Peso molecular: 666,7 Fórmula molecular: C22H30N6O4S, C6H8O7 CAS: 171599-83-0 DCB: 07991 Fator de Equivalência: 1,40 Ação Terapêutica: tratamento da disfunção erétil. Nome químico: 1-{[3-(4,7-Dihydro-1-methyl-7-oxo-3-propyl-1Hpyrazolo[4,3-d]pyrimidin-5-yl)-4-ethoxyphenyl]sulfonyl}-4-methylpiperazine. 1. Propriedades: o citrato de sildenafil é moderno agente terapêutico para a disfunção erétil, ativo por via oral. Sabe-se que, fisiologicamente, a ereção peniana seria devida à liberação de óxido nítrico (NO) em nível de corpo cavernoso durante a estimulação sexual. Por ação do NO é produzida a ativação da enzima guanilatociclase, que gera aumento na concentração do monofosfato cíclico de guanosina (GMPc) o qual, ao relaxar a musculatura lisa do corpo cavernoso, permite a entrada de sangue. O sildenafil reforça o efeito do óxido nítrico ao inibir a fosfodiesterase 5 (PDE-5) responsável pela degradação do GMPc no corpo cavernoso. Durante a estimulação sexual libera-se localmente o NO, e a inibição da enzima PDE-5 pelo fármaco provoca aumento do GMPc no corpo cavernoso, dando então lugar ao relaxamento do músculo liso e à entrada de sangue. Este agente não possui ação relaxante direta sobre o corpo cavernoso humano isolado, nem tem efeito na ausência de estímulo sexual. A afinidade e a seletividade em relação à PDE-5 é notavelmente superior (80 vezes mais) do que sobre a PDE-1, 1.000 vezes maior com relação a outras fosfodiesterases como a PDE-2 e a PDE-4; 10 vezes mais do que pela PDE-6 e 4.000 vezes maior que pela PDE-3, envolvida no controle do inotropismo cardíaco. O sildenafil é rapidamente absorvido após administração oral, com uma biodisponibilidade de 40% alcançando pico plasmático máximo entre 30 e 120 minutos após. Estes valores estão ligeiramente reduzidos se a administração for feita juntamente com refeições gordurosas. Difunde-se e distribui-se amplamente por via plasmática; circula ligado em cerca de 90% a proteínas plasmáticas. Tem meiavida aproximada de 4 horas; sofre biotransformação metabólica hepática (citrocromo P450 3A4), e seu principal metabólito circulante é o derivado N-desmetilado. A resposta erétil, avaliada por meio de pletismografia peniana, aumentou proporcionalmente com o aumento da dose e da concentração sérica. A duração do efeito foi de até 4 horas, porém com resposta menor se comparada com aquela obtida às 2 horas. -1- IT_Sildenafil_23/04/10 Assim como para disfunção erétil, o citrato de sildenafila também é eficiente na doença rara chamada hipertensão arterial pulmonar (HAP ou PAH). Ele relaxa a parede arterial, levando a uma menor resistência arterial pulmonar e pressão. Desta forma ele reduz o trabalho em excesso do ventrículo direito do coração e melhora os sintomas da falência cardíaca do lado direito. Como o PDE-5 é primariamente distribuído nas no músculo liso das paredes arteriais dos pulmões e pênis, a sildenafila age seletivamente em ambas as áreas sem induzir vasodilatação em outras áreas do corpo. O uso para esta finalidade foi registrado em 2005. Desta forma, o sildenafil tornou-se uma opção além das terapias baseadas em bosentan e prostaciclina utilizadas para esta condição. O sildenafil pode ser útil em diminuir a resistência vascular pulmonar após bypass cardiopulmonar (circulação extracorpórea) em crianças submetidas à correção cirúrgica de cardiopatias congênitas. Os resultados de um pequeno estudo a respeito deste tema foram apresentados no Congresso 2002 da Sociedade Européia de Cardiologia realizado em Berlin, Alemanha, em Setembro de 2002. 2. Posologia: dose média recomendada é de 50 mg, administrada 1 hora antes do coito, sendo possível, entretanto, ser dada entre 1/2 e 4 horas antes da atividade sexual. A faixa de doses é de 25 a 100 mg de acordo com a eficácia e a tolerância, sempre uma vez por dia. A dose utilizada para vasodilatação pulmonar em adultos corresponde a 25-50% da dose recomendada em disfunção erétil. Para crianças, a dose sugerida é de 1 a 2 mg/kg/dia. 3. Contra-Indicações: hipersensibilidade conhecida ao fármaco. Crianças e mulheres (grávidas ou não). Agentes doadores de NO ou nitritos (nitroprussiato). 4. Reações adversas: a tolerância demonstrada para o sildenafil em milhares de pacientes tratados, alguns por mais de 1 ano, mostrou um índice de efeitos secundários da ordem de 2,5%, similar ao do placebo. Os efeitos adversos detectados foram em geral transitórios e leves, alguns dos quais tiveram incidência aumentada com doses mais elevadas. Com incidência igual ou superior a 2% registraramse: cefaléia, rubor facial, congestão nasal, diarréia, dispepsia, mialgias, artralgias, anormalidades de visão (ligeira alteração na diferenciação das cores azul/verde), fotofobia e visão turva. 5. Precauções: antes de iniciar o tratamento da disfunção erétil o estado do aparelho cardiovascular do paciente deverá ser avaliado. Não se recomenda a combinação de sildenafil com outros fármacos destinados ao tratamento da disfunção sexual em pacientes com deformidades anatômicas penianas (fibrose cavernosa, calcificação, angulação) ou patologias que predisponham ao priapismo (leucemias, mielomas, anemia falciforme). Não se conhecem os efeitos que o fármaco possa ter em pacientes com retinite pigmentar hereditária, diáteses hemorrágicas, enfermidade gastrintestinal -2- IT_Sildenafil_23/04/10 ulcerativa, devendo, portanto, ser administrado com precaução nestes casos. O fármaco não oferece proteção contra a AIDS e as enfermidades sexualmente transmissíveis, e, portanto, os cuidados recomendados nessas situações devem ser estritamente seguidos. 6. Interações: os agentes terapêuticos que são potentes inibidores do sistema do citocromo P-450 3A4, como a eritromicina, o cetoconazol e o itraconazol podem aumentar os níveis plasmáticos do sildenafil. Assim, em pacientes que fazem uso destes fármacos recomenda-se uma dose inicial de 25 mg. Situações semelhantes ocorrem em idade avançada (>65 anos), cirrose e insuficiência renal severa. In vitro, o sildenafil potencia o efeito antiagregante plaquetário do nitroprussiato de sódio (agente doador de NO). Quando administrados conjuntamente, a cimetidina pode aumentar as concentrações plasmáticas do sildenafil. Não há registro de potenciação farmacológica com álcool, aspirina, tolbutamida, varfarina, diuréticos tiazídicos, antagonistas de cálcio (anlodipina) ou antidepressivos (IRS ou tricíclicos). A área sob a curva (em um gráfico de concentração x tempo) do metabólito ativo mostrou aumento em função da associação com bloqueadores não-seletivos, com diuréticos poupadores de potássio e com diuréticos de alça, porém sem significado clínico. 7. Referências Bibliográficas: Martindale: The Complete Drug Reference, 33ª edição, 2002, pág. 1662. P.R. Vade-mécum: Vade-mécum de substâncias de uso terapêutico. – 9. ed. – São Paulo: Soriak. Korolkovas, Andrejus; França, Francisco Faustino de Albuquerque Carneiro: Dicionário Terapêutico Guanabara. Edição 2000/2001, Editora Guanabara Koogan S.A., 2000/2001. Terrett, N. K. et al. Sildenafila (Viagra), a potent and selective inhibitor of Type 5 cGMP phosphodiesterase with utility for the treatment of male erectile dysfunction. Bioorg. Med. Chem. Lett. 1996. Kling J. From hypertension to angina to Viagra. Mod Drug Discov. 1998. Pfizer, Inc. (June 6, 2005). FDA Approves Pfizer's Revatio as Treatment for Pulmonary Arterial Hypertension. 2005 Sociedade Brasileira de Urologia - I Consenso Brasileiro de Disfunção Erétil. São Paulo: BG Cultural Ed.,1998. -3- IT_Sildenafil_23/04/10