2.1 Fundamentos Básicos Recordemos que uma aplicação (ou transformação) entre espaços vetoriais T : V ! W é linear quando: (a) T (u + v) = T (u) + T (v) ; (b) T ( u) = T (u) ; u; v 2 V: u2V e 2 F: Podemos condensar essas duas condições em uma só e a…rmar que T : V ! W é linear quando T( u + v) = T (u) + T (v) ; 2 F; u; v 2 V: É oportuno ressaltar que se T : V ! W é linear, então T (0) = 0 (os vetores nulos de V e W estão representados pelo mesmo símbolo 0). Assim, se T (0) 6= 0, a aplicação T não é linear. Exemplo A aplicação T : R2 ! R3 , de…nida por T (x; y) = (x; y; 1) não é linear, porque T (0; 0) = (0; 0; 1) não é 0. Exemplo A transformação T : R3 ! R2 , de…nida por T (x; y; z) = (x; yz) não é linear, embora T (0; 0; 0) = (0; 0). Se u = (0; 0; 1) e v = (0; 1; 0), temos que T (u + v) 6= T u + T v: Exemplo A transformação T : P2 ! R de…nida por T (p) = 1 + p (0) não é linear, porque T (0) = 1 6= 0: Exemplo As translações T (x; y) = (x + a; y + b) não são lineares, exceto no caso em que a e b são ambos nulos. Exemplo A projeção P : R3 ! R3 ; no plano xy, de…nida por P (x; y; z) = (x; y; 0) é linear. Também é linear a projeção no eixo y dada por P (x; y; z) = (0; y; 0) : TRANSFORMAÇÕES ELEMENTARES DO PLANO Uma transformação linear T : R2 ! R2 além de descrever o tipo mais simples de dependência entre duas variáveis, goza de uma propriedade geométrica interessante: ela transforma retas em retas e circunferências em circunferências. Vejamos algumas transformações especiais. COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS 1. APLICAÇÃO LINEAR CONTRAÇÕES & DILATAÇÕES 47 Dado um número real positivo , as transformações T : R2 ! R2 , de…nidas por T (v) = v, isto é, T (x; y) = ( x; y), recebem o nome de contração ou dilatação, conforme seja menor ou maior do que 1. Figura 2.1: Contração & Dilatação 2. REFLEXÕES As transformações Rx ; Ry e R0 de R2 ! R2 , de…nidas por Rx (x; y) = (x; y) ; Ry (x; y) = ( x; y) e R0 (x; y) = ( x; y), recebem os nomes de re‡exão no eixo x, re‡exão no eixo y e re‡exão na origem, respectivamente. Veja a ilustração na Figura 2.2. Figura 2.2: Re‡exões. 3. ROTAÇÃO A transformação linear R : R2 ! R2 , de…nida por R (x; y) = (x cos y sen ; x sen + y cos ) é conhecida por rotação de um ângulo . Veja a Seção 1.6. 4. CISALHAMENTOS Por cisalhamento horizontal, entendemos qualquer transformação C : R2 ! R2 , do tipo C (x; y) = (x + y; y) ; sendo um cisalhamento em que uma constante real. Na Figura 2.3 ilustramos > 1. Como seria um cisalhamento vertical ? 48 ÁLGEBRA LINEAR MARIVALDO P. MATOS Figura 2.3: Cisalhamento Horizontal. Exemplo Seja S o quadrado de vértices O (0; 0) ; A (1; 0) ; B (1; 1) e C (0; 1). Vamos encontrar a imagem de S pela transformação linear T (x; y) = (x y; x + 2y). A imagem T (S) é o quadrilátero ilustrado na Figura 2.4, de vértices T (0) = (0; 0) ; T (A) = (1; 1) ; T (B) = (0; 3) e T (C) = ( 1; 2) Figura 2.4: Imagem de um Quadrado. 2.1A Veri…que quais das aplicações T : Rm ! Rn abaixo são lineares. (a) T : R2 ! R2 , T (x; y) = (x (b) T : R2 ! R3 , T (x; y) = (x; y; x + y) y; 0) (c) T : R ! R, T (x) = ax (d) T : R4 ! R2 , T (x; y; z; t) = (y (e) T : R ! R2 , T (x) = (x; cos x) (f) T : R3 ! R2 , T (x; y; z) = (x (g) T : R ! R4 , T (x) = x; x; x2 ; 0 (h) T : R3 ! R2 , T (x; y; z) = (x; z 2.1B Seja A uma matriz quadrada 2 2 e de…na TA : M2 2 ! M2 2 x; t z) 1; y + z) y) por TA (X) = AX. É a aplicação T linear? 2.1C Mostre que a aplicação T : M3 2 ! M2 3 de…nida por T (X) = X t é linear. 2.1D Construa duas matrizes A e B, de ordem 2 2, tais que det (A) = det (B) = 0 e det (A + B) 6= 0. A partir daí conclua que a aplicação T : M2 2 ! R, de…nida por T (X) = det (X) ; não é linear. COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS APLICAÇÃO LINEAR 49 Veri…que que as aplicações abaixo são lineares. h i (a) T : R ! M1 2 , T (x) = x ax : 2.1E (b) T : M3 ! R, T (A) = tr (A) : 2 3 2 x x (c) T : M2 1 ! M2 2 , T 4 5 = 4 y 0 2 3 h x y 5= (d) T : M2 2 ! M1 2 , T 4 z t 2 3 x y 5 = (x (d) T : M2 2 ! P2 , T 4 z w 2.1F 3 0 y 3 5: x y z i t : y) t2 + zt + w: Funcionais Lineares As aplicações lineares T : V ! F, em que o espaço de chegada é o corpo F (em geral F = R é o corpo dos números reais), são conhecidos na literatura como funcionais lineares. Veri…que se os funcionais abaixo são lineares ou não. Z 1 (a) T : P2 ! R, T (p) = p (x) dx (b) T : P2 ! R, T (p) = 0 p0 (0) 2.1G Veri…que se a transformação T : P1 ! P2 ; de…nida por T (p) (x) = x + xp (x) é linear. E se fosse S : P2 ! P2 ; de…nida por S (p) (x) = p (x) + x2 p0 (x), seria S linear? 2.1H O Espaço das transformações lineares Representemos por L (V; W ) o conjunto das aplicações lineares T : V ! W: A soma e o produto por escalar em L (V; W ) são de…nidas de maneira natural: (S + T ) (v) = S (v) + T (v) ; ( T ) (v) = T (v) ; v 2 V; v 2 V; S; T 2 L (V; W ) : T 2 L (V; W ) : (a) Seria a aplicação identicamente nula um vetor de L (V; W )? (b) Se T e S estão em L (V; W ), mostre que T + S 2 L (V; W ), seja qual for o escalar : Com essas operações L (V; W ) é um espaço vetorial 2.1I Composição de transformações lineares Sejam U; V e W três espaços vetoriais sobre um corpo F e considere duas aplicações lineares T : U ! V e S : V ! W . De…na uma nova aplicação S T : U ! W por (S T ) (u) = S (T (u)) ; u 2 U: 50 ÁLGEBRA LINEAR Mostre que S MARIVALDO P. MATOS T é linear. Figura 2.5: Composição. NOTAÇÃO As aplicações lineares de V ! V são denominadas operadores lineares (ou simples- mente operadores) de V e o espaço vetorial L (V; V ) será indicado