MINAS SUPLEMENTO INTEGRANTE DE SUPERMERCADO MODERNO | ANO 2 | Nº 2 | OUTUBRO 2011 | SM.COM.BR SUCESSO NAS PRATELEIRAS FATURAMENTO CRESCE EXPANSÃO CONTINUA SANGUE NOVO NOS NEGÓCIOS TERCEIRIZAÇÃO DE SEÇÕES DÁ CERTO UNIÃO FAZ AS VENDAS LOJA 100 % VIRTUAL Sem título-2 1 5/10/2011 16:00:01 3 Minas Supermercado moderno suplemento regional 2011 carta ao leitor Sheila hiSSa editora executiva [email protected] SUPERMERCADO MODERNO Propriedade de Publicar Mídias Especializadas Ltda. Presidência do Grupo Robert Macody Lund Publicar Mídias EsPEcializadas ltda Diretoria Telefone (11) 3327-4504 Diretor executivo Sergio L. A. da Veiga Oliveira Diretor Mauricio Pacheco eDitor emérito Valdir Orsetti Conselho Executivo todo mundo quer uma fatia do mercado mineiro a grupos, como Walmart e Pão de açúcar, também têm tido crescimento orgânico respeitável, o que apimenta a concorrência e aumenta os desafios. Não é à toa que muitas empresas estão investindo em estratégias e práticas capazes de assegurar uma boa presença no mercado. Nesta edição especial, voltada apenas para o varejista mineiro, trazemos justamente alguns desses exemplos. em reportagem de Katia Simões, mostramos que a central de negócios Unissul está se desdobrando para enfrentar a concorrência de Bretas e Walmart. em outra matéria, essa de Vera Fiori, uma 100% virtual, a ViP, Jovens sucessores já estão em loja revela que o e-commerce plena e competente atividade pode funcionar muito bem no varejo de alimentos. e a tas, especula-se sobre a possível experiência bem-sucedida da Cocompra da rede DMa por algum operouro, de terceirizar áreas para grupo internacional e sobre o fre- ganhar mais com menor custo, é quente assédio sofrido por redes narrada aqui, para você avaliar (e como Bh e Bahamas. Verdade ou copiar) o modelo. Trazemos ainnão, o fato é que o estado, com da um assunto que está nas rodas seus mais de 19 milhões de con- varejistas: a ascensão da nova gesumidores, é um mercado nada ração de empresários. eles irão desprezível. as lojas de grandes suceder pais e tios vitoriosos. principal rede de Minas, Bretas, já não está nas mãos de varejistas locais, mas não tem problema. Os mineiros estão enchendo o estado de novas lojas a cada ano. Serão mais 42 unidades em 2011, após terem sido inauguradas 40 em 2010. O bom nível de expansão de redes lideradas por mineiros deve-se à robusta economia local e ao crescimento da classe C (ainda ela, felizmente). O estado, entretanto, não oferece oportunidades apenas para as empresas locais. Depois de a chilena Cencosud ter arrematado o Bre- Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar Mauricio Pacheco, Robert Macody Lund, Sergio L. A. da Veiga Oliveira Redação Telefone (11) 3327-4514 / e-mail: [email protected] eDitora executiva Sheila Hissa eDitora-assistente Alessandra Morita repórteres Adriana Silvestrini, Fernando Salles e Viviane Sousa estagiária Marcela Della Villa Colaboradores Diretor De arte e projeto gráfico Alberto Mateus Diagramação e proDução Crayon Editorial capa Blu Comunicação Integrada fotos João de Freitas Conselho Editorial Bruno Abrantes (Floresta), Carlos Fernandes (Walmart), Celso Furtado (Coop), Eduardo Adrião (GPA), Flavio Almeida (Villarreal), Gabriel Pedreira (Futurama), José Ricardo Scheurer (Sonda), Lucas Nassar (Mambo), Marcio do Valle (Coop), Rubens Kuriyama(Ricoy) ASSINATURA Sueli Simão (11) 3327-4522 • [email protected] MARKETING ANUNCIANTE Camila Siqueira (11) 3327-4512 • [email protected] EvENToS Renata Franzini (11) 3327-4463 • [email protected] poRTAl SM Renato Fonseca (11) 3327-4511 • [email protected] pUBlICIDADE Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: [email protected] ApoIo A vENDAS Carla Morais (11) 3327-4505 Gerentes de vendas Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • [email protected] Gerentes de Contas Adriana Damião (11)3327-4570 • [email protected] Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • [email protected] Fernando Fernandes (11) 3327-4623 • [email protected] Vanda Maeda (11) 3327-4555 • [email protected] REpRESENTANTES SÃO PAULO Ação Representação Com. S/C Ltda.: Rua Brigadeiro Tobias, 356, 10º andar, sl. 104-C, 01032-901, São Paulo, SP. Tel./fax (11) 3313-1433. E-mail: [email protected] RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES) Grupo RioBrasil: Av. Dom Hélder Câmara, 10, 136/201, 21380-003, Rio de Janeiro, RJ. Tel. (21) 2599-8969. E-mail: [email protected] CURITIBA (PR) Spala Marketing e Representações: R. Conselheiro Laurindo, 825, cjto 704, 80060100, Curitiba, PR. Tel./fax (41) 3027-5565. E-mail: [email protected] PORTO ALEGRE (RS) In Trade Comunicação Dirigida: Av. do Forte, 1.278, sala 406, V. Ipiranga, 91360001, Porto Alegre, RS. Tel./fax (51) 3737-5177. E-mail:[email protected] MINAS GERAIS (MG) SBF Representações Comunicação Propaganda e Marketing Ltda: Av. Getúlio Vargas, 1.300 - sala 1704 - Savassi - 30112-021, Belo Horizonte, MG. Tel. (31) 2125-2900. E-mail: [email protected] ou [email protected] para obter informações e solicitar serviços Fax (11) 3228 - 9333 - Site www.sm.com.br Supermercado Moderno: R. Brigadeiro Tobias, 356, 3º andar, CEP 01032-901. São Paulo, SP. Tel. (11) 3327-4400. C. Postal 3349 - 01060-970. Supermercado Moderno é enviada mensalmente a executivos, proprietários, compradores, gerentes e encarregados das principais lojas de autosserviço, lojas de conveniência e cooperativas responsáveis por 80% do volume de vendas do setor. ESTA EDIÇÃO DE SUPERMERCADO MODERNO CIRCULA APENAS EM MINAS GERAIS. Coordenador de Produção - Denise Spedo Maciel (11) 33274569. Distribuição: DTD Distribuição Courier Ltda. Não autorizamos pessoa alguma a oferecer assinaturas. Se for procurado por alguém, denuncie-o