EE Joelina de Almeida Xavier
Projeto Conecta Escola – Projeto Consciência Negra
Professora Regente: Marisa Nery
Professor STE Luis Antonio Melke Bittar
Disciplina: Literatura
Alunos da 2ª Fase do Ensino Médio – EJA – Noturno
Obras Literárias de escritores Negros:
Cruz e Souza
Biografia
João da Cruz e Sousa
nasceu em Desterro, atual
Florianópolis.
Filho
de
escravos alforriados pelo
Marechal Guilherme Xavier
de Sousa, seria acolhido
pelo Marechal e sua esposa
como o filho que não
tinham. Foi educado na
melhor escola secundária
da região, mas com a morte
dos protetores foi obrigado
a largar os estudos e
trabalhar.
Sofre uma série de perseguições raciais,
culminando com a proibição de assumir o cargo de
promotor público em Laguna, por ser negro. Em
1890 vai para o Rio de Janeiro, onde entra em
contato com a poesia simbolista francesa e seus
admiradores cariocas. Colabora em
alguns jornais e, mesmo já bastante conhecido
após a publicação de Missal e Broquéis (1893), só
consegue arrumar um emprego miserável na
Estrada de Ferro Central.
João da Cruz e Sousa (Nossa Senhora do Desterro, 24
de novembro de 1861 — Estação do Sítio, 19 de março
de 1898) foi um poeta brasileiro, alcunhado Dante Negro
e Cisne Negro.
Foi um dos precursores do simbolismo no Brasil.
Nascimento 24 de novembro de 1861
Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis,
Santa Catarina
Falecimento
19 de março de 1898
Antônio Carlos, Minas Gerais
Nacionalidade
Brasileiro
Ocupação Poeta
Escola/tradição
Simbolismo
Filho de negros alforriados,
desde pequeno recebeu a
tutela e uma educação
refinada de seu ex-senhor, o
Marechal Guilherme Xavier de
Sousa - de quem adotou o
nome de família. Aprendeu
francês, latim e grego, além de
ter sido discípulo do alemão
Fritz Müller, com quem
aprendeu
Matemática
e
Ciências Naturais.
Poesias
INEFÁVEL
Nada há que me domine e que me vença
Quando a minha alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.
Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.
Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!
Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
BRAÇOS
Braços nervosos, brancas opulências,
brumais brancuras, fúlgidas brancuras,
alvuras castas, virginais alvuras,
latescências das raras latescências.
As fascinantes, mórbidas dormências
dos teus abraços de letais flexuras,
produzem sensações de agres torturas,
dos desejos as mornas florescências.
Braços nervosos, tentadoras serpes
que prendem, tetanizam como os herpes,
dos delírios na trêmula coorte ...
Pompa de carnes tépidas e flóreas,
braços de estranhas correções marmóreas,
abertos para o Amor e para a Morte!
ENCARNAÇÃO
Carnais, sejam carnais tantos desejos,
carnais, sejam carnais tantos anseios,
palpitações e frêmitos e enleios,
das harpas da emoção tantos arpejos...
Sonhos, que vão, por trêmulos adejos,
à noite, ao luar, intumescer os seios
láteos, de finos e azulados veios
de virgindade, de pudor, de pejos...
Sejam carnais todos os sonhos brumos
de estranhos, vagos, estrelados rumos
onde as Visões do amor dormem geladas...
Sonhos, palpitações, desejos e ânsias
formem, com claridades e fragrâncias,
a encarnação das lívidas Amadas!
VELHAS TRISTEZAS
Diluências de luz, velhas tristezas
das almas que morreram para a luta!
Sois as sombras amadas de belezas
hoje mais frias do que a pedra bruta.
Murmúrios ncógnitos de gruta
onde o Mar canta os salmos e as rudezas
de obscuras religiões — voz impoluta
de todas as titânicas grandezas.
Passai, lembrando as sensações antigas,
paixões que foram já dóceis amigas,
na luz de eternos sóis glorificadas.
Alegrias de há tempos! E hoje e agora,
velhas tristezas que se vão embora
no poente da Saudade amortalhadas! ...
Conclusão
A
participação
dos
representantes da etnia
negra
no
contexto
histórico,
social,
econômico e cultural,
tem sido importante em
toda a história brasileira.
Com João da Cruz e
Sousa não foi diferente,
pois eternizou a sua
obra pela qualidade da
mesma e pelo seu
esforço em vencer
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Cruz e Sousa.