por L (V ). Se S; T 2 L (V ), então S + T e ST também pertencem a L (V ). É claro que I (a identidade de V ) pertence a L (V ) : 2.1J Invertendo uma transformação linear Dado um espaço vetorial V sobre um corpo F (o corpo R dos números reais, por exemplo), é simples veri…car qua a aplicação identidade I (v) = v é linear, isto é, I 2 L (V; V ). Se T e S são aplicações lineares de V ! V e S T = I, isto é, a composição de S com T é a identidade de V , diremos que S é a inversa de T e anotamos S = T Determine a inversa da aplicação T : R2 ! R2 , de…nida por T (x; y) = (x REGRA PRÁTICA 1: y; y) : Sejam V e W espaços vetoriais de dimensão n e considere = fv1 ; v2 ; ; vn g uma base de V . Como veremos adiante, uma aplicação linear invertível T : V ! W transforma a base de V em uma base de W e podemos usar a base S=T 1. Se wk = T (vk ), então a inversa S : W ! V é caracterizada por S(wk ) = vk , isto é, T (vk ) = wk se, e somente se, S(wk ) = vk e dado w 2 W , temos w = y1 T (v1 ) + y2 T (v2 ) + (S = T + yn T (vn ) e, portanto, S(w) = y1 v1 + y2 v2 + 2.1K para encontrar a transformação inversa + yn vn : Encontre a transformação linear T : R2 !R2 , tal que T (1; 2) = (1; 1) e T (0; 1) = (1; 0) : 1 ) COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS 2.1L Seja V = Mn n APLICAÇÃO LINEAR 51 o espaço das matrizes quadradas de ordem n. Fixada uma matriz A em V , decida sobre a linearidade das transformações (a) T (X) = A + X 2.1M (b) T (X) = AX XA: Identi…que e esboce o grá…co da imagem do retângulo R = [0; 1] T (x; y) = (x [1; 2] pela transformação y; x + 2y) : 2.1N Sejam a; b; c e d números reais positivos e considere o operador T : R2 ! R2 ; de…nido por T (x; y) = (ax + by; cx + dy). Determine as duas raízes 1 e 2 da equação det [T I2 ] = 0: 2.1O Identi…que a transformação linear T : P1 ! P2 , que satisfaz a T (x + 1) = x2 1 e 1) = x2 + x: T (x 2.1P Qual o operador T : P2 ! P2 que satisfaz às condições T (1) = x; T (x) = 1 x2 e T x2 = x + 2x2 ? 2.1Q Encontre as transformações T : R2 ! R3 e T : R3 ! R2 , tais que: T (1; 1) = (3; 2; 1) ; T (0; 2) = (0; 1; 0) ; S (3; 2; 1) = (1; 1) ; S (0; 0; 1) = (0; 0) e S (0; 1; 0) = (0; 2) : Calcule T (1; 0) e T (0; 1) e encontre S T: Encontre a transformação T : R2 ! R2 que representa uma rotação de =4 rad, seguida de p dilatação de 2: 2.1R 2.1S Descreva a transformação T : R2 ! R2 que representa uma re‡exão em torno da reta y = x: 2.2 Núcleo e Imagem Dada uma transformação linear T : V ! W , destacamos dois subespaços vetoriais: (i) Núcleo ou Kernel de T , denotado por N (T ) (ou ker (T )) e de…nido por N (T ) = fv 2 V : T (v) = 0g (subespaço vetorial de V ) (ii) Imagem de T , representado por Im (T ) (ou T (V )) e de…nido por Im (T ) = fw 2 W : w = T (v) ; para algum v 2 V g (subespaço vetorial de W ). Na Figura 2.6 ilustramos geometricamente o núcleo e a imagem de uma aplicação linear T : V ! W: 52 ÁLGEBRA LINEAR MARIVALDO P. MATOS Figura 2.6: Núcleo & Imagem. É oportuno ressaltar que se = fv1 ; v2 ; : : : ; vn g é uma base de V , então o subespaço Im (T ) é gerado pelos vetores T v1 ; T v2 ; : : : ; T vn e dentre esses geradores podemos extrair uma base de Im (T ) : Por outro lado, o núcleo de T pode ser visto, em muitos casos, como o espaço solução de um sistema linear homogêneo, cuja dimensão é igual ao grau de liberdadde, e uma base do núcleo pode ser construída usando as variáveis livres do sistema. Um resultado que relaciona as dimensões de V , N (T ) e Im (T ) é o Teorema do Núcleo e da Imagem que apresentamos a seguir: TEOREMA DO NÚCLEO E DA IMAGEM Se V e W têm dimensão …nita e T : V ! W é uma transformação linear, então dim V = dim N (T ) + dim Im (T ) Exemplo Como ilustração, vamos encontrar uma base e a dimensão do núcleo e da imagem do operador T : R3 ! R3 , de…nido por T (x; y; z) = (z; x (x; y; z) 2 N (T ) , (z; x y; z). Inicialmente, observamos que y; z) = (0; 0; 0) , z = 0 e x y = 0: Assim, o núcleo de T é o subespaço N (T ) = f(x; x; 0) : x 2 Rg, uma base N (T ) é = f(1; 1; 0)g e dim N (T ) = 1: Quanto à imagem, esta é gerada pelos vetores T (e1 ) ; T (e2 ) e T (e3 ), isto é, Im (T ) = [T (1; 0; 0) ; T (0; 1; 0) ; T (0; 0; 1)] = [(0; 1; 0) ; (0; 1; 0) ; (1; 0; 1)] : Escalonando a matriz geradora de Im (T ), encontramos: 2 3 2 0 1 0 1 0 6 7 6 6 7 6 6 0 1 0 7 6 0 1 4 5 4 1 0 1 0 0 1 3 7 7 0 7 5 0 de onde resulta que os vetores w1 = (1; 0; 1) e w2 = (0; 1; 0) formam uma base de Im (T ) e, por conseguinte, dim (Im (T )) = 2: Temos que w 2 Im (T ) , w = xw1 + yw2 , w = (x; y; x) ; x; y 2 R; COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS APLICAÇÃO LINEAR 53 e, sendo assim, Im (T ) = (x; y; z) 2 R3 : z = 2.2A x : Encontre a transformação linear T : R2 ! R3 , cujo núcleo contém o vetor (0; 2), e é tal que T ( 1; 1) = (1; 2; 0). 2.2B Em cada caso, encontre uma base do núcleo e da imagem da transformação linear. (a) T : R2 ! R2 ; T (x; y) = (2x (b) T : R3 ! R3 ; T (x; y; z) = (x + 2y; y (c) T : R2 ! R2 ; T (x; y) = (x + y; x + y) : (d) T : R3 ! R2 ; T (x; y; z) = (x + 2y; z) : 2.2D Seja TA : M2 2 ! M2 bases de N (TA ) e de Im (TA ). 2.2E 2, y; 0) : z; x + 2z) : 2 de…nida por TA (X) = AX, sendo A = 4 1 2 1 2 3 5 : Determine Mostre que a transformação T : P2 ! P3 , de…nida por T (p (x)) = p (x) + x2 p0 (x) é linear e determine dim ker (T ) e dim Im (T ). Encontre uma base de Im (T ) e veri…que se o polinômio p (x) = 1 + x + 2x2 + 3x3 está na imagem de T . 