às autoridades. Supermercado Moderno não aceita matérias pagas no espaço editorial. Proibida reprodução total ou parcial sem autorização dos editores. Registro de Publicação assentado no cadastro da Divisão de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por Oceano Indústria Gráfica e Editora Ltda - Rua Osasco nº 644 - Cajamar/SP Este produto é impresso na Oceano, utilizamos papel com certificado FSC que garante o manejo florestal responsável. Trabalhamos comprometidos com o meio ambiente e temos uma ótima impressão do futuro. Sem título-2 1 5/10/2011 16:09:34 Minas SUPERMERCADO MODERNO SUPLEMENTO REGIONAL 2011 Vendas e expansão em alta Neste ano, o aumento real nas vendas do autosserviço mineiro pode chegar a 6%, marcando o 9º ano de crescimento ininterrupto. O Estado também fechará 2011 com 42 novas lojas. Não é para menos. O consumo continua aquecido e deve somar R$ 112 bilhões em produtos e serviços. MAIS INVESTIMENTOS EM LOJAS (Abertura de novas lojas e reformas – em milhões de reais) 150 100 200 180 120 145 140 220 14,0* 150 13,2 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 *(ESTIMATIVA) FONTE: AMIS (ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE SUPERMERCADOS) 5 12,3 2011 12,0 11,5 11,0 FATURAMENTO ASCENDENTE (em bilhões de reais) 10,6 10,0 2003 10,2 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 6 Minas SUPERMERCADO MODERNO O SUPLEMENTO REGIONAL 2011 setor supermercadista mineiro está em ebulição. Em poucas palavras, é essa a melhor tradução para o atual momento vivido pelo segmento no Estado, que responde pelo quarto faturamento do autosserviço alimentar do País. A Amis (Associação Mineira de Supermercados) projeta para este ano uma receita da ordem de R$ 14 bilhões, o que corresponde a uma expansão ALIMENTOS real entre 5,5% E BEBIDAS e 6%. Mais ainRESPONDEM da: devem ser abertas 42 noPOR 17% DAS vas lojas em DESPESAS todo o Estado, DAS FAMÍLIAS com predomiMINEIRAS nância de estab ele cimentos de pequeno e médio porte. Só no ano passado, quando o setor cresceu 8,1% em termos reais, foram inauguradas 45 unidades. Segundo Adilson Rodrigues, superintendente da associação, o desempenho dos primeiros seis meses, quando as vendas caíram 1,51% em comparação ao mesmo período do ano passado, levou a entidade a rever para baixo o crescimento estimado para todo o ano de 2011. Mas a retomada das vendas a partir do segundo semestre (em julho, o aumento foi de 6,43% na comparação com junho) ani- mou o segmento e fez a Amis manter a expectativa de alta na faixa de 6%. Boa parte dos planos de expansão envolvendo abertura de novas lojas ou reforma de unidades existentes também foi mantida. Os investimentos projetados para este ano somam R$ 220 milhões. A Amis aposta num segundo semestre bem mais aquecido, levando em conta não apenas o Natal, mas também o fato de que, tradicionalmente, os primeiros seis meses do ano absorvem a renda do consumidor para o pagamento de dívidas, impostos e mensalidades escolares. VÁRIOS PROJETOS DE EXPANSÃO De qualquer forma, o consumo continua aquecido. Segundo o estudo Pyxis Consumo, do Ibope Inteligência, o mercado mineiro para produtos e serviços pessoais deve movimentar R$ 112 bilhões neste ano, o que representa compras per capita de R$ 5.674. A pesquisa revela que os grupos responsáveis pelas maiores despesas são alimentos e bebidas (equivalem a 17% da renda domiciliar), artigos para casa/ manutenção (12%), gastos com veículos (10%), vestuário (9%), medicamentos e higiene pessoal (6%). De olho nesses dados, a Rede Sales, que atua no setor há 54 anos, retomou seu projeto de expansão. Para 2012, a empresa planeja abrir pelo menos três novas unidades na região da Zona da Mata, onde atua com 13 lojas. A escolha do local foi estratégica, pois facilita a logística e a operação de toda a rede. De acordo com Patrícia Becho, gerente de marketing do supermercado, a previsão é de aumento nominal de 20%. “Vínhamos crescendo num ritmo de 24%, mas a retração do mercado no acumulado janeirojulho nos levou a rever esse número”, aponta. No momento, a rede está investindo na reforma da loja situada na Avenida Leite de Castro, na cidade histórica de São João del Rei. A unidade terá novo mobiliário e vai receber um restaurante self-service, além de uma cafeteria. A empresa também está aumentando a área de serviços de conveniência e promovendo melhorias no espaço reservado ao estacionamento. Outras duas Sem título-2 1 5/10/2011 16:10:36 Minas SUPERMERCADO MODERNO SUPLEMENTO REGIONAL 2011 lojas da rede passarão pelo mesmo processo de revitalização ainda neste ano. MIX MAIS SOFISTICADO Em Belo Horizonte, a rede BH (veja abaixo quadro com as 10 maiores empresas de Minas) também está investindo em novas lojas. Com 110 filiais, a companhia planeja abrir três supermercados até o fim deste ano. Com eles, a empresa deve registrar um faturamento de R$ 1,8 bilhão, 20% acima do R$ 1,5 bilhão apurado no ano passado. Já a rede SJ Supermercado, com foco no interior do Estado, pretende abrir uma loja por ano. Atualmente, possui seis unidades e está prestes a inaugurar a sétima em Itabirito. O município tem 45,5 mil habitantes e fica a 73 quilômetros de Belo Hori- zonte. “Observamos que muitos consumidores se deslocavam para a capital em busca de produtos como vinhos importados e carnes de corte nobre”, explica Allysson Vinicius Jacome, presidente da empresa. “Agora vamos oferecer esses e outros itens no novo supermercado.” A unidade tem 800 m2 de área de vendas, 10 checkouts e visual semelhante ao da última loja inaugurada pela rede, na cidade de Ouro Preto. A empresa está apostando numa nova comunicação visual, o que inclui o uso de madeira de demolição para recriar o clima de um