Av. Carlos Salles Block, 658 Ed. Altos do Anhangabaú, 2º Andar, Sala 21 Anhangabaú - Jundiaí-SP - 13208-100 11 4521-6315 | 2449-0740 [email protected] Conselho Editorial Profa. Dra. Andrea Domingues Prof. Dr. Antônio Carlos Giuliani Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna Prof. Dr. Carlos Bauer Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha Prof. Dr. Eraldo Leme Batista Prof. Dr. Fábio Régio Bento Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes Prof. Dr. Marco Morel Profa. Dra. Milena Fernandes Oliveira Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins Prof. Dr. Romualdo Dias Prof. Dr. Sérgio Nunes de Jesus Profa. Dra. Thelma Lessa Prof. Dr. Victor Hugo Veppo Burgardt ©2015 Adiel Santos de Amorim; Benedita Alcidema Coelho dos Santos Magalhães; Ellen Aguiar da Silva; Flávio Valentim de Oliveira; Leila Cristina da Conceição Santos Almeida; Natamias Lopes de Lima; Nicelma Josenila Brito Soares; Raimunda Kelly Silva Gomes; Renato Pinheiro da Costa Direitos desta edição adquiridos pela Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor. Am68 Amorim, Adiel Santos de; Magalhães, Benedita Alcidema Coelho dos Santos; Silva, Ellen Aguiar da; Oliveira, Flávio Valentim de; Almeida, Leila Cristina da Conceição Santos; Lima, Natamias Lopes de; Soares, Nicelma Josenila Brito; Gomes, Raimunda Kelly Silva; Costa, Renato Pinheiro da. Teorias, Ensino, Aprendizagem: Revisitando pensadores da educação/Adiel Santos de Amorim; Benedita Alcidema Coelho dos Santos Magalhães; Ellen Aguiar da Silva; Flávio Valentim de Oliveira; Leila Cristina da Conceição Santos Almeida; Natamias Lopes de Lima; Nicelma Josenila Brito Soares; Raimunda Kelly Silva Gomes; Renato Pinheiro da Costa. Jundiaí, Paco Editorial: 2015. 200 p. Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-8148-835-6 1. Teorias 2. Educação 3. Aprendizagem 4. Docência I. Amorim, Adiel Santos de II. Magalhães, Benedita Alcidema Coelho dos Santos III. Silva, Ellen Aguiar da IV. Oliveira, Flávio Valentim de V. Almeida, Leila Cristina da Conceição Santos VI. Lima, Natamias Lopes de VII. Soares, Nicelma Josenila Brito VIII. Gomes, Raimunda Kelly Silva IX. Costa, Renato Pinheiro da. CDD: 370 Índices para catálogo sistemático: Teoria e filosofia da educação 370.1 História de pessoas em educação 370.7 IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Foi Feito Depósito Legal AGRADECIMENTOS Aos nossos orientadores e professores do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED) da UFPA, em especial aos professores da Linha de Pesquisa Educação: Currículo, Epistemologia, História. Um agradecimento especial ao Prof. Dr. Genylton Rocha, primeiro incentivador desta obra. Agradecemos a todos os nossos familiares e a todos aqueles, assim como os autores desta obra, que acreditam que a amizade intelectual é possível. Sumário Prefácio..................................................................................9 Capítulo 1 Ellen Aguiar da Silva As Inserções de Carl Rogers nas Teorias da Educação........15 As teorias da educação e suas incursões no processo ensinoaprendizagem ......................................................................16 A psicoterapia e educação....................................................17 Aprendizagem significativa..................................................19 Professor(a) facilitador(a).....................................................20 Liberdade de aprender ........................................................21 Sistema educacional e a mudança autodirigida....................22 Educação e a liberdade.........................................................23 Rogers e os quatro pilares da educação................................27 Considerações finais.............................................................31 Capítulo 2 Adiel Santos de Amorim Genylton Odilon Rego da Rocha Psicologia Sócio-Histórica: Algumas contribuições à formação docente, à prática pedagógica e ao ensino da matemática inclusivos para a pessoa em situação de deficiência intelectual..........................................................33 Introdução..........................................................................33 Desenvolvimento.................................................................38 Considerações finais.............................................................65 Capítulo 3 Renato Pinheiro da Costa Paulo Sérgio de Almeida Corrêa O Emprego das Teorias Tecnológicas na Educação.............69 Introdução.........................................................................69 A teoria tecnológica para a educação...................................70 Skinner: referência de concepção tecnológica para a educação.............................................................................78 Tecnologia educacional nas escolas do século XXI..............84 Conclusão............................................................................88 Capítulo 4 Flávio Valentim de Oliveira Rogers, Piaget e as Fontes Filosóficas da Educação.............91 Introdução...........................................................................91 Carl Rogers e a subjetividade Kierkegaardiana...................92 Piaget, Rousseau e a inteligência espontânea do homem.................................................................................97 Considerações finais..........................................................103 Capítulo 5 Benedita Alcidema Coelho dos Santos Magalhães As Teorias Sociais da Educação na Pedagogia de John Dewey................................................................................105 Introdução.........................................................................105 Teorias sociais da educação em Yves Bertrand...................106 A presença da pedagogia social de autodesenvolvimento na pedagogia de Dewey.....................................................109 A escola progressiva: a materialização de uma teoria social de autodesenvolvimento.....................................................113 Aproximações conclusivas..................................................118 Capítulo 6 Natamias Lopes de Lima A Teoria Social no Pensamento de Paulo Freire: uma análise do livro Pedagogia do Oprimido..............................121 Introdução.........................................................................121 O lugar de onde fala Paulo Freire......................................122 Pedagogia do oprimido: uma proposta para transformação....................................................................125 Reflexão sobre a educação ................................................128 A finalidade da educação....................................................131 Análise dos problemas e das propostas de mudança..........131 Os papéis dos educadores e o lugar dos educandos............133 O alcance dos conteúdos....................................................135 A pertinência sociocultural da educação............................136 Considerações finais...........................................................139 Capítulo 7 Leila Cristina da Conceição Santos Almeida Flávia Cristina Silveira Lemos Teorias Pós-críticas na Educação: Análise a partir das contribuições de Tomaz Tadeu da Silva.............................141 A historicidade e as condições da emergência das teorias pós-críticas.........................................................................143 Os enunciados das teorias pós-críticas...............................146 Tensões, continuidades e/ou rupturas................................151 Considerações finais...........................................................155 Capítulo 8 Nicelma Josenila Brito Soares Wilma de Nazaré Baía Coelho As Formulações de Pierre Bourdieu e a Análise das Representações de Professores sobre sua Formação...........157 Roger Chartier e a análise das representações....................158 Formação inicial ou formação continuada: ambiguidades da formação de professores no Parfor................................160 As formulações de Pierre Bourdieu e as representações dos professores sobre sua formação....................................163 Capítulo 9 Raimunda Kelly Silva Gomes Luiza Nakayama O Papel da Educação Socioambiental na Construção da Sustentabilidade.................................................................169 Introdução........................................................................169 Desenvolvimento sustentável ou crise ambiental...............170 Diálogo dos saberes na construção da sustentabilidade......172 O desafio da educação socioambiental na construção da sustentabilidade................................................................173 Considerações finais...........................................................179 Referências.......................................................................181 PREFÁCIO Pode a educação atual tratar de modo genuíno da experiência humana do aprender a aprender e da autodescoberta dos alunos? Nossas concepções educacionais são históricas ou mecanicistas? As tecnologias educacionais podem realmente mudar o comportamento humano? A angústia é importante na educação do homem ou nossa educação negligencia a inteligência da criança como experiência filosófica? É possível uma filosofia que ainda articule educação e experiência pessoal? Uma teoria da educação deve sempre observar a vida dos oprimidos para desvelar os mecanismos de opressão? Do ponto de vista pós-crítico devemos confiar no paradigma do sujeito conscientizador sem que esse sujeito deixe de revelar suas próprias estruturas de dominação? Nas representações sociais dos professores a escola seria uma instituição realmente contraditória em sua função simbólica de reprodução ou transformação social? Até que ponto nossos modelos epistemológicos de homem e de natureza não nos levaram a uma degradação da vida? Certamente para todos aqueles que desejam pensar o fenômeno da educação sempre irão se deparar com muitas dessas dúvidas. Estas dúvidas nunca devem paralisar a crítica e a reflexão, mas sim incentivar-nos a um convite de trabalho transdisciplinar. Diante de tantas dúvidas só uma coisa é certa: ler e reler os clássicos, revisitar obras já quase esquecidas por causa de modismos intelectuais, mas que para um leitor e pesquisador atento sempre revelam a sua atualidade. Os autores não se propõem a responder a todas estas perguntas e tampouco esconder as possíveis divergências que possam surgir no modo de tratar o fenômeno da educação, mas a divergência não é sinônimo de incomunicabilidade acadêmica, pelo contrário, é um estímulo para quem se oferece a realizar um trabalho multi e transdisciplinar na maneira de olhar a educação como uma questão filosófica e epistemológica. 9 Adiel Santos de Amorim | Benedita Alcidema Coelho dos Santos Magalhães | Ellen Aguiar da Silva | Flávio Valentim de Oliveira | Leila Cristina da Conceição Santos Almeida | Natamias Lopes de Lima | Nicelma Josenila Brito Soares | Raimunda Kelly Silva Gomes | Renato Pinheiro da Costa Esta obra é originalmente um encontro – por intermédio da escrita – de alunos e alunas de doutorado do programa de pós-graduação em educação (PPGED) da Universidade Federal do Pará que resolveram atravessar suas fronteiras epistemológicas e dialogar em outras fronteiras do saber: por essa razão se encontram nessa obra escritos de natureza pedagógica, filosófica, psicológica que retratam nossas diferentes formações nesse projeto de revistar os pensadores da educação. Revisitar autores da educação nos obriga a repensar o tema da subjetividade. No campo da educação o tema da subjetividade nos enreda nas questões de aprendizagem, no papel dos docentes e dos estudantes, assim como, das interferências socioculturais nos sujeitos. Não por acaso, o primeiro capítulo do livro se inicia com uma reflexão de Ellen Aguiar da Silva sobre o pensamento de Carl Rogers; autor que não apenas defendia o valor universal da liberdade como também pôs em prática – através de experiências terapêuticas – uma série de observações sobre a importância dos desejos e das vontades no processo de aprendizagem, tentando combinar assim psicoterapia e educação. Daí a importância do professor como facilitador nas experiências de autodescoberta. Essas teorias educacionais de Rogers, como mostra a autora, influenciará profundamente os documentos da UNESCO e os famosos pilares da educação humana. No segundo capítulo os autores Adiel Santos do Amorim e Genylton Odilon Rego da Rocha retomam o pensamento de Vygotsky e sua psicologia socio-histórica. Essa retomada se faz importante no sentido de saber se ainda as teorias psicológicas, especialmente as psicologias comportamentalistas, produzem uma concepção mecanicista do homem. Os autores retomam Vygotsky para refletir sobre o papel do professor como sujeito organizador do meio social, este que pode direcionar os alunos tanto para possíveis potencialidades como também para reais fracassos. Desse modo, os autores se apoiam em Vygotsky para 10 Teorias, Ensino, Aprendizagem: Revisitando pensadores da educação problematizar o tema das práticas inclusivas dentro do contexto das heterogeneidades sociais. No terceiro capítulo Renato Pinheiro da Costa e Paulo Sérgio de Almeida Corrêa, retomam o pensamento de Skinner e seu projeto visionário de revolucionar a educação com o uso das tecnologias. Os autores mostram como o pensamento de Skinner defendia o desenvolvimento do comportamento dos sujeitos através de tecnologias educacionais, tecnologias estas que poderiam trazer o equilíbrio individual e social. As tecnologias educacionais visavam principalmente conhecer a natureza humana e desenvolver “estados mentais” na perspectiva de que os sujeitos pudessem perceber que educação não é transmissão e, sim, construção. Afinal, não seríamos também máquinas de ensinar e aprender? No quarto capítulo Rogers e Piaget são revisitados filosoficamente pelo autor Flávio Valentim de Oliveira. Rogers considerava os meios acadêmicos ambientes hostis à liberdade de pensamento e Piaget era cético em relação aos pedagogos profissionais cujo pensamento burocrático os impediam de pensar seriamente a educação. Rogers era leitor da filosofia de Kierkegaard e acreditava que a angústia tinha um papel fundamental na educação, pois as crianças sabem disso quando caem, se angustiam e depois aprendem que o risco faz parte da aprendizagem. Piaget, leitor de Rousseau, também será um crítico dos modelos educação planificados em suas versões comunistas e socialdemocratas que sufocam a inteligência espontânea da criança. No quinto capítulo Benedita Alcidema Coelho dos Santos Magalhães revisita Dewey que fala das relações entre educação e experiência pessoal. Segundo a autora a nova filosofia educacional, preconizada por Dewey, precisava ser empírica e experimental com o propósito de indicar novos caminhos políticos e novas ordens sociais. Para Dewey quando praticamos uma ação modificamos o caráter da própria experiência, pois 11 Adiel Santos de Amorim | Benedita Alcidema Coelho dos Santos Magalhães | Ellen Aguiar da Silva | Flávio Valentim de Oliveira | Leila Cristina da Conceição Santos Almeida | Natamias Lopes de Lima | Nicelma Josenila Brito Soares | Raimunda Kelly Silva Gomes | Renato Pinheiro da Costa uma outra pessoa só pode emergir de novas experiências, já que Dewey acreditava no dom humano da sociabilidade e da experiência como valor de verdade para os indivíduos. No sexto capítulo Natamias Lopes de Lima retoma o pensamento de Paulo Freire. Esse pensador brasileiro que vivenciou a experiência do exílio fala de traumas sociais produzidos pela miséria e pela perseguição política. Freire defende uma teoria educacional que observa a vida dos proletários e camponeses: uma pedagogia dos oprimidos, uma educação que ofereça ferramentas intelectuais, afetivas e imaginativas para transformar a realidade, para não temer o desvelamento do mundo e, por conseguinte, propor o engajamento social para que os homens recuperem sua humanidade perdida. No sétimo capítulo, as autoras Leila Cristina da Conceição Santos Almeida e Flávia Cristina Silveira Lemos procuram através das reflexões de Tomaz Tadeu da Silva discutir sobre as ressonâncias das teorias pós-críticas na educação. Questões epistemológicas e deliberações sociais racionais não são demarcadas ou calculadas sem conflito; as epistemologias, assim, se constituem um campo de disputas em nome de verdades científicas. Nesse sentido como pensar a relação entre conscientizador e conscientizado na educação, se a própria noção epistemológica do sujeito conscientizador evoca um estado soberano de consciência e, por conseguinte, de dominação? Enfim, a epistemologia no currículo produz relações de poder e normaliza determinadas formas de racionalizar a história do pensamento humano e da educação. Os deslocamentos feitos a partir da crítica à ciência moderna (o, então, exercício pós-crítico) vêm influenciando novas formas de pensar o sujeito e, portanto, de pensar os processos de subjetivação do presente. No oitavo capítulo as autoras Nicelma Josenila Brito Soares e Wilma de Nazaré Baia Coelho procuram através do pensamento Bourdieu discutir as representações do professor dentro da concepção de que a escola cumpre uma função 12 Teorias, Ensino, Aprendizagem: Revisitando pensadores da educação contraditória, pois ela pode atuar como reprodutora, tendo em vista que ela engendra processos de manutenção e reprodução da ordem social, como também pode colaborar com a transformação social, posto que desvela a dinâmica das relações sociais e, principalmente, das relações de poder. Daí a importância para as autoras de refletir ainda sobre a dimensão política do ato de educar em Bourdieu e sua função de desvendar a dominação simbólica da ordem social. No nono e último capítulo Raimunda Kelly Silva e Gomes e Luiza Nakayama procuram através das teorias de Leff compreender o papel da educação socioambiental, pois uma nova compreensão das relações sociais perpassa pela perspectiva da sustentabilidade. As autoras mostram que uma crise das ciências, especialmente das teorias econômicas, contribuem para o desequilíbrio ecológico, a contaminação ambiental e a degradação da qualidade de vida. A sustentabilidade, portanto, é uma reflexão da nossa racionalidade, dos próprios princípios morais do homem contemporâneo e da crise da nossa civilização que subjuga saberes e culturas com suas naturezas e seus modos de vida. Por fim, só nos resta desejar uma boa leitura! Os autores 13 Capítulo 1 As Inserções de Carl Rogers nas Teorias da Educação Ellen Aguiar da Silva1 O presente texto surgiu das inquietações provocadas nos debates teóricos, produzidos em sala de aula na turma de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação-ICED, pertencente à Universidade Federal do Pará (UFPA), na Disciplina Teorias da Educação, que articulou sistematicamente um estudo investigativo sobre as orientações didáticas e pedagógicas que subsidiam o processo ensino-aprendizagem na produção de saberes, práticas, currículo e as disciplinas escolares. No primeiro momento, início o texto frisando as reflexões de Yves Bertrand (2001) em seu livro “Teorias Contemporâneas da Educação”, no qual traz a abordagem das incursões teóricas de Carl Rogers (1978), inserido nas teorias personalistas e sua interconexão com as práticas pedagógicas a partir da consulta de sua a obra “Liberdade para Aprender”, aplicada à educação tendo como foco de análise as Teorias da Educação. No segundo momento, procuro explicar alguns conceitos rogerianos como: aprendizagem significativa; professor facilitador; e concepções de liberdade articulados ao sistema educacional e a formação do professor e aluno. Situo também possíveis deslocamentos de seus pressupostos à educação, enquanto ação política. No terceiro momento, associo alguns conceitos rogerianos à lógica da sociedade contemporânea, problematizando, de modo coerente e crítico, suas relações com os pilares da educação: 1. Aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação PPGE/ UFPA, 2014 15