2.2F Repita o exercício precedente com o operador T : P2 ! P2 , de…nido por T (p (x)) = x2 p00 (x) : 2.2G Encontre um operador linear T : R3 ! R3 , tal que Im (T ) = [(1; 2; 3) ; (4; 0; 5)]. Uma tal transformação pode ser um isomor…smo? Por quê? 2.2H Encontre uma transformação linear T : R3 ! R3 , tal que N (T ) = [(1; 1; 0)]. Uma tal transformação pode ser um isomor…smo? Por quê? 2.2I Se T1 ; T2 : V ! V são operadores lineares, tais que dim N (T1 ) = dim N (T2 ) = 0, mostre que dim N (T1 T2 ) = 0: Dada uma transformação linear T : V ! W; use o Teorema do Núcleo e da Imagem e prove 2.2J as seguintes a…rmações: (a) Se dim V < dim W , então T não pode ser sobrejetora. (b) Se dim V > dim W , então T não pode ser injetora. (T) Se T é um isomor…smo, então dim V = dim W . 2.2K Estabeleça um isomor…smo entre os seguintes pares de espaços vetoriais: 54 ÁLGEBRA LINEAR MARIVALDO P. MATOS (a) R2 e o subespaço W = (x; y; 0) 2 R3 (b) R3 e P2 (c) R4 e M2 2: 2.2L Encontre uma transformação linear T : R2 ! R3 , cujo núcleo seja a reta y = 2x: Seja T : V ! W uma aplicação linear e v1 ; v2 ; : : : ; vn vetores LI de V: Se dim N (T ) = 0, 2.2M mostre que T v1 ; T v2 ; : : : ; T vn são LI. 2.2N Seja T : P2 ! P2 o operador de…nido por T ax2 + bx + c = (a + 2b) x + (b + c) : (a) O operador T é injetor? É sobrejetor? (b) Dê uma base e a dimensão do núcleo e da imagem de T: (c) p (x) = 4x2 + 2x 2 pertence a N (T )? E q (x) = 2x + 1 pertence a Im (T )? 2.2O Um operador T : R3 ! R3 tem núcleo N (T ) = (x; y; z) 2 R3 : x + y + z = 0 e é tal que T (0; 0; 1) = (1; 1; 1). Encontre um tal operador. 2.2P Considere o operador derivação @1 : Pn ! Pn , de…nido por @1 (p (x)) = p0 (x) : Determine o núcleo e a imagem do operador @1 . Qual o núcleo do operador @2 (p (x)) = p00 (x)? 2.2Q Encontre uma transformação lnear T : R2 ! R3 com as seguintes propriedades: (i) T (1; 1) = (1; 2; 0) e (ii) (1; 0) 2 N (T ) : 2.3 Representação Matricial Nesta seção há dois problemas a serem tratados e os exemplos que seguem à formulação de cada um deles ilustram como resolvê-los. APLICAÇÃO LINEAR ASSOCIADA A UMA MATRIZ Se = fv1 ; v2 ; : : : ; vm g e 0 = fw1 ; w2 ; : : : ; wn g são bases de Rm e Rn , respectivamente, e A = [aij ] é uma matriz de ordem n m, encontrar a aplicação linear T : Rm ! Rn , determinada pela relação [T (v)] 0 = A [v] : (2.1) COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS onde [v] e [T (v)] 0 APLICAÇÃO LINEAR são as matrizes coordenadas de v e de T (v) nas bases temos 2 v = x1 v1 + x2 v2 + 6 6 6 [v] = 6 6 6 4 + xm vm , isto é, x1 x2 .. . xm e 0 55 : Dado v 2 Rm , 3 7 7 7 7 7 7 5 e consideremos os escalares y1 ; y2 ; : : : ; yn ; que satisfazem à relação (2.1), ou seja 2 3 x1 6 6 6 A 6 6 6 4 2 7 6 7 6 x2 7 6 7 6 .. 7 = 6 6 . 7 5 4 xm y1 y2 .. . yn 3 7 7 7 7: 7 7 5 A aplicação linear T vem dada por T (v) = y1 w1 + y2 w2 + : : : + yn wn : Exemplo Sejam 0 = f(1; 0) ; (0; 1)g e = f(1; 1; 0) ; (0; 1; 1) ; (1; 0; 2)g bases de R2 e R3 , respectivamente, e consideremos a matriz 2 1 0 6 6 A=6 1 4 1 3 7 7 2 7: 5 3 Dado v = (x; y) um vetor do R2 , temos que 2 v = x (1; 0) + y (0; 1) ) [v] = 4 3 x 5 y e usando a relação (2.1), encontramos [T (v)] 0 2 1 6 6 =6 1 4 1 0 3 2 3 2 x 7 6 7 4 x 5 6 = 6 x + 2y 2 7 5 4 y 3 x 3y 3 7 7 7 5 y1 y2 y3 e, sendo assim, T (x; y) = x (1; 1; 0) + (x + 2y) (0; 1; 1) + (x = (2x 3y; 2x + 2y; x 8y) 3y) (1; 0; 2) 56 ÁLGEBRA LINEAR MARIVALDO P. MATOS é a aplicação linear procurada. Exemplo Se 0 e são as bases canônicas de Rm e Rn , respectivamente, então a transfor- mação T que satisfaz (2.1) é dada por 2 T (x1 ; x2 ; : : : ; xm ) = (y1 ; y2 ; : : : ; yn ) ; 6 6 6 6 6 6 4 onde y1 y2 .. . yn 3 7 7 7 7=A 7 7 5 2 6 6 6 6 6 6 4 x1 3 7 7 x2 7 7 .. 7 : . 7 5 xm Por exemplo, com relação às bases canônicas a aplicação linear T : R4 ! R3 associada à matriz 2 1 6 6 A=6 4 1 2 0 7 7 1 7 5 1 2 1 3 0 3 1 2 é precisamente 2 6 6 T (x; y; z; t) = 6 4 1 1 2 2 1 3 0 1 2 3 0 7 7 1 7 5 1 2 x 3 6 7 6 7 6 y 7 6 7 = (x = y + 2z; 2x + y + 3z + t; y + 2z 6 7 6 z 7 4 5 t t) : Seja T : V ! W uma transformação linear MATRIZ ASSOCIADA A UMA APLICAÇÃO LINEAR entre espaços vetoriais de dimensão …nita e considere = fv1 ; v2 ; : : : ; vm g e 0 = fw1 ; w2 ; : : : ; wn g bases de V e W , respectivamente. Associada à transformação linear T consideramos a n m matriz [T ] 0 ; cuja j-ésima coluna é [T (vj )] 0 A matriz [T ] cada vetor T (vj ) como combinação linear da base 0 0 é construída da seguinte forma: escrevemos e formamos a j-ésima coluna da matriz. T (v1 ) = a11 w1 + a21 w2 + + an1 wn T (v2 ) = a12 w1 + a22 w2 + + an2 wn :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: T (vj ) = a1j w1 + a2j w2 + + anj wn :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: T (vm ) = a1m w1 + a2m w2 + + anm wn COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS APLICAÇÃO LINEAR Assim, a matriz associada à aplicação T é: 2 6 a11 6 6 a21 6 6 . 6 .. 6 [T ] 0 = 6 6 a 6 j1 6 . 6 . 6 . 4 an1 NOTAÇÃO 2.3A Quando = 0 , a matriz [T ] 0 a12 3 a1j a22 .. . .. aj2 .. . .. . a2j .. . . ajj .. . an2 57 a1m 7 7 a2m 7 7 .. 7 .. . . 7 7 7 ajm 7 7 .. 7 .. 7 . . 7 5 v anm anj será indicada simplesmente por [T ] . Seja I : V ! V o operador identidade de V , isto é, I (v) = v; 8v: Se 0 uma base de V , determine a matriz [I] : Se = fv1 ; v2 ; : : : ; vn g é é outra base de V , quem é [I] 0 ? 2.3B Qual é a transformação linear T : P1 ! P2 , cuja representação matricial em relação às 2 3 1 0 6 7 6 7 bases canônicas é 6 0 1 7? 