empório antigo. A rede Guarim, há 25 anos no mercado e com quatro lojas em Belo Horizonte, também mantém o otimismo na região. De acordo com Márcio Guarim, proprietário da empresa, uma das unidades da rede passou por reforma recente, que incluiu a troca do maquinário, balcões e forno. A seção de padaria e confeitaria é o forte da empresa, voltada ao atendimento da classe C. “Estamos nos preparando para o Natal”, resume. E, nos próximos dois anos, a intenção é dobrar o tamanho de outra loja localizada no mesmo bairro, que passará a contar com mil metros quadrados de área de vendas. Para isso, a rede comprou um lote ao lado do empreendimento. “É um investimento resultante da confiança no consumidor mi- AS 10 TOP MINEIRAS Alta real nas vendas 2010 (em %) Faturamento 2010 (em R$) Nº LOJAS 2009 Nº LOJAS 2010 DMA Distribuidora 2,3 1.930.324.594,00 88 92 Supermercados BH Comércio Alimentos 25,2 1.542.204.078,00 92 109 Supermercado Bahamas 4,0 759.535.770,00 24 24 EMPRESAS * Aliança de Atacados e Supermercados 16,1 641.000.000,00 17 19 Adição Distribuição Express 16,2 455.488.604,00 19 21 Organização Verdemar 26,6 274.863.187,00 4 6 Com. de Distribuição Sales 13,2 236.464.779,00 12 13 Luiz Tonin e Cia. 3,9 222.415.489,00 8 8 Maglioni Ribeiro & Cia. -4,0 203.775.638,00 11 11 Cooperativa Consumo Empregados da Usiminas 4,7 127.808.715,55 3 3 * AS GRANDES REDES – CARREFOUR, PÃO DE AÇÚCAR, WALMART E CENCOSUD (HOJE DONA DA MINEIRA BRETAS) – NÃO DIVULGAM OS RESULTADOS REGIONAIS FONTE: 40º RANKING DE SUPERMERCADOS DE SM 8 Sem título-2 1 5/10/2011 16:15:30 10 Minas SUPERMERCADO MODERNO SUPLEMENTO REGIONAL 2011 neiro, cada vez mais exigente com o conforto e a variedade de produtos”, afirma. Segundo Guarim, a empresa tem investido desde o ano passado na qualificação dos funcionários para atender o crescimento da demanda e as novas exigências dos clientes. RUMO À ESTABILIZAÇÃO Nuno Martins Fouto, diretor de estudos e pesquisas do Provar (Programa de Administração de Varejo, ligado à USP), lembra que os supermercados mineiros ainda podem se beneficiar de fenômenos recentes, como o aumento do poder de compra das famílias, a estabilização da economia, além de um processo de sofisticação do consumidor na compra de alim- ECONOMIA FORTE E ELEVADO NÚMERO DE MUNICÍPIOS FAVORECEM A EXPANSÃO DOS SUPERMERCADOS EM MINAS mentos, bebidas e itens de higiene e limpeza. Esse conjunto de fatores contribui para uma expansão excepcional nas vendas, muito superior à dos outros segmentos do mercado. “Mas esse crescimento forte a taxas de 6% a 7% não deve se sustentar ao longo do tempo, já que a demanda está justamente deixan- do de ser reprimida”, analisa. Se a inflação continuar sob controle, o setor prossegue em alta, mas não nos mesmos patamares dos últimos anos. Para o professor do Provar, mesmo com a natural desaceleração econômica, Minas é um Estado com PIB (Produto Interno Bruto) robusto, o terceiro maior do País, e uma das áreas com o maior número de municípios – mais de 850. Tem, portanto, espaço para a expansão de supermercados. “Mas, cuidado”, adverte o especialista, “antes de colocar em prática qualquer plano de expansão, é preciso dominar primeiro uma região, assegurando boa distribuição de produtos e ganhos de escala.” CLASSE C PODEROSA Conhecer com profundidade o consumidor da classe C é outra condição para o varejo mineiro continuar ostentando taxas invejáveis de expansão. Segundo o estudo Pyxis Consumo, do Ibope Inteligência, essa classe social representa 55,8% dos domicílios do Estado (cerca de três milhões de lares) e responde por 31,3% da renda familiar. Com um detalhe: nela, a distribuição de gastos está mais concentrada em produtos básicos de alimentação, bebida e higiene. Para atender bem a classe C, é preciso entender que ela não é um grupo homogêneo, mas se divide em camadas, com comportamentos distintos. Há, por exemplo, aqueles que optam por comprar alimentos com o menor preço possível, para utilizar parte da renda na aquisição de outros itens. E há os que preferem gastar mais na seção de alimentos, para garantir o melhor para a família. Essas preferências divergem em cada região ou loja. É preciso identificar o perfil, a fim de decidir o mix adequado a cada um e o melhor padrão de atendimento. “Esse é um dos maiores desafios do varejo, que ainda trabalha com um marketing intuitivo em vez de estatístico”, diz Fouto. Os supermercados precisam operar mais com a informação, para transformá-la em estratégias e táticas eficientes para o negócio. Tratar a classe C respeitando suas diferenças é a maneira certa de garantir sucesso”, conclui o especialista. Sem título-2 1 5/10/2011 16:17:55 Sem título-2 1 5/10/2011 16:19:10 13 Minas Supermercado moderno suplemento regional 2011 Sangue novo no varejo mineiro Eles estão na faixa de 20 a 30 anos, a maioria tem curso superior e espírito empreendedor. Em comum com os pais, revelam apego ao negócio e uma disposição hercúlea para o trabalho. É a nova geração mineira de supermercadistas, que logo estará no comando das empresas. Conheça alguns desses jovens e saiba o que eles pretendem fazer. R odolfo Nejm, 27 anos, está muito confortável na condição de diretor executivo das redes Super Nosso e Aliança Atacados e de um dos sucessores do negócio fundado pelo avô há 70 anos. Solteiro, formado em Administração de Empresas, desde os 10 anos se interessa por varejo e desde os 15 passa boa parte do tempo entre lojas e seções. “Trabalhei em várias áreas e isso foi fundamental para minha formação”, diz entusiasmado. Aos 18 anos, ele já ingressava no setor mais nevrálgico do empreendimento – a área de compras – e, aos 24, era gerente comercial até se tornar sócio. gustavo e joão Franco, filho e pai