Daniel Eduardo Machado
Fios Ortodônticos Metálicos: Composição, Indicações e
Citotoxicidade
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Faculdade Senac
de Educação em Saúde, como
exigência parcial para obtenção
do Título Pós-graduação em
Ortodontia.
Orientadora: Profª. Inês Horie
Bellini Pereira
São Paulo
2006
Machado, Daniel Eduardo
Fios Ortodônticos Metálicos: Composição, Indicações e Citotoxicidade /
Daniel Eduardo Machado. – São Paulo, 2006.
42 f.
Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade Senac de Educação em Saúde.
Orientadora: Profª. Inês Horie Bellini Pereira
1.Ortodontia 2. Ortopedia Facial 3.Odontologia
Aluno: Daniel Eduardo Machado
Título: Fios Ortodônticos Metálicos: Composição, Indicações e Citotoxicidade
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Faculdade Senac
de Educação em Saúde, como
exigência parcial para obtenção
do Título Pós-graduação
em Ortodontia
Orientadora: Profª. Inês Horie
Bellini Pereira
A banca examinadora dos trabalhos de Conclusão em sessão pública realizada
em
21/02/2006, considerou o candidato:
( ) aprovado
1)Examinador(a)_____________________________
2)Examinador(a)_____________________________
3)Presidente________________________________
( ) reprovado
Aos
professores
da
faculdade
Senac,
Centro de Educação em Saúde, do curso PósGraduação Lato Sensu em Ortodontia , pela
dedicação
e
carinho
relação à Odontologia.
demonstrados
em
AGRADECIMENTO
Aos meus pais
À minha orientadora
Aos meus colegas
RESUMO
A movimentação dentária
é dependente da ação dos fios ortodônticos,
conforme suas características estruturais e mecânicas. Na tradicional
seqüência de troca dos fios de aço inoxidável utilizada na fase de alinhamento
e nivelamento, a transição progressiva dos calibres dos fios altera a quantidade
de força liberada. A modificação da carga dissipada também pode ser obtida
pelo uso de fios constituídos por outros materiais. Por muito tempo os fios de
aço inoxidável predominaram na Ortodontia, mas o advento de novas ligas
metálicas tornou diversificado o universo de fios disponíveis. Estas novas ligas
têm propiciado algumas alterações no protocolo de tratamento, encurtando o
tempo de cadeira, bem como do tratamento como um todo. A grande variedade
de fios à disposição do ortodontista deixa, muitas vezes, dúvidas na escolha do
melhor material a ser empregado. Fios de aço inoxidável, de níquel-titânio,
beta-titânio, coaxiais, superelásticos, entre outros, possuem características e
aplicações clínicas específicas, e devem ser corretamente utilizados. Concluise que fios de níquel-titânio e multifilamentados devem ser usados no início do
tratamento; fios redondos de aço inoxidável com alças durante a metade do
tratamento; fios de aço inoxidável, cobalto-cromo e braided no final do
tratamento.
Palavras-chave: Ligas Metálicas, Fios Ortodônticos, Aço Inox, CromoCobalto,Titânio-Molibdênio, Ligas de Níquel, Cromo, Movimento Dentário.
ABSTRACT
The Orthodontic Wire action is particularly dependent upon the proper
relationship of its structural and mechanical characteristics. In the more
traditional archwire sequence, stainless steel is used in the alignment and
leveling step followed by progressively larger wire sizes and forces. For a long
time stainless steel wires prevailed in orthodontics, but since the 1960’s, new
metallic alloys have diversified the choice of available orthodontics wires. These
alloys have been modifying the treatment protocol by shortening chair time and
most mechanical aspects of treatment. The great variety of wires available to
the orthodontist, several times leads to doubts in the choice of the best material
to be used. Stainless-steel wires, nickel-titanium, betha-titanium, coaxial,
superelastic, among others, have specific characteristics and clinical aplications
and must be used correctly. Concluding, in the beginning of treatment, must be
used nickel-titanium and multistranded archwires, then stainless steel wires with
bending. In the final stage of treatment is indicated stainless steel wires, cobaltchromium wires and braided wires.
Keywords: Metallic Alloy, Orthodontic Wire, Stainless Steel Wires, CobaltChromium Wires, Titanium-Molybdenum Wires, Nickel, Chrome Alloy, Tooth
Movement.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...............................................................................4
2 REVISÃO DA LITERATURA.........................................................6
3 DISCUSSÃO................................................................................23
3.1 Definição de Metal....................................................................23
3.2 Estrutura dos metais.................................................................23
3.3 Propriedades mecânicas..........................................................24
3.4 Rigidez dos fios ortodônticos....................................................30
3.5 Tipos de Ligas Ortodônticas.....................................................30
3.6 Hipersensibilidade ao Níquel....................................................34
4 CONCLUSÃO..............................................................................36
REFERÊNCIAS..............................................................................37
1 INTRODUÇÃO:
Por todo século XX, a evolução dos fios ortodônticos ocorreu
paralelamente aos bráquetes. No início o ouro, a prata, o bronze e o latão eram
os materiais disponíveis para aparelhos ortodônticos.
Até o início dos anos 30, os ortodontistas empregavam unicamente os
metais nobres - ouro, platina e paládio - na confecção dos fios ortodônticos. A
partir dessa época, com a recessão econômica e os elevados custos desses
metais, a classe viu-se obrigada a buscar materiais alternativos. O aço
inoxidável por seu baixo custo e alta tolerância tecidual, foi rapidamente aceito
e adotado. (Vellini – 2002)
Após a 1ª Guerra Mundial, a invasão do aço na indústria afetou também
a ortodontia, que passou a utilizá-lo como rotina.
Foi desenvolvido sob supervisão do Programa Naval Americano, e
introduzido no mercado com o nome de Nitinol um fio com características
mecânicas superiores aos fios de aço inoxidável.
No início da década de 60, a Elgin Watch Company, desenvolveu uma
liga metálica de cromo-cobalto, introduzida no mercado pela Rock Mountain
Orthodontics com o nome de Elgiloy® – originalmente desenvolvida para
fabricação de molas para relógios.
Os fios ortodônticos dos anos 90 foram os fios de NiTi do grupo ativo (ANiTi), superando os fios M-NiTi, devido a características de superelasticidade.
Neste trabalho nos dispomos a demonstrar a evolução dos fios
ortodônticos metálicos na Ortodontia, bem como suas composições, indicações
e citotoxicidade.
