342 APROPRIAÇÃO DO GÊNERO MÚSICA COMO OBJETO DE ENSINO Marinaldo Sérgio de Souza Lins (G-PARFOR/UFPA) Orientador: Celso Francês Júnior (UFPA) RESUMO O presente artigo tem como objetivo apresentar uma SD que foi realizada durante as aulas de Língua Portuguesa na Escola Municipal de Ensino Fundamental Mariocay e observar o desempenho dos alunos em relação ao exercício da leitura e da escrita através da aplicação de uma sequência didática com gênero textual música que faz apologia em defesa de questões sociais. Pautando-nos teoricamente em Bakhtin (1997), Dolz, Noverraz & Schneuwly (2004), dentre outros. Orientado pelo encaminhamento de trabalho com o gênero textual música, pois entendemos que este gênero tem um importante papel social na formação do ser humano. Nesse contexto, julgamos ser importante sustentar o trabalho sobre os fundamentos da oralidade, leitura e escrita, sem perder de vista o gênero e a temática que motivaram essa pesquisa: questão ambiental. Ouvindo músicas selecionadas sobre o tema, refletindo sobre suas letras e melodias, estruturas, rimas, versos, estrofes, fazendo com que os alunos por meio da música tenham condições de perceber e analisar criticamente as mensagens subentendidas nesse universo textual, nesta perspectiva, os gêneros discursivos são fortes aliados nessa busca da leitura e da escrita com conhecimento, qualidade, entusiasmo, alegria e satisfação. Ao desenvolverem diferentes gêneros, transformando-os, os alunos tornar-se-ão, não apenas melhores, mas aprenderão a gostar mais da Língua Portuguesa e perceberão como ela está presente no cotidiano de cada um. Assim, partimos da paródia, por ser uma excelente oportunidade para inserir os estudantes em um ambiente de leitura, de escrita e debates. PALAVRAS-CHAVE: Gênero Textual. Sequência Didática. Música. 1. INTRODUÇÃO Este trabalho visa apresentar os dados obtidos através da aplicação de Sequência Didática (SD) que foi desenvolvida com alunos de ambos os sexos da turma do 6º ano, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Mariocay, cujo objetivo era observar o desempenho dos alunos em relação ao exercício da leitura e da escrita através da aplicação de uma sequência didática com gênero textual música. O estudo e a aplicação da SD tiveram duração de 14 aulas. Esta proposta foi desenvolvida através de observações das dificuldades apresentadas pelos alunos nos quesitos: leitura, produção textual e oralidade. Ser proficiente na própria língua demanda saber utilizar-se dos recursos linguísticosdiscursivos que a língua coloca à disposição de seus falantes. Ao apropriar-se de tais recursos, as condições de leitura, interpretação e produção de textos, dos usuários, são ampliadas, dando-lhes possibilidades de transitar pelos diversos gêneros discursivos veiculados socialmente. Assim, adotada a teoria da escrita como processo, em que o texto é pensado como algo que envolve etapas e ativação de várias estratégias, e de gênero enquanto práticas comunicativas relativamente estáveis que atendem a uma demanda social e se materializam por meio de textos (orais ou escritos), alicerçamo-nos em tais princípios e buscamos adotá-los em nossa prática, ou seja, em nossa intervenção em sala de aula. Pela necessidade de formular novas propostas e procurar novas alternativas mais eficientes que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa, vimos na música uma 343 alternativa para auxiliar nas reflexões sobre temas sociais, os quais ficaram a critério de livre escolha dos alunos envolvidos nas atividades em sala de aula, bem como no auxílio do desenvolvimento da escrita, da oralidade e da produção textual. Pautado nos estudos dos gêneros proposta por Bakhtin (1997), e na proposta metodológica de trabalho apresentada por Dolz, Noverraz & Schneuwly (2004), elaboramos uma sequência didática do gênero textual/discursivo música. Trabalhar com o gênero textual música em sala de aula é acreditar que essa ferramenta possibilitará que o aluno detenha um conhecimento com amplitude não só do gênero, mas também de todos os elementos que o compõe, como: gramática, estrutura de texto, estrofes, versos e ortografia. Este trabalho enfocará o desenvolvimento das habilidades e competências de produção textual dos alunos em relação a esse gênero, a partir de um dado conjunto de procedimentos metodológicos que são propostos pela SD para melhor compreensão objetivando favorecer o aluno no domínio de qualquer gênero textual. A partir disso, nesta primeira seção teceram-se algumas considerações acerca da introdução do trabalho realizado em sala de aula, na seção seguinte será apresentada o referencial teórico, onde se trata das teorias que apóiam a qualidade do uso da sequência didática para o desenvolvimento das aulas proposta por Dolz, Noverraz & Schneuwly (2004), bem como dos gêneros discursivos de Bakhtin (1997). Na terceira seção será apresentada a metodologia que envolveu a coleta de dados que compõe este trabalho e trazemos o desenvolvimento da sequência didática com os alunos do 6º ano, bem como os resultados na aprendizagem dos mesmos. Posterior a isso, se apresenta a análise e exemplificação do trabalho realizado em sala de aula com alguns aspectos teóricos e resultados do uso desta sequência em alunos reais e na prática, e por fim as considerações sobre o trabalho desenvolvido com os alunos. 