no comando da rede gF Ele conta com a parceria da irmã, Rafaela, diretora da bandeira Super Nosso Gourmet, e ainda tem o pai na liderança, o libanês Euler, que conduz com tranquilidade a sucessão. Se depender dele, a empresa, que deve crescer 25% neste ano, dificilmente enfrentará um problema comum a muitas companhias: a falência provocada por conflitos entre parentes. Segundo estudo recente do Family Business Consulting Group International, consultoria espe- divulgação Por Vera Fiori | [email protected] 14 Minas Supermercado moderno suplemento regional 2011 divulgação “meu papel agora é adotar novos conceitos, capazes de acompanhar o dinamismo do mercado” rodolfo nejm, Super nosso cializada no tema, 65% dos casos de mortalidade de empresas familiares decorrem de conflitos entre parentes. No Brasil, esse número, de acordo com Renato Bernhoeft, consultor especializado em gestão familiar, pode chegar a 80%. No Super Nosso, a sucessão caminha sem problemas, porque vem sendo sedimentada passo a passo e o patriarca Euler conta com a admiração dos filhos. Rodolfo acredita que os pais são exemplos a ser seguidos e não passa por sua cabeça abrir mão do que funciona bem na organização. “O meu papel agora é adotar SuceSSoreS oxigenam o negócio Nejm brinca ao dizer que nem imagina como os supermercados funcionavam sem a tecnologia hoje disponível. Também afirma ser sua preocupação investir em redes sociais, como Twitter e Facebook, já incorporadas ao negócio, além do sistema de compras pela internet, que será implantado em 2012. Afinal, essas tecnologias estão no dia a dia do cliente ou interessam a ele pela comodidade. Entre os casos que levam sua assinatura, menciona ainda as lojas Super Nosso Gourmet, voltadas para as classes A e B, que contam com 18 mil itens, dos quais 2 mil importados, além de restaurantes com culinária japonesa. Ele também implantou conceitos de sustentabilidade nessa bandeira, como redução de emissão de gás carbônico e sistema de economia de energia elétrica. “Essa oxigenação no negócio, com a chegada dos sucessores, é muito interessante”, diz a professora Teresa Roscoe, coordenadora do programa de desenvolvimento de acionistas da Fundação Dom Cabral. “Os jovens herdeiros entram para a empresa com disposição para mudar, implantando novas tecnologias e criatividade”, acrescenta. Formação acadêmica Sólida Outro herdeiro com gás e ideias para liderar é Fernando Henrique Maglioni, 25 anos, gerente comercial da rede Alvorada. A empresa, com 11 lojas e faturamento previsto neste ano de R$ 215 milhões, é comandada por tios e pelo pai, Antônio Vilela, que vive para o negócio. “Ele não os conflitos são a maior causa mundial de relaxa nem quando sai em férias”, mortalidade nas empresas familiares: 65% conta, orgulhoso. Entretanto, no dos casos. no brasil, o problema atinge futuro, Fernando se vê mais to80% das companhias com esse perfil. mando decisões estratégicas do que atuando no corpo a corpo da outros conceitos capazes de acom- operação. Preparo para isso não falta. Formado em adpanhar o dinamismo do mercado, ministração de empresas pelo Ibmec, fez pós-graduaas novas necessidades do consu- ção com disciplinas concluídas no exterior que repremidor e as mudanças no seu com- sentam passe livre em áreas como gestão de finanças, portamento”, afirma. RH, contabilidade, marketing, tecnologia de informa- Sem título-2 1 5/10/2011 16:23:55 Minas Supermercado moderno suplemento regional 2011 ção e logística. “Esse tipo de conhecimento se traduz em ousadia, agilidade em se conectar às coisas à volta e facilidade de enxergar novas oportunidades”, diz Teresa Roscoe. Fernando agrega à bagagem acadêmica a visão pragmática e ágil herdada do pai. É com ela que pretende dar continuidade à empresa, quando os atuo conhecimento ais donos se afastarem. adquirido pelo Até lá vai seguir colaherdeiro fora borando, mas também divergindo sempre da empresa que necessário. Ele contribui conta que, quando inpara decisões gressou na rede há mais ousadas, quatro anos, brigou além de para profissionalizar a agilidade para comunicação entre as enxergar novas lojas. Agora se empeoportunidades nha, com os sócios, na formação da mão de obra. Está convencido de que o cliente do futuro, inclusive das classes CDE, exigirá um atendimento melhor, além de renovação constante das empresas. Para o jovem sucessor, as divergências são naturais, ocorrem em qualquer negócio, e são ouvidas com atenção. “As diferenças muitas vezes se complementam”, afirma. Para a consultora Teresa, conflitos de gerações fazem parte do processo sucessório e podem ser um desafio saudável caso haja diálogo. Ela lembra, contudo, que a contestação não deve impedir o jovem de valorizar o que a empresa tem de bom, assim como os funcionários antigos que acumulam conhecimento”, comenta. deSejo de dar certo Matheus Neves, filho do empresário Rono Neves, um dos donos da rede DMA (92 lojas, R$ 1,9 bi de faturamento), tem sua porção contestadora, mas também reverencia e coloca em prática valores herdados dos familiares, como dedicação, envolvimento, empenho e espírito de equipe. Não é à toa que, embora tenha menos de 30 anos, seja proprietário com o pai e o tio de uma nova rede: a Opção, que, em apenas um ano, já contabiliza 10 filiais e 420 funcionários. Ele e os sócios montaram o negócio, comprando lojas na periferia de Belo Horizonte, com receita média de R$ 400 mil mensais. A vocação para os negócios se deu de forma natural, uma vez que praticamente foi criado em supermercados. “Comecei aos 16 anos no DMA. Ingressei no projeto de gerentes trainees e passei por todos os setores até chegar ao cargo de diretor administrativo e financeiro. Hoje sou sócio de outra rede”, conta. A