4 5 0 0 2.3C Seja T : R3 ! R2 a transformação de…nida por T (x; y; z) = (x y + 2z; x y z) e considere as bases = f(1; 0) ; (0; 1)g e 0 = f(1; 1; 0) ; (1; 1; 1) ; (1; 2; 1)g : 0 Determine a matriz [T ] : 2.3D Sejam = f( 1; 0) ; (0; 1)g e 0 vamente, e seja T : R3 ! R2 , tal que [T ] 0 = f(0; 1; 1) ; (1; 0; 0) ; (1; 0; 1)g bases de R2 e R3 , respecti2 =4 1 0 1 1 1 1 3 5: (a) Determine bases para N (T ) e Im (T ). É a transformação T injetora? (b) 2.3E Determine T (x; y; z) : Em relação às bases ordenadas = fx; 1g e 0 = x2 ; x 1; x + 1 de P1 e P2 , respectiva- mente, qual a matriz da transformação linear T : P1 ! P2 , de…nida por T (p (x)) = xp (x)? 58 ÁLGEBRA LINEAR 2.3F Sejam MARIVALDO P. MATOS = f(1; 1) ; (0; 2)g e 0 = f(1; 0; 1) ; (0; 1; 2) ; (1; 2; 0)g bases de R2 e R3 , respecti- vamente, e seja T : R2 ! R3 , tal que [T ] 0 2 0 3 1 0 3 1 6 6 =6 1 4 0 7 7 1 7: 5 1 (a) Determine T (x; y) : (b) 00 Encontre uma base do R3 , tal que [T ] 2.3G Seja T : M2 e seja 2 6 7 6 7 = 6 0 0 7: 4 5 0 1 ! R2 a transformação linear, de…nida por 2 3 x y 5 = (x + z; y + t) T4 z t a base canônica de M2 (a) Determine [T ] 0 , onde (b) 00 2 Se S : R2 ! M2 2 2. 0 = f(1; 1) ; (1; 2)g : é tal que [S] 0 2 2 6 6 6 1 =6 6 6 1 4 0 2 determine, caso exista, um vetor v; tal que Sv = 4 1 3 1 0 3 7 7 1 7 7 7 0 7 5 1 0 1 5: 2.3H Seja T : R2 ! R2 o operador linear, cuja matriz em relação à base canônica 2 3 1 2 5: [T ] = 4 0 1 (a) Determine, caso exista, vetores u e v tais que T u = u e T v = (b) Determine dim N (T ) e dim Im (T ) : v: é COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS APLICAÇÃO LINEAR 59 1 (x; y) : (c) T é um isomor…smo? Se for, encontre T 2.3I Seja T : P3 ! R o funcional linear de…nido por Z 1 p (x) dx: T (p (x)) = 0 Determine a matriz de T em relação às bases canônicas. 2.3J x) p0 (x). Determine a Seja T : P1 ! P1 o operador linear de…nido por T (p (x)) = (1 matriz de T em relação à base canônica de P1 : SOBRE A MATRIZ DA APLICAÇÃO COMPOSTA e T : 0 W; ! U; 00 Dadas as aplicações lineares T : fV; g ! W; a matriz da aplicação composta S T : fV; g ! U; 00 0 pode ser determinada pela regra: [S Quando T : fV; g ! W; inversa T 1 : W; 0 0 T] 0 [T ] 0 : 00 for um isomor…smo, então dim V = dim W e a matriz da aplicação ! fV; g será dada por T 2.3K = [S] 00 1 0 = [T ] 1 0 : Mostre que o operador T : R3 ! R3 de…nido por T (x; y; z) = (x isomor…smo e encontre as matrizes [T ] e T 2.3L Sejam T1 e T2 operadores 2 1 6 6 [T1 ] = 6 2 4 0 1 , em relação á base canônica : do R3 , com representação matricial 3 2 0 1 2 1 7 6 7 6 e [T2 ] = 6 3 1 1 7 1 5 4 1 1 1 2 1 Considere as matrizes 2 0 1 3 7 6 7 6 A=6 0 2 7 4 5 0 1 e 2 0 0 0 6 6 B=6 1 2 1 4 1 0 0 3 7 7 2 7: 5 0 Encontre o operador T , sabendo que T1 = T2 T: 2.3M y; y; y + z) é um 3 7 7 7 5 e sejam TA e TB as transformações canônicas de…nidas pelas matrizes A e B, respectivamente. Encontre bases dos subespaços N (TA ) ; N (TB ) ; N (TB TA ) ; Im (TA ) ; Im (TB ) e Im (TB TA ) : 60 ÁLGEBRA LINEAR MARIVALDO P. MATOS 2.3N Em R3 e R4 , respectivamente, considere as bases = f(1; 0; 0) ; ( 1; 0; 1) ; (1; 1; 0)g e seja A a matriz 3 0 e 4 = f(1; 0; 0; 1) ; ( 1; 0; 1; 0) ; (1; 1; 0; 0) ; ( 1; 2; 0; 1)g 2 1 6 6 A=6 2 4 0 0 1 1 3 7 7 1 1 0 7: 5 1 1 1 Encontre a transformação linear T : R4 ! R3 , tal que [T (v)] = A [v] 0 : Essa é a transformação associada à matriz A e às bases T (v) = A v; 0 e . Quando 0 e são as bases canônicas, 2 2 3 x 6 1 0 1 1 6 6 7 6 y 6 7 isto é, T (x; y; z; t) = 6 2 1 1 0 7 6 4 5 6 6 z 4 0 1 1 1 t teremos: 3 7 7 7 7: 7 7 5 2.3O Sejam T : R3 ! R2 e S : R2 ! R4 as transformações lineares de…nidas por T (x; y; z) = (x + 2y; x z) e S (x; y) = (x; x y; 2y; 2x + y) : e considere as bases = f(1; 0) ; (1; 1)g (base do R2 ) 0 = f(1; 0; 0) ; (1; 1; 1) ; (0; 1; 1)g (base do R3 ) 00 = f(1; 0; 0; 0) ; (0; 0; 1; 1) ; (0; 0; 1; 0) ; (1; 1; 0; 0)g (base do R4 ) (a) Encontre as matrizes [T ] (b) Determine (S (c) Encontre a matriz [S 2.3P Sejam 0 e [S] 00 e calcule o produto [S] 00 0 [T ] . T ) (x; y; z) : T] 0 00 : = f(1; 1; 0) ; ( 1; 0; 1) ; ( 1; 1; 1)g e 0 = f(1; 0; 0) ; (0; 1; 0) ; (0; 0; 1)g bases do R3 e considere o operador linear T : R3 ! R3 , de…nido por T (x; y; z) = (x + y 2z; x y; x + z) : (a) Mostre que T é um isomor…smo e encontre a matriz [T ] 0 . COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS (b) (c) 2.4 APLICAÇÃO LINEAR Encontre a transformação inversa T 1 : R3 ! R3 e a matriz T h i Escalone a matriz ampliada [T ] 0 ; I3 : 1 0 61 : Autovalor e Autovetor UM BREVE COMENTÁRIO Dada uma transformação linear T : V ! V , um problema típico de álgebra linear consiste em encontrar um escalar e um vetor v, tais que T (v) = v. É claro que v = 0 satisfaz à equação T (v) = v, seja qual for o escalar , e o problema torna-se interessante quando o vetor procurado v for não nulo. Um tal escalar denomina-se autovalor (ou valor característico) da transformação T e o vetor não nulo v um autovetor (ou vetor característico) de T , associado ao autovalor . Se v é um autovetor de T , associado ao autovalor , então qualquer múltiplo escalar de v também o é; se é um autovalor de T , representamos por V o subespaço vetorial de V constituído pelos vetores v, tais que T (v) = v. Esse subespaço recebe o nome de auto-espaço associado a . O auto-espaço V é constituídos dos autovetores associados ao autovalor ; mais o vetor nulo. Dada uma base são as soluções de V , se representarmos por A a matriz de T na base , os autovalores de T da equação matricial A [v] = [v] , isto é, as soluções da equação (A I) [v] = 0. No caso em que V = Rn , esta equação nos conduz a um sistema linear homogêneo, o qual terá solução não nula quando det (A p ( ) = det (A I) = 0, ou seja, quando for uma raiz do polinômio I), denominado polinômio característico de T: Exemplo Se = fv1 ; v2 ; : : : ; vn g é uma base de V , contendo apenas autovetores de T , então a matriz [T ] é uma matriz diagonal. Para comprovar esse fato, basta observar que T (vj ) = j vj = 0 v1 + 0 v2 + + 0 vj 1 + j vj + 0 vj+1 + + 0 vn : e os escalares destacados formam a j-ésima coluna da matriz. 