CONTRIBUIÇÃO DA CELPA AO PROCESSO DE AUDIENCIA PUBLICA 052/2008. 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Atendendo ao chamado da Audiência Pública nº 052/2007 (“AP”), que visa a obter subsídios e informações adicionais para o aprimoramento do ato regulamentar a ser expedido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (“ANEEL”) que estabelecerá os critérios e procedimentos a serem utilizados no processo da segunda revisão tarifária periódica (“2ª. RTP”) das concessionárias de distribuição de energia elétrica, a Centrais Elétricas do Para (“CELPA”), empresa pertencente ao grupo Rede Energia (“GRUPO”) 1 , apresenta suas contribuições no presente documento, onde são abordados seguintes temas: • Perdas Não Técnicas, de acordo com a proposta ANEEL constante na minuta da Nota Técnica nº 348 (“NT 348”); • Custos Operacionais Eficientes, de acordo com a proposta ANEEL constante na minuta da Nota Técnica nº 352 (“NT 352”) e; • Fator X, de acordo com a proposta ANEEL constante na minuta da Nota Técnica nº 350 (“NT 350”). A CELPA gostaria de elogiar o esforço da ANEEL em estabelecer, de forma consistente e transparente, o conjunto das metodologias e regras de cálculo que nortearão a fixação das tarifas de fornecimento de energia elétrica para a 2ª. RTP. As minutas de notas técnicas disponibilizadas para a AP oferecem uma visão abrangente dos fundamentos conceituais da 2ª. RTP possibilitando a participação de um maior número de interessados, especializados ou não, com sugestões para o aperfeiçoamento de todo o processo, atitude que a CELPA reconhece e cumprimenta a ANEEL. Por fim, a CELPA endossa as contribuições da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (“ABRADEE”) no tocante ao fornecimento, nesta AP, de subsídios e informações adicionais a ANELL para o aprimoramento do processo da 2ª. RTP. 1 Do qual fazem parte as seguintes empresas: CELTINS, CEMAT, CAIUA, EEVP, EEB, CNEE e CFLO. 2. PERDAS NÃO TÉCNICAS 2.1 Índice de crescimento espontâneo das perdas não técnicas A análise da evolução das perdas na CELPA mostrou que desde a última revisão tarifária periódica, o montante global de perdas na distribuição foi incrementado de 21,83% (2003/2004) para 28,04% (2006/2007), o que representou um aumento relativo médio de 30% no período. Tais dados estão diretamente associados às complexas demandas sociais construídas na RMB 2 principalmente a partir da década de 1980, onde Belém passa por um processo de grande crescimento populacional, conforme tabela abaixo, que não foi acompanhado de desenvolvimento, fato que ocasionou o aumento das desigualdades promovendo uma segregação sócio-espacial. Diante das peculiaridades do Estado que são determinantes para o planejamento do processo de fiscalização e em virtude da experiência adquirida anteriormente na execução de projetos de redução de perdas, faz-se necessário que a melhoria nas redes de distribuição sejam realizadas simultaneamente com o processo de fiscalização. Portanto apesar dos grandes investimentos que serão realizados na melhoria das redes, a CELPA não tem como dispensar o serviço de fiscalização em unidades consumidoras seja para manter ou para implementar uma trajetória decrescente do nível atual de perdas de energia. Em virtude da complexidade das estruturas sociais somadas a práticas de irregularidades costumeiras em algumas áreas a presença da concessionária com as equipes de fiscalização inibem as fraudes que são determinantes para a variação dos índices. 2 Região Metropolitana de Belém. No período de 2006 a 2007 foram detectadas 98.735 unidades consumidoras com algum tipo de irregularidade o que determinou o índice de acerto de 10,52%. A quantidade de irregularidades se justifica com a crescente prática ilegal de venda de fraudes nos medidores que nos últimos anos teve grande proliferação em todo Estado do Pará. Os chamados “profissionais do gato” têm seus serviços contratados por clientes que visam lesar a concessionária a partir das fraudes nos equipamentos de medição, seus serviços dificilmente deixam fáceis indícios. Tal dinâmica de venda de irregularidade nos imprime um índice de reincidência de 30%. Conforme matéria publicada no Jornal O LIBERAL do dia 07/02/2007, pode –se observar como funciona o esquema de fraudes na RMB. O trio estava fazendo a irregularidade e foi preso em flagrante de posse de várias ferramentas, inclusive do equipamento responsável por queimar a bobina de potencial dos medidores. A queima de bobina é a principal fraude encontrada (quase 50% do total das fraudes). Tal irregularidade é de fácil execução, não deixa rastros visíveis e está se alastrando por toda área de concessão da CELPA. Deve-se entender que, principalmente nas periferias da RMB, a violência passa por um processo de “naturalização”, onde homicídios, latrocínios, roubos são “toleráveis” ou não impressionam os moradores. Fato que faz com que o furto de energia seja eufemizado como crime. As mudanças sociais ocorridas em todo Estado do Pará no período de 2000 a 2007 justificam o aumento de consumo de energia e conseqüentemente das perdas na concessionária. A partir de 2003 a CELPA teve um aumento médio no número de clientes superior a 6% ao ano e o aumento da energia requerida pelo sistema próximo a 8% ao ano, tais dados são reflexos do aumento populacional em todo Estado, principalmente na RMB que acumulou um crescimento de 77% na sua população até o ano de 2000, conforme tabela abaixo. Na