2 REVISÃO DA LITERATURA:
Speck & Fraker (1980) relataram que o acabamento final da liga é de
maior influência na resistência corrosiva das ligas de níquel-titânio. Se defeitos
e irregularidades da superfície estão presentes, isso faz com que a liga seja
mais suscetível à corrosão.
Burstone (1981) desenvolveu um sistema numérico, fornecendo a
rigidez relativa dos fios de diferentes secções transversais de um mesmo
material, que pode ser muito útil na seqüência dos arcos. A rigidez total do
aparelho (S) ou a proporção carga deflexão, é determinada por um fator
relativo à propriedade de rigidez do fio (Ws) e, pela configuração do mesmo
(As).
Burstone (1981) propôs a Ortodontia com Módulo de Elasticidade
Variável (Variable-Modulus Orthodontics). A idéia era, ao invés de corrigir a
maloclusão através de uma seqüência de fios com diâmetro crescente, iniciar o
tratamento com fio retangular flexível e, paulatinamente, aumentar sua rigidez.
Isto tornou-se possível após o desenvolvimento das novas ligas metálicas para
fios ortodônticos. Iniciaria o nivelamento com fio retangular NiTi convencional
ou super-elástico, passaria para um fio retangular de Beta-Titânio e então
finalizaria com um arco retangular bastante rígido de aço inoxidável ou de
Cobalto-Cromo. Concluiu que também seria alterada sua secção transversal e
seu desenho, através da confecção de alças.
Burstone et al. (1985) realizaram estudos com o fio NiTi Chinês,
desenvolvido pelo Dr. Tien Hua Cheng, testes de curvatura foram utilizados
para determinar a rigidez, a recuperação elástica e o momento máximo de
curvatura deste fio. Os autores concluíram que o fio NiTi Chinês, possuía uma
incomum curva de desativação, na qual as forças permaneciam relativamente
constantes por um longo intervalo de deflexão. O fio estudado possuía
recuperação elástica 4.6 vezes maior que o fio de aço inoxidável, e 1.4 vezes
maior que o fio Nitinol, ou seja, apresentava deformação permanente residual
muito menor que os outros dois fios estudados quando em desativação de 80°
para 0° de defiexão. Diferentemente das outras ligas, a rigidez na curva de
desativação variava conforme a quantidade de ativação. No descarregamento,
o
índice
carga-
deformação
(rigidez)
em
menores
ativações
era
consideravelmente mais alto do que em amplas ativações. Clinicamente, este
fato é importante, pois a magnitude de força aumenta se o fio for reamarrado
nos bráquetes, exemplificando, numa ativação de 80 ° se o dente move para
uma posição de 40° um momento de 380 gm.mm permaneceria. Porém, se o
fio fosse reamarrado, um momento maior ( 700 gm.mm) seria produzido ou
seja, uma simples ativação produziria um momento de quase 2 vezes maior do
que se o fio fosse mantido na mesma posição. O limite de escoamento em 1°
de defiexão para os fios 0.016” foi observado em 9° de ativação para o aço
inoxidável, 25° para o Nitinol e 40° para o fio NiTi Chinês. O momento máximo
de curvatura do fio NiTi Chinês, estabelecido em 80° de deflexão, foi quase 2
vezes menor que o do Nitinol, e quase 3 vezes menor que o momento do fio de
aço inoxidável. Embora o fio de aço libere mais força, a recuperação para a
forma original foi somente de 20%, e 65% para o Nitinol; enquanto o fio de NiTi
Chinês recuperou 91% de sua forma, o que demonstra que este fio em
comparação com as outras ligas possui amplo intervalo de trabalho elástico,
além do ponto inicial de deformação (deflexão) permanente observado.
Portanto, segundo os autores, o fio NiTi Chinês é altamente apropriado se
baixa rigidez é requerida, e largas deflexões são necessárias para alinhar os
dentes. Além disso, como em menores deflexões maior rigidez é obtida, o fio
NiTi Chinês poderia ser mais eletivo para a movimentação dentária que os fios
tradicionais, pois muitas vezes nestes últimos, o nível de força em pequena
defiexão poderia ser insuficiente para produzir a movimentação dentária.
Kapila et al. (1990) definiram propriedades de relevância clínica dos
fios ortodônticos, que são: 1) grande elasticidade; 2) baixa rigidez; 3) facilidade
para contornear; 4) alta capacidade de armazenar energia; 5) Biocompatibilidade e estabilidade no meio ambiente e 6) capacidade de solda por
caldeamento ou chama para auxiliares e acessórios.
Waters (1992) descreveu que o fio NiTi superelástico ao contrário dos
fios convencionais era capaz de resistir a largas deflexões e ainda retornar a
sua forma original fornecendo forças moderadas. Em descarregamento, a
região de platô (ou seja, a região que praticamente mantém a mesma carga
durante um razoável intervalo de trabalho), depende da deflexão, sendo maior
quanto maior a deflexão. Além disso, um interessante aspecto clínico pôde ser
obtido da curva carga- deflexão, o arco após uma quantidade de desativação,
quando reamarrado, produzia aumento da intensidade da força de desativação.
O autor relatou também, que a temperatura afetava tanto a rigidez inicial
quanto a intensidade de força. O diâmetro do fio para esta liga não servia como
um guia para determinar o comportamento do fio e os valores de forças em
determinada temperatura e , ainda que na região platô haviam diferenças
marcantes nos níveis de forças entre fios de mesmo diâmetro e de diferentes
marcas, chegando a 6 vezes a diferença.
Yoneyama et al. (1992) analisaram o comportamento térmico e
superelástico de vinte marcas comerciais de fios da liga NiTi, para verificar sua
conveniência ao uso clínico. Houveram diferenças substanciais entre as curvas
carga-deflexão obtidas do teste de curvatura em 3 pontos. Alguns fios exibiram
superelasticidade, nos quais a carga pouco variava com a diminuição da
deflexão, como os fios: Sentalloy® leve e médio (Tomy lnt. Inc.®) e Ni-Ti
(Ormco
Corp.®).
Outros
porém,
apresentaram
a
carga
praticamente
proporcional a deflexão (fios:Orthonol® - RMO, Titanal® - Lancer Pacific, Nitinol
Activ®-ArchSE-Unitek.Corp.). O comportamento térmico apropriado para a fase
de transformação da liga foi examinado através da Calorimetria de Varredura
Diferencial, pois ocorre um processo endotérmico durante as fases de
transformação e transição representados como picos na curva de calorimetria.