2.4A Em cada caso, determine o polinômio característico do operador, seus autovalores e autove- tores correspondentes. Por …m, encontre uma base dos auto-espaços associados. (a) T : R2 ! R2 ; T (x; y) = (2y; x) : (b) T : R2 ! R2 ; T (x; y) = (x + y; 2x + y) : (c) T : R3 ! R3 ; T (x; y; z) = (x + y + z; 2y + z; 3z) : 62 ÁLGEBRA LINEAR MARIVALDO P. MATOS (d) T : R3 ! R3 ; T (x; y; z) = (x + y; x (e) T : R4 ! R4 ; T (x; y; z; t) = (x; x + y; x + y + z; x + y + z + t) : (f) T : R4 ! R4 ; T (x; y; z; t) = (2x + y; 2y; 2z; 3t) : (g) T : M2 2 ! M2 y + z; 2x + y T (A) = At : 2; (At é transposta de A) (h) T : P1 ! P1 ; T (ax + b) = 2ax (i) T : P2 ! P2 ; T (p (x)) = p0 (x) : (j) T : P2 ! P2 ; T ax2 + bx + c = ax2 + cx + b: (k) T (p (x)) = p (x + 1) : T : P2 ! P2 ; (l) T : P3 ! P3 ; z) : b: x2 p00 (x) T (p (x)) = 1 2xp0 (x) : 2.4B Mostre que um operador T : V ! V , com um autovalor nulo, não pode ser injetor. 2.4C No espaço R2 ; considere as bases 0 = f(1; 0) ; (0; 1)g e = f( 1; 0) ; (1; 2)g. Determine o polinômio característico do operador T (x; y) = (x; x + y), usando as matrizes [T ] e [T ] 0 . 2.4D Seja R (x; y) = (x cos y sen ; x sen + y cos ) o operador de rotação. Se mostre que os autovalores de R são 2.4E = = k ; k 2 Z, 1: Identi…que o operador de R2 , com autovalores 1 = 2e 2 = 3, e respectivos autovetores v1 = (3; 1) e v2 = ( 2; 1) : 2.4F Se T é um isomor…smo e inverso T é um autovalor de T , mostre que 1 é um autovalor do operador 1. 2.4G Mostre que autovetores (não nulos) associados a autovalores distintos são LI. 2.4.1 Operadores Diagonalizáveis Por diagonalizar um operador T : V ! V , entendemos associá-lo a uma matriz diagonal. Isso consiste em encontrar, caso exista, uma base de V em relação à qual a matriz de T é diagonal. Uma tal base de V deve ser constituída de autovetores de T: REGRA DE DIAGONALIZAÇÃO Suponhamos dim V = n e que distintos do operador T : V ! V: Se V dim V 1 j 1; 2; ; r sejam os autovalores são os auto-espaços correspondentes e + dim V 2 + + dim V r =n COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS APLICAÇÃO LINEAR então o operador T é diagonalizável e se é uma base do auto-espaço V j , então j = 63 1 [ 2 [ [ r é uma base de V que diagonaliza T , isto é, a matriz [T ] é diagonal. Na diagonal principal da matriz [T ] …guram os autovalores de T e o número de vezes que cada autovalor aparece na diagonal corresponde à sua multiplicidade como raiz do polinômio característico. Exemplo Um operador T : R2 ! R2 que possui dois autovalores distintos é diagonalizável. Neste caso, os dois autoespaços têm dimensão igual a 1. De forma mais geral, se dim V = n e o operador T : V ! V possui n autovalores distintos, um tal operador T é diagonalizável. Exemplo Seja T o operador do R3 , de…nido por T (x; x; z) = (3x autovalores de T são 1 = 3 (de multiplicidade 2) e 3)2 ( 1 característico p ( ) = ( de autovetores Note que 1 1 = 1, que são as raízes do polinômio ), e os auto-espaços correspondentes são: V3 = f(x; y; 0) : x; y 2 Rg Vemos que dim V3 + dim V 2 4z; 3y + 5z; z). Os e V 1 = f(4z; 5z; 4z) : z 2 Rg : = 2 + 1 = dim R3 e, portanto, T é diagonalizável. Em relação à base = f(1; 0; 0) ; (0; 1; 0) ; (4; 5; 4)g 2 3 6 6 A=6 0 4 0 = f(1; 0; 0) ; (0; 1; 0)g e 2 a matriz de T é 3 0 0 7 7 3 0 7: 5 0 1 = f(4; 5; 4)g são bases dos auto-espaços V3 e V 1, respec- tivamente. Exemplo Seja T o operador do R3 , de…nido por T (x; x; z) = (4x + 2y; x + y; y + 2z). Os autovalores de T são 1 =2e 2 = 3, que são as raízes do polinômio característico p( ) = 3 +7 2 16 + 12; e os auto-espaços correspondentes são: V2 = f(0; 0; z) : z 2 Rg e V3 = f( 2y; y; y) : z 2 Rg : Vemos que dim V2 + dim V3 = 1 + 1 6= dim R3 e, portanto, T não é diagonalizável. 64 ÁLGEBRA LINEAR 2.5A MARIVALDO P. MATOS Em cada caso, encontre uma base de V que diagonaliza o operador T : V ! V: (a) T : R2 ! R2 ; T (x; y) = (2x; x (b) T : R3 ! R3 ; T (x; y; z) = (x + y; 2y; z) : (c) T : R3 ! R3 ; T (x; y; z) = ( 2x; x (d) T : R3 ! R3 ; T (x; y; z) = (x; 2x + 2y; 12x y). y; 4x + 3y) : 3z) : 2.5B Se a matriz do operador T : R2 ! R2 em relação à base canônica é simétrica, mostre que T é diagonalizável. 2.5C Determine, caso exista algum, os valores de a que tornam os operadores T (x; y) = (x + y; ay) e S (x; y) = (x + ay; y) diagonalizáveis. EXERCÍCIOS ADICIONAIS 1. Sejam W1 e W2 subespaços vetorias de V , tais que W1 \W2 = f0g. Mostre que T (u; v) = u+v de…ne um isomor…smo de W1 W2 sobre W1 W2 : 2. Se duas transformações lineares S; T : V ! W são iguais nos vetores v1 ; v2 ; : : : ; vn de uma base de V , mostre que S (v) = T (v) ; 8v 2 V: 3. Se T : V ! W é um isomor…smo, mostre que a aplicação inversa T 1 : W ! V também o é. 4. Se T : V ! W é um isomor…smo linear, mostre que dim V = dim W e T transforma uma base de V em uma base de W: 5. Seja P : R4 ! R4 o operador de…nido por P (x; y; z; t) = (x; y; 0; 0). Mostre que: (a) P 2 = P (P 2 = P (b) R4 = Im (P ) P ). N (P ) : (c) Encontre uma base do R4 , tal que 2 [P ] = 4 I2 0 0 0 3 5 : 4 4 6. Dado um isomor…smo T : V ! V , com dim V < 1, qual a relação entre as matrizes [T ] T 1 0 ? 0 e COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS APLICAÇÃO LINEAR 65 7. Mostre que um operador linear T : R2 ! R2 transforma retas em retas. 