tabela acima percebe -se que a RMB desde o início da década de 1980 vem crescendo cerca de 3% ao ano e este fato dá-se principalmente pelo processo migratório inter-regional e interestadual, tal afirmativa pode-se confirmar detalhadamente na tabela do último censo demográfico que apresenta a quantidade de migração dividida por município. Na referida tabela tem-se os municípios de Belém e Ananindeua como recebedores da maior quantidade deste número de migrações. Diante dos dados acima percebe -se o aumento da quantidade de migração da região e na prática percebemos as dificuldades das políticas públicas em atender as demandas sociais nos quesitos educação, segurança pública e moradia o que possibilita o surgimento de diversas áreas de ocupação, as chamadas invasões que surgem de forma desordenada e atingem diretamente todos os serviços públicos. No cenário nacional o Estado do Pará passa por um processo de redução dos índices de pobreza fato que melhora a qualidade de vida e possibilita acessos ao mercado de consumo de eletrodomésticos. Observa-se que seguindo a tendência de redução dos índices de pobreza absoluta a partir do ano 2004o Pará vem reduzindo seu índice o que possibilita a análise que mais famílias passam a ter acessos a bens públicos e a energia elétrica é um dos benefícios, assim como a água que dificilmente são excluídos da realidade das famílias de baixa renda. Conforme tabela abaixo verifica -se que o processo de redução dos índices de pobreza de 2001 a 2003 passa por um processo de aumento que decai a partir de 2004. Analisando o cenário nacional pode -se observar que a partir de 2001 houve uma melhor distribuição de renda e por conseqüência o aumento na aquisição de bens duráveis fato que foi fundamental para o aumento de perdas, uma vez que não criado uma prática educacional de consumo aos novos clientes houve um excedente de desperdício de energia que promoveu práticas de irregularidades e por conseqüência o aumento nos índices de perdas na concessionária. Na tabela abaixo pode -se perceber a evolução na aquisição de bens duráveis. Na tabela abaixo perceber -se a melhoria na distribuição de renda a partir do coeficiente Gini, tal técnica oscila aos valores 0 e 1, onde 0 seria a igualdade total na distribuição e 1 a máxima desigualdade. Diretamente ligada à melhoria na distribuição de renda temos o IDH –Índice de Desenvolvimento Humano que é a metodologia alcançada a partir da média aritmética dos índices de longevidade, educação e renda, tal índice foi positivo a todo Estado do Pará, na tabela abaixo segue os dados de alguns dos principais municípios do Estado. De posse dos dados sociais favoráveis ao desenvolvimento do Estado deve -se basear o planejamento de recuperação de perdas, forma estratégica, a não apenas equilibrar os índices de perdas, mas a reduzi-los. Caso a CELPA não realizasse nenhuma ação a partir de 2003, o cenário de perdas da concessionária estaria em livre crescimento na ordem de 3,74% ao ano, uma vez que o número de clientes neste período aumentou na ordem de 21%. Na tabela adiante percebe -se as taxas de crescimento de perdas, de clientes e de kwh: Verifica –se, assim, que a área de da concessão da CELPA necessita de um forte programa recuperação de energia visando coibir taxa de crescimento espontâneo de perdas na ordem de 3,74%. O modelo considera o crescimento de perdas não técnicas decorrentes de novas fraudes ocorridas no ano. Estas novas fraudes correspondem no modelo de 0 a 1,5% do mercado de baixa tensão, o que, como visto, não atende a área de concessão da CELPA. Solicita-se que o teto do índice de crescimento espontâneo das perdas não técnicas seja ampliado de 1,5% para 4%, cuja determinação do valor final será discutido com cada concessionária, em função dos seus mercados e características sócios econômicas. 2.2 Perdas Não Técnicas Eficientes (Definição de trajetória). Analisando o modelo proposto na NT 348, é observada uma grande evolução na metodologia para definição das perdas não técnicas eficientes, em especial no tocante as analises sócio-econômicas que tentam retratar as realidades vivenciadas pelas Concessionárias no combate as perdas, que em muitos casos extrapolam as ações técnico-operacionais e invadem campos das ciências sociais, área com nenhuma possibilidade de atuação gerencial. Preocupados com esta realidade, a definição da trajetória de perdas com base na metodologia, poderá incorrer em metas inatingíveis. Para retratar esta realidade, a CELPA aponta como os 03 maiores problemas na definição da trajetória: • • • A possibilidade do referencial de Benchmarking ser inatingível, A velocidade de redução de perdas ser muito acentuada e A desconsideração pela ANEEL do cálculo de perdas técnica apresentado pelas concessionárias. Quanto à definição do Benchmarking, observa –se que pela classificação apresentada no modelo ANEEL, a CELPA tem similaridade sócio - econômica com a maioria das empresas do Norte e algumas do Nordeste, contudo, foi com a COELCE que a CELPA obteve similaridade sócio -econômica, sendo que esta apresenta percentual de perdas completamente divergentes, tornando a possibilidade da meta a ser alcançada com pouca chance de sucesso. A CELPA entende que as análises devem expurgar estes desvios, procurando com isto definir metas factíveis e economicamente viáveis. Outro ponto é a velocidade de redução das perdas. Para citar um exemplo: foi definido na última revisão tarifária que a CELPA