2 REFERENCIAL TEÓRICO A variedade dos gêneros discursivos é muito grande, abrangendo tanto situações de comunicação oral quanto de escrita, englobando, desde as formas cotidianas mais padronizadas até as mais livres e formas discursivas mais elaboradas como as literárias, científicas, retóricas, etc. Assim, considera-se que para haver interação verbal, são necessárias, além das formas da língua nacional (léxico, gramática), as formas do discurso (gêneros). No entanto, por estarem presentes nas diversas atividades humanas, os gêneros estabelecem uma conexão com a vida social e integram a cadeia discursiva das culturas e civilizações (BAKHTIN, 1997). Logo, dominar os diversos gêneros é uma forma de participar da vida em sociedade e de participar da comunicação social. 344 Bakhtin em seus estudos sobre os gêneros, afirma que eles estão presentes em todas as circunstâncias da vida, em que as ações humanas são mediadas pela atividade discursiva. A utilização de uma língua ocorre sempre através de um dado gênero, ainda que os falantes não tenham consciência disto, ou seja, por serem tão naturais e frequentes o seu uso, em todos os níveis e situações da vida cotidiana humana, ainda não nos damos conta de sua existência. Assim afirma o autor, Para falar utilizamo-nos sempre dos gêneros do discurso, em outras palavras, todos os nossos enunciados dispõem de uma forma padrão e relativamente estável de estruturação de um todo. Possuímos um rico repertório dos gêneros do discurso orais (e escrito). Na prática usamo-los com segurança e destreza, mas podemos ignorar totalmente a sua existência teórica. Como dizia Jourdain de Moulière, que falava em prosa sem suspeitar disso, falamos em vários gêneros sem suspeitar de sua existência (BAKHTIN, 1997, p.301). O autor estabelece ainda, que cada campo da atividade humana marcado pela comunicação discursiva, ou seja, pelo uso da língua, produz tipos relativamente estáveis de enunciados. Tais enunciados são produções verbais que estão na ideologia do cotidiano e nas esferas ideológicas constituintes. Esses enunciados são denominados gêneros discursivos. Nessa perspectiva, os gêneros, sendo tipos de enunciados concretos, correspondem às condições e finalidades específicas de cada esfera e, portanto, apresentam extrema heterogeneidade. A riqueza e a diversidade dos gêneros do discurso são infinitas porque são inesgotáveis as possibilidades da multiforme atividade humana (BAKHTIN, 1997). Deste modo, interagir através da linguagem é comunicar algo a alguém, de alguma forma, por algum motivo, em determinado momento e lugar. E as escolhas linguísticas que são feitas neste processo não são acidentais. Elas decorrem da condição de produção do discurso que se está realizando e das variantes como: interlocutores, posições sociais, grau de conhecimento sobre o assunto abordado entre os interlocutores. Bakhtin (1997) defende que a língua como forma de interação só se efetua em enunciados (orais e escritos), concretos e únicos que emanam dos integrantes de uma ou de outra esfera da atividade humana, constituindo os gêneros do discurso, conforme explica: O enunciado reflete as condições específicas e as finalidades de cada uma das esferas, não só por seu conteúdo (temático) e por seu estilo verbal, [...] – recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais – mas também, sobretudo, por sua construção composicional. Estes três elementos (conteúdo temático, estilo e construção composicional) fundem-se indissoluvelmente no todo do enunciado e todos eles são marcados pela especificidade de uma esfera de comunicação. Qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do discurso (BAKHTIN, 1997, p.279). Neste sentido, compreender a língua por meio de gêneros discursivos significa reconhecer os diferentes enunciados materializados nos textos que circulam socialmente. Significa refletir sobre a inovação dessa circulação, sobre as esferas sociais que produzem tais enunciados, sobre sua função 345 social, entendendo que qualquer texto com qualquer formato e função sócio comunicativa em uma sociedade pode ser estudado como gênero textual. Os enunciados e o tipo a que pertencem, ou seja, os gêneros do discurso, são as correias de transmissão que levam a história da sociedade à história da língua. Nenhum fenômeno novo (fonético, lexical, gramatical) pode entrar no sistema da língua sem ter sido longamente testado e ter passado pelo acabamento do estilo-gênero (BAKHTIN, 1997, p.285). Deste modo, para interagir com os outros, o indivíduo utiliza