Alguns fios não possuíam a temperatura de transformação correta para exibir a
superelasticidade na temperatura corpórea, como foi o caso dos fios:
Marsenol® - Glenroe Technologies, Nitanium® - Ortho Organizers, Nitinol
Activ® - Arch SE - Unitek Corp. Além disso, os autores observaram que o
comportamento térmico estava estritamente relacionado à superelasticidade.
Os
fios
que
mostravam
picos
térmicos
altos,
exibiam
excelente
superelasticidade, de modo que a força permanecia praticamente constante.
Por outro lado, os fios que não exibiam nenhum pico térmico demostravam
apenas
a
propriedade
de
bom
intervalo
de
trabalho.
Os autores concluíram que as propriedades mecânicas e o comportamento
térmico dos fios NiTi variam com a composição, tratamento térmico e a
manufatura, sendo portanto, indispensável um correto e cuidadoso processo de
fabricação para a obtenção de fios superelásticos.
Segundo Müench (1994), os ensaios de propriedades mecânicas
informam dos esforços que os metais podem suportar. A resistência à tração é
o tipo de ensaio bastante apropriado para os metais usados em ortodontia, pois
é próprio para metais dúcteis. O corpo de prova pode ser um fio ortodôntico
que pode ser obtido por trefilação ou fundição. As extremidades do corpo de
prova são presas em uma máquina de ensaios, onde o mesmo é tracionado
com forças gradativamente crescentes, até ser atingida a ruptura.
Williams et al. (1997) relataram que os arcos ortodônticos de NiTi
austeníticos em oposição aos martensíticos apresentaram uma curva tensãodeformação relativamente plana. Explicaram a produção de forças constantes e
leves mesmo com grandes deformações. Concluíram que o NiTi austenítico
teve um intervalo de trabalho superior e menor dureza em comparação com
fios TMA.
Ferreira (1998) fez uma revisão dos aspectos metalúrgicos das ligas
utilizadas em Ortodontia. Considerou que é de fundamental importância o
conhecimento de como uma liga é feita, no que se refere ao aspecto
metalúrgico, tornando mais fácil compreender suas propriedades elásticas
básicas. Observou que as ligas de aço inoxidável de uso corrente em
Ortodontia apresentam cerca de 18% de Cr e 8 % de Ni; ligas de cromo-cobalto
apresentam fios demarcados em cor azul com boa ductibilidade, fácil manuseio
permitindo ao clínico realizar dobras e consertá-las. Ligas Beta-Titânio
apresentaram retorno elástico superior aos fios de aço inoxidável, e permitiram
realização de alças. Ligas em Níquel-Titânio apresentaram o conceito de
“transformação martensítica termo-elástica” em oposição à troca seqüenciada
da secção transversal realizada nas ligas de aço. Comentou que o recozimento
tornou a liga menos rígida, através do aquecimento em temperatura próxima ou
abaixo da temperatura crítica, que foi aquela abaixo do ponto de fusão do aço
(acima de 815°C), os comportamentos dos materiais submetidos a ciclos de
esforço foram influenciados pelo tratamento térmico e acabamento das
superfícies. As resistências e fadigas dos materiais foram influenciadas pela
direção da incidência de tensão, propriedades mecânicas, padrão de tensão,
magnitude do esforço, dimensão da amostra, método de fabricação,
rugosidade superficial, meio ambiente e imperfeições induzidas durante o
processo de fabricação. Concluiu que os clínicos devem refletir no sentido de
escolher entre várias opções, a liga mais indicada para cada fase da
terapêutica ortodôntica. Em fases de alinhamento e nivelamento fios de NiTi,
em fases de retração fios de aço inoxidável, e em fases de intercuspidação fios
braided® de secção retangular.
Ferreira (1998) descreveu o fenômeno da memória de forma como a
habilidade do fio em retornar à forma previamente manufaturada quando
aquecida através de uma média de temperatura transicional. Este efeito é
conseguido, segurando-se o fio na forma desejada durante o tratamento
térmico a alta temperatura. Quando esfriado, o fio pode deformar de certos
limites de tensão, a partir do qual pode readquirir a sua forma original se
aquecido até a sua temperatura transicional.
Ferreira (1999) no estudo sobre alças de fechamento duplo delta,
avaliou as diferenças variando os tipos de ligas (aço inoxidável, cromo-cobalto
e titânio molibdênio), e fios de secções transversais diferentes: aço inoxidável
.017X.022”,.018X.025”,.019X.025,(3M/Unitek®),.018X.025”e.019X.025”(Morest
®); cromo-cobalto: .016X.022”, .016X.016” (RMO®); TMA: .017X.025” e
.019X.0.25”. Havia 72 alças, divididas da seguinte maneira: 33 de aço
inoxidável, 26 de cromo-cobalto e 13 de titânio molibdênio. Estas alças foram
ativadas de 0.5 em 0.5 mm até o limite de 3 mm. As cargas de ativação das
molas foram verificadas, e se as mesmas alteram de acordo com o material e
secção transversal do fio. O teste de Tukey-Kramer foi utilizado para verificar
as diferenças entre cargas ortodônticas. A análise da regressão foi usada para
verificar se as alças obedecem à lei de Hooke. Os resultados demostraram que
as cargas das alças ou molas são dependentes da ativação, secção transversal
e material do fio. As molas de titânio-molibdênio de .017x.025” foram as que
tiveram os melhores resultados e as menores forças.
AlQabandi et al. (1999) fizeram comparação dos efeitos do fio
retangular e redondo no nivelamento da curva de Spee. Compararam em 2
grupos, sendo um com fio redondo .016" em aço inoxidável e NiTi e outro com
fio retangular .016” x .022” em aço inoxidável e NiTi. Em ambos os grupos usou
os bráquetes Edgewise .018 x .025”. No 1º grupo com fios redondos,
verificaram inclinação de 6,75°. No 2º grupo com fios retangulares em aço e
NiTi, verificaram inclinação de 6,10°.Observaram que nos dois grupos ocorreu
inclinação semelhante de incisivos inferiores. Concluíram que inexiste
habilidade do fio retangular em controlar inclinação vestibular de incisivos.
De acordo com Kusy (2000), podemos encontrar três tipos de células
eletrolíticas, que são regiões do metal relacionadas com liberação de metais
para a cavidade bucal, células de composição, de concentração e de estresse.
Os três tipos de células podem ser encontradas em uma simples placa de
Hawley, utilizada como contenção pós-tratamento Ortodôntico.