devia reduzir as perdas em aproximadamente 15% dos valores atuais em 04 anos, ou seja, praticamente 4% ao ano, valor este que difere totalmente da média das 64 empresas brasileiras que nos últimos anos aumentaram as perdas em 0,85 % ao ano. Com a meta incrivelmente alta no ciclo anterior, a eventual comparação com a COELCE neste ciclo, que tem patamares de perdas substancialmente menores, a velocidade de redução das perdas seria inalcançável. Por fim, apontam –se os dados de perdas técnicas como de suma importância para a caracterização da trajetória de perdas não técnicas, o fato da utilização dos dados de perdas globais prejudica consideravelmente a definição das metas. Do exposto, solicita –se que os itens citados acima sejam considerados dentro do modelo econométrico, não permitindo assim que determinadas variáveis do modelo, acabe prejudicando as empresas que pela própria área de concessão já enfrentam as maiores dificuldades no combate as perdas não técnicas e ademais, que a definição de eventual trajetória de redução de perdas não técnicas seja discutida caso a caso com a concessionária. 3. CUSTOS OPERACIONAIS EFICIENTES 3.1 Processos técnicos. 3.1.1 No segmento de subtransmissão. 3.1.1.1- Equipes de manutenção de subestações A atividade de manutenção em subestações exige conhecimento específico, qualificação técnica, ferramentas adequadas e tecnologia no estado da arte, contribuindo para que o perfil do profissional da área seja mais qualificado, exigindo graduação técnica. A ER considera que as atividades de manutenção de subestações são realizadas por eletricistas, o que não reflete a realidade das empresas que necessitam de profissionais com formação técnica para essas atividades, face ao nível de complexidade das instalações. Solicita –se que a equipe de manutenção para essas atividades sejam compostas de profissionais com formação técnica, e que o valor do “homem x hora” considerado nas atividades de manutenção apresentadas adiante sejam equiparadas à função de um técnico de manutenção com a substituição do eletricista. Item do Modelo Tipo de Intervenção Equipe Proposta W.17 Preventiva EQ2 W.19 Preventiva EQ2 W.20 Preventiva EQ2 W.21 Preventiva EQ2 W.22 Preventiva EQ2 W.23 Preventiva EQ2 W.24 Preventiva EQ2 W.25 Preventiva EQ2 W.26 Preventiva EQ2 W.27 Preventiva EQ2 W.28 Preventiva EQ2 W.29 Preditiva EQ2 W.30 Preditiva EQ2 W.31 Preditiva EQ2 W.32 Preditiva EQ2 W.33 Preditiva EQ2 W.34 Preditiva EQ2 W.35 Preditiva EQ2 W.36 Preditiva EQ2 W.37 Preditiva EQ2 W.38 Preditiva EQ2 W.39 Corretiva EQ11 W.40 Corretiva EQ11 W.41 Corretiva EQ11 W.42 Corretiva EQ11 W.43 Corretiva EQ1 W.44 Corretiva EQ2 W.45 Corretiva EQ2 W.46 Corretiva EQ3 W.47 Corretiva EQ3 W.48 Corretiva EQ12 W.49 Corretiva EQ12 W.50 Corretiva EQ13 W.51 Corretiva EQ2 W.52 Corretiva EQ2 W.53 Corretiva EQ2 W.54 Corretiva EQ1 W.55 Corretiva EQ1 W.56 Corretiva EQ2 3.1.1.2- Limpeza de faixa de servidão das linhas rurais com tensão igual ou superior a 69kV A ER considera que quatro homens conseguem executar a limpeza 1 km2 de faixa de servidão nas linhas de 69kV em apenas 500 minutos, as de 138kV em apenas 750 minutos e as de 230kV em apenas 1250 minutos. Isto equivale a executar roço e limpeza em uma extensão de 50km de linha em 69kV, 33,3km em 138kV e 20km em 230kV, o que é humanamente impossível. Para adequação do modelo à realidade, sugere –se adotar os tempos relacionados abaixo para limpeza do km linear das faixas de servidão devendo, portanto haver a adequação na coluna referente à quantidade das tarefas. Tempos de execução para limpeza de 1 km de LT LT 69kV 930 min 69kV<LT<230kV 1.395 min LT 230kV 2.325 min Ressalta –se ainda a necessidade de adequação na freqüência utilizada na ER. Solicita –se a adoção do valor de freqüência para essa atividade como sendo 0,175. Torna-se necessário também adequar a planilha para vincular o custo do veículo V12 utilizado nessa atividade pos, o mesmo não sendo considerado no custo da tarefa. 3.1.1.3- Ensaios elétricos em equipamentos de subestações. Observa-se que não estão contemplados na ER, os ensaios elétricos em transformadores de potência, transformadores de corrente, transformadores de potencial e banco de capacitores de subestações, que são fundamentais para o acompanhamento das condições elétricas dos equipamentos. Solicita –se a inclusão dessa atividade, com respectivos instrumentos de ensaios, na composição dos custos de manutenção. 3.1.1.4 - Inspeção visual em redes com nível de tensão ≥ 69kV. As condições climáticas e ambientais que interferem diretamente na rede; as constantes ações de terceiros e a taxa de crescimento elevada da vegetação na região exigem a execução de manutenções preventivas nos circuitos, cuja necessidade de intervenção são detectadas através de inspeção visual, permitindo o planejamento da manutenção, otimizando os recursos disponíveis de forma a alcançar os índices de continuidade e qualidade estabelecidos pelo órgão regulador. Para garantir o fornecimento de energia com qualidade e continuidade, de acordo com os índices exigidos pela ANEEL, solicita –se a adoção de uma freqüência de 50%, em substituição ao percentual de 20% estipulado na proposta em análise. 