromisso coletivo com essa resolução. Assim, o acolhimento deixa de ser um ato isolado para ser um dispositivo de acionamento de redes internas, externas, multidisciplinares, comprometidas com as respostas às necessidades dos cidadãos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Emergência é a circunstância de agravo à saúde que exige intervenção médica imediata por haver risco iminente de vida, enquanto a urgência é uma classificação atribuída aos casos em que há risco à vida, mas com a necessidade de suporte à saúde de caráter menos imediatista (ZANELLATO; PAI, 2010). A classificação de risco visa subsidiar a ordem dos atendimentos para que usuários não sejam orientados pela hora de chegada, mas por parâmetros clínicos de gravidade que permitam identificar as situações que não podem aguardar o atendimento devido ao risco de morte. Trata-se, portanto, de uma tecnologia que procura garantir o atendimento imediato do usuário que enfrenta risco à vida, além 3 de prever e informar o tempo de espera para os indivíduos que não apresentam este risco (PAI; LAUTERT, 2011). O protocolo de enfermagem, aliado à classificação de risco, segundo Ulbrich et al. (2010) pode subsidiar o desenvolvimento das intervenções de enfermagem, de forma sistematizada e organizada, no acolhimento emergencial às vítimas, com segurança e qualidade, garantindo a agilidade e a integralidade do atendimento. Nesse processo, segundo Nascimento et al. (2011) todos os profissionais de saúde e instituições são responsáveis pela busca de uma relação acolhedora e humanizada com os usuários que procuram o serviço. Para Zem, Montezele e Peres (2012) humanizar não significa exclusivamente apresentar um ambiente ostentado, estar sempre sorrindo e chamar o cliente pelo nome. O que a Política Nacional de Humanização (PNH) propõe vai, além disso, e tem como princípios a ampliação do acesso do usuário ao serviço de saúde, a integração dos profissionais para maior resolutividade dos problemas, a atuação de modo cooperativo e solidário, a utilização da comunicação e educação permanente da gestão, uma adequação de ambientes e um atendimento acolhedor. Cabe ao enfermeiro o papel de classificar e avaliar o risco do paciente/cliente/usuário de acordo com o grau de urgência de seu agravo, com base em um sistema de cores predefinido: vermelho=emergência; amarelo=urgência; verde=menor urgência; azul=não urgência (JÚNIOR; MATSUDA, 2012). De acordo com Silva e Matsuda (2012) considera-se que esse papel lhe é pertinente, pois sua formação abrange não somente questões técnicas e biológicas mas também aspectos sociais e emocionais que viabilizam uma prática acolhedora e responsiva às necessidades da população. A grande procura por atendimento nos serviços de urgência hospitalar segundo Nascimento et al. (2011) tem inúmeras causas que podem estar associadas ao aumento de acidentes e da violência urbana, as questões socioeconômicas, a falta de leitos para internação na rede pública, o aumento da longevidade da população assim como a falta de agilidade e de resolutividade de ações e serviços de saúde, ou seja, a insuficiente estruturação da rede. Tradicionalmente, os prontos socorros funcionam como porta de entrada da rede de saúde, onde são atendidos casos clínicos graves, com risco de morte, e usuários com quadros clínicos leves ou moderados que não conseguem assistência na rede de cuidados primários (ROSSANEIS et al., 2011). 4 O presente estudo busca identificar as dificuldades encontradas pelo enfermeiro frente ao Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR), visando buscar alternativas para ameniza-las. Este projeto demarcou uma revisão bibliográfica descritiva de natureza qualitativa sobre os desafios do enfermeiro frente ao acolhimento com classificação de risco na unidade de emergência. A coleta e análise de dados foi realizada na biblioteca da Atualiza Cursos e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), através do sistema informatizado LILACS (Literatura Latino Americano de Ciências da Saúde), no período de abril a junho de 2014. Foram incluídos os artigos originais publicados entre os anos de 2010 a 2013 que encontram disponibilizados em seu texto na íntegra e em língua portuguesa e excluídos textos publicados nos anos anteriores a 2010, bem como em língua estrangeira, apresentando apenas o resumo, não disponibilizados na íntegra, artigos de revisão, teses e duplicidades de publicações. Para levantamento de dados foram utilizados os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Acolhimento. Emergência. Enfermagem. Classificação. Risco. Sendo encontrados 30 artigos que após os critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 8 para análise. 2 DESENVOLVIMENTO Segundo Silva e Matsuda (2012) o indivíduo antes de chegar a um serviço de urgência muitas vezes já buscou vários serviços da rede de saúde e está insatisfeito por não ter seu problema resolvido, isto decorre, dentre outros motivos pelo distanciamento dos serviços de saúde a um dos princípios do SUS, a integralidade, o que gera competitividade e disputa pelos usuários em busca de atendimento que de acordo com Ulbrich et al. (2010) é determinado pela procura espontânea, que resulta numa superlotação dos Prontos socorros (PS) e das salas de atendimento, consequentemente levando a baixa qualidade da assistência prestada devido a sobrecarga de serviço. Os profissionais de saúde que encontram no Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) mencionaram dificuldade na primeira interação com o usuário. O atrito começa quando a avaliação do usuário sobre sua situação de saúde requer atenção imediata, mas a visão técnica do profissional não o enquadra nessa 5 categoria. Assim o usuário expressa seu descontentamento ao profissional que está na linha de frente desse serviço, pois o vê como a pessoa que representa o sistema de saúde, e o profissional por sua vez sente-se injustiçado com esta agressividade, atitudes como estas ocasionam mais violência resultando em um ambiente de trabalho tenso (ZANELLATO; PAI, 2010). O acolhimento como postura e prática nas ações de atenção e gestão nas unidades de saúde, a partir de análise dos processos de trabalho, favorece a construção de relação de confiança e compromisso entre as equipes e os serviços. Possibilita também avanços na aliança entre usuários, trabalhadores e gestores da saúde em defesa do SUS como uma política pública essencial para a população brasileira (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). A pressão exercida pela superlotação que caracteriza os serviços públicos de pronto-socorro segundo Pai e Lautert (2011) promove assistência hospitalar fragmentada, caracterizada em sua maioria por ações específicas e imediatistas, muitas vezes desarticuladas do cuidado integral em saúde. Essas práticas além de avultarem os gastos, acarretam a descontinuidade da assistência e agravam as situações de doença, principalmente aquelas crônicas que poderiam ser acompanhadas na rede básica, mas acabam nas filas dos serviços de emergência. Essas situações contribuem para a superlotação dos prontos-socorros, o que resulta em conflitos e insatisfação para os trabalhadores de saúde. Esse sentimento decorre do convívio com a sobrecarga de trabalho e relações tensionadas com colegas e usuários. O acolhimento segundo o Ministério da Saúde (2009) é um modo de operar os processos de trabalho em saúde de forma a atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas adequadas aos usuários. Acolher com a intenção de resolver os problemas de saúde das pessoas que procuram uma unidade de urgência pressupõe que todos serão acolhidos por um profissional da equipe de saúde. Este profissional vai escutar a queixa, os medos e as expectativas, identificar risco e vulnerabilidade, e acolher também a avaliação do próprio usuário; vai se responsabilizar pela resposta ao usuário, para isso vai necessariamente colocar em ação uma rede multidisciplinar de compromisso coletivo com essa resolução. Para Zem, Montezele e Peres (2012) foi possível notar que a compreensão dos enfermeiros sobre a classificação limita-se a um meio de priorizar o atendimento 6 sem vínculo ao acolhimento da clientela que ali aporta divergindo-se da proposta da PNH, embora demonstrassem conhecimento sobre a finalidade do acolhimento durante a classificação de risco não compreendem sua abrangência identificando-o como parte do atendimento destinada apenas a um local, reforçando ao estudo realizado por Zanelatto e Pai (2010) que mostrou certo despreparo dos profissionais ou a não adesão à reorganização proposta pela estratégia de ACCR. A PNH em seu contexto teórico deixa bem claro que o acolhimento não é um espaço ou um local, mas uma postura ética; não pressupõe hora ou profissional específico para fazê-lo, mas implica necessariamente o compartilhamento de saberes, angústias e invenções. É um modo de operar os processos de trabalho em saúde de forma a atender todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas adequadas aos usuários. Acredita-se que a atitude dos profissionais de enfermagem e o compromisso com o trabalho bem como o conhecimento sobre a PNH e a sua prática representa importante fator no alcance das metas estabelecidas pelo programa, embora para que se concretize, há necessidade de educação continuada visando melhor qualificação dos profissionais. De acordo com a PNH, a classificação de risco é atividade realizada por profissional de enfermagem de nível superior, preferencialmente com experiência em serviço de urgência e após capacitação específica para a atividade proposta. Assim, o acolhimento deixa de ser um ato isolado para ser um dispositivo de acionamento de redes internas, externas, multidisciplinares, comprometidas com as respostas às necessidades dos cidadãos. A não distinção de riscos ou graus de sofrimento faz com que alguns casos se agravem na fila, ocorrendo às vezes até a morte de pessoas pelo não atendimento no tempo adequado. Avaliar riscos e vulnerabilidade implica estar atento tanto ao grau de sofrimento físico quanto psíquico, pois muitas vezes o usuário que chega andando, sem sinais visíveis de problemas físicos, mas muito angustiado, pode estar mais necessitado de atendimento e com maior grau de risco e vulnerabilidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Para Nascimento et al. (2011) o usuário que sofre de algum mal, quando procura o serviço de emergência, quer encontrar profissionais que lhe atendam rapidamente, e espera desses, resolutividade ao seu problema, independente de 7 quão grave lhe pareça os sintomas. Porém cabe ao profissional do serviço de emergência, embasado em dados clínicos, em informações objetivas, subjetivas e experiência e com a utilização de protocolos pré-estabelecidos avaliar o grau das queixas dos pacientes, colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento. Destaca ainda a inadequada e inexistente referência e contrarreferência, a falta de implementação da Política Nacional de Atenção às Urgências (PNAU) em todas as suas instâncias, o desconhecimento da população da oferta de serviços de saúde ou a utilização inadequada dos mesmos, faz com que o ACCR se torne ineficiente em alguns aspectos, já que o atendimento prestado aos usuários classificados como menos graves se torna superficial e inadequado. No Brasil, segundo Rossaneis et al. (2011) a maioria dos hospitais públicos funcionam acima da sua capacidade máxima, com taxa de ocupação de leitos superior a 100%, número reduzido de recursos humanos, profissionais sem capacitação, excesso de demanda e demanda inadequada, déficit financeiro, gerenciamento precário de recursos, número de leitos insuficientes e sem planejamento efetivo. A classificação de risco é uma ferramenta necessária para organizar o fluxo de atendimento nos serviços de saúde de emergência e proporciona assistência mais resolutiva e humanizada àqueles em situações de risco a saúde. A classificação de risco segundo o Ministério da Saúde (2009) é uma ferramenta que, além de organizar a fila de espera e propor outra ordem de atendimento que não a ordem de chegada, tem também outros objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato do usuário com grau de risco elevado; informar o paciente que não corre risco imediato, assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera; promover o trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do processo; dar melhores condições de trabalho para os profissionais pela discussão da ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos usuários e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de redes internas e externas de atendimento. Para Nascimento et al. (2011) para cumprir o que determina a política do ACCR atendendo a todos que chegam ao serviço e, devido à falta de um sistema de contrarreferência que integre o usuário do serviço à rede básica. Se, por um lado há uma atenção básica deficitária, por outro lado também se tem o fomento para o 8 vínculo permanente do usuário ao serviço de pronto socorro, sendo este um dos motivos da superlotação do serviço. Rossaneis et al. (2011) afirma que a referência e contrarreferência favorecem a prestação da atenção integral ao usuário, garantindo que o paciente seja acompanhado pela rede de atenção primária após a alta hospitalar ou retorne ao hospital caso haja necessidade. A interação entre serviços auxilia na redução de casos de reinternação hospitalar e previne o agravamento da patologia do usuário por falta de assistência, friza ainda, que o sucesso em reduzir a superlotação nos serviços de saúde de emergência só é possível se for reorganizado o fluxo de atendimento em toda a rede de saúde, como a participação de todos os serviços da rede, pois o grande número de atendimentos nos serviços de emergência indica baixo desempenho do sistema de saúde como um todo. 3 CONCLUSÃO Atuar frente ao ACCR não é nada fácil para o enfermeiro que assume este papel, como podemos perceber a superlotação dos serviços de emergência é um desafio que traz ao profissional um desgaste muito grande, tanto físico quanto emocional. As unidades de saúde em sua maioria trabalham com mais de 100% da sua capacidade de atendimento e número reduzido de profissionais. O profissional que através de dados objetivos colhidos com o uso de alguns aparelhos e exame físico e de dados subjetivos apresentados pelo próprio paciente com sua queixa, baseando-se no seu conhecimento teórico e experiência profissional, respaldado por protocolos estabelecidos pelo ministério da saúde, classifica os pacientes por cores de acordo com a gravidade do caso e prioridade de atendimento. Ao ser classificado e orientado o paciente/cliente/usuário e acompanhante nem sempre aceitam de bom grado o tipo de classificação estabelecido por julgar o seu problema com necessidade de atendimento imediato, e surgem agressões verbais e até ameaças a estes profissionais que por outro lado se sentem injustiçados pelas ofensivas e desacato muito comuns no seu dia-dia de trabalho. Ao classificar o paciente/cliente/usuário, o profissional esbarra na ineficiência ou inexistência de um serviço de referência e contrarreferência, bem como, da rede básica e de toda rede de saúde, que acredita ser o maior desafio encontrado por 9 estes profissionais que ao concluir a classificação o cliente de menor prioridade de atendimento é obrigado aguardar horas pelo atendimento até que sejam atendidos os de maior gravidade por não ter uma rede básica eficiente onde referencia-lo, o mesmo acontece com os casos graves que ficam internados nas emergências aguardando uma vaga para setores ou unidades de maior complexidade. Devido a ineficiência da rede básica o paciente/cliente/usuário com perfil para estes serviços na maioria das vezes recusam a indicação e preferem esperar na emergência sem se importar com o tempo de espera, desde que tenham a certeza de que serão atendidos por ordem de chegada, depois do atendimento das prioridades. Mesmo os pacientes que foram atendidos nos serviços de urgência e emergência e que deveriam procurar outros serviços para dar continuidade ao tratamento acabam criando um vínculo com a unidade, um dos motivos pelos quais justificam a superlotação. Ao deparar com esta situação de recusa dos pacientes em buscar outra unidade o enfermeiro da classificação de risco sente-se inserido em um discurso vazio do qual nem ele mesmo acredita, devido a precariedade da atenção básica e da rede de saúde como um todo além da superlotação dos serviços que é uma realidade da rede em geral. CHALLENGES AHEAD OF NURSES TO HOST WITH CLASSIFICATION OF RISK IN EMERGENCY UNIT SUMMARY: THIS IS A DESCRIPTIVE STUDY OF QUALITATIVE LITERATURE REVIEW THAT AIMS TO IDENTIFY THE DIFFICULTIES ENCOUNTERED BY NURSES ACROSS THE HOST WITH RISK CLASSIFICATION (ACCR), AIMING TO SEEK ALTERNATIVES TO MITIGATE THEM. THE COLLECTION AND ANALYSIS OF DATA WERE CARRIED OUT FROM APRIL TO JUNE 2014, WHEN THE ORIGINAL ARTICLES PUBLISHED BETWEEN THE YEARS 2010 TO 2013 WHICH ARE AVAILABLE ON ITS TEXT IN FULL AND IN ENGLISH WERE INCLUDED. AFTER INCLUSION AND EXCLUSION CRITERIA WERE SELECTED FOR ANALYSIS 8. WE CONCLUDE THAT THE ACTING NURSE IN THE CLASSIFICATION OF RISK IN EMERGENCY FACING IN THEIR DAY TO DAY WORK THE CHALLENGE OF CLASSIFYING THE USER ACCORDING TO THE SEVERITY OF THE CASE AND NOTED WHEN THE PROFILE OF THIS DOES NOT REQUIRE PRIORITY TREATMENT, GENERATING VERBAL THREATS AND EVEN ASSAULTS BECAUSE THE USER BELIEVES THAT YOUR PROBLEM REQUIRES IMMEDIATE ATTENTION. THE IGNORANCE OF THE POPULATION AS TO THE OPERATION OF THE NETWORK, INEFFICIENT PRIMARY HEALTH CARE, THE LACK OF VACANCIES IN UNITS OF HIGH COMPLEXITY, INEFFICIENCY OR LACK OF THE REFERENCE AND COUNTER SERVICE AND 10 OVERCROWDING IN EMERGENCY CARE UNITS WHICH EXCEEDS 100 % OF ITS SERVICE CAPACITY ARE THE BIGGEST CHALLENGES FACED BY THESE PROFESSIONALS. Keywords: Home. Emergency. Nursing. Rating. Risk. REFERÊNCIAS BELLUCI JÚNIOR, José Aparecido; MATSUDA, Laura Misue. Implantação do Acolhimento com Classificação de Risco em Serviço Hospitalar de Emergência: Atuação do Enfermeiro. 2012. Disponível em: <http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resourse/pt/lil-693632>. Acesso em: 30 mar. 2014. BRASÍLIA-DF. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. HUMANIZA SUS: Acolhimento e Classificação de Risco nos Serviços de Urgência. 2009. Disponível em: <www.saude.gov.br/humanizasus>. Acesso em: 12 abr. 2014. ULBRICH, Elis Martins et al. 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