determinado gênero, oral ou escrito, compreendido como relativamente estáveis e situado histórica e socialmente, adequado àquela situação discursiva. Assim, para Bakhtin (1997), quanto melhor dominarmos os gêneros discursivos tanto mais livremente e melhor os empregaremos nas mais diversas situações de comunicação, pois o princípio fundador da linguagem é a interação entre os interlocutores. Nesse contexto de linguagem como forma de interação, ressalte-se que a utilização da língua acontece em forma de enunciados concretos e únicos, os quais se originam dos integrantes de uma ou de outra camada da atividade humana. Marcuschi (2008) enfatiza essa ação que têm os discursos, por meio dos gêneros textuais, descrevendo a inserção deles nos diversos segmentos da sociedade. Os gêneros são atividades discursivas socialmente estabilizadas que se prestam aos mais variados tipos de controle social e até mesmo ao exercício de poder. Pode-se, pois, dizer que os gêneros textuais são nossa forma de inserção, ação e controle social no dia-a-dia. Toda e qualquer atividade discursiva se dá em algum gênero que não é decidido ad hoc, como já lembrava Bakhtin (1953/1979) em seu célebre ensaio sobre os gêneros do discurso. Daí também a imensa pluralidade de gêneros e seu caráter essencialmente sociohistórico. Os gêneros são também necessários para a interlocução humana (MARCUSCHI, 2008, p.161). Neste sentido, a noção de gênero abre possibilidades para a análise das relações entre a expressão da individualidade e as pressões sociais que a determinam. Deste modo, considera-se que o enunciador, dentro de uma sociedade, possui um projeto discursivo e os gêneros do discurso apresentam recursos para sua expressão. Por isso, a escola por intermédio de seus professores, deve atentar para propiciar aos alunos, os mais diversos textos os quais tenham grande poder de circulação nos cenários sociais e que sejam capazes de produzir nesses alunos um conhecimento mais sólido sobre a flexibilidade da linguagem. A produção e o estudo de diferentes gêneros na escola sustentam-se nas palavras de Bakhtin, O estudo e a natureza do enunciado e da diversidade de formas de gênero dos enunciados nos diversos campos da atividade humana é de enorme importância para quase todos os campos da linguística e da filologia. Porque todo o trabalho de investigação de um material linguístico concreto – seja de história da língua, de gramática normativa, de confecção de toda espécie de dicionários ou de estilística da língua, etc. – opera inevitavelmente com enunciados concretos (escritos e orais) relacionados a diferentes campos da atividade humana e da comunicação [...] de onde os pesquisadores haurem os fatos linguísticos de que necessitam (BAKHTIN, 1997, p.261). Ao pensar no Ensino de Língua Portuguesa, é necessário pensar em atividades interativas em sala de aula, as quais propiciem a valorização da leitura, da oralidade e da escrita e conduzam os 346 alunos a produzirem textos, colocando-se como autores daquilo que escrevem. Aprender a falar e a escrever significa ter domínio sobre os gêneros. Dolz, Noverraz & Schneuwly (2004) também consideram os gêneros textuais / discursivos como ferramentas que possibilitam a comunicação entre os sujeitos pertencentes à esfera da atividade da comunicação humana, pois “[...] é possível se ensinar a escrever textos e a exprimir-se oralmente em situações públicas escolares e extraescolares” (2004, p.01). Neste sentido, é importante reconhecer, na prática, as orientações teóricas definidoras dos gêneros textuais / discursivos para, socializar conhecimentos, cujos fundamentos apontam para procedimentos com possibilidades de compreender o contexto sociocultural ao qual o aluno está inserido, sua pluralidade inserida no processo histórico que se desenvolve, modifica e, consequentemente, adquire características próprias no mundo. Porém, Dolz, Noverraz& S chneuwly (2004) alertam que essa proposta só tem sentido em ambientes escolares onde múltiplas ocasiões de escritas e falas são oferecidas aos alunos, sem que cada produção se transforme em um objeto de ensino sistemático. Criar contextos de produções precisas efetuarem atividades ou exercícios múltiplos e variados: é isto que permitirá aos alunos apropriarem-se das noções, técnicas e instrumentos necessários ao desenvolvimento de suas capacidades de expressão oral e escrita, em situações de comunicação diversas (DOLZ, NOVERRAZ & SCHNEUWLY, 2004, p.02). Desse modo, entende-se que o gênero música, pode remeter a contextos culturais de determinadas comunidades discursivas, ou seja, coloca-nos diante de diversas tendências musicais que os brasileiros vêm assimilando. Com base nisso, compreende-se que um gênero deve ser observado levando-se em conta as particularidades de sua esfera de atuação. A esse respeito, Tatit (1987, p.06) afirma que é inevitável entender que “quem ouve uma canção, ouve alguém dizendo alguma coisa de certa maneira”. O