trajetória de Matheus não é diferente da de milhares de herdeiros em todo o Brasil. Eles ingressam cedo no negócio, ajudando nas mais diferentes áreas e, como os pais, se apaixonam pela atividade e nunca mais a abandonam. Planejamento com corPo a corPo Quem foge à regra é Gustavo Franco, filho de João Roberto Franco, presidente do GF Supermercados. A rede tem 10 filiais e um atacado no sul de Minas e deve faturar neste ano R$ 230 milhões. divulgação 16 matheus neves é filho de um dos donos do dma, onde começou aos 16 anos. Hoje é sócio de outra rede: a opção Sem título-1 1 6/10/2011 10:41:58 18 Minas Supermercado moderno suplemento regional 2011 Seu caminho foi diferente daqueles que ingressam ainda adolescentes na empresa da família. Mestre em ciência da computação e com duas pós-graduações, em gestão de projetos e gestão de negócios, afirma que não pensava em trabalhar no varejo até que, estimulado pelo pai, se interessou pelo negócio e agora se prepara para sucedê-lo. João deixou um trabalho de 11 anos na Universidade Federal de MG para profissionalizar a conflito entre área administrativa da rede. “Acho que, as gerações depois de quatro anos no GF, consegui pode ser bons resultados”, conta. Ele investiu pesaudável se sado em controle de estoque, prevenção de perdas, gestão de pessoas e avaas ideias forem liação de fornecedores. Interferiu no compartilhadas mix reforçando os perecíveis, impore houver tantes por atrair e fidelizar clientes. “Esdiálogo tamos crescendo de maneira consistente e creio que isso também tem a ver com a minha contribuição”, defende. Além de pensar estrategicamente, João passa um bom tempo percorrendo as lojas e falando com clientes e funcionários. Ele entendeu que precisa dosar planejamento com corpo a corpo, para colher mais frutos. E tem feito tudo com o aval do pai. Embora discordem em alguns pontos, eles têm a mesma visão de negócios. “Qualquer empresa para ser competitiva precisa ser ética, ter um crescimento sustentável, ter ótimo relacionamento com clientes e colaboradores e estar aberta às inovações. Como estamos alinhados nesses pontos, o resto flui sem grandes problemas”, comenta. exPeriência e garra Thulio Martins, 24 anos, também compartilha com o pai a mesma visão de negócio. Com especialização em administração e comércio exterior, ele começou na rede ABC aos 11 anos, como empacotador. Hoje ocupa o cargo de executivo de vendas, operações e serviços, além de responder pelo marketing, comércio exterior e prevenção de perdas. Tanta responsabilidade se justifica. Thulio é capaz de alavancar o negócio com decisões de todas as naturezas: de estratégias de marketing a investimentos em marca própria. Na retaguarda estão o pai, Valdemar Amaral, 63 anos, e os quatro vice-presidentes. “Tratamos os conflitos como pro- 19 divulgação fissionais e isso enriquece o aprendizado de todos”, revela com maturidade. Não é à toa que a empresa deve faturar neste ano R$ 570 milhões, contra R$ 455 milhões em 2010. A rede atua em dez cidades da região centro-oeste de Minas, tem 21 lojas e deve incluir no portfólio mais seis unidades até o fim de 2012. O segredo do sucesso? “Acreditamos em Deus, no negócio e nas pessoas. Somos simples, honestos, produtivos e dedicados”, resume Thulio. Além de desempenhar da melhor maneira possível as inúmeras atribuições, o jovem tem mais ambições: contribuir para a empresa abrir capital e estender seus domínios a outros Estados e regiões. Nascer em um berço de supermercado não determina quem será sucessor, mas certamente forja uma “Tratamos os conflitos como profissionais e isso enriquece o aprendizado de todos” thulio martins, rede aBc nova geração de empresários bem-sucedidos. É sangue novo que começa a correr nas veias do varejo mineiro. Sem título-2 1 5/10/2011 16:43:58 21 Minas Supermercado moderno suplemento regional 2011 Terceirização que deu certo Por Vera Fiori | [email protected] Quando o varejista não tem know-how para operar determinados segmentos, como farmácia, rotisseria, açougue, hortifrútis e padaria, a melhor estratégia é se associar a quem entende do assunto, somando competências. Foi o que a Cooperouro fez com sucesso. Q divulgação uando resolveu terceirizar alguns setores de sua loja, há 10 anos, a Cooperouro, que atua na cidade de Ouro Preto, não imaginava que alcançaria resultados tão bons. As áreas de perfumaria, hortifrútis e padaria, nas mãos dos parceiros DEC Minas, Benassi e Nutripão, não exigem esforços da empresa nem impõem custos, e garantem à cooperativa 10% a 20% do valor bruto comercializado nelas. São setores bem administrados, cujas vendas dobraram desde a implantação, e que contribuem para o desenvolvimento da unidade. Neste ano, a cooperativa deve registrar crescimento real de 10%, somando R$ 39 milhões de faturamento. A terceirização também ‘libera’ os gestores para outras demandas e novos investimentos. Em fevereiro de 2012, a cooperativa vai inaugurar duas unidades, uma em Ouro Preto e outra em Mariana, nas quais o modelo será reproduzido. “Não se trata de uma simples terceirização. Na verdade, implantamos o conceito loja dentro da loja, que gera boas margens para os dois lados”, explica Joaquim José de Oliveira Silva, Parceiro no FLV, o Benassi é responsável também pelo atendimento Minas depois de terceirizar, seções como perfumaria dobraram as vendas Supermercado moderno suplemento regional 2011 divulgação 22 diretor-presidente da Cooperouro. Inaugurada em julho de 1980, a Cooperouro (antiga Cooperalcan – Cooperativa de Consumo dos Empregados da Alcan Brasil e Subsidiárias) surgiu a partir do esforço de trabalhadores da Alcan para solucionar dificuldades no abastecimento de gêneros básicos de consumo. Segundo Silva, de