3.1.1.5- Freqüências subestações. de substituição de equipamentos em As freqüências adotadas na ER, para substituição de transformadores de potência, transformadores auxiliares, disjuntores e chaves seccionadoras não refletem a realidade, pois consideram que esses equipamentos têm um tempo de vida útil muito acima daquele estabelecido em norma, como pode ser observado no quadro abaixo. Equipamento Transformador de potência TC´s e TP´s Chaves seccionadoras Disjuntores Freq. 0,0001 Tempo de vida esperado 10.000 anos 0,001 0,01 0,001 1.000 anos 100 anos 1.000 anos Solicita –se que essas freqüências sejam ajustadas para um tempo de substituição de 40 anos, o que corresponde a uma freqüência de 0,025. 3.1.1.6- Outras atividades não contempladas na ER. A CELPA e as demais empresas do GRUPO destacam a seguir as atividades em subtransmissão que não foram contempladas na ER. Tipo de Intervenção Tipo de Ativo /Atividade REDE DE ALTA TENSÃO DE 69 KV NUA Corretiva Refazer seccionamento de cercas Corretiva Retirar Objetos da Rede REDE ALTA TENSÃO DE 69 KV LINHA VIVA Corretiva Retirar Objetos da Rede REDE ALTA TENSÃO ACIMA DE 69 KV E ABAIXO DE 230 KV NUA Corretiva Refazer seccionamento de cercas Corretiva Retirar Objetos da Rede Corretiva Substituir Esferas de Sinalização REDE ALTA TENSÃO ACIMA DE 69 KV E ABAIXO DE 230 KV LINHA VIVA Corretiva Retirar Objetos da Rede Corretiva Substituir Esferas de Sinalização SUBESTAÇÃO ABERTA COM MAIOR NÍVEL DE TENSÃO ABAIXO DE 69 KV Corretiva Substituir Transformador de Serviço Auxiliar Corretiva Reparar Canaletas de Dutos da Cablagem de Comando Corretiva Efetuar Reparos em Cercas e Alambrados SUBESTAÇÃO ABERTA COM MAIOR NÍVEL DE TENSÃO IGUAL A 69 KV Corretiva Substituir Transformador de Serviço Auxiliar Corretiva Reparar Canaletas de Dutos da Cablagem de Comando Corretiva Efetuar Reparos em Cercas e Alambrados Corretiva Efetuar Reparos no Sistema de Refrigeração da Sala de Comando SUBESTAÇÃO ABERTA COM MAIOR NÍVEL DE TENSÃO ABAIXO DE 230 KV Corretiva Substituir Transformador de Serviço Auxiliar Corretiva Reparar Canaletas de Dutos da Cablagem de Comando Corretiva Efetuar Reparos em Cercas e Alambrados Corretiva Efetuar Reparos no Sistema de Refrigeração da Sala de Comando Solicita –se a inclusão o reconhecimento destas atividades dentro do segmento de Subtransmissão. 3.1.1.7- Substituição de veículo tipo VEC10 em atividades em SE´s O modelo de ER adota o veículo tipo VEC10 (Carro Popular – Uno Mille) para a realização de uma série de atividades de O&M, o que é inadequado para a realização das tarefas em virtude da necessidade de transporte de materiais e /ou ferramentais específicos para a realização das atividades propostas. Solicita –se a substituição de veiculo do Tipo VEC 10 para veiculo do tipo VEC 02 nas seguintes atividades em SE’s. • Itens W.5, X.7, Y.9 e AA.1 – Pintura de Transformador • Itens W.6, X.8 e Y.10 – Pintura de Subestação • Itens W.8, X.10, Y.12 e AA.2 – Adequar Sinalização • Itens W.9, X.11, X.12, Y.13, Y.14, Y.15 e Y.16 – Remanejamento carga para liberação SE/LT • Itens W.11, W.12, X.13, X.14, X.15, Y.17, Y.18, Y.19 e Y.20 – Abertura de disjuntor • Itens W.13, W.15, X.16, X.18, X.20, Y.21, Y.23, Y.25 e Y.27 – Abertura de seccionador • Item W.14, W.16, X.17, X.19, X.21, Y.22, Y.24, Y.26 e Y.28 – Aterramento provisório da linha • Itens W.19, W.28, X.24, Y.29 e AA.3 – Limpeza e ajuste dos contatos móveis e fixos, verificação do acionamento das chaves seccionadoras • Itens W.20, W.31, X.25, X.35, Y.30, Y.45 e AA.4 – Limpeza e verificação vazamentos óleo, pressão ar comprimido, gás SF6 e ensaios do disjuntor • Itens W.21, X.26, Y.31 e AA.5 – Limpeza de buchas, verificação de vazamento, testes dos acessórios, pintura do comutador sob carga, limpeza, verificação dos contatos e verificação do total de operações do transformador • Itens W.22, X.27 e Y.32 – Limpeza de buchas, verificação de vazamento de óleo, testes dos acessórios e pintura do regulador de tensão • Itens W.23, X.28 e Y.33 – Limpeza, pintura e verificação das chaves a óleo e seccionadoras do banco de capacitores • Itens W.24, X.29, Y.34 e AA.6 – Limpeza, pintura, verificação do nível de óleo e vazamento e aperto das conexões do transformador de corrente • Itens W.25, X.30, Y.35 e AA.7 – Limpeza, pintura, verificação dos contatos de disparo dos pára-raios • Itens W.26, X.31, Y.36 e AA.8 – Limpeza, pintura, verificação do nível de óleo e vazamento e aperto das conexões do transformador de potencial • Itens W.27 e X.32 – Limpeza, reaperto de borne, aferição de equipamento e pintura dos painéis Solicita –se também a substituição de veiculo do Tipo VEC 10 para veiculo do Tipo VEC 01 nas atividades - Itens W.7, X.9 e Y11 – Limpeza de Subestação 3.1.2- No segmento de distribuição 3.1.2.1- Limpeza de faixa nas redes rurais com tensão superior a 1kv e inferior a 69kv Observa-se que não consta no novo modelo da ER, desenvolvido pela ANEEL, a atividade de limpeza de faixa de servidão de redes rurais com tensão superior a 1kV e inferior a 69kV. Nas empresas do GRUPO essa atividade tem caráter obrigatório. Devido à especificidade da área de concessão da CELPA cerca de 40% dos ativos de rede situam-se em regiões de densa vegetação cujas condições climáticas, com chuvas na maior parte do ano, propiciam o seu rápido crescimento, requerendo ações de limpeza para garantir o adequado funcionamento do sistema elétrico. Considerando que grande parte do total dessas redes rurais margeiam as estradas e vicinais, solicita -se: • • Freqüência de limpeza anual ao ritmo de 20% Tempo de execução de 465 minutos a cada 1 Km. 3.1.2.2 - Inspeção termográfica Esta atividade é de caráter fundamental, pois vários são os fatores que provocam “pontos quentes” nas conexões e nos equipamentos instalados na Rede de distribuição. Além das questões referentes à continuidade do fornecimento de energia elétrica a inspeção termográfica é atividade fundamental para resguardar a segurança de terceiros visto que a detecção de pontos quentes na rede em sua fase inicial permite a adoção de medidas que evitem o seccionamento de condutores com projeção ao solo e com possibilidade de atingir pessoas que transitem no local do defeito. Para garantir a segurança e continuidade do serviço de acordo com os índices exigidos pela ANEEL, solicita -se a adoção de uma freqüência de 30%, em substituição ao percentual de 1% estipulado na ER, independente da área de instalação. 