gênero música se assemelha a outros devido ao fato de sua estrutura ser caracterizada por práticas discursivas, mesmo que primordialmente oral, podendo ser transcritas para serem publicadas dentre os mais diversos veículos de circulação social. Nesse sentido, A música é o processo semiótico que melhor traduz o esforço de recomposição fórica despendido em toda atividade enunciativa. [...], a música propõe a questão básica do sentido sem a qual não se compreenderia a própria existência da enunciação (TATIT, 2007, p.275). Pela importância do gênero música e sua influencia no comportamento humano, determinando modos de falar, de agir e de pensar entende-se que um estudo sistematicamente organizado desse gênero trará contribuições para os trabalhos escolares, auxiliando a entender a língua portuguesa numa perspectiva transformadora. Assim, a sala de aula, o professor, o aluno e o objeto de conhecimento, representado neste trabalho pelo gênero música, se organizam para uma nova condição de produção de conhecimento. 347 No trabalho com a linguagem na sala de aula, os gêneros textuais / discursivos são tomados como ferramentas, oportunizando ao aluno que, por meio de seu reconhecimento, possa agir adequadamente com a linguagem em diferentes situações. Isso porque se entende que são por meio da leitura que se acentuam as experiências e, é nesse momento em que o aluno ler, interpreta e produz diversos gêneros textuais / discursivos, que surgem as condições de desenvolvimento intelectual, de aprimoramento linguístico e de interação com diferentes situações de interlocução, representadas em diferentes textos que são propagados socialmente. 3 METODOLOGIA Segundo Dolz, Noverraz & Schneuwly (2004), para um trabalho sistematizado com os gêneros textuais / discursivos, conceituam uma SD como “[...] um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito” (p.02). Tratase, portanto, de uma orientação teórico-didática que pressupõe a seleção de um gênero, tendo em vista a articulação de uma situação definida, a partir da qual se organizarão atividades que auxiliarão os alunos no reconhecimento do gênero. Uma sequência didática tem, precisamente a finalidade de ajudar o aluno a dominar melhor um texto, permitindo-lhe assim, escrever ou falar de uma maneira mais adequada numa dada situação de comunicação. O trabalho escolar será realizado, evidentemente, sobre gêneros que o aluno não domina ou o faz de maneira insuficiente (DOLZ, NOVERRAZ & SCHNEUWLY, 2004, p.03). Desta maneira, conforme propõem os autores, uma SD contém uma estrutura de base, que se constitui pelos seguintes passos, conforme esquema apresentado abaixo. FIGURA 01 – ESQUEMA DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SEGUNDO DOLZ, NOVERRAZ & SCHNEUWLY (2004) Fonte: Dolz, Noverraz& S chneuwly (2004, p.03) De acordo com essa proposta, a atividade com determinado gênero, segundo os autores, tem início com a apresentação de uma situação de interação sócio-comunicativa real, que visa fundamentar a necessidade de produção e aprendizagem relacionada a um gênero textual (oral ou 348 escrito). Em seguida, solicita-se uma produção inicial do gênero selecionado, momento em que o aluno elabora um texto (oral ou escrito), na tentativa de responder à situação de interlocução, proposta anteriormente. Essa produção inicial, conforme os autores ofereceram ao professor, subsídios para diagnosticar a compreensão que o aluno tem do referido gênero textual. Enfim, tratase de um instrumento por meio do qual se pode encontrar elementos para analisar as capacidades e potencialidades de linguagem que os alunos têm, naquele momento. Logo, em seguida, com base na avaliação diagnóstica, define-se o ponto de intervenção do processo ensino-aprendizagem, cuja análise servirá de orientação para as atividades que deverão ser trabalhadas nos módulos, de modo a adaptá-los às reais necessidades dos alunos envolvidos neste processo. Neste sentido, o objetivo do trabalho com os módulos consistirá em abordar, de forma didática, os problemas e as dificuldades reveladas pela análise da produção inicial dos alunos. Esse método de avaliar a produção inicial para, a partir daí, propor atividades em função das dificuldades apresentadas no diagnóstico, possibilita a construção progressiva de conhecimento sobre o gênero abordado. O que nos leva a produção final, onde o aluno finaliza a sequência, colocando em prática tudo aquilo que lhe foi ensinado e discutido durante todo o processo de produção do gênero textual/discursivo abordado. É nesse momento que cabe ao professor avaliar o aluno em seu progresso. Assim, baseada no esquema apresentado por Dolz, Noverraz & Schneuwly, a SD trabalhada com os alunos do 6º ano na escola Mariocay, ficou da seguinte forma. QUADRO 01: SEQUÊNCIA DIDÁTICA COM GÊNERO MÚSICA NA TURMA DO 6º ANO OFICINAS PRODUÇÃO INICIAL OFICINA I OFICINA II OFICINA III OFICINA IV OBJETIVOS Desenvolver habilidades e competências na