8. Qual a imagem da circunferência x2 + y 2 = a2 pelo operador T : R2 ! R2 , dado por T (x; y) = (ax + by; bx + ay), sendo a 6= b: 9. Encontre a expressão do operador T : R3 ! R3 , que representa uma rotação de =3 rad em torno da reta que passa pela origem e tem a direção do vetor v = (1; 1; 0) : 10. Seja T : R2 ! R2 o operador que representa uma re‡exão através da reta y = 3x: Encontre do R2 , tal que T (x; y) e uma base 2 [T ] = 4 1 0 0 1 3 5: 11. Sejam T e R os operadores do R3 que representam, respectivamente, a projeção e a re‡exão no plano : 3x + 2y + z = 0. (a) Encontre T (x; y; z) e R (x; y; z). (b) Encontre bases 0 do R3 , tais 2 1 0 6 6 [T ] = 6 0 0 4 0 0 e que 3 0 7 7 0 7 5 1 e [R] 0 2 1 0 6 6 =6 0 1 4 0 0 0 3 7 7 0 7: 5 1 (tais bases devem conter dois vetores v1 e v2 do plano e um vetor v3 perpendicular ao plano ) 12. Se dim V = n e T : V ! V é um operador diagonalizável, com polinômio característico p( ) = ( a)n , mostre que [T ] = aI, seja qual for a base de V . 13. Repita o Exercício 2.4A(k), com o operador T : P3 ! P3 , dado por T (p (x)) = p (x + 1) : Considere a base = 1; x; x2 ; x3 66 ÁLGEBRA LINEAR MARIVALDO P. MATOS RESPOSTAS & SUGESTÕES 2.1 FUNDAMENTOS BÁSICOS 2.1A São lineares as aplicações (a), (b), (c), (d) e (h). Nos casos (e) e (f), temos T (0) 6= 0 e, portanto, T não é linear. Para veri…car que a aplicação (g) não é linear, basta observar que T ( 1) 6= 2.1B T (1) : Sim. Usando as propriedades do produto matricial, temos TA ( X + Y ) = A ( X + Y ) = AX + AY = TA (X) + TB (Y ) ; 2.1C X; Y 2 M2 2; 2 R: Usando as propriedades da transposição de matrizes, temos T ( X + Y ) = ( X + Y )t = X t + Y t = T (X) + T (Y ) ; X; Y 2 M2 3 ; 2 R: 2 3 2 3 1 0 0 0 5eB=4 5, então det A = det B = 0 e det(A + B) = det I2 = 1. 2.1D Se A = 4 0 0 0 1 Para essas matrizes, temos T (A + B) 6= T (A) + T (B) e isso mostra que T não é linear. 2.1F Em (a), usamos a linearidade da integral e obtemos Z 1 Z 1 Z T ( p + q) = ( p (x) + q (x)) dx = p (x) dx + 0 0 1 q (x) dx = T (p) + T (q) : 0 Em (b), usamos a lienearidade da derivada. Temos T ( p + q) = [ p (x) + q (x)]0 = p0 (0) + q 0 (0) = T (p) + T (q) ; para 2 R; p; q 2 P2 : 2.1S T (x; y) = (y; x) 2.2 NÚCLEO & IMAGEM 2.2A Considere a base = f(0; 2) ; ( 1; 1)g do R2 e observe que (x; y) = 1 2 (y x) (0; 2)+x ( 1; 1), de modo que: T (x; y) = 2.2B 1 (y 2 x) T (0; 2) + x T ( 1; 1) = x (1; 2; 0) = (x; 2x; 0) : Em cada caso, identi…que o núcleo e a imagem da aplicação linear. COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS APLICAÇÃO LINEAR (a) N (T ) = f(x; 2x) : x 2 Rg e uma base do núcleo é eixo x e uma base de Im (T ) é 2.2G 0 67 = f(1; 2)g : A imagem do operador T é o = f(1; 0)g : = f(1; 0; 0) ; (0; 1; 0) ; (0; 0; 1)g do R3 e de…na o operador T : R3 ! R3 Considere a base por: T (1; 0; 0) = (1; 2; 3) ; T (1; 0; 0) = (4; 0; 5) e T (1; 0; 0) = (0; 0; 0) : Um tal operador não pode ser um isomor…smo, porque dim Im (T ) = 2: 2.3 REPRESENTAÇÃO MATRICIAL 2.3A Em qualquer base 2.3B Um vetor (polinômio) genérico de P1 é p (t) = a + bt e a aplicação é T (a + bt) = a + bt: 2.3C A matriz de [T ] 0 do espaço V a matriz [I] é a matriz identidade n é: [T ] 0 2.3D 2 =4 0 2 0 1 1 4 n: 3 5: (a) Considerando v1 = (0; 1; 1) ; v2 = (1; 0; 0) e v3 = (1; 0; 1), então a imagem de T é gerada pelos vetores T (v1 ) ; T (v2 ) e T (v3 ) : Como T (v3 ) = (0; 0) e T (v1 ) e T (v2 ) são LI, segue que fT (v1 ) ; T (v2 )g é uma base de Im (T ). O núcleo de T tem dimensão 1 e, portanto N (T ) = [v3 ] : (b) T (x; y; z) = ( 2y + z; x + y) : 2.3E Considerando as bases ordenadas [T ] 2.3F e 0 0 , encontramos: 2 1 1=2 6 7 6 7 = 6 0 1=2 7 : 4 5 0 0 0 O ponto de oartida é a relação [T ] = [T ] [v] 0 : (a) T (x; y) = 1 2 (x y; x y; 4x + 2y) : 3 68 ÁLGEBRA LINEAR (b) Considere a base MARIVALDO P. MATOS 00 = fw1 ; w2 ; w3 g, sendo w1 = T (1; 1) = (1; 1; 1) e w3 = T (0; 2) = ( 1; 1; 1) e escolha w2 LI com w1 e w3 . Por exemplo, w2 = (0; 0; 1) : 2.3G (a) A matriz [T ] 0 é a matriz 2 4 2 4 2=3 1=3 1=3 2=3 1=3 1=3 1=3 1=3 3 5 (b) Dado v = (x; y), temos que [v] 0 = 31 (2x y; x + y) e, portanto 2 3 5x 3y 6 7 2 3 6 7 6 7 5x 3y x 2y x 2y 7 , Sv = 1 4 5: [Sv] = 13 6 3 6 7 6 2x y 7 2x y x + y 4 5 x+y Logo, 2 Sv = 4 1 0 0 1 3 5, 5x 3y = 3 x 2y = 0 2x y=0 x+y =3 e, como o sistema não tem solução, um tal vetor v não existe. 2.3H A aplicação T é dada por T (x; y) = ( x 2y; y) : (a) Os vetores do tipo u = ( 3x; x) satisfazem a T u = u, enquanto os vetroes v = (x; 0) satisfazem a Tv = v: (b) Temos que N (T ) = f0g, de modo que dim N (T ) = 0: On the other hand, dim Im (T ) = dim R2 dim N (T ) = 2 (c) Sendo T iinjetora e sobrejetora, concluímos que T é um isomor…smo. Se S = T (u; v), então (x; y) = T S (x; y) = T (u; v) = ( u 2v; v) 1 e S (x; y) = COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS e daí resulta que u = 2.3I x APLICAÇÃO LINEAR 2y e v = y. Logo, S (x; y) = ( x 69 2y; y) : As bases canônicas de P3 e R são, respectivamente: = 1; t; t2 ; t3 0 e = f1g : Um cálculo direto nos conduz a: T (1) = 1; T (t) = 1=2; T t2 = 1=3 e Assim, 2 [T ] 2.3J A base canônica de P1 é 0 3 1 6 7 6 7 6 1=2 7 6 7: =6 7 6 1=3 7 4 5 1=4 = f1; xg e temos que T (1) = 0 = 0 1 + 0 x e e, portanto, 2.3K T t3 = 1=4: T (x) = 1 2 [T ] = 4 0 1 0 1 x = 1 1 + ( 1) x 3 5: Um operador T : R3 ! R3 será um isomor…smo se, e somente se, for injetor. (veja as dimensões). Temos que T (x; y; z) = (0; 0; 0) , (x y; y; y + z) = (0; 0; 0) , x = y = z = 0: Logo, N (T ) = f(0; 0; 0)g e T é um 2 