Gurgel et al. (2001) realizaram revisão da literatura sobre fios
ortodônticos. Analisaram propriedades mecânicas, distância interbráquetes e
secção transversal dos fios. Observaram que grande resiliência e baixa
formabilidade são desejadas na 1ª etapa do tratamento, sendo os fios A-NiTi os
preferidos por liberarem forças de baixa intensidade, independente da
quantidade de deflexão. Aventaram outras possibilidades: TMA para correções
de caninos e molares, com ancoragem em dentes estabilizados por segmentos
de arcos de fios de aço inoxidável. Concluíram que fios de aço inoxidável de
secção transversal retangular eram recomendados para retração anterior; TMA
e Titânio-Nióbio foram bons para finalização. Profissionais e pacientes tiveram
muitos benefícios através de fios com propriedades mecânicas diferenciadas.
Suzuki & Lima (2001) descreveram modificações no arco de retração
anterior dupla chave. Modificaram a ativação do Double Key Hole, ao invés de
tracioná-lo para distal e dobrar as extremidades atrás dos tubos dos segundos
molares, propuseram ativação através de um fio de amarrilho .025” amarrado
no gancho dos primeiros molares até a segunda alça do arco. Propuseram a
amarração das duas alças de cada lado com o intuito de controle vertical dos
dentes anteriores. Concluíram que em casos de sobremordida profunda
durante a retração, ambas as alças de cada lado devem ser amarradas entre
si, com o objetivo de minimizar o efeito de extrusão que acontece no segmento
anterior.
Quintão et al. (2001) fizeram uma revisão na literatura sobre os fios de
níquel-titânio. Verificaram a equivalência entre os termos utilizados em
Ortodontia e Engenharia Metalúrgica. Fios com efeito memória de forma, são
fios Termoativados. Fios Pseudoelásticos são os fios NiTi Superelásticos. Os
fios que apresentam transformação martensítica, são conhecidos na Ortodontia
como Austeníticos. E, por último, os fios que não apresentam transformação
martensítica são os fios Martensíticos. Segundo os autores, o que determina o
efeito memória de forma e a superelasticidade é a alteração da estrutura
cristalina do metal. Existe a passagem da fase austenítica para martensítica e
vice-versa. O que difere um termo do outro, é o que induz a transformação. Em
fios com memória de forma ocorre transformação martensítica pela
temperatura. Nos Superelásticos ocorre pela deformação. As ligas de níqueltitânio austeníticas apresentam alta resiliência e baixo módulo de elasticidade,
quando comparadas a outras utilizadas em Ortodontia. Isto implica em geração
de forças mais leves e contínuas durante o descarregamento. A aplicabilidade
clínica da propriedade de superelasticidade se relaciona ao fato de que o fio
pode receber grandes flexões, penetrando no slot do bracket com grande
facilidade, sem necessidade de múltiplas alças e tendendo a retornar a sua
forma original, trazendo consigo os dentes, através de forças leves e contínuas.
Os fios Superelásticos estariam indicados em casos onde grandes flexões e
força suave se fazem necessárias, tal como a fase inicial de tratamento
ortodôntico, com o objetivo de alinhar e nivelar os dentes. Concluíram que a
aplicabilidade clínica da propriedade de efeito memória de forma se relaciona
ao fato de que, assim como as ligas Superelásticas, o fio pode receber grandes
flexões, penetrando no slot do bráquete com grande facilidade, sem
necessidade de múltiplas alças. Mas nos fios com memória de forma, os
objetivos são alcançados pela mudança de temperatura.
Vellini (2002) sugeriu um novo conceito biomecânico: A Ortodontia com
Temperatura de Transformação Variável (Variable Transformation Temperature
Orthodontics). Esta nova visão surgiu de mais um avanço da Metalurgia
Ortodôntica, que foi o Níquel-Titânio com Cobre (Termoativado). Esta liga foi
fabricada com 4 distintas temperaturas de transformação cristalina e, portanto,
fios de mesma secção transversal e composto pela mesma liga possuem 4
diferentes regimes de trabalho. Concluiu que a ativação do fio esteve na
dependência da temperatura bucal, o que constituiu mais um incrível avanço na
mecânica ortodôntica.
Segundo Vellini (2002), para entender o comportamento dos fios
ortodônticos, é fundamental o conhecimento de termos e propriedades físicas
dos fios. As propriedades mecânicas são carga, tensão, deformação, limite de
elasticidade,
módulo
biocompatibilidade.
de
elasticidade,
resiliência,
tenacidade
e
Lenza (2003) observou que indivíduos na faixa etária entre 10 a 20
anos se submetem mais freqüentemente ao tratamento ortodôntico. É nesse
período que se apresentam os primeiros sintomas de alergia ao níquel,
possivelmente devido a uma certa contribuição dos aparelhos ortodônticos .
Lenza (2003) em seu artigo a relevância da hipersensibilidade ao
níquel na Ortodontia, fez uma revisão da literatura sobre os efeitos alérgicos do
níquel. O níquel pode causar efeitos alergênicos e carcinogênicos. Pode
ocasionar dermatite de contato alérgica mais do que todos os metais juntos. A
resistência à corrosão do metal depende da formação e manutenção de um
filme invisível de óxidos complexos chamados óxidos passivadores, que
impedem o contato do metal com o meio ambiente. Quando essa camada é
removida, inicia-se a corrosão. Segundo Lenza , na cavidade bucal a corrosão
acontece devido a liberação de íons metálicos positivos das ligas ortodônticas
para formar compostos mais estáveis como cloretos, sulfetos e óxidos. A
corrosão é um processo natural e resulta da inerente tendência de os metais se
reverterem para sua forma mais estável. Descreveu as células eletrolíticas
responsáveis pela corrosão. São de 3 tipos: 1) Células de composição ou
galvânicas: em soldas; 2) Células de concentração: placa de Hawley, na
interface fio-acrílico; 3) Células de estresse: região de fadiga do metal, após
sua repetida manipulação. A corrosão libera o níquel e as reações extra-bucais
são mais freqüentes que as intra-bucais. Os dados da literatura não são
conclusivos, sendo necessário mais estudos sobre a hipersensibilidade do
paciente aos fios ortodônticos.