compreensão e produção do gênero textual musica Desenvolver atividade para Criação de rimas Mostrar importância de escrever ortograficamente correto Desenvolver na pratica o valor da Caligrafia em seu dia-dia, Organização estrutural da musica ATIVIDADES/ MATERIAL METODOLOGIA DIDÁTICO CARGA HORÁRIA Aula expositiva, dialogada, apresentação de músicas com slide, leitura dos produzidos em sala de aula Livros, caixa amplificada, data show, notebook, quadro de branco, computador, canetas lápis, pincel atômico Duas aulas Leitura de textos produção de rimas Pincel atômico caixa de som, quadro banco. Duas aulas Ditado. Correção ortográfica. Pincel atômico, quadro branco, caixa de som. Duas aulas Atividades, transcrever, texto. Lousa, pincel atômico, caderno, caneta e lápis. Duas aulas Aula expositiva, explicação Lousa, pincel atômico. Duas aulas 349 Mostrar a importância das OFICINA V Regras gramáticas em seu cotidiano Apresentação de uma musica. PRODUÇÃO Fazer uma FINAL musica com as rimas inicias Fonte: Elaboração do autor, 2014. Aula expositiva, explicação Lousa, pincel atômico. Duas aulas Apresentação de slide, produção textual Papel com pauta, caneta, lápis, borracha. Duas aulas A SD foi realizada na escola Mariocay, situada no bairro centro da cidade de Gurupá, a escola atende um público misto, proveniente dos bairros vizinhos, funciona no período da manhã, intermediário, tarde e noite. Não enfrentamos barreiras para realização da SD. Para executar a SD, como gênero música foi necessário seguirmos alguns passos. De início, a primeira conversa foi com a professora de Língua Portuguesa da turma do 6º ano que disponibilizou sua turma para que pudéssemos ministrar a SD, na ocasião combinamos data e horário. Foi feito um levantamento para saber sobre a participação dos alunos em aulas envolvendo a criação de paródia, a professora nos revelou que os discentes têm hábito de participar de aulas e atividades, no entanto, será relevante desenvolver a SD, que certamente contribuirá para o seu conhecimento de vida. Participamos de uma reunião com a direção para explicar o real objetivo do estudo com a turma do sexto ano. Ela, no momento disse que a escola estava pronta a ajudar no que fosse preciso, e toda proposta que vier para melhorar a educação dos alunos será bem vinda. 3.1. PRODUÇÃO INICIAL Na primeira aula, no dia 27/10 no horário do intermediário, chegando à sala de aula, foi apresentada pela professora Rosangela para os alunos que, no momento, receberam-me muito bem. Explique o objetivo do meu trabalho para eles. Dando prosseguimento na aula, expliquei que primeiramente assistiríamos a um vídeo que fala da questão ecológica, no momento de apresentação do vídeo, os alunos cantavam e batia palmas, de maneira muito prazerosa. Após assistir o vídeo, passamos para a explicação da música, com a participação de alguns alunos fazendo perguntas a respeito da música, a turma se mostrou muito calma, os alunos faziam pouco barulho, exceção de um aluno que se mostrou levado. Em seguida, a turma foi convidada a produzir seu primeiro texto em forma de paródia, para a elaboração da mesma a turma ficou livre para escolher o tema que iriam utilizar para construção do texto, não estipulamos um número exato de linhas, para não desestimular o aluno. O que pretendemos é cada vez mais estimular os alunos a participarem de sua vida escolar de uma forma que ele sinta prazer em estudar. Os alunos foram divididos em duplas, tanto por meninas quanto por meninos com idade entre 11 e 15 anos de idade. Após a construção do 350 texto, as duplas foram convida a lerem os textos, um de cada vez, nem todas participaram da leitura, algumas duplas leram outras cantaram, foi mais um momento de interação, porque conseguiram envolver a todos, seja ouvindo a leitura, cantando ou fazendo movimento com o corpo. A seguir, os alunos entregaram suas atividades, assim se deu por encerrado o primeiro dia de aula. 3.2. MÓDULO I (DIA 28/ 10) Dando continuidade a SD, iniciamos a aula com os alunos participando de uma roda de leitura, sendo que todos participaram ativamente da roda de leitura. Em seguida, voltando para seus lugares, para acompanharem a explicação em que os alunos tomaram conhecimento de como construir uma rima, para ajudar na produção final, após explicação os discentes se juntaram para exercitar a construção de rimas, todos os alunos participação da atividade. Deu para percebermos que os alunos conseguiram formular as rimas, dando a entender que eles assimilaram algo da explicação sobre rimas. Em um momento da aula paramos para fazer uma brincadeira, não contamos a participação de todos. Assim, ao final da aula os alunos pediram que nas outras aulas fossem feitas outras brincadeiras. 