lá para cá a cooperativa passou dos 28 sócios fundadores para mais de tentável e responsabilidade social”, diz o presidente. Com as três parcerias, a empresa ganhou novas competências em produtos, exposição e mão de obra especializada. A cooperativa entra com espaço, mobiliário e o público consumidor, enquanto as empresas cuidam de toda a gestão da seção. “Com apenas uma loja, não tínhamos escala para operar bem a área de perfumaria, nem conhecimento e logística para operar FLV e tampouco know-how para desenvolver padaria e confeitaria. Em contrapartida, os parceiros não precisavam investir em estruturas físicas, ou conquistar público”, lembra Oliveira. Ele também esclarece que os riscos são compartilhados. Enquanto as empresas se responsabilizam pelas perdas, a Cooperouro responde pela inadimplência. Como FunCiona o modeLo A cooperativa optou por empresas com competência e idoneidade reconhecidas, não exigiu exclusividade no atendimento e acertou contratos por prazo indeterminado, após cumprimento de um tempo mínimo, para justificar os investimentos do parceiro. A política de preços é sugerida pela Cooperouro, mas o parceiro fica totalmente livre para definir sua estratégia de precificação. “Não alinhamos as mar- 12 mil cooperados, ultrapassando os limites de Ouro Preto e gerando benefícios para toda a região dos Inconfidentes. “Hoje, aos 31 anos, a Cooperativa de Consumo dos Moradores da Região dos Inconfidentes é referência de preços, segurança alimentar, transparência fiscal, desenvolvimento sus- Parceiras como a nutripão, da padaria, compartilham riscos divulgação O cOntratO de terceirizaçãO prevê cláusula cOm regras de cOmum acOrdO na precificação e realização de ofertas Sem título-1 1 6/10/2011 10:30:19 24 Minas Supermercado moderno suplemento regional 2011 gens com o fornecedor, porém há uma interferência quando se perde competitividade. Mas essa interferência não é contratual e, sim consensual”, diz Silva. No contrato, estabeleceram-se regras para balizar preços em relação ao mercado local e realizar promoções. A gestão do fornecedor é controlada pelo supermercado e pau- tada nas pesquisas de opinião. Já o canal de comunicação com o consumidor segue o mesmo padrão dos demais setores. “As reclamações não são contra o parceiro, mas contra a cooperativa”, diz Oliveira. Nesses 10 anos, a Cooperouro não tem do que reclamar. Ao contrário, além de estender o modelo para lojas que serão inauguradas, está atrás de novos acordos. No momento, não descarta segmentos importantes, como o de bebidas e açougue. Tudo com olhos em parcerias longas e de sucesso. entregando o ouro Segundo o consultor Daniel Zanco, sócio-diretor da Universo Varejo Consultoria, se o supermercadista não consegue operar com eficiência um setor, o melhor é aderir a um parceiro, como fez a Cooperouro. Mas ele lembra que alguns cuidados devem ser tomados e que o supermercado precisa avaliar bem os riscos e as vantagens. Veja as dicas do especialista: Cuidados Selecionar parceiro comprovadamente capaz de oferecer um serviço melhor Definir metas e métricas de acompanhamento Estabelecer políticas de auditoria, acompanhamento e controle Rever periodicamente o modelo da parceria Discutir alternativas de evolução no padrão dos serviços Vantagens Melhora o desempenho da área terceirizada Possibilita que o varejista foque mais as áreas-chaves do negócio Diminui os riscos de insucesso Reduz perdas Melhora níveis de serviço e atendimento Promove expansão com menor investimento Reduz folha de pagamento risCos Dependência do parceiro Eventual falta de comprometimento dos funcionários terceirizados com os assuntos da loja Necessidade de adequar os terceirizados aos padrões da rede Dificuldade em gerenciar os parceiros Alto turnover de funcionários Não participação na seleção de mão de obra do parceiro Ingerências administrativas do parceiro (não remunerar funcionários, comprar produtos de baixa qualidade) Sem título-1 1 6/10/2011 10:29:15 26 Minas Supermercado moderno Por Vera Fiori | [email protected] | suplemento regional 2011 Loja 100% virtual Bem avaliado pelo cliente e com tíquete médio seis vezes superior ao de uma loja de médio porte, o Vip Fácil, site de compras pela internet, começa a chamar a atenção de outros supermercadistas mineiros. A concorrência não assusta o dono do negócio, mas desde que os concorrentes ofereçam um bom serviço, para não arruinar a imagem do promissor mercado de e-commerce. D e acordo com estudo da consultoria Gouvêa de Souza, em parceria com o Ebeltoft Group, as compras virtuais no Brasil estão em plena expansão. A pesquisa, feita com 700 pessoas no Brasil e outras 10.500 no mundo, mostra que 96% dos internautas brasileiros já realizaram compras pela internet, ante uma média mundial de 90%, incluindo países como Estados Unidos, Inglaterra e França. Em 2009, 28% dos consumidores compravam alimentos online. Este ano, o índice subiu para 34%. De olho nessa fatia de mercado, o empresário Fernando Bravo Elias inaugurou, em junho de 2010, o Supermercado Vip Fácil, até o momento único supermercado virtual de Belo Horizonte. O ecommerce, auditado pela consultoria e-Bit, é muito bem avaliado pelos clientes. Por enquanto, o varejista disponibiliza o serviço apenas na cidade de Belo Horizonte e adjacências, mas não descarta a possibilidade de atender outras regiões fora dos limites da capital. 27 divuLgação Elias fala como surgiu o canal e-commerce: “O projeto foi desenhado há três anos após extensa pesquisa sobre as principais tendências mundiais em comércio eletrônico. Com a popularização da internet de alta velocidade e o aumento do poder de compra do consumidor de classe média, o comércio eletrônico se transformou em uma tendência promissora”. O sistema de informática do Vip Fácil foi desenvolvido internamente, pensado e estruturado para o segmento supermercadista. Como diferencial, a empresa desenvolveu o site é fácil de para o seu e-commerce produtos exclusivos, navegar e viabiliza como carnes com cortes especiais embalacompras rápidas das a vácuo, além de frutas, legumes e verduras selecionadas e embaladas. utilizadas as ferramentas de web, As vantagens das compras online, segundo Elias, como as redes sociais e as de bussão muitas: possibilitam ao cliente acesso a uma cas. Mas é o boca a boca, assegura grande variedade de produtos, com conforto e prati- Elias, o sistema de propaganda cidade, sem colocar em risco a segurança dos dados mais eficaz nesse tipo de negócio. – a transmissão das informações do cliente é protegi- “Por isso nos preocupamos em da e homologada pelas maiores operadoras de cartão garantir um bom atendimento aos de crédito. Outro ponto positivo, de acordo com o clientes e em proporcionar a eles empresário, é a política de preço baixo, possível gra- melhor experiência de compra ças ao reduzido custo da operação, por não exigir online. São nossos divulgadores”. loja física. No site pelo qual o cliente faz as compras, o preço é avaliado pelo conMetade dos coMpradores teM renda sumidor com o selo prata, que só perde Mensal de r$ 1 Mil a r$ 5 Mil e 72% para o ouro no quesito satisfação. deles tÊm curso superior ou está frequentando a faculdade quem é o público comprador “Nosso público é constituído por 67% de mulheres na faixa etária de 25 a 60 anos: 49% possuem curso superior e 23% estão cursando faculdade. A maioria (50%) tem renda mensal de R$ 1 mil a R$ 5 mil reais”, esclarece Elias. “O tíquete médio é seis vezes maior que o de um supermercado de médio porte”, diz. A divulgação do serviço é feita por meio de tabloides distribuídos nas regiões-alvo e aos clientes cadastrados. Também são realizadas ações de abordagem com promotoras em pontos estratégicos, e O site obteve a certificação de ouro do e-Bit por ser bem avaliado pelos clientes. No canal aberto a críticas, reclamações e elogios, é possível ter uma ideia de como o consumidor interage com o Vip Fácil: “antes eu desconfiava, mas fiz o teste e aprovei. O serviço oferece facilidade, comodidade e qualidade”. “É muito prático, con- 28 Minas Supermercado moderno suplemento regional 2011 fiável e sobretudo não cansa para fazer as compras. Estou gostando muito, espero que o sistema seja ampliado, tanto em relação ao número de itens, quanto em ofertas e promoções”, “Adorei o Vip Fácil, comprei, repeti a experiência várias vezes e indiquei para a família e amigos”. dono do Vip Fácil e taMbéM de uMa loja Física, fernando elias conta que as negociações com fornecedores melhoraram sem medo da concorrência Sozinho no mercado e com um modelo de negócio bem-sucedido, o empreendimento tem chamado a atenção de outros varejistas, mas Elias não se preocupa. Para ele, a concorrência é saudável para o crescimento do negócio. O importante é que os con- correntes também prestem um bom serviço. “Só tememos empresas amadoras. Elas podem arruinar a imagem do e-commerce e afastar muitos clientes desse tipo de compra”, diz. “O consumidor de comércio eletrônico, como qualquer cliente, quer confiar no serviço, ser bem atendido e contar com produtos de qualidade. Temos de trabalhar com o pensamento de sempre escolher o melhor para o cliente. É preciso superar as expectativas, pois estamos tirando dele a possibilidade de escolher o produto na loja”, explica. Quanto às negociações com os fornecedores, Elias, que também tem uma loja física em Belo Horizonte, afirma que melhorou. A demanda cresceu e, portanto, o volume de compra subiu, gerando melhores transações. Mas o que viabiliza os bons preços no e-commerce, segundo ele, é o formato do negócio. O modelo dispensa uma estrutura física voltada para a exposição dos produtos, o que proporciona economia com iluminação, refrigeração, gôndolas, checkouts. Existe, contudo, um foco de atenção: a ruptura. “A falta de produtos deve ser evitada a todo custo. O cliente online tem um perfil altamente exigente e, por isso, não dá para amolecer. Se o produto consta no site, tem de estar presente também no depósito. Falta de itens na entrega pode comprometer todo o negócio”, ensina. Vantagens de uma Venda 100% Virtual Baixo investimento (não exige construção de uma loja física, nem equipamentos) Baixo custo operacional (não impõe grandes despesas com luz, água, manutenção, e um batalhão de funcionários) Baixa inadimplência (recebimento por cartão de crédito) Maior tíquete médio Satisfação do cliente, porque preço pode ser mais baixo Sem título-2 1 5/10/2011 16:42:36 31 Minas Supermercado moderno suplemento regional 2011 a união faz as vendas Katia Simões | [email protected] C Negociar o mix e não apenas os itens em oferta é um dos desafios da central Unissul para enfrentar as grandes redes que chegam ao sul de Minas, onde atuam as 27 lojas associadas. Veja na entrevista do presidente Paulo Afonso Salles. joSeney argate riada em 2001 em Pouso Alegre, sul de Minas Gerais, a central de compras Unissul (União dos Supermercadistas Sul-Mineiros) conta com 27 lojas e 13 empresas, todas dispostas a somar esforços para driblar a concorrência das grandes redes que começam a chegar à região. Para tanto, o grupo iniciou uma negociação com a indústria para garantir competitividade a todos os associados. O faturamento estimado para este ano é de R$ 670 milhões, 10% a mais que em 2010. “Temos a vantagem de conhecer muito bem nosso cliente, já que a maioria das nossas lojas é de vizinhança. O atendimento personalizado nos ajuda a preservar mercado diante das gigantes”, afirma Paulo Afonso Salles, 47 anos, presidente da Unissul e dono de uma loja em Itajubá. Veja o que ele conta sobre a central: perfil, desempenho, dúvidas, planos. Filiados, como o Braizinho, incluíram produtos sofisticados para atender a classe C 32 Minas Supermercado moderno suplemento regional 2011 2012 uma loja do Bretas e uma do Walmart, e Itajubá, até o fim deste ano, também terá uma loja Bretas. Os grandes têm poder de fogo e preços agressivos e investem alto em marketing. Vamos perder mercado, mas estamos nos preparando para perder o mínimo. o sortimento nas lojas associadas da Unissul varia de 6 mil a 20 mil itens joSeney argate a adoção de CoMPras ConjUntas PerFil da UnissUl Quando formamos a associação, em 2001, a proposta era reunir lojas com faturamento mínimo de R$ 1 milhão/mês, do sul de MG. Hoje, são 13 associados, com 27 lojas, quatro delas pertencentes aos sócios da central. São filiais de pequeno e médio porte, de 6 a 23 checkouts e vendas entre R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões mensais. A meta é crescer apenas com lojas próprias, já que a Unissul não está aberta a novos sócios. Maior PreoCUPação Essa é nossa principal estratégia de apoio, ao lado do atendimento personalizado. Até há pouco tempo, cada associado negociava direto com as indústrias. Os custos não eram vantajosos para quem tinha menor área de venda e, consequentemente, menor giro de produtos. Temos unidades com 20 mil itens e outras com 6 mil itens. Foi por isso que decidimos partir para as compras em grupo. CoMo a Central oPera Cada associado cota os preços dos produtos de maior saída nos atacados e distribuidores, além da tabela da indústria. Os menores custos são transferidos para uma planilha que a central apresenta à indústria. A ideia é negociar até o último centavo com os fornecedores e adotar dois preços: um para entrega no centro de distribuição, com negociação do frete, e outro para entrega em cada loja. Começamos em agosto e já negociamos, por exemplo, com a Unilever. Os resultados foram satisfatórios, com o preço final 5% inferior à menor cotação alcançada. o atendiMento da nova Classe Média Muitas de nossas unidades trabalham com esse públiÉ a chegada das grandes redes às co pela localização das lojas e pela característica de cidades onde atuamos. Pouso Ale- vizinhança. Com o aumento do consumo nesse grupo, gre, por exemplo, deve receber em decidimos investir em produtos com maior valor agregado e não apenas voltados a preço. Também iniciamos reforma As AssociAdAs compArtilhAm itens como e melhoria de lojas, ajustando a ilucomunicAção visuAl e treinAmento pArA minação, facilitando a circulação pAdAriA. mAs AindA há em que evoluir: só pelos corredores e ampliando o 40% usam o mesmo software de gestão. número de operadores no caixa e 33 de funcionários na padaria e no açougue. Afinal, ninguém quer perder tempo em filas. Paralelamente, introduzimos categorias antes não procuradas e que hoje têm boa saída, como flores e vinhos importados. o Centro de distriBUição Criamos o CD há três anos em Pouso Alegre, com uma área de 2 mil m2. A ideia era centralizar as principais compras. Começamos com os hortifrútis, cuja operação acabou não dando certo, porque não tínhamos uma logística eficiente de distribuição para todas as lojas. Hoje, o centro só atende as quatro lojas próprias. Mas, a ideia é mudar essa situação em um curto espaço de tempo. A Unissul já tem o terreno, com uma área de 21 mil m2, e o projeto do novo CD. relação CoM os ForneCedores Praticamente não temos problemas com eles. Há contratos que determinam que 80% do portfólio da marca seja cadastrado na loja, mas isso é negociável nas filiais com poucos checkouts. Vez ou outra, enfrentamos contratempos com prazos de entrega. Às vezes, negociamos um produto entregue em um determinado número de pontos em uma semana e só 15 dias depois chega às lojas mais distantes. Por isso, há ruptura e já tivemos de substituir uma oferta anunciada no encarte por um produto semelhante. O fornecedor bancou a diferença de preço. MarCa PróPria Temos 96 códigos de barras cadastrados com a nossa própria marca. Até dezembro, lançaremos lã de aço e em 2012, leite. Pontos eM CoMUM Além de compras e do visual das lojas, os associados partilham folheto de ofertas, algumas ações de marketing, treinamento para a padaria e nosso cartão próprio. Ainda precisamos melhorar nesse sentido. Apenas 40% das lojas têm o mesmo software. Mas o futuro corrigirá muita coisa e abrirá novas oportunidades. a marca própria Classe a conta com 96 sKUs. até 2012, serão lançados novos produtos. A ordem é comprar tudo direto do fabricante, o que acontece na maioria dos casos, exceção feita às indústrias que atuam somente com distribuidores. Recorremos aos atacadistas apenas em caso de ruptura nas gôndolas, problemas na logística de entrega ou promoções atrativas. Antes de fechar o pedido no atacado, fazemos cotações e ainda enfrentamos um prazo que varia de 5 a 7 dias para entrega. Por essas questões, reforçamos o estoque dos itens de maior saída no fim do ano, como alimentos e bebidas. divulgação CoMPra no ataCado 34 Minas Supermercado moderno suplemento regional 2011 cenas do varejo arquivo Sm As lojas da rede Super Nosso, de belo horizonte, têm uma área só de produtos importados para atender o público-alvo: pessoas das classes a e b que procuram itens gourmet. a seção faz tanto sucesso, que a empresa criou um tabloide exclusivo para divulgar as mercadorias do volta ao mundo mesmo sem estarem associadas a promoções. EnviE uma foto curiosa do passado ou prEsEntE para o E-mail: [email protected] sm sElEcionará as mElhorEs. Sem título-2 1 5/10/2011 16:01:43 Sem título-2 1 5/10/2011 16:07:09