Arruda et al. (2003) fizeram análise das transformações de fase e
características nas ligas de níquel-titânio em Ortodontia. Segundo os autores, o
nitinol é subdividido em 3 tipos: 1 liga convencional, e 2 superelásticas
(Pseudoelásticas e Termoelásticas). 1) A convencional apresenta estrutura
martensítica estabilizada (sem memória de forma); 2) Nitinol Pseudoelástico:
corpo metálico quase equiatômico. Em alta temperatura, ou seja em fase
austenítica, os átomos assumem estrutura cúbica de corpo centrado. Quando
em baixa temperatura, apresenta a fase martensítica com estrutura atômica
hexagonal. 3) Termoelástico: apresenta maior influência da temperatura.
Aparece nas ligas: Sentalloy Light da GAC®. E na liga CuNiTi 35 a 40% da
ORMCO®. A transformação martensítica obedece a faixas de temperatura bem
definidas. Foram avaliados 4 tipos de fios NiTi 0,017x0,025”. Copper NiTi 35°C
(ORMCO), Neo Sentalloy F200® (GAC), Nitinol Superelastik (Unitek®) e NiTi
(GAC). Foi retirado um segmento de 30 mm de cada tipo de fio e realizado
testes com o aparelho de análise das características mecânicas (DMA). Este
aparelho determina propriedades mecânicas como módulo de elasticidade, e
propriedades térmicas. O aparelho DMA converte sinais elétricos (entre 0,01 a
100 Hz de freqüência) em força, a qual é aplicada na amostra através de uma
haste. Concluíram que a proporção da fase austenítica nos experimentos sem
força estática foi de 1,60 a 1,86. Nos experimentos com força estática de 1 N,
foi de 1,29 a 1,60, devido ao aumento do módulo de elasticidade da fase
martensítica. Com força estática, o fio fica mais rígido na fase martensítica. A
liga de CuNiTi 35°C apresentou o menor módulo de elasticidade médio na fase
martensítica, seguido das ligas NiTi, Neo Sentalloy F200, e Nitinol SE. Na fase
austenítica, a liga CuNiTi 35° também tem o menor módulo de elasticidade
médio e maior flexibilidade, seguido das ligas NiTi e Neo Sentalloy F200. A liga
Nitinol SE não apresentou curva em razão da temperatura estudada. De
maneira geral, quando as ligas de NiTi eram submetidas a força, as
temperaturas de transformação de fase foram diferentes. Isso alterou o módulo
de elasticidade e a força aplicada aos dentes.
Dobranszki et al. (2003) realizaram estudo fotoelástico com arco dupla
chave na técnica straight wire. Fizeram comparação da ativação de Suzuki Tie
entre as alças e a ativação com gurin. Utilizaram para comparação modelos de
gelatina transparente nas regiões de incisivos e caninos. Fotografaram os
modelos com o Double Key Hole de 3 maneiras: 1) Com ativação de Suzuki
Tie; 2) Ativação de Suzuki Tie e ativação entre as alças; 3) Ativação com o
gurin. Concluíram que ocorre movimento de retração de incisivos e caninos de
três maneiras: 1) Suzuki Tie - ocorre movimento de retração sem extrusão; 2)
Suzuki Tie com ativação entre as alças - ocorre movimento de retração com
intrusão; 3) Ativação com gurin - movimento de retração com extrusão, pois
não há compensação para efeito extrusivo.
Clocheret et al. (2004) realizaram estudo sobre o comportamento
friccional ou atrito entre arcos de fios ortodônticos e bráquetes. Observaram
que a fricção é a resistência ao deslocamento que existe quando um sólido é
movido tangencialmente contra a superfície de outro sólido. Aventaram fatores
que influenciam a fricção: 1) Tipo de ligadura; 2) Força aplicada; 3)
Desobstrução bráquete-fio; 4) Tipo de movimento na interface bráquete-fio;
5)Materiais ou composição dos fios e bráquetes; 6) Tamanho e morfologia do
fio; 7) Torque e interface bráquete-fio. Avaliaram 15 diferentes fios e 16
bráquetes, utilizando pequenas forças de deslocamento, quando opuseram as
forças entre bráquetes e fios de aço inoxidável. Utilizaram os bráquetes minitwin slot .018” (3M Unitek®, Monrovia, Califórnia, USA) e fios de arco
retangulares .017 X .025” e .016 X.022” (3M - Unitek). Colaram os bráquetes
com adesivo Concise® (3M Unitek) , e utilizaram a máquina MTM Fretting para
oscilação ou deslizamento lateral. Realizaram análise estatística através do
método Tukey e comparação através do teste ANOVA .Concluíram que a
fricção entre fios epoxy-coated e bráquetes de aço inoxidável é a mais baixa
entre todas as combinações de fios e bráquetes, e que o contato plástico-metal
é o de menor fricção, com o plástico ocasionando lubrificação.
Mallory et al. (2004) compararam o comportamento força-deflexão de 6
tipos de fios ortodônticos termoativados NiTi pré-contornados e retangulares
.016 X .022”. Os 6 tipos de fios testados foram C27, C35, C40 da ORMCO® (os
nºs correspondem às temperaturas de transformação de fase), e os fios
Neosentalloy® NH (força de 240g); NM (força de 160g); e NL (força de 80g),
estes 3 da GAC®. Através desse estudo in vitro, os bráquetes caninos e tubos
molares foram colados nivelados para simular nivelamento. Os 10 fios foram
passivamente ligados aos bráquetes que estavam em um jig acrílico simulando
um arco dentário. A máquina de teste (INSTRON, CANTON,MASS) gravou
desativações em 3 distâncias: 5, 4 e 3mm na posição do canino à temperatura
de 37°C. Compararam pela análise de variância forças produzidas durante as
desativações nas deflexões de 2,5, 2 e 1,5mm. Concluíram que todos os fios
termoativados exibiram comportamentos superelásticos, e foram classificados
de acordo com as diferentes deflexões. Os fios C40 e NL produziram as mais
baixas forças de desativação. Os fios mostraram significante diminuição da
força em conseqüência do aumento nas distâncias de ativação.
Eliades et al. (2004) avaliaram as ligas ortodônticas de níquel-titânio e
aço inoxidável quanto à citotoxicidade. Procuraram com esse estudo, avaliar
qualitativamente e quantitativamente as substâncias liberadas pelos bráquetes
e pelos fios de níquel-titânio, e avaliar o efeito desses íons liberados nas
células humanas. Utilizaram método através de 2 grupos de bráquetes em aço
inoxidável, com 20 unidades cada e 2 grupos de fio NiTi .018X.025”, com 10
fios cada grupo. Depois imergiram
em solução salina a 0,9% por 1 mês.