3.3. MÓDULO II (DIA 03/ 11) No dia 03, trabalhamos sobre ortografia para os alunos, foi passado um pequeno ditado da letra de uma música, depois do ditado os alunos trocaram de caderno para fazer as correções entre eles, após isso, a professora Rosangela escreveu o texto no quadro branco, assim, eles fizeram as correções. Alguns forçaram a barra, pedindo para não fazer a atividade, mesmo assim participaram, ao final da aula a maioria disse ter gostado da aula. De dois a três alunos escreviam devagar, era preciso repetir várias vezes, mas conseguiram chegar ao final da atividade. Ao final desta aula os alunos pediram para ouvir uma música de preferência evangélica, foi o que aconteceu, ouvimos a música, e assim chegamos ao final de mais uma aula. 3. 4 MÓDULO III (DIA 04/ 11) No dia 04 prosseguimos com a SD, começamos a aula com a participação de um aluno que fez a leitura de uma música para sensibilizar os alunos, que não ficaram satisfeitos apenas com a leitura da música e pediram para ouvi-la, mas naquele momento não seria possível acontecer. Posterior a isso, os alunos começaram uma atividade para melhorar sua caligrafia, justamente porque alguns deles apresentaram uma caligrafia difícil de entender, no entanto, a maioria 351 apresentou uma boa escrita. Ainda neste dia os alunos transcreveram dois textos do livro para o caderno, durante essa atividade houve reclamações dos alunos por passarem tanto tempo escrevendo, o que não é normal escrever tanto assim em sala de aula, mas todos conseguiram concluir sua atividade. Assim, mais uma vez conseguimos vencer a quarta etapa da SD. 3. 5. MÓDULO IV (DIA 10/11) Começamos a aula apresentando um vídeo de uma música gospel, como todos conheciam a letra do hino gospel, acompanharam a música cantando e fazendo gestos, na parte final da música, o som foi desligado, mas os alunos continuaram cantando até o final da música. Após a exposição da música, passamos para a explicação da estrutura da música, iniciamos a explicação falando sobre rimas, depois estrofes e versos terminaram falando da melodia musical, foi o momento que mais chamou a atenção dos alunos, chegando a tal ponto, que pediram para explicar mais sobre a melodia musical. Para finalizar o quinto dia de aula, os alunos foram convidados a participar de uma dinâmica, “a pata cega” nem todos participaram da dinâmica, na hora da brincadeira percebemos que os alunos só formam dupla com aquela pessoa que ela mais gosta da turma, quando ela formava dupla com outro componente, não achavam legal, por isso, que resolvemos aplicar essas dinâmicas nas aulas seguintes. Assim passamos pela quinta etapa da SD. 3 .6. MÓDULO VI (DIA 17/ 11) Dia 17 /11, o penúltimo dia da SD, entregamos para cada um dos alunos uma folha com dois textos para lerem, fizeram uma leitura silenciosa, depois da leitura fizemos um breve comentário sobre os textos. Em seguida, trabalhamos as correções gramaticais, que foram encontradas nos textos, essa correção foi bem explicada no quadro branco. A participação dos alunos foi razoável, apenas de dois a três alunos fizeram perguntas ou comentários em relação à explicação. Aproveitamos o momento para explicar sobre os erros encontrados nos textos que foram produzidos na aula inicial, ou seja, a primeira produção textual. Foi explicado para os alunos que no momento que forem começar um texto, uma frase, ponto em seguida ou usarem nome próprio deve-se começar ou iniciar com letra maiúscula. Explicamos sobre o cabeçalho que deve ser usado sempre na parte de cima do texto, isso é uma regra que deve ser seguida por todos. Concluímos esse dia de aula com mais uma dinâmica em sala de aula. 352 3.7. PRODUÇÃO FINAL Na última aula da SD, momento esse para produção final. Começamos a aula fazendo uma revisão das aulas que foram aplicadas anteriormente. Depois os alunos foram divididos em duplas para construírem o texto, apenas seis duplas participaram, quatro conseguiram concluir, outros alunos não participaram da atividade por não estarem em sala de aula, outros porque não quiseram participar. Houve momentos de troca de ideias entre os alunos. Ao final da atividade apenas quatro equipes concluíram o trabalho, duas ficaram para entregar depois o seu trabalho. Em seguida os alunos fizeram a leitura dos textos que produziram em sala, para os demais colegas. Após a leitura os alunos fizeram a entrega dos textos. Agradeci pela atenção que foi dada por eles, alunos e pela professora Rosangela, todos os momentos que passamos juntos em sala de aula foi importante, ao mesmo tempo em que ensinava eu também aprendia, foi difícil, mas conseguimos finalizar este estudo. 