3.1.2.3 – Poda de arvore • Perfil da equipe A poda deve ser executada por pessoas devidamente treinadas de forma a garantir a preservação das estruturas das árvores. Além do responsável pela poda, é necessária a permanência de outra pessoa no chão para orientação da elaboração do corte, pois é difícil se ter à visão da copa estando no meio dela. Outros fatores a serem observados são: (i) sinalização e isolamento da área: (ii) orientação aos pedestres. Além disso, os galhos podados devem ser amarrados com corda, não podendo ser lançados diretamente no chão, devido ao risco de caírem em residências ou pessoas nas proximidades, evitando acidentes ou danos ao patrimônio público e /ou privado. A pessoa, no solo, auxilia na descida dos galhos e os resíduos que, posteriormente, devem ser recolhidos, varridos do passeio e acondicionados no caminhão. Em função das particularidades envolvidas para execução de poda de árvores, limpeza da área e destinação do resíduo, é necessário adicionar para as equipes da Área Rural, um Auxiliar de O&M à equipe EQ 01, composta por um Eletricista I e um Eletricista II o que a torna equivalente à equipe EQ 11 no modelo da ER e adicionar um Auxiliar de O&M e um eletricista na equipe EQ 01, para formação das equipes responsáveis pela poda de arvores nas áreas Urbanas, tornado-as equivalente a Equipe 12. • Tempo de execução A ER considera o tempo de 330 minutos para execução de poda em 1 km de rede. Esse tempo é insuficiente para essa atividade em função do porte das árvores a serem podadas e o tempo destinado à limpeza da área, recolhimento e transporte da vegetação para local apropriado. Solicita -se a adequação desse tempo para 660 minutos • Freqüência. Com relação à freqüência adotada o percentual de 10% não atende a necessidade das empresas do GRUPO principalmente aquelas localizadas na região amazônica. Nesta região a mata nativa de fácil crescimento, com arvores de grande porte e que devido a questões ambientais não podem ser suprimidas totalmente, sendo executado somente a poda dos galhos das arvores que interferem diretamente na Rede de Distribuição. Essa parte a ser podada tem um rápido crescimento favorecido pelo clima e quantidade de chuvas na região exigindo que grande parte dessa arborização seja podada duas vezes no ano. Neste cenário, solicita –se a alteração da freqüência da pode de arvores para 20%. 3.1.2.4- Outras atividades não contempladas na ER. A CELPA e demais empresas do GRUPO destacam a seguir as atividades em distribuição que não foram contempladas na ER. Tipo de Intervenção Tipo de Ativo /Atividade REDE MÉDIA TENSÃO DE 1 KV ATÉ 25 KV NUA Corretiva Substituir Ferragens (Cintas, Mão-Francesa, Parafusos, etc.) Corretiva Refazer a amarração de Cabos em Isoladores Pino/Pilar Corretiva Refazer seccionamento de cercas REDE MÉDIA TENSÃO DE 1 KV ATÉ 25 KV MULTIPLEXADA Corretiva Refazer seccionamento de cercas REDE MÉDIA TENSÃO DE 1 KV ATÉ 25 KV COMPACTA Corretiva Substituir Cabo Mensageiro Corretiva Refazer seccionamento de cercas REDE MÉDIA TENSÃO DE 1 KV ATÉ 25 KV LINHA VIVA Corretiva Substituir Chaves Faca Corretiva Substituir Chave seccionadora tripolar Corretiva Substituir Célula capacitiva Corretiva Substituir Chaves Fusíveis Corretiva Substituir Pára-Raios EQUIPAMENTOS INSTALADOS NA REDE DE 1 KV ATÉ 25KV Corretiva Adequar TAP de Transformador de Distribuição Corretiva Codificar Equipamentos de Manobra na Rede de Distribuição REDE MÉDIA TENSÃO ACIMA DE 25 KV E ABAIXO DE 69 KV NUA Corretiva Substituir Ferragens (Cintas, Mão-Francesa, Parafusos, etc.) Corretiva Refazer a amarração de Cabos em Isoladores Pino/Pilar Corretiva Refazer seccionamento de cercas REDE MÉDIA TENSÃO ACIMA DE 25 KV E ABAIXO DE 69 KV MULTIPLEXADA Corretiva Refazer seccionamento de cercas REDE MÉDIA TENSÃO ACIMA DE 25 KV E ABAIXO DE 69 KV COMPACTA Corretiva Refazer seccionamento de cercas REDE MÉDIA TENSÃO ACIMA DE 25 KV E ABAIXO DE 69 KV LINHA VIVA Corretiva Substituir Chaves Faca Corretiva Substituir Chave seccionadora tripolar Corretiva Substituir Célula capacitiva Corretiva Substituir Chaves Fusíveis Corretiva Substituir Pára-Raios EQUIPAMENTOS INSTALADOS NA REDE ACIMA DE 25 KV E ABAIXO DE 69 KV Corretiva Adequar TAP de Transformador de Distribuição Corretiva Codificar Equipamentos de Manobra na Rede de Distribuição Solicita –se a inclusão o reconhecimento destas atividades dentro do segmento de distribuição. 