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Carros 28/09/2012 07:59
Lançamentos, versões repaginadas e mesmo a época do ano devem ser aguardados antes
de se efetuar uma compra, dizem especialistas
Julia Wiltgen
O aguardado Toyota Etios chega nesta sexta-feira às lojas, a partir de 29.900 reais
São Paulo – Quem almeja comprar um carro muitas vezes opta por adiar a aquisição para aguardar
um lançamento no mesmo segmento ou mesmo a versão repaginada do modelo desejado. Nesta
sexta-feira, por exemplo, chega às concessionárias o aguardado Toyota Etios, que custa a partir de
29.990 reais e será acompanhado no segmento de compactos pelo Hyundai HB20, previsto para
outubro. Mas esperar um novo modelo ou mesmo a versão redesenhada do modelo desejado é a
melhor opção para o bolso do comprador?
A resposta é sim, principalmente quando o fim do ano se aproxima. Em relação a esperar um modelo
novo no segmento desejado – como é o caso do Etios e do HB20 no segmento de compactos entre
30.000 e 40.000 reais – a espera pode valer um test drive a mais e uma ajuda para os indecisos
baterem o martelo. Segundo Mauro Figueira, gerente da Caltabiano Toyota, é isso que o consumidor
brasileiro costuma fazer.
“O brasileiro hoje costuma aguardar qualquer tipo de lançamento, a despeito de sua renda e do valor do
produto”, diz Figueira. Para o gerente de atendimento da consultoria Jato Dynamics, Milad Kalume Neto,
vale a pena esperar pelo Toyota Etios e pelo Hyundai HB20, uma vez que eles entrarão na briga em um
segmento com modelos já "cansados" e com menos equipamentos.
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Os benefícios do aumento da concorrência, segundo ele, podem chegar ao bolso do consumidor. "Caso
se concretize a grande procura por esses modelos, os modelos existentes terão reposicionamento de
preços para baixo, e, eventualmente, melhores níveis de equipamentos. Volkswagen e Fiat já se mexem
nesse sentido. Ninguém deseja perder participação de mercado", diz o especialista.
Por esse e outros motivos, há quem acredite que, para comprar um modelo novo, o mais aconselhável
seja esperar um pouco além da estreia para concretizar a compra. “Não há por que ser o primeiro da
fila. Por mais confiável que seja a marca, é melhor deixar o mercado se assentar um pouco, avaliar seu
comportamento e a reação dos primeiros compradores. Esperar um semestre não mata ninguém”,
opina o especialista em indústria automotiva Giancarlo Pereira.
De fato comprar um modelo totalmente novo tem lá seus riscos. Por exemplo, não se tem noção da
aceitação do veículo no mercado e, consequentemente, do quanto ele pode depreciar na hora da
revenda. O exemplo dos carros chineses que desembarcaram no Brasil há pouco tempo, como o
Chery QQ, é notável nesse sentido. Sua depreciação ao final do primeiro ano de us o foi relativamente
alta, uma vez que a rejeição do público ao produto chinês ainda é significativa. A falta de referências
também pode impactar negativamente no preço do seguro.
Por outro lado, um lançamento que chegue às lojas com um preço bastante competitivo pode, depois de
certo tempo, sofrer um pequeno aumento de preço. Novamente, o Chery QQ é um exemplo recente:
lançado como o carro mais barato do Brasil, tornou-se 1.000 reais mais caro quatro meses depois,
permitindo ao Fiat Mille voltar à antiga posição de maior pechincha brasileira.
Versões novas
Quando o comprador já definiu o modelo desejado e o fim do ano se aproxima, aguardar pela versão do
próximo ano é uma ótima ideia. Em um mês como setembro, os estoques ainda estão repletos de
modelos de carros versão 2013, mas produzidos em 2012 (2012/2013). De acordo com Giancarlo
Pereira, daqui a dois meses já começam a chegar os modelos 2013/2013, e aí o comprador tem
chance de planejar a melhor opção para seu bolso.
Se escolher comprar a versão 2013/2013, o preço do carro será um pouco mais alto, mas ele perderá
menos valor na revenda em comparação à versão 2012/2013. É importante, porém, se certificar de que
se trata de fato da versão mais nova, uma vez que os estoques ainda estarão repletos de modelos
2012/2013 e as diferenças entre as duas versões podem ser realmente sutis em alguns casos.
Já se preferir esperar o ano que vem para adquirir o modelo 2013 produzido em 2012, o comprador já
poderá pleitear um desconto que, para Pereira, pode ser de 10%. Desconto esse que, hoje, seria mais
difícil obter. “Essa é uma prática comum nos três primeiros meses do ano”, observa o especialista.
Modelos repaginados
Quando comparadas versões de anos diferentes – 2012 com 2013, por exemplo – certamente haverá
diferença de valor na hora da revenda, com menor depreciação da versão mais nova. As mudanças
nos modelos de um ano para o outro em geral são leves e superficiais. Mas quanto mais a repaginação
mexer no visual, ainda que a mecânica permaneça a mesma, maior poderá ser a depreciação das
versões mais antigas em relação à mais nova.
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Essas mudanças mais radicais costumam acontecer a cada dois ou três anos. Alguns exemplos são o
Novo Uno (que provocou até a mudança de nome da versão antiga para apenas Mille), o Novo Gol
(Geração 5) e o Novo Voyage. “Para o próximo ano não são esperadas essas remodelagens mais
radicais”, afirma Giancarlo Pereira.
A lógica da versão totalmente repaginada, portanto, acaba sendo a mesma das versões de produção
datada em anos diferentes. Se o modelo pleiteado vai sofrer um "retrolift", pode-se optar já pela versão
renovada, ou então apenas aguardar sua chegada ao mercado para pleitear um desconto na versão
antiga.
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Por que adiar a compra do carro à espera das novidades