4. ANÁLISE DA PRODUÇÃO TEXTUAL DOS ALUNOS Desde o primeiro momento em que fui comunicado para desenvolver o trabalho em SD não senti muito medo para desenvolvê-lo em virtude da experiência de trabalho que tenho em sala de aula. A turma escolhida para desenvolver o trabalho da SD com gênero música foi da professora Rosangela, que em nenhum momento quis impedi-lo por ser um momento de final de semestre e porque alguns professores não gostam de interromper seu trabalho, ao contrário, ajudou bastante para o bom desenvolvimento das atividades da SD com os alunos. Chegando à escola para primeiro contato com a turma, fui bem recebido, porque a professora já havia conversado a respeito da atividade que seria aplicada em sala de aula. Quando foi falado para os alunos que iriam fazer um trabalho com gênero música, acharam legal, pelo fato de os alunos serem incentivados pela escola a fazer esse tipo de atividade e a metodologia que seria usada era SD. Para evitar imprevistos, providenciei todos os materiais que poderiam ser utilizado no trabalho, apesar da escola dispor desses materiais. Na turma 502 foi feito um trabalho de motivação para a produção inicial, ancorada na contribuição do gênero “música”. Foi uma fase produtiva, ao mesmo tempo em que ensinávamos aos alunos, de uma temática tão importante para a sociedade brasileira, aprendíamos muito com as informações que nos eram trazidas pelos alunos. Iniciamos, após essa etapa de motivação, o contato com o gênero a ser produzido. Depois disso, assistimos a um vídeo da música “xote ecológico”, vídeo este baixado na internet, cuja 353 construção poética, uma crítica a respeito das ações do homem sobre o meio ambiente. Foi a partir da exibição desse vídeo que os alunos realizaram a primeira produção textual. Quando os alunos fizeram a primeira produção textual, percebeu-se que as duplas demonstraram certa habilidade e esforço para construir a paródia, é claro que nem todos os alunos quiseram participar, mesmo tendo certa familiaridade com gênero música. Utilizando-se do tema de escolha “livre” para construção do texto, dos alunos que participaram todos construíram suas paródias. As duplas chamaram bastante atenção por apresentar boas paródias, uma dupla apresentou uma dificuldade na escrita. As outras se mantiveram em um mesmo patamar. Já que se mantiveram nos patamares iguais, iremos abordar apenas o trabalho de uma dupla que servirá de suporte para analise do gênero música em sala de aula. Segue abaixo o texto da produção inicial. FIGURA 02 – PRODUÇÃO INICIAL (PARÓDIA DA MÚSICA XOTEECOLÓGICO) Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2014. No primeiro texto os alunos não colocaram a data, houve a falta de vírgulas para separar às orações, a não utilização adequada da margem, apareceram alguns exemplos de erros de ortografia, em pouca proporção. No geral deu para perceber que os alunos em sua primeira produção já demonstraram bons resultados, pois construíram textos com uma estrutura de rimas, estrofes e versos. Também deu para identificar por meio do texto que os alunos já se utilizam de uma boa caligrafia, apenas uma dupla que foi citada acima apresentou uma caligrafia em que se tinha dificuldade para compreender algumas palavras, não sendo diferente sua ortografia, em que apresentavam algumas dificuldades para escrever as palavras corretamente, de acordo com as normas da Língua Portuguesa. Percebemos também que os alunos ao participarem das leituras expositivas, se mostraram muito bem empenhados para realizar as atividades de oralidade propostas pelo professor, porém 354 alguns apresentavam algumas dificuldades na fala como, por exemplo, fazendo uma leitura rápida do texto o que dificultou a compreensão dos demais colegas, mas deu para perceber que realmente os alunos já estão bem desenvolvidos com relação à leitura. Lembrando que as atividades, tanto a inicial quanto a final, foram produzidas em sala de aula, contando com a maioria dos discentes nas produções textuais. Vale ressaltar que o gênero música foi selecionado para se trabalhar com os alunos do 6º ano, não apenas para o reconhecimento de sua função social, mas de seu contexto de produção e seu estilo, avaliarem a sua temática, atentando para a mensagem contida nas letras, pelo fato de se tratar de um gênero que está sempre em circulação nos mais diversos lugares e por ser um instrumento de conscientização e de socialização dos alunos. Assim, considerando o conhecimento dos alunos a respeito de tal gênero e visto que este está articulado diretamente à sua realidade, para motivar o estudo, a análise e uma possível leitura, interpretação e reprodução desse gênero textual em questão. Neste sentido, pôde-se perceber que tanto na construção do texto inicial quanto do texto final, as duplas se utilizaram da crítica para chamar atenção e conscientizar, alertar e fazer uma reflexão da real situação em que se encontra a nossa sociedade, nos mais diversos contextos sociais, dentre vários aspectos, falamos sobre as seguintes questões com os alunos: “saúde, segurança, violência e etc.”. Podemos ver nos três primeiros versos da produção inicial do aluno, apresentado anteriormente. O mesmo aconteceu na produção final, nos quatro últimos versos, conforme a figura abaixo. Fonte: FIGURA Arquivo pessoal do autor, 2014. 