3.1.3- Outras atividades subdimensionadas 3.1.3.1 Linha viva Os custos reconhecidos no novo modelo não contemplam atividades inerentes aos programas de manutenções preventivas para equipes de linha viva em relação aos sistemas de distribuição e de subtransmissão, sendo que algumas atividades não consideradas são essenciais na busca da melhoria continua da performance dos indicadores de continuidades estabelecidos pelo órgão regulador. Numa análise mais apurada do novo modelo na formação dos custos reconhecidos em Linha Viva, três fatos chamam a atenção: (i) a execução da atividade de Poda de Árvore somente em Linha Morta, (II) reduzida atividade de substituição de cruzeta e (III) mais reduzida ainda atividade nos sistemas de subtransmissão. No entanto, o uso de técnica de Linha Viva se faz necessária pelas razões adiante expostas: a) Atividade de poda de árvores O histórico de interrupções do sistema de distribuição demonstra que a causa vegetal é uma das principais para contribuição dos resultados dos indicadores de continuidade requerendo, portanto, manutenção permanente de atividade de poda diante da topologia de rede existente (na sua grande maioria nua) em regiões com alta densidade de vegetação é vital. A poda de árvores está cada vez mais dificulta em face da atuação dos órgãos de meio ambiente que exigem uma poda leve, impedindo que se faça o afastamento adequado da rede. Devido a isso em pouco tempo a vegetação se encontra muito próximo à rede e algumas vezes tocando na mesma pela ação do vento. Nesses casos a poda é executada pelas equipes de linha viva. b)Atividade de substituição de cruzetas A utilização de cruzetas de madeira nas redes de distribuição sempre se caracterizou como um ponto fraco do sistema elétrico. A durabilidade das cruzetas depende fundamentalmente da espécie de madeira utilizada. Historicamente apresentam vida média da ordem de 08 anos, exigindo anualmente a substituição de um elevado número de unidades. A substituição tem sido feita de forma preventiva e cada vez mais por equipes de Linha Viva, como forma de reduzir os impactos do desligamento sobre os indicadores e metas de continuidade pactuada com o órgão regulador. A ER proposta considera uma taxa de freqüência para a LV, como sendo 10% da taxa adotada para Linha Morta. A CELPA entende que atualmente esse percentual não representa a realidade das empresas do GRUPO. A freqüência proposta para a troca em linha morta também é insignificante, diante da realidade de cada área de concessão. Solicita –se a adoção das seguintes freqüências: • • Linha Morta – 0,0559 Linha Viva - 0,0139 c)Atividade de subtransmissão As atividades em Linha Viva em 69 e 138 kV, no que diz respeito a troca de isoladores e emendar condutores, estão sub-dimensionadas. As cadeias de isoladores, mesmo nas áreas rurais são alvo freqüentes de vandalismo. Nas áreas urbanas a empresas tem utilizando isolador polimérico, porém na área rural, se torna inviável pelos elevados custos. Considerando os valores constantes da ER da ANEEL e os quantitativos realizados, solicita –se que a freqüência a serem adotadas, tanto para Isolador de Ancoragem como para Isolador de suspensão, passar de 0,0006 para 0,0009. Na atividade de Emendar Condutor solicita –se alterar a freqüência de 0,0001 para 0,0007. Nesta freqüência esta sendo considerado o reparo de tentos do condutor. 3.1.3.2 Medição de fronteira. A simulação realizada pela CELPA evidenciou um subdmensionamento de custeio da atividade de Medição de Fronteira. Com a reestruturação do setor elétrico brasileiro promovida pela Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, e a publicação do Decreto Nº 2.655, de 2 de julho de 1998, foi criada a necessidade de implantar um Sistema de Medição de Faturamento (SMF). Esta demanda deu-se conforme a Resolução nº 281, de 01 de outubro de 1999, que definiu como responsabilidade do concessionário ou permissionário a implantação e operação do SMF cujas tarefas são: • • • • Monitorar os links de dados e o software de aquisição. Atender às demandas referentes à CCEE e ao ONS. Realizar o balanço energético das medições. Assegurar a qualidade e o tratamento dos dados para exportação e fechamento de carga. Assim os custos com as Atividades de O&M do Sistema de Medição são: • • • • Custos dos Recursos Centralizados para Gestão do Sistema de Medição Custos com Calibrações de Padrões Custos dos Canais de Comunicação Custos com Manutenção da Infra-estrutura de Comunicação Exclusivo para o Sistema de Medição de Fronteira Solicita -se que sejam revistas premissas e regras de calculo para o custeio da atividade de Medição de Fronteira. 3.1.3.3 Subestação móvel A simulação realizada pelas empresas do GRUPO evidenciou subdmensionamento de custeio da atividade de Subestação Móvel. um Como ocorre na prática, as concessionárias de energia não possuem unidades transformadoras de reserva em todas as suas subestações. Na verdade, algumas possuem unidades (reservas frias) em locais estratégicos. Em caso de contingência em transformadores de força nas subestações fixas, seja por parada programada, seja por parada emergencial, a Subestação Móvel é a unidade responsável em substituição à unidade avariada. Dessa forma, em condições de contingência nos equipamentos principais das subestações, o uso de Subestação Móvel garante os índices de qualidade de atendimento do sistema elétrico, com benefícios imediatos para o cliente. Esta subestação móvel utilizada para manutenção programada ou emergencial em subestações da empresa e para tanto, se desloca por grandes distâncias, em rodovias em mau estado de conservação, o que provoca esforços mecânicos na carreta e na própria estrutura da subestação, o que exige inspeção e manutenção a cada deslocamento para se garantir que esteja em bom estado de conservação e funcionamento, e completa disponibilidade para quando for necessária a sua utilização. O novo modelo da ER não contempla, a princípio, todos os custos da subestação móvel com destaque para aqueles vinculados à manutenção mecânica da prancha (sistema de suspensão e pneus) e custo de operação do cavalo mecânico (condutor motorista) que a transporta até os pontos de instalação. Solicita -se que sejam revistas premissas e regras de calculo para o custeio da atividade de Subestação Móvel. 