1 6 6 [T ] = 6 0 4 0 2.3L Desde que T1 = T2 isomor…smo. As matrizes de T 3 2 1 1 0 6 7 6 7 T 1 =6 0 1 0 7 e 5 4 0 1 1 T , então T = T2 1 eT 1 1 0 na base canônica 3 7 7 1 0 7: 5 1 1 são: T1 e o operador T é representado, com relação à base canônica, pela matriz A [T1 ], onde a matriz A é a inversa da matriz [T2 ]. Assim, [T ] = [T2 ] 1 [T1 ] : 70 ÁLGEBRA LINEAR 2.3M MARIVALDO P. MATOS As aplicações TA e TB são dadas por: TA (x; y) = (y; 2y; y) e, portanto, TB e TB (x; y; z) = (0; x + 2y + z; x) TA (x; y) = (0; 6y; y). Temos: N (TA ) = f(x; 0) : x 2 Rg Base: = f(1; 0)g ; N (TB ) = f(0; y; 2y) : y 2 Rg Base: = f(0; 1; 2)g ; N (TB Base: = f(1; 0)g ; TA ) = f(x; 0) : x 2 Rg dim N (TA ) = 1: dim N (TB ) = 1: dim N (TB TA ) = 1: As colunas da matriz que representa a aplicação linear geram a imagem de tal aplicação. Observando as matrizes das aplicações TA ; TB e TB 2.3N TA , deduzimos que Im (TA ) = [(1; 2; 1)] Base: = f(1; 2; 1)g ; Im (TB ) = f(0; y; 2y) : y 2 Rg Base: = f(0; 1; 0) ; (0; 1; 1)g ; Im (TB Base: = f(0; 6; 1)g ; TA ) = f(x; 0) : x 2 Rg dim Im (TA ) = 1: dim N (TB ) = 2: dim Im (TB TA ) = 1: Dado v = (x; y; z; t) do R4 , um cálculo direto nos dá 2 [v] 0 x y + z + 3t 6 6 4z 1 6 6 = 6 4 6 2x + 2y + 2z 2t 4 x+y z+t 3 7 7 7 7 7 7 5 3 1 e, por conseguinte, [T (v)] = A [v] 0 = 1 4 2 1 6 6 6 2 4 0 3 2 x y + z + 3t 6 76 4z 76 1 1 0 76 6 5 6 2x + 2y + 2z 2t 1 1 1 4 x+y z+t 0 1 1 3 2 7 2x + 2y + 2z + 2t 7 7 1 6 6 7= 4x + 8z + 4t 7 4 6 4 7 5 x + 3y 3z t 3 7 7 7: 5 Logo, T (v) = = 2.3O 1 (2x + 2y + 2z + 2t) (1; 0; 0) + (4x + 8z + 4t) ( 1; 0; 1) + (x + 3y 4 1 ( x 3y z t; x + 3y 3z t; 4x + 8z + 4t) : 4 Ponto de partida: T (x; y; z) = (x + 2y; x z) e S (x; y) = (x; x 3z y; 2y; 2x + y) : t) (1; 1; 0) COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS APLICAÇÃO LINEAR 71 (a) Temos: T (1; 0; 0) = (1; 1) = 0 (1; 0) + 1 (1; 1) ; T (1; 1; 1) = (3; 0) = 3 (1; 0) + 0 (1; 1) ; T (0; 1; 1) = (2; 1) = 1 (1; 0) + 1 (1; 1) e S (1; 0) = (1; 1; 0; 2) = 2 (1; 0; 0; 0) + 2 (0; 0; 1; 1) + ( 2) (0; 0; 1; 0) + ( 1) (1; 1; 0; 0) , S (1; 1) = (1; 0; 2; 3) = 1 (1; 0; 0; 0) + 2 (0; 0; 1; 1) + ( 1) (0; 0; 1; 0) + 0 (1; 1; 0; 0) : Logo: [T ] 0 0 =@ 0 3 1 1 0 1 0 1 A e e, portanto, [S] (b) A aplicação composta S [S [T ] 0 0 1 B B =B 2 @ 0 T] 0 00 6 coincide com o produto [S] 00 B B B 2 =B B B 2 @ 1 3 6 3 T : R3 ! R4 vem dada por: T ] (x; y; z) = S (T (x; y; z)) = S (x + 2y; x (c) A matriz [S 2.3P 00 [S] 2 1 1 C C 2 C C C 1 C A 0 1 C C 4 C: A 1 z) = (x + 2y; 2y + z; 2x 00 [T ] 0 2z; 3x + 4y z) : encontrado em (b). Recorde-se que um operador T : R3 ! R3 será um isomor…smo se, e somente se, for injetor. (a) Mostremos que N (T ) = f0g. De fato, x+y T (x; y; z) = 0 , x 2z = 0 y=0 , x = y = z = 0: x+z =0 Assim, T é injetor e, consequentemente um isomor…smo. 0 2 3 B B [T ] 0 = B 0 1 @ 1 0 A matriz de T é: 1 2 C C 2 C: A 0 72 ÁLGEBRA LINEAR MARIVALDO P. MATOS 1 (x; y; z) (b) A inversa é dada por T = 1 4 vem dada por: T (c) Se A é uma matriz n In ; A 2.4 1 1 0 (x + y + 2z; x 0 B B =B @ 0 1=2 3y + 2z; x 0 1 1=2 1 1=4 3=4 y + 2z) e a matriz [T ] 0 1 1=2 C C C: A n invertível, ao escalonar a matriz ampliada [A; In ] chegamos à matriz : No caso, temos: 0 2 3 2 1 0 0 B B B 0 1 2 0 1 0 @ 1 0 0 0 0 1 1 C C C A 0 1 0 0 0 B B B 0 1 0 @ 0 0 1 1=2 1=4 0 1 1=2 1 3=4 1 1=2 C C C: A AUTOVALOR & AUTOVETOR 2.4A Em cada caso, considere a matriz de T com relação às bases canônicas. (a) Considerando a base canônica do R2 ; temos: p 2e 2 = p 1) ( 2) ( A= 1 2 2: 2; com auto-espaços correspondentes V (b) Neste caso, o polinômio característico é p ( ) = 2 p e 2=1 2. Os auto-espaços são: h p i V 1 = 1; 2 e V (c) Temos p ( ) = ( 1 2 I) = det @ p ( ) = det ([T ] Os autovalores são 1 = p eV 2= 2; 1 : 0 2 2 = 1 1 e os autovalores são h p 1; 3) e os autovalores são 1 2 i = p 1 =1+ 2; 1 p 2 : =2e 2 = 3. Os auto-espaços correspondentes são: V 1 = [(1; 0; 0)] ; V 2 = [(1; 1; 0)] e V 3 = [(1; 1; 1)] : 2 (d) O polinômio característico é p ( ) = ( + 1) 3 e os autovalores são p e 3= 3: Os auto-espaços correspondentes são: h i h p V 1 = [(1; 2; 1)] ; V 2 = 1; 3 1; 1 ; e V 3 = 1; 1 1 = p 3; 1 1; i 2 : = p 3 COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS 73 APLICAÇÃO LINEAR )4 e (e) O polinômio característico é p ( ) = (1 1 = 1 é o autovalor de ordem 4. O auto-espaço correspondentes é: V 1 = [(1; 0; 0; 0) ; (0; 0; 0; 1)] e os auto-vetores são do tipo v = (x; 0; 0; t) ; x; t 2 R. (f ) Temos p ( ) = (3 )3 e os autovalores são ) (2 =3e 1 2 = 3 = 4 = 2: Os auto-espaços são: V 1 = [(0; 0; 0; 1)] (g) No espaço M2 2, e V = [(1; 0; 0; 0) ; (0; 0; 1; 0)] (dim V 1 =1 e consideramos a base canônica 80 1 0 1 0 1 0 19 < 1 0 0 1 0 0 0 0 = A;@ A;@ A;@ A = @ : 0 0 0 0 1 0 0 1 ; e encontramos p ( ) = (1 = 2 )3 ( + 1). Os autovalores são, portanto, 1: Os auto-espaços correspondentes são: 20 1 0 1 0 13 1 0 1 0 0 0 A;@ A;@ A5 V 1 = 4@ 0 0 0 1 0 1 (h) O único autovalor é e V 2 20 = 4@ dim V 2 = 2): = 1, de ordem 3 e 0 1 1 0 13 A5 : = 0 e qualquer polinômio constante e não nulo é um vetor próprio associado. O auto-espaço é V = R. (i) No espaço P2 , consideramos a base canônica único autovalor é = 1; x; x2 e encontramos p ( ) = 3 : O = 0 e V = R. (j) Temos T (1) = x; T (x) = 1 e T x2 = x2 e, portanto, 0 1 0 1 0 C B B C [T ] = B 1 0 0 C : @ A 0 0 1 O polinômio característico é p ( ) = (1 2 = ) 2 1 , com raízes (autovalores) 1: Os autovetores associados ao autovalor 1 1 = 1 (dupla) e são os polinômios do tipo ax2 + bx + b, 74 ÁLGEBRA LINEAR MARIVALDO P. MATOS enquanto os autovetores associados ao autovalor 2 são os polinômios do tipo bx b: Os auto-espaços são: V 1 = x + 1; x2 e V 2 = [x 1] (dim V 1 =2 e dim V 2 = 1): (k) Dado p (x) = ax2 + bx + c, temos que T (p) = p (x + 1) = ax2 + (2a + b) x + a + b + c, de modo que: T (1) = 1; T (x) = x + 1 e = 1; x; x2 é, portanto: 0 A matriz de T na base T x2 = x2 + 2x + 1: 1 1 1 B B [T ] = B 0 1 2 @ 0 0 1 1 C C C A )3 : O autovalor é e o polinômio característico é p ( ) = (1 = 1, de multiplicidade 3 e os autovetores correspondentes são os polinômios q(x) = bx; b 2 R. O autoespaço é o subespaço de dimensão n = 1, dado por V (l) Dado v = ax2 + bx + c, temos que T (v) = T (1) = 0; 6ax2 T (x) = 3 O polinômio característico é p ( ) = 6 2 = [x] : 1 2 e 2bx 2a e, portanto: T x2 = 6x2 2: , com raízes (autovalores) 1 = 0 (dupla) e 2 = 6: Os autoespaços são V Em outras palavras, V 1 1 =R e V 2 = x; 1 + 3x2 : é constituído pelos polinômios constantes, enquanto V 2 é o subespaço constituído pelos polinômios do tipo 3ax2 + bx + a; a; b 2 R. 2.4B Recorde-se que T é injetor se, e somente se, N (T ) = f0g. Se = 0 é um atovalor de T , existe v 6= 0, tal que T (v) = 0 v = 0 e daí resulta que v 2 N (T ) e, portanto, N (T ) 6= f0g : 2.4C As matrizes de T em relação às bases e 0 são, respectivamente: 0 1 0 1 1 0 1=2 1=2 A e [T ] 0 = @ A [T ] = @ 1 1 1=2 3=2 e temos: COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS (a) em relação à base (b) em relação à base APLICAÇÃO LINEAR : 0 0 0 p ( ) = det @ Temos que R (x; y) = (x cos 2.4D 1 1=2 2 A = (1 1 1=2 1=2 1 1 p ( ) = det @ : 0 1 A= 3=2 75 )2 )2 : 2 + 1 = (1 y sen ; x sen + y cos ) e, considerando = k , encon- tramos R (x; y) = ( 1)k x; ( 1)k y : Com relação à base canônica, temos 0 [R ] = @ e o polinômio característico é p ( ) = Com os autovalores 2.4E 1 = 2e k ( 1) k 0 ( 1) A 1, conforme seja k par ou ímpar. 2 = 3, construímos a base de autovetores e teremos1 0 A = [T ] = @ Assim, 0 1 2 0 0 3 = f(3; 1) ; ( 2; 1)g 1 A: T (x; y) = ( 6y; x + y) : 2.4F Sendo T um isomor…smo, qualquer autovalor T (v) = 2.4G 1 e v,v=T 1 ( v) = é não nulo e existe v 6= 0, tal que: T 1 (v) , T 1 (v) = 1 v: Sejam v1 e v2 autovetores de um operador T : V ! V , associados aos autovalores distintos 2. Considere uma combinação linear nula x v1 + y v2 = 0 (2.2) e mostre que x = y = 0: De (2.2) deduza que x 1 v1 + y 1 v2 = 0 x T (v1 ) + y T (v2 ) = 0 (I) (II) (2.3) 76 ÁLGEBRA LINEAR MARIVALDO P. MATOS e subtraindo (I) de (II), obtenha y = 0: De forma similar, mostre que x = 0: (a equação (I) é obtida multiplicando (2.2) por 2.4 1 e a equação (II) é equivalente a x 1 v1 + y 2 v2 = 0) OPERADORES DIAGONALIZÁVEIS 2.5A 2.6 EXERCÍCIOS ADICIONAIS 1. Para veri…car que T é linear, observe que T ( (u1 ; v1 ) + (u2 ; v2 )) = T ( u1 + u2 ; v1 + v2 ) = u1 + u2 + v1 + v2 = Dado u + v em W1 (u1 + v1 ) + u2 + v2 = T (u1 ; v1 ) + T (u2 ; v2 ) : W2 , então T (u; v) = u + v e, portanto, T é sobrejetora. Por outro lado, se (u; v) 2 ker (T ), então u + v = 0 em W1 W2 e como W1 \ W2 = f0g ; segue que u = v = 0. Assim, ker (T ) = f0g e T é injetora. 2. Dado v em V , então v = x1 v1 + x2 v2 + + xn vn e, considerando que T (vj ) = S (vj ), obtemos: S (v) = x1 S (v1 ) + x2 S (v2 ) + + xn S (vn ) = x1 T (v1 ) + x2 T (v2 ) + + xn T (vn ) = T (x1 v1 + x2 v2 + + xn vn ) = T (v) : 3. Sendo T : V ! W um isomor…smo, então dim V = dim W , e T 1 será um isomor…smo se, e somente se, for injetor. Ora, T Logo, T 1 1 (w1 ) = T 1 (w2 ) , T T 1 (w1 ) = T T 1 (w2 ) , w1 = w2 : é injetor e, portanto, um isomor…smo. 4. Sendo T : V ! W um isomor…smo, então N (T ) = f0g e Im (T ) = W (T é injetor e sobrejetor). Logo, dim V = dim N (T ) + dim Im)T = 0 + dim W = dim W: COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS APLICAÇÃO LINEAR Por outro lado, dada uma base = fv1 ; v2 ; ; vn g, então T (v1 ) ; T (v2 ) ; 77 ; T (vn ) são LI. De fato: x1 T (v1 ) + x2 T (v2 ) + + xn T (vn ) = 0 , T (x1 v1 + x2 v2 + , x1 v1 + x2 v2 + , x1 = x2 = + xn vn ) = 0 + xn vn = 0 xn = 0: 5. Dado que P (x; y; z; t) = (x; y; 0; 0), temos: (a) P 2 (x; y; z; t) = P (P (x; y; z; t)) = P (x; y; 0; 0) = (x; y; 0; 0) = P (x; y; z; t) : (b) Dado v = (x; y; z; t) um vetor do R4 , então: v = (x; y; z; t) = (x; y; 0; 0) + (0; 0; z; t) = P (x; y; z; t) + (0; 0; z; t) 2 Im (P ) + N (P ) : Considerando que Im (P ) \ N (P ) = f0g, deduzimos que R4 = Im (P ) (c) Considere qualquer base do tipo N (P ) : = f(1; 0; 0; 0) ; (0; 1; 0; 0) ; (0; 0; ; 0) ; (0; 0; 0; )g, com 6= 0: 6. As matrizes T 1 0 e [T ] 0 são inversas uma da outra. 7. Uma transformação linear T : R2 ! R2 é do tipo T (x; y) = (ax + by; cx + dy) e a imagem da reta L = f(At + B; Ct + D) ; t 2 Rg é a reta de equações paramétricas: u = (aA + bC) t + aB + bD v = (cA + dC) t + cB + dD: 8. H 9. I 10. J 11. Na …gura abaixo ilustramos os operadores T e R, onde Q é o ponto médio de P Q0 e vemos 78 ÁLGEBRA LINEAR MARIVALDO P. MATOS que T (P ) = Q e R (P ) = Q0 : (a) Um ponto genérico da reta r que passa por P (x; y; z) e é perpendicular ao plano X = (x + 3t; y + 2t; z + t) e no instante t0 = 1 14 é (3x + 2y + z) o ponto X estará sobre o plano . Logo T (x; y; z) = Q = 1 14 (5x 6y 3z; 6x + 10y 2z; 3x 2y 13z) : Por outro lado, considerando que Q é o ponto médio de P Q0 , temos Q= 1 2 P + Q0 ) Q0 = 2Q P = 1 7 ( 2x 6y 3z; 6x + 3y 2z; 3x 2y + 6z) : (b) É oportuno observar que se u é um vetor perpendicular ao plano , então R (u) = ue que T (v) = 0 , v ? A base e T (u) = u , u 2 : = fv1 ; v2 ; v3 g deve ser tal que T (v1 ) = v1 ; T (v2 ) = 0 e T (v3 ) = v3 : Escolha v1 e v3 LI, ambos no plano ; e v2 ortogonal ao plano. FIM