03: PRODUÇÃO FINAL (PARÓDIA DA MÚSICA BEIJINHO NO OMBRO) 355 Após assistirem ao vídeo, os alunos se mostraram bem criativos ao produzirem um novo texto através de outros vocábulos para transmitir uma ideia, trocando os vocábulos da versão original da música “xote ecológico” mantendo o ritmo da música para transmitir uma mensagem clara em que o ouvinte compreende aquilo que está sendo repassado pelo texto ou enunciado. No texto final após 14 aulas os alunos conseguiram avançar, compreenderam ainda mais sobre a parte da organização composicional de uma paródia, que pode ser vista claramente em sua segunda produção, demonstrando poucos erros, usando melhor da pontuação. Começaram o texto com letra maiúscula, fizeram bom uso da margem da folha de papel, organizaram o trabalho fazendo o cabeçalho, conforme a regra padrão. Conseguiu passar informações de algo que está presente na sociedade, tais informações foram colocadas no primeiro verso do refrão do segundo texto “se prevenindo podemos evitar a AIDS”. Com isso, de uma maneira bem tranquila os alunos construíram seus textos, visto que os alunos já têm o hábito de construir textos com formato de paródia, por isso não sentiram tantas dificuldades ao escreverem seus textos, entretanto, duas duplas, talvez por falta de atenção ainda colocassem cabeçalho de forma inadequada em seu texto final. A SD só veio reforçar o conhecimento dos alunos e torná-los mais criativos e mais dinâmicos, mostrando que aprenderam durante a SD, que passaram por um processo de reflexão sobre o processo de apropriação do gênero música. No entanto, vale ressaltar que a escola já faz um trabalho de base referente à produção textual, onde o aluno é estimulado a participar constantemente dessas atividades, tanto em sala de aula quanto nos eventos culturas realizado pela escola, ou seja, atividades de produção textual já fazem parte da realidade do aluno, assim pôde-se melhor articular o gênero música. 5 CONCLUSÃO Diante do que foi proposto neste artigo, observamos que para desenvolver um trabalho de Língua Portuguesa, tivemos que enfrentar e superar alguns obstáculos em sala de aula, para conseguir desenvolver o trabalho com gênero textuais / discursivos, nos debruçamos sobre alguns instrumentos, e queremos ressaltar a relevância da escrita, da oralidade e da leitura, dando destaque para o gênero música, colocando mais próximo da Língua Portuguesa. O aluno está a todo o momento em contato com escrita, a oralidade e a leitura, onde se escolheu um gênero em que a coloca como uma perfeita ferramenta para representar a dinâmica, o espírito critico, o humor e a interpretação textual. 356 Além do mais, a demanda é grande de alunos ingressando na escola, vindo de todas as partes da cidade, com problemas familiares, a maioria de baixa renda com dificuldades financeiras para comprar o material escolar, falta incentivo dos pais, visto que os alunos estão passando por um período de mudanças em sua vida, mas, também, estão evoluindo a todo instante. Diante disso, os professores procuram estudar para se capacitar e poder desenvolver habilidades que contribuam para que os alunos possam compreender com mais virtude, gosto e esperança, prepará-los para enfrentar a vida profissional, em especial a vida pessoal. Neste sentido, as atividades e discussões da SD, baseada no gênero textual música propiciaram, aos alunos, maior desenvolvimento das suas capacidades de ação com a linguagem, desenvolvendo capacidades linguísticas e discursivas por meio da formação de ouvintes e leitores. Em relação ao gênero trabalhado, percebemos uma melhor compreensão por parte dos alunos, que possibilitou não apenas ampliar seus conhecimentos acerca do gênero música, como também para o fato dela abordar assuntos que influenciam no modo de ver, no comportamento e na formação do ser humano perante a sociedade. Desta maneira, a escola pode abordar dentro da sala de aula a realidade social, proporcionando, aos alunos, refletirem e posicionarem-se sobre ela, abrindo caminhos para melhorá-los no desenvolvimento de suas habilidades e suas competências. Assim, com o uso da música para o ensino de Língua Portuguesa, nosso objetivo foi atingido, pela dinâmica que estimula as participações prazerosas e ricas em informações e conhecimento. Envolver a cultura e a criatividade para as produções textuais contribui significativamente para não se centrar apenas nas regras gramaticais normativas, com isso, os discentes iram entender que a língua é dinâmica, que não é uma coisa morta, e sim viva que está em constante transformação. REFERÊNCIAS BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997. –(Coleção Ensino Superior). DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita: Apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. [Trad. e org. ROJO, Roxane. CORDEIRO, Glaís S.] São Paulo: Mercado das Letras, 2004. MARCUSCHI, L.A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo Editorial, 2008. TATIT, L. Semiótica da canção: Melodia e letra. 3. Ed. São Paulo: Escuta 2007. ________. A canção, eficácia e encanto. 2. Ed. São Paulo: Atual, 1987.