3.1.4 Tempo de execução Apesar de tituladas, ainda faz-se necessário descrever o escopo das tarefas, ou seja, delimitar qual é a ação de início e qual é a ação final da tarefa. Sem isto, fica, de certa forma, comprometida a discussão sobre os tempos de execução sugeridos no novo modelo da ER. 3.1.5 Tempo de deslocamento (TMD) A CELPA e demais empresas do GRUPO entendem que o TMD está diretamente relacionado com a logística operacional da empresa, que por sua vez é função dos aspectos geográficos, de infra-estrutura de vias urbanas e estradas, das condições climáticas e dos tipos de veículos e comunicações utilizados. Neste sentido, a aceitação da proposta dos clusters de TMD, como previsto na NT 352, deverá estar condicionada a discussão do tipo e numero de gerencias regionais e /ou bases operacionais a ser acordado, caso a caso, com as concessionárias no âmbito dos seus processos de revisão tarifária. Especificamente em relação a CELPA, parte da sua área estritamente urbana não guarda qualquer similaridade com as das demais concessionárias de distribuição de energia elétrica do Brasil, pois se caracteriza pela menor densidade de consumidores por extensão de rede de baixa tensão, com média de 8,11 metros de rede por cliente, enquanto a “Urbana” típica apresenta de 4,75 metros de rede por cliente, ou seja, a área Urbana da CELPA apresenta um adensamento 71% menor do que a área Urbana típica. Esta realidade requer um tempo de deslocamento superior ao da área urbana típica, fato este reconhecido pela ANEEL quando de nossa manifestação no processo de revisão tarifária. Com o intuito de contribuir para o correto dimensionamento do novo modelo da ER, a CELPA sugere a criação de um cluster especifico para sua área de concessão no que se refere ao Tempo Médio de Deslocamento - TMD, cujos parâmetros de formação de custos das atividades técnicas e comerciais tendem a ser mais aderentes à realidade de sua área de concessão. TMD - Cluster sugerido • • Urbano Rural 25 minutos 50 minutos 3.2 Processos Comerciais. 3.2.1 No segmento de tarefas comerciais. Incluem, basicamente, as tarefas de serviços cobráveis, com destaque pra as atividades de corte e religa, e atendimento comercial personalizado. 3.2.1.1- Freqüências e produtividade das tarefas Segundo a NT 352, para a definição das freqüências das tarefas comerciais foram utilizados os dados do Ofício nº 157/2007-SRE/ANEEL, que solicitou informações das concessionárias para embasamento dos estudos de inadimplência, na medida em que a maioria das tarefas comerciais guarda estrita relação com combate à inadimplência. O resultado concreto da analise dos dados do referido Oficio determinou a criação pela ANEEL de três clusters de freqüências de execução das tarefas comerciais cujos valores percebidos pela CELPA não apresentaram aderência com a sua realidade e nem com as demais empresas do GRUPO alcançando em algumas empresas diferenças de quase o dobro entre os percentuais de freqüência. Dentre as tarefas comerciais cita –se o serviço de Suspensão do fornecimento de energia, via corte. Tal serviço se configura como sendo a última recorrência interna de cobrança da empresa, depois de cumpridos os prazos estabelecidos pela Resolução ANEEL no 456/2000. Alia–se ainda no contexto de combate a Inadimplência o serviço de Verificação de irregularidades (auto -religação) na instalação dos clientes cortados. É importante registrar sobre esse tema, a realidade sócio-econômica do Estado do Pará, enquanto área de atuação da CELPA, uma vez que o contexto social e econômico paraense possui relação direta e estreita com o desempenho de arrecadação e recebimento da empresa, haja vista a limitação de recursos e comprometimento de renda da população. Apesar das melhorias ocorridas nas condições sociais do Estado do Pará, fica oportuno frisar que o IBGE já apontou em estudos estatísticos, efetuados através de pesquisa, que a região norte encontra-se indicada e classificada, como sendo a 2ª região (suprimida pela região nordeste), com o maior índice de pobreza nacional, sendo constituída na proporção de 45,5% de pobres em relação à população, sendo que o contingente de pobres representa 49% do total da população do estado, ou seja, em dados estatísticos praticamente metade da população, no Estado do Pará, possui caráter sócio-econômico de subsistência, na linha de pobreza. Logo, os aspectos sócio-econômicos do Estado do Pará, possuem reflexos diretos no desempenho da carteira a receber da CELPA, pois refletem a indisponibilidade de recursos da população, e o baixo poder aquisitivo para fins de solvência e pagamento de faturas de consumo, haja vista a ocorrência no estado do Pará, da agravante situação sócio-econômica, o que inclusive, contribui diretamente para a migração das Unidades Consumidoras à classificação tarifária de baixa renda. Em média, de todos os clientes da CELPA, 10% ficam habilitados para corte, 5% entram na lista (e são visitados) e 