Avaliaram por espectroscopia (ICP-AES) o conteúdo iônico estatisticamente,
através da análise de variância (ANOVA). Os fibroblastos do ligamento
periodontal e gengiva foram expostos a várias concentrações dos 2 tipos de
imersão citados. Cloreto de Níquel foi usado como controle para comparações.
Investigaram a citotoxicidade, atividade citostática
e análise da síntese de
DNA. Os resultados indicaram ausência de níveis significativos de íons na
solução com liga de níquel-titânio enquanto que quantidades relevantes foram
encontradas nas soluções com bráquetes de aço inoxidável. Concluíram que
concentrações maiores de Cloreto de Níquel foram responsáveis por reduzir
em 50% a viabilidade e síntese de DNA dos fibroblastos. Entretanto, nenhum
outro material apresenta ausência de efeitos colaterais no que diz respeito à
síntese de DNA celular.
Solano et al. (2004) realizaram estudo na escola Politécnica de
Catalunya, em Barcelona, no departamento de Ciência de materiais e
Engenharia Metalúrgica. Fizeram avaliação entre ligas de CuNiTi e NiTi com
memória de forma, quanto a citotoxicidade, propriedades mecânicas e
microestrutura dos fios. Verificaram as temperaturas de transformação,
características mecânicas, tensões de tranformação em diversas temperaturas
e a superelasticidade em ligas CuNiTi com várias concentrações de cobre. Os
resultados foram comparados com as ligas convencionais de NiTi. Concluíram
que adição de cobre produz maior estabilidade em temperaturas de
transformação e às forças aplicadas a diversos tecidos. Demonstraram certa
toxicidade em fibroblastos devido a adição suplementar de Cu nos fios
Ortodônticos.
Cash et al. (2004) avaliaram a resistência à fricção estática e dinâmica
entre diferentes fios titânio-molibdênio e bráquetes em aço inoxidável. Em seu
estudo in vitro comparou oito tipos de fios ortodônticos em bráquetes padrão
Edgewise .022x.025”. Os arcos ortodônticos foram nas dimensões de
.019x0,025” polegadas. Os 8 fios estudados foram Aqua TMA®, Honeydew
TMA®, Purple TMA®, Violet TMA®, TMA, Ion-Implanted TMA®, Timolium® e
Stainless Steel (aço inoxidável como controle). A força de fricção foi avaliada a
seco, com 20º de torque, através da máquina de teste universal Instron.
Também foi utilizado um computador desktop e um microscópio binocular. Fios
Ion-Implanted e TMA não apresentaram vantagens em relação ao aço
inoxidável, no que diz respeito a fricção. Concluíram que os fios podem ser
dispostos da mais baixa à mais alta fricção, da seguinte maneira: stainless
steel (mais baixa fricção), seguido pelos fios Honeydew , Ion-implanted TMA,
and Timolium e por último os fios Aqua, Purple, Violet e TMA Standard.
Pernier et al. (2005) avaliaram os efeitos de esterilização em autoclave
na superfície e propriedades mecânicas de 6 fios ortodônticos. Observaram
que fios ortodônticos são freqüentemente embalados e selados para evitar
contaminação cruzada. As instruções geralmente advertem para esterilização
em autoclave para proteções adicionais. Entretanto, a esterilização pode
modificar a superfície e propriedades mecânicas de muitos tipos de material. O
objetivo desse estudo foi determinar a influência da esterilização por autoclave
nas propriedades mecânicas e superfície de 6 diferentes fios usados
correntemente em Ortodontia. Utilizaram as recomendações para autoclave
estabelecidas pelo ministério da saúde francês. Os fios do experimento foram:
aço inoxidável Tru-Chrome® (RMO), 2 fios de níquel-titânio com memória de
forma, Neo Sentalloy®, Neo Sentalloy com Ionguard® (GAC); e 3 fios de
titânio-molibdênio, TMA; TMA Low Friccion (ORMCO®) e Resolve® (GAC). As
ligas foram analisadas antes e após a esterilização, usando técnicas de
observação de superfície, incluindo microscópio óptico, eletrônico e atômico,
além de profilometria. Propriedades mecânicas foram observadas por testes de
curvatura de 3 pontos. Concluíram que as esterilizações por autoclave não
apresentam efeitos adversos quanto às propriedades mecânicas e superfície
dos
fios.
Aceitaram
a
possibilidade
dos
ortodontistas
sistematicamente os fios antes de colocá-los na cavidade bucal.
esterilizarem
3 DISCUSSÃO:
Em virtude da amplitude do assunto, achamos por bem dividir a
discussão em tópicos que são:
3.1 Definição de Metal:
Podemos definir metal como aquele elemento químico que em solução,
forma íons positivos. Em geral os metais apresentam constituição sólida em
temperatura ambiente, superfície lisa e polida, conduzindo bem o calor e a
eletricidade(VELLINI–2002).
3.2 Estrutura dos metais:
Os
materiais
dentários
usados
na
mecânica
ortodôntica,
são
principalmente metálicos, o que justifica o conhecimento de algumas de suas
propriedades.
Os metais à temperatura ambiente, na quase totalidade, encontram-se
no estado sólido. Os átomos dispõem-se no espaço, em posições ordenadas
um em relação ao outro. Essa disposição homóloga dá-se segundo formas
geométricas bem definidas, constituindo as grades espaciais. As formas
geométricas mais comuns, com que se dispõem os átomos nos metais, são a
cúbica de face centrada e de corpo centrado, e a hexagonal compacta,
constituindo as estruturas cristalinas cúbicas e hexagonais.
Os fios
ortodônticos constituem-se de metais trabalhados, isto é, obtém-se o metal
fundido e submete-se este metal ao estiramento através de uma fieira. Neste
processo denominado encruamento, a estrutura granular se transforma, a frio,
em uma estrutura fibrosa e alongada (GURGEL-2001; FERREIRA-1998;
QUINTÃO-2001;
VELLINI
2002;
WILLIAMS-1997;
YONEYAMA-1992;
BURSTONE-1985; WATERS-1992).
3.3 Propriedades mecânicas:
Carga é a força aplicada sobre um fio ortodôntico. Pelo princípio da
ação e reação, quando o fio é colocado na boca e aplica-se uma força no
dente, o dente reage e produz uma carga no fio. Sua unidade usual em
Ortodontia é o grama (MÜENCH-1994; PROFFIT-1993).
Tensão é a carga sofrida pelo fio dividida por sua área . Sempre que
houver tensão do fio ortodôntico, haverá
alteração na disposição de seus
átomos na grade cristalina, seja no sentido de afastá-los ou de aproximá-los
(VELLINI-2002; LANGLADE-1993; KAPILA-1990).
Paralelamente
à
adição
de
forças,
registra-se
a
deformação
correspondente. Assim, desde o início da aplicação de forças ao corpo de
prova, até ruptura, obtém-se um conjunto de pares de valores (força e
deformação). As forças aplicadas são divididas pela área da secção do corpo
de prova, obtendo-se as tensões (F/S); as deformações são divididas pelo
comprimento inicial do corpo de prova , obtendo-se as deformações unitárias.
Com esses pares de valores (tensão, deformação unitária), constrói-se o
gráfico 1, no qual podem ser obtidas uma série de informações. Interpretando o
gráfico da figura , verifica-se que as deformações são proporcionais às tensões
no corpo de prova, até o ponto P. Esse ponto define o limite de
proporcionalidade (MÜENCH-1994; PROFFIT-1993; ARRUDA-2003).
Gráfico 1: Tensão X Deformação unitária (Segundo Müench - 1994).
Um pouco além, mas muito próximo ao ponto P situa-se o limite de
elasticidade, que é a tensão máxima que pode ser aplicada ao corpo de prova,
sem se deformar permanentemente. Um esforço aplicado ao material além do
limite de elasticidade provoca uma deformação permanente. Assim, se o corpo
de prova for descarregado a partir do ponto M, a volta se dá segundo a linha
NM e a deformação permanente unitária ocorrida corresponde ao segmento
ON. Se novamente, o corpo de prova for carregado, o gráfico será segundo
NM. Isto indica um aumento do limite de propocionalidade, ou seja, o material
suporta maiores esforços sem se deformar permanentemenre, quando
previamente já o foi (MÜENCH-1994; PROFFIT -1993; FERREIRA-1998,
1999).
Limite de elasticidade é a maior tensão que um fio ortodôntico pode ser
submetido, sofrendo apenas deformações elásticas. Este ponto é demarcado
no gráfico 2 com as letras L.E. (limite de elasticidade). Módulo de elasticidade é
a relação entre tensão e deformação em qualquer ponto da reta (até o ponto
LE). O módulo de elasticidade define a inclinação da reta e é constante para
uma dada liga metálica. Ligas cuja porção reta do gráfico é mais vertical (alto
módulo de elasticidade) são ditas rígidas, enquanto as que possuem baixo
módulo de elasticidade (porção reta do gráfico mais horizontal) seriam mais
flexíveis (gráfico 2). Módulo de resiliência é a quantidade de energia absorvida
por um fio ortodôntico até o limite de elasticidade. No gráfico 2 é representado
pela área sob a porção retilínea da curva tensão - deformação (área MR). O
ideal seriam os fios com alta resiliência, capazes de absorver grande
quantidade de energia, que se dissipará de forma lenta e gradual (ARRUDA2003; BURSTONE-1981; QUINTÃO-2001; SOLANO-2004; VELLINI-2002).
Gráfico 2: Tensão X Deformação (Segundo Vellini – 2002).
A tenacidade indica a dificuldade de se quebrar o fio ortodôntico (ou a
energia total necessária para se fraturar um fio) e seu valor corresponde a toda
a área sob a curva tensão-deformação desde o zero até o ponto RF (VELLINI2002; FERREIRA-1998).
Biocompatibilidade reúne as características de resistência à corrosão,
ao manchamento e tolerância tecidual em relação aos metais constituintes do
fio. Assim o fio biocompatível é aquele que não sofre corrosão no meio bucal e
que, por sua grande estabilidade, não libera substâncias que possam agredir o
organismo (ELIADES-2004; LENZA-2003; KUSY-2000; SPECK & FRAKER1980).
Dureza é a medida da resistência do fio à dobradura. Referindo-se ao
gráfico 3 o fio A é mais duro que o B, pois para uma dada deflexão liberará
uma força maior. Intervalo de trabalho é a medida do quanto o fio pode ser
defletido dentro de seu limite de elasticidade. No gráfico 4 , o fio D tem um
intervalo de trabalho maior que o C embora sua dureza seja idêntica. A
resistência é uma medida da força máxima que pode ser aplicada ao fio no
limite superior de seu intervalo de trabalho elástico. No gráfico 5 o fio E tem
maior resistência (e intervalo de trabalho), mas menor dureza que o fio F
(PROFFIT 1993; FERREIRA 1998-1999).
Gráfico 3: Dureza (Segundo Proffit – 1993).
Gráfico 4: Intervalos de Trabalho (Segundo Proffit -1993).
Gráfico 5: Resistência (Segundo Proffit - 1993).
3.4 Rigidez dos fios ortodônticos:
Levando-se em conta que Ws representa a rigidez do fio, que Ms é um
número que representa a rigidez do material,e Cs é um número que representa
a secção transversal em apreço, pode-se manter a secção transversal (Cs)
variando a rigidez do fio (Ws) através de diferentes ligas metálicas. Com fios de
uma mesma secção transversal, pode-se produzir uma grande variação de
força e proporções carga-deflexão, requeridas no aparelho. O número de
rigidez do material (Ms) é baseado no módulo de elasticidade do mesmo, que
pode ser utilizado para determinar a quantidade relativa de força que um fio
fornece por unidade de ativação - Ws=Ms x Cs (KAPILA-1989; PROFFIT-1993;
BURSTONE -1981; FERREIRA-1998).
3.5 Tipos de Ligas Ortodônticas:
Ligas de Metais Preciosos:
O ouro apesar de macio e biocompatível, encontra-se em desuso devido
ao custo e por existirem atualmente fios que o substituam com vantagens.
Ligas áuricas com Cobre, Platina, Paládio e Níquel, não são mais utilizadas
(VELLINI-2002; MÜENCH-1994; GURGEL – 2001).
Ligas de Aço Inoxidável:
Apresentam em sua composição 71% de Ferro, 18% de Cromo, 8% de
Níquel e menos de 0,2% de Carbono. Devido à presença de Cromo, essas
ligas têm resistência à corrosão em meio bucal (KAPILA-1990; VELLINI-2002;
MÜENCH-1994).
Ligas de Níquel-Cromo: são da família dos aços inoxidáveis, mas com
80% de Níquel e 20% de Cromo em sua composição e com excelentes
propriedades de resistência mecânica e à corrosão. Para fins Ortodônticos,
essas ligas passaram a apresentar agentes modificadores como Manganês,
Silício, Fósforo e Enxofre (MÜENCH-1994; VELLINI 2002; GURGEL 2001).
Ligas de Cobalto-Cromo:
Formadas por 40% de Cobalto, 20% de Cromo, 15% de Níquel,15% de
Ferro, 7% de Molibdênio, e pequenas porcentagens de Manganês, Carbono e
Berílio. Conhecido comercialmente como Elgiloy®, é fabricado em 4 diferentes
têmperas: azul (macio), amarelo (dúctil), verde (semi-resiliente) e vermelho
(resiliente). Apresentam propriedades semelhantes ao aço: alto módulo de
elasticidade,
baixo
módulo
de
resiliência,
alta
tenacidade
e
alta
biocompatibilidade (VELLINI-2002; KAPILA-1990; MÜENCH-1994; FERREIRA1998).
Ligas de Níquel-Titânio:
Têm em sua constituição, 54% de Níquel e 44% de Titânio, podendo
conter Cobalto. Apresentam baixo módulo de elasticidade, alto módulo de
resiliência e baixa tenacidade (MÜENCH-1994).
Segundo Kapila (1990), apresentam 52% de Níquel, 45% de Titânio e
3% de Cobalto.
Encontrado comercialmente com diversos nomes: Nitinol®, Orthonol®,
Sentinol®, Titanal® e Niti Chinez® (KAPILA-1990); Neo Sentalloy® (PERNIER2005); Sentalloy Light®, Copper NiTi® (ARRUDA-2003; MALLORY-2004).
Fios Termoativados:
São fios constituídos por Níquel, Titânio, Cromo e Cobre. Esses fios são
caracterizados
por
diferenças
da
estrutura
da
matéria.
Apresentam
transformações martensíticas, representadas por menor rigidez dos fios
quando em baixas temperaturas, e por maior rigidez ao retornarem a
temperatura bucal (FERREIRA-1998; KAPILA 1990).
No momento em que os fios termoativados sofrem diminuição da
temperatura, começam a ocorrer transformações de fase e os fios que estavam
em estado mais rígido na temperatura bucal (fase austenítica), passam para
um estado mais flexível e macio (fase martensítica), permitindo manipulação
mais eficiente dos mesmos na cavidade bucal. Após isso, a cavidade bucal
proporciona um aumento da temperatura dos fios ortodônticos, fazendo com
que os mesmos retornem para a fase austenítica e ocasionando o desejado
movimento ortodôntico (GURGEL-2001; VELLINI-2002).
Os
átomos
dessas
ligas
apresentam
disposições
específicas
dependendo da fase em que as ligas de NiTi se encontram: estrutura cúbica de
face centrada (CFC) quando em fase austenítica, e a estrutura cristalina
hexagonal compacta (HC) na fase martensítica, representando menor rigidez
da liga (GURGEL-2001).
Titânio-Nióbio:
O fio Titanium-Niobium (ORMCO, Sybron®) é constituído pelos metais
de seu nome. É indicado para pacientes com sensibilidade ao Níquel.
Apresenta propriedades semelhantes ao TMA (GURGEL-2001).
Beta-Titânio:
A liga é constituída de 79% de Titânio, 11% de Molibdênio, 6% de
Zircônia e 4% de Estanho. Apresenta metade da rigidez do aço inoxidável e o
dobro da resiliência (GURGEL-2001; VELLILI-2002).
Fios Trançados de Aço Inoxidável:
São fios de pequenos calibres enrolados uns sobre os outros.
Inicialmente comercializado como Twist-Flex (Unitek Corp.®), com secção
transversal redonda. Hoje o fio multifilamentos pode ser encontrado em secção
transversal
retangular
(Braided®),
sendo
indicado
para
finalização
e
intercuspidação. Podem receber dobras de pequena magnitude, e apresentam
flexibilidade satisfatória (GURGEL-2001).
3.6 Hipersensibilidade ao Níquel:
A corrosão dos metais dos fios ortodônticos podem ocasionar a
liberação de íons metálicos como o Níquel para a cavidade bucal, ocasionando
reações no organismo. A citotoxicidade ao Níquel, é uma reação do organismo
que manifesta-se através de dermatites de contato ou efeitos carcinogênicos.
Podemos reconhecer 3 regiões nos metais ortodônticos, relacionadas com a
corrosão. Essas regiões são chamadas de células e recebem o nome de:
células de composição, de concentração e de estresse. 1-Células de
composição ocorrem quando existem diferenças de potencial entre 2 metais
diferentes; quando os elétrons se movem, forma-se corrente elétrica e um
metal sofre oxidação, enquanto o outro sofre redução. 2-Células de
concentração existem quando formam trincas, aberturas, espaços metal-não
metal, ocasionando corrosão do mesmo. 3-Células de estresse têm a ver com
a manipulação excessiva do fio, causando fadiga e corrosão do metal (KUSY2000; LENZA-2003).
Essa hipersensibilidade ao Níquel provoca manifestações bucais e
estomatites de contato alérgicas, que podem confundir o diagnóstico com
hiperplasias gengivais e ulcerações bucais. A solução é buscar fios
ortodônticos sem Níquel como o TMA e o Titânio-Nióbio (GURGEL-2001;
KUSY-2000; LENZA-2003).
4 CONCLUSÃO:
1 - A utilização de ligas de NiTi e a observação das suas respectivas
indicações e limitações, reduz o número de arcos necessários no
tratamento ortodôntico, tornando os procedimentos de nivelamento e
alinhamento mais rápidos e consistentes. Quando se utilizam fios
retangulares confeccionados com essas ligas, logo no início do tratamento,
os
movimentos
de primeira, segunda
e terceira ordem,
ocorrem
simultaneamente, o que prepara os arcos dentários para a fase seguinte de
fechamento de espaços ou finalização.
2 - Fios trançados ou torcidos de aço permitem começar o nivelamento sem
alças e sem dor ao paciente.
3 - O aço inoxidável e o Cr-Co têm boa capacidade de forma e podem ser
dobrados com relativa facilidade e em várias configurações.
4 - É possível que o níquel presente nas ligas ortodônticas venham causar
efeitos alergênicos e carcinogênicos, sendo que podem ocorrer em
determinados pacientes reações de hipersensibilidade.
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Daniel Eduardo Machado Fios Ortodônticos Metálicos