FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE CAMA DE FRANGO, O NOVO GARGALO DA CADEIA PRODUTIVA DA AVICULTURA DE CORTE Profº. Drº. Levy Rei de França RIO VERDE – GOIÁS 2006 Como deve ser a cama do aviário? Partículas de tamanho médio,, homogêneo e livre de material estrnho Capacidade de absolver a umidade evitando empastamento; Baixa condutividade térmica ( bom isolamento do piso); Boa capacidade de amortecimento para evitar calos; Umidade em torno de 20-25%; Baixo custo e alta disponibilidade na região de criação Altura no verão: 5-8 cm Altura no inverno: 8-10 cm 30m2/área-1m3-h=5cm Os principais materiais utilizados como cama: -maravalha ou sepilho de madeira; -casca de arroz; -casca de amendoim; -casca de café; -palhadas de culturas; -- fenos de gramíneas; - resíduos industriais. Reutilização da Cama: Retirada de todos os equipamentos Retirar as partes emplastadas Lança chamas(penas) revolver cama e queimar as penas Amontoar a cama, se possível retira-la do galpão Umidecê-la(35-45%), se estiver seca Lavar e desinfetar o galpão Amontoada, no min 8 dias(ideal 21dias) Boa fermentação = Bom vazio sanitário do galpão Cama+desinfetante ( cal auxilia na secagem da cama) Revolvê-la várias vezes até que atinja a umidade de 20-25% Utilização da cama como subproduto na alimentação animal foi proibida!!! QUALIDADE DA CAMA Absorvente Macia Livre de fungos e não tóxica Máximo 14% de umidade Sem excesso de pó Não empastar Capacidade de amortecimento Baixo custo de aquisição Avaliação da qualidade química de cama e lesões de peito, joelho, e coxim plantar em frangos de corte. Helena Pelegrini Nogueira Levy Rei de França Isabel Dias Carvalho TRATAMENTOS Resíduo de milho Resíduo de sorgo Casca de arroz Resíduo de milheto Feno de napier Objetivos Avaliação da composição química da cama Avaliação dos escores das lesões Mortalidade Empastamento Avaliação do escore, aos 45 dias ausência de lesão = 0 ulceração com alguns pontos = 1 ulceração c/ pouca inflamação = 2 ulceração c/ média inflamação = 3 ulceração c/ alta inflamação = 4 lesão muito severa = 5 Escore de peito Apresentação do produto Escore de joelho Escore do coxim plantar Resultados e discussões QUADRO 1: Análise inicial dos diferentes materiais de cama utilizados. Material Composição (%) Umidade Fibra Proteína Bruta Bruta Resíduo de milho 7,21 41,42 5,56 Resíduo de sorgo 9,54 37,91 7,02 Casca de arroz 9,33 47,18 4,12 Resíduo de milheto 8,30 33,92 8,50 Feno de napier 7,22 31,02 4,86 Resultados e discussões QUADRO 2: Análise Final dos diferentes materiais de cama utilizados. Material Resíduo de milho Resíduo de sorgo Casca de arroz Resíduo de milheto Feno de napier Composição (%) Umidade Fibra Proteína Bruta Bruta 31,85 24,19 21,20 41,87 25,17 20,84 40,52 30,08 11,66 41,55 27,58 20,95 41,64 22,64 23,18 Resultados e discussões QUADRO 3: Média das lesões de peito, joelho e coxim-plantar em diferentes tipos de camas. Cama Escore das lesões Peito CoximJoelho plantar Resíduo de milho 2,750a 0,375a 1,125a Resíduo de sorgo 3,250a 0,625a 0,875a Casca de arroz 3,000a 0,500a 1,500a Resíduo de milheto 3,000a 1,000a 1,125a Feno de napier 3,625a 1,125a 1,500a Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Kurskal-Wallis. Resultados e discussões QUADRO 4: Média de % de mortalidade de frangos de corte criados em diferentes em diferentes tipos de camas. Cama Médias Resíduo de milho 1,414b Resíduo de sorgo 1,154ab Casca de arroz 1,027a Resíduo de milheto 1,131ab Feno de napier 1,106ab Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey Resultados e discussões QUADRO 5: Média de empastamento de diferentes tipos de camas de aviário,na criação de frangos de corte Cama Médias Resíduo de milho 1,940ab Resíduo de sorgo 1,190b Casca de arroz 1,062b Resíduo de milheto 1,625b Feno de napier 2,187a Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey CONCLUSÃO Os escores de avaliação indicaram que as camas testadas não afetaram a qualidade final carcaça. Os tipos de cama dos resíduos agrícolas (resíduo de milho, sorgo e milheto), poderão ser utilizados em criações comerciais de frangos, desde que tenham disponibilidade. Influencia de diferentes tipos de camas no desempenho de frangos de corte no sudoeste goiano. Cristina Jardim Taveira Privado Isabel Dias Carvalho Levy Rei de França Objetivos Ganho de peso Consumo de ração Conversão alimentar Viabilidade Resultados e discussões QUADRO 1: Médias de ganho de peso (GP), consumo de ração (CR), conversão alimentar (CA) e viabilidade (VIAB) dos diferentes tipos de camas. Camas Características GP(g) CR(g) CA VIAB(%) Resíduo de milho 1516,00a 3977,00a 2,638a 98,905b Resíduo de sorgo 1613,75a 3383,75a 2,124a 99,654ab Casca de arroz 1463,25a 3166,75a 2,167a 99,942a Resíduo de milheto 1525,50a 3345,75a 2,202a 99,712ab Feno de napier 1560,00a 3250,50a 2,202a 99,769ab Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Conclusão Os materiais utilizados como cama não interferiram no desempenho dos frangos de corte. A casca de arroz pode ser substituída pelos materiais testados sem prejuízo no desempenho das aves. Por ter sido o material que teve maior mortalidade, o resíduo de milho deverá ser melhor estudado, analisando presença de fungos, bactérias ou outros fatores que possam levar as aves à morte. CAMA DE FRANGO • A MUDANÇA DE UM PARADIGMA Passado fonte de renda Presente diminui custo de produção Planilha de custo da cama de frango, para criação de quatro lotes de frangos de corte sucessivos Discriminação dos materiais e Quantidade serviços 4 galpões Palha de arroz 84 t Cal virgem 448 sc Gás queima de pena 24 bot. Retirada da cama de frango 4 Colocação da cama nova 4 Despesa total Receita total produção de cama 400 t Fonte: dados da pesquisa. Custo Custo total unitário R$ 140,00 R$ 11.760,00 R$ 5,60 R$ 2.508,80 R$ 32,00 R$ 768,00 R$ 750,00 R$ 3.000,00 R$ 250,00 R$ 1.000,00 R$ 19.036,80 R$ 50,00 R$ 20.000,00 CAMA DE FRANGOS PERSPECTIVAS FUTURAS Produção Consumo Concorrência Questão ambiental CARACTERÍSTICAS DE UM PRODUTO INDUSTRIAL Escala de produção Frequência Uniformidade MOTIVOS DA DESUNIFORMIDADE DA CAMA DE FRANGO Número de lotes Tipos de materiais Densidade de aves/metro quadrado Época do ano Espessura Grau de fermentação MINISTÉRIO PROÍBE ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES COM RESÍDUOS ANIMAIS Instrução Normativa visa evitar a contaminação do rebanho com a doença da vaca louca O governo federal também tem mostrado disposição para promover a carne bovina brasileira, com a liberação de recursos, a criação de programas e campanhas e a divulgação do produto. Apenas para Ilustrar a importância da pecuária para o Brasil, este mês o presidente Fernando Henrique Cardoso assinou documento mudando o nome do Ministério da Agricultura para Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os governos estaduais e federal têm, ainda, procurado resguardar a sanidade do rebanho. Além da intensa campanha contra aftosa, houve a assinatura da Instrução Normativa número 15, de 17 de julho, do Ministério. "A portaria está relacionada à doença da vaca louca", explica o diretor-substituto Paulo Antonio Severo, do Centro de Defesa Sanitária Animal (Cedesa), da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Ministério. A "lista negra" - Com a instrução, fica proibida a importação de ruminantes, embriões e produtos derivados originários ou procedentes de países que registraram casos de doença da vaca louca. Estão na lista de itens proibidos carnes e miúdos, farinha e derivados de sangue, farinhas de carne, de ossos e de restos de açougue, de penas e vísceras de aves, de resíduos de abatedouros de aves, assim como qualquer ingrediente que contenha vísceras de animais alimentados com proteína ou gordura de ruminantes. "Não se pode usar cama de aves na alimentação de ruminantes", diz Severo. Estão fora da proibição sêmen, leite e produtos lácteos, além de colágeno obtido de peles e farinha de ossos calcinada. A instrução torna obrigatória a análise laboratorial para identificação dos ingredientes usados como fonte de proteína nos produtos para alimentação de ruminantes. A partir de agora, o sistema de Análise de Riscos Críticos de controle servirá de base para atualizar os procedimentos para inspeção da produção e comércio de alimentos para animais. Também fica vetada a produção e a comercialização de proteína e gordura de mamíferos destinadas à alimentação animal. Por isso, o rótulo dos produtos destinados à alimentação animal, que contenham qualquer fonte de proteína e gordura de mamífero, deverá exibir o seguinte alerta: "Uso proibido na alimentação de ruminantes." 15/08/2001 - OESP - http://www.estadao.com.br/ Bete Melo ALTERNATIVAS PARA OTIMIZAR A UTILIZAÇÃO DA CAMA DE FRANGOS Uniformidade Feno de capim Não utilização de farinha de carne Intensificação do marketing diante dessas novas diretrizes FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE ZOOTECNIA Simulação do Uso da Cama de Frango em Pastagens Visando a Sustentabilidade Ambiental Rodrigo Kreuz Orientador: Profº. Drº. Levy Rei de França Co-orientadora: Profª. Drª. June Faria Scherer Menezes RIO VERDE – GOIÁS 2006 Objetivo • O objetivo deste trabalho foi determinar a capacidade máxima de ampliação das granjas de produção de frangos corte dos integrados do município de Rio Verde Cobre e zinco • Elementos Bioacumuláveis • Fitotoxidez • Quantidade fitodisponível – Característica do solo – Metal avaliado – Da planta, elementos presentes Material e Métodos • Questionários de informações • Capacidade de utilização da cama no solo – Três níveis tecnológicos – Análise de solos dos cooperados – Análise da cama de frango • Recomendações de amostragem Resultados dos teores de nutrientes em diferentes amostras de cama-de-frango – Rio Verde, FESURV, 2003. Amostras pH N P2O5 K2 Ca Mg Cu Zn MO O ----------------------g/kg-------------------- g/kg 01 8,0 24 17 25 27 4,6 100 100 34 02 8,7 25 27 20 38 6,3 100 200 31 03 8,7 28 28 28 39 9,7 200 300 33 04 8,5 29 25 21 33 7,0 100 200 34 05 8,6 49 29 20 27 5,8 400 100 37 06 8,5 28 18 22 28 4,8 200 100 36 07 7,0 28 25 25 25 6,5 7,0 250 - 8,2 30 24 23 31 6,4 153 179 34 08* 6,7 25 31 22 76 4,7 400 400 60 09* 6,2 24 31 19 78 4,7 - - 60 10* 6,3 23 24 20 73 3,7 300 300 57 6,4 24 29 20 76 4,4 233 233 59 Média Média -----mg/kg----- Fonte:Menezes et al. (2004). *cama de galinhas poedeiras pH, Teores médios de Ca, Mg, Al, K, P, e Teor de argila de solos amostrados no município de Rio Verde. Textura do solo Nº de amostra % de argi la <15% pH --Cacl-- Ca Mg Al -------------Cmolc/dm3--------------- K P -------mg/dm3------ Argila ----%---- 0 - - - - - - - 15 a 35% 1 4,7 1,60 0,67 0,18 23,5 2,8 29,98 35 a 60% 34 5,31 2,93 1,34 0,051 83,84 4,63 46,85 3 5,133 2,58 1,27 0,04 48,23 3,43 63,20 > 60% Fonte:FESURV (2002). Recomendação de adubação potássica para a manutenção de pastagens em sistemas de três níveis tecnológicos, considerando a disponibilidade de potássio. Nível tecnológico Disponibilidade de K, mg/dm3 < 39,2 43,1 – 70,5 > 70,5 Kg/ha de K2O Baixo1 40 0 0 Médio2 100 40 0 Alto3 200 100 0 Fonte: Canterutti et al., citado por Coutinho et al. (2004). 1 – Baixo: decumbens, humindícola, dictioneura, andropogon, Jaraguá, gordura, grama batatais, pensacola. 2 – Médio: colonião, Tanzânia, mombaça, braquiarão, setária, jaraguá, andropogon. 3 – Alto: capim elefante, coast-cross, tiftons, colonião, Tanzânia, mombaça, braquiarão. Tabela 6. Análise da sustentabilidade das propriedades, considerando adubação em baixo nível tecnológico. Número de galpões possíveis de ser ampliados em terras próprias Número de galpões excedentes nas terras próprias Número de propriedade que dependem de terras de terceiros Quantidade de cama superior a capacidade da propriedade Quantidade de terra necessária para absorver a cama excedente Quantidade de hectares necessários para cada galpão Fonte: dados da pesquisa. 0 unidades 244 unidades 41 unidades 42718 toneladas 4910 hectares 97 hectares Tabela 7. Análise da sustentabilidade das propriedades, considerando adubação em médio nível tecnológico. Número de galpões possíveis de ser ampliados em terras próprias Número de galpões excedentes nas terras próprias Número de propriedade que dependem de terras de terceiros Quantidade de cama superior a capacidade da propriedade Quantidade de terra necessária para absorver a cama excedente Quantidade de hectares necessários para cada galpão Fonte: dados da pesquisa. 24 unidades 161 unidades 32 unidades 28251 toneladas 3247 hectares 40 hectares Tabela 8. Análise da sustentabilidade das propriedades, considerando adubação em alto nível tecnológico. Número de galpões possíveis de ser ampliados em terras próprias Número de galpões excedentes nas terras próprias Número de propriedade que dependem de terras de terceiros Quantidade de cama superior a capacidade da propriedade Quantidade de terra necessária para absorver a cama excedente Quantidade de hectares necessários para cada galpão Fonte: dados da pesquisa. 135 unidades 96 unidades 19 unidades 16914 toneladas 1944 hectares 20 hectares Conclusões • A visão mais sustentável seria a referência daquele que utiliza menos cama de frango • Muitas propriedades já ultrapassara os seus limites de utilização e ampliação de galpões