2,5% são efetivamente cortados por mês. Com o contingente de eletricistas destinados à atividade de corte proposta pela concessionária e a média de suspensões no fornecimento de energia que vem sendo praticada, a CELPA prevê para 2007 uma arrecadação anual em torno de 98,50% (relação entre arrecadação e Faturamento anual). O atual modelo proposto determina 1,33% de cortes ao mês o que geraria um índice anual de 15,96%. Caso a CELPA realize essa média de cortes a sua arrecadação anual seria reduzida para aproximadamente 93,50%, o que comprometeria seriamente a situação financeira da Empresa. Diante da média de cortes da empresa que se encontra na ordem de 2,5% ao mês, ou seja, 30% acumulado ao ano. Assim para manter o patamar de adimplência da área de concessão da CELPA em 98,50%, o serviço de corte deve alcançar anualmente cerca de 43.380 de unidades consumidoras, como registrado na media mensal dos últimos anos, ensejando uma freqüência de cerca de 2,44% da base de clientes. Este patamar também é observado em outras empresas do GRUPO com destaque para CELTINS e CEMAT. Solicita –se, portanto, que seja considerada a criação de novo cluster capaz de contemplar para as empresas CELPA, CEMAT e CELTINS (e se for o caso outras do setor elétrico) uma freqüência maior de corte da base de consumidores e, por conseqüência de religação, ação necessária para gerenciar o índice de inadimplência concedido pelo modelo de 0,9% e, neste sentido, sugere –se a criação de cluster novo com duplicação das freqüências de corte e religação, cujos valores resultantes são mais aderentes a realidade das respectivas áreas de concessão. CLUSTER ATIVIDADES ANEEL COMERCIAIS Religação normal de energia 7,78% Religação urgente de energia 2,90% Corte de energia 16,05% (*) Aplicável a CELTINS, CEMAT e CELPA. CLUSTER NOVO (*) 15,56% 5,80% 32,10% Solicita-se, também, que seja dado um tratamento diferenciado para os consumidores de AT, considerando freqüências e produtividades específicas daquelas definidas para o BT, na medida em que as tarefas comerciais em AT apresentam maiores níveis de complexidade. 3.2.1.2- Dimensionamento dos atendentes Quanto ao atendimento comercial personalizado, a NT 352 estabeleceu para o dimensionamento do numero de atendentes a utilização dos parâmetros de: (i) Tempo Médio de Atendimento (TMA) de 15 minutos, para todas as concessionárias; (ii) Produtividade diária de 30 atendimentos / atendente, também para todas as concessionárias; e (iii) freqüência de atendimento comercial, este específico para a cada concessionária, considerando três clusters de percentual de ida de consumidores as agencias e /ou lojas de atendimento. Percebe –se que na premissa de produtividade diária está embutido o conceito da realização das tarefas de atendimento comercial de forma contínua sem levar em consideração a distribuição dos consumidores na área de concessão. A CELPA, bem como a CEMAT e CELTINS, empresas do GRUPO, apresenta municípios e localidades com baixa densidade demográfica. Nestas localidades específicas, a produtividade de atendimento por cliente é bem menor do que aquela estabelecida para o patamar de 30 atendimentos /atendente. Esta diminuição na produtividade é fruto de tempos ociosos que os atendentes enfrentam nos postos mais distantes dos centros de maior concentração demográfica. Também, não foi levada em consideração a estrutura de atendimento comercial, prevista na proposta na Nota Técnica nº 004 /2.008, que está em Audiência Pública - AP 008/2008 e, que prevê nos artigos 137 e 138: • Art. 137. Toda distribuidora deverá dispor de estrutura de atendimento adequada às necessidades de seu mercado, acessível a todos os consumidores da sua área de concessão que possibilite a apresentação das solicitações e reclamações, bem como o pagamento da fatura de energia elétrica, sem ter o consumidor que se deslocar de seu município. • Art. 138. As distribuidoras deverão disponibilizar atendimento por meio de postos fixos em: o I – todos os Municípios com mais de 2.000 (duas mil) unidades consumidoras; e o II – toda sede Municipal que não seja atendida por meio do Sistema Interligado Nacional – SIN. o Parágrafo único. Fica a critério de cada distribuidora a implantação de outros postos de atendimentos além do mínimo definido neste artigo. Solicita –se a adequação da produtividade diária do atendimento de 30 atendimentos, caso a caso, considerando a dispersão demográfica da sua área de concessão, aliada à proposta de revisão da Resolução ANEEL nº 456 /2000. 3.2.1.3- Tipo de Veiculo O tipo de veículo disponibilizado para as tarefas comerciais (VEC 10) no modelo da ER, não atende às normas e procedimentos técnicos e de segurança para a execução dessas tarefas (ligações provisórias, cortes e religações), por não possuir suporte para o transporte de escadas e demais EPI´s, EPC´s e ferramentas. Solicita -se a alteração do tipo de veículo VEC 10 para o veiculo do tipo VEC 1, o que é mais adequado às tarefas comerciais. 3.2.1.4- Tarefas comerciais não contempladas Algumas tarefas inerentes ao processo de distribuição de energia elétrica não foram contempladas no modelo de P&A comerciais, a saber: • Alteração de Carga: esse serviço é prestado quando o cliente solicita alteração de carga da unidade consumidora (aumento ou diminuição), podendo solicitar a alteração do local de instalação do padrão dentro da propriedade. • Reforma de Padrão: esse serviço é prestado quando o cliente reforma o padