CAPÍTULO 7
ECONOMIA DA POLUIÇÃO
GESTÃO ECONÔMICA DE RECURSOS NATURAIS E
POLÍTICA AMBIENTAL
PRODEMA/UFC
Prof. Rogério César, Ph.D.
Sumário
Introdução
 Controle da Poluição – um modelo geral
 Danos da Poluição
 Função de Danos Ambientais
 Custos de Abatimento
 Custos Marginais de Abatimento Agregado
 Nível Eficiente de Emissão
 Custos de Fiscalização (implementação)
 Princípio Equimarginal

Introdução

As questões de poluição ambiental fazem o sistema de
mercado produzir resultados (produto, preços, poluição)
socialmente ineficientemente.

A economia normativa prescreve estratégias para
solucionar os problemas ambientais.

Problemas políticos que devem ser considerados:

Identificar o nível eficiente de qualidade ambiental;

Como distribuir a meta de qualidade ambiental entre os
agentes econômicos;

Como os benefícios e custos dos programas ambientais são
distribuídos na sociedade.
Controle de Poluição: Um modelo geral

Pressuposições do modelo:

Redução de emissões (poluição)  redução
dos danos sobre as pessoas

Redução das emissões deslocam recursos de
outras atividades
Exemplo:


Partes envolvidas:

Poluidor: Indústria de papel emite
resíduos de produção num rio;

Vítima da poluição: População da
área metropolitana que usam o rio
para recreação (navegação, pesca) e
fonte para abastecimento de água
municipal;
Faces do dilema:

Danos causados pela degradação
sobre a população;

Custos de abatimento dos resíduos
despejados no rio (redução dos
efluentes, tratamento dos resíduos,
reciclagem)
Danos de Poluição


Danos são todos os impactos negativos que os usuários do
ambiente experimentam como resultado da degradação
daquele ambiente.
Exemplo de danos ambientais:





Impedimento de uso do rio;
Doença sendo contraídas pela
população;
Aumento dos custos com
abastecimento de água;
Mortalidade causada pela
poluição;
Perda da biodiversidade e do
patrimônio genético.
MAIOR A POLUIÇÃO

MAIORES DO DANOS
Funções de Danos

Função de danos: descreve a relação entre a
quantidade de poluição e danos causados;

Funções de danos de emissões: mostra a relação
entre a quantidade de um resíduo emitido de uma fonte
ou fontes particulares e os danos resultantes;

Funções de danos ambientais: mostra como os danos
estão relacionados à concentração de um resíduo
contido no meio ambiente;

Função de danos marginais: mostra a mudança nos
danos originados de uma mudança unitária nas
emissões ou concentração ambiental.

Danos totais: valor monetário dos danos medido pela
área sob a função de dano marginal;
Funções de Danos Marginais
Eixo x: quantidade de um
efluente emitido no
ambiente durante algum
período específico de
tempo.
Eixo y: danos ambientais.
Em termos físicos: milhas
de linha de costa poluída,
número de pessoas
contraindo câncer de
pulmão, número de
animais exterminados,
quantidade de água
contaminada, etc.
Em termos monetários:
gastos defensivos de
proteção contra a
poluição.
Função de Danos Ambientais

Função de Dano Marginal
(DMa): mostra quanto os dano
ambiental total aumenta causado
pelo aumento de uma unidade
nas emissões num determinado
período de tempo.

Função de Dano Total (DT):
mostra o valor total que as
pessoas colocam nos danos
correntes e futuros.

DMa:



DMa1(e1) = 12
DMa2(e1) = 28
DT:


Para DT1(e1) = b
Para DT2(e1) = a + b
Para e1:
DMa2 > DMa1
Custo de Abatimento (Mitigação)

Custos de abatimento: são os custos de reduzir a
quantidade de resíduos sendo emitidos no ambiente, ou de
baixar as concentrações ambientais.

Fatores que afetam o CAMa:



Tipo de efluente;
Tipo de tecnologia.
Custos de abatimento são resultantes de:







Adoção de tecnologias;
Adoção de práticas gerenciais;
Mudança na tecnologia de poluição;
Mudança de insumos;
Reciclagem de resíduos;
Tratamento de resíduos;
Abandono do sítio ou local da indústria.
Custos de Abatimento

Custo marginal de abatimento de emissões: mostra os custos
adicionais de alcançar uma redução no nível de emissão, ou
alternativamente, os custos poupados se as emissões forem
aumentadas de uma unidade.
Custo de Abatimento

ē:Nível não-controlado
de efluentes.

Para CAMa1:
CA1(ē – e) = b

Para CAMa2:
CA2(ē – e) = a + b
CAMa1(e) < CAMa2(e)
CA1 < CA2
Custo de Abatimento

O que faz a diferença entre CA1 e CA2?

Diferentes fontes de poluição;

Diferentes tecnologias de produção;

Indústrias mais novas leva a redução de emissões
menos onerosas;

Mesmo poluente e mesma fonte, mas em momentos
diferentes;

Diferentes tecnologias de controle de poluição:


CAMa1 – depois da nova tecnologia de controle de
poluição;
CAMa2 – antes da nova tecnologia de controle de poluição.
Custo de Abatimento
Antes:
CA2(ē – e) = a + b
Depois:
CA1(ē – e) = b
CA = CA2 - CA1
= (a + b) – (b) = a
Custos Marginais de Abatimento Agregado

A curva de custo marginal de abatimento agregado é
um somatório, ou agregado, das funções de custo marginal
de abatimento de um grupo de firmas individuais
localizadas numa região.


Para isto deve-se adicionar as funções horizontalmente de tal
forma a obter os menores custos marginais de abatimento
agregado.
Princípio Eqüimarginal: se estamos querendo uma curva
de custo marginal de abatimento agregado mínimo
devemos distribuir os custos entre as diferentes fontes de
tal forma que todas tenham o mesmo custo marginal de
abatimento.
Custos Marginais de Abatimento Agregado
Nível Eficiente de Emissões
e’: Nível não-controlado de
emissão de efluentes;
ê: Nível limite de emissão de
efluentes;
DMa = CAMa
DMa < CAMa
e*: Nível eficiente de emissão
de efluentes.
DMa > CAMa
DMa = CAMa
Para e*:
DT(e*) = a
CA(e*) = b
Menores emissões fazem a
sociedade incorrer em custos
maiores na forma de recursos
devotados à indústria de
abatimento.
Custo Social Total:
Maior emissão expõe a
sociedade a maiores custos em
termos de danos ambientais.
CST(e*) = DT(e*) + CA(e*)
=a+b
Níveis Eficientes de Emissões
O nível eficiente de emissões depende do formato das
curvas do CAMa e DMa.
Mudança no Nível Eficiente de Emissões
CA1(e’ – e1*) = (a + b)
CA2(e’ – e2*) = (b + c)
CA = CA1 – CA2
= (a + b) – (b + c)
= (a – c)
CA podendo assumir valores
Aumento
dos DMa
positivos
ou negativos,
dependendo dos valores de a

e c.
Declínio de e*
Diminuição dos CAMa

Declínio de e*
Custos de Fiscalização (Implementação)

Redução de emissões não
acontece a menos que
recursos sejam devotados à
fiscalização.

Custos marginais de
fiscalização = E

Quanto maiores forem as
reduções nas emissões, mais
recursos são usados para
implementar uma redução de
emissão adicional.
Princípio Eqüimarginal

Se um poluente tem múltiplas fontes e deseja reduzir o nível
geral de emissões pela forma de custo mínimo, devemos reduzir
as emissões de cada fonte de acordo com o princípio
eqüimarginal.
Princípio Eqüimarginal

Princípio Eqüiproporcional: corte
das emissões em 50% por
indústria.
QA = QB = 6 ton/semana
QT = QA + QB = 12 ton/semana
CAMaA = 6.000  CAA = $ 21.000
CAMaB = 20.000  CAB = $ 56.000
CAT1 = CAA + CAB
= $ 77.000 por semana
Emissões
Custos Marginais de
Abatimento ($1.000)
Fonte A
Fonte B
12
0
0
11
1
2
10
2
4
9
3
6
8
4
10
7
5
14
6
6
20
5
8
25
4
10
31
3
14
38
2
24
58
1
38
94
0
70
160
Princípio Eqüimarginal

Princípio Eqüimarginal:
Emissões
Custos Marginais de
Abatimento ($1.000)
Fonte A
Fonte B
12
0
0
QT = QA + QB = 4 + 8 = 12 ton/sem
11
1
2
10
2
4
CAMaA = 10.000  CAA = $ 39.000
9
3
6
8
4
10
7
5
14
6
6
20
5
8
25
4
10
31
3
14
38
2
24
58
1
38
94
0
70
160
QA = 4 e QB = 8 ton/sem
CAMaB = 10.000  CAB = $ 22.000
CAT2 = CAA + CAB
= $61.000 por semana
CA = CAT1 – CAT2
= 77.000 – 61.000
= $ 16.000 por semana
Princípio Equiproporcional vs. Princípio
Eqüimarginal
$
CAMaB
20.000
CAMaA
10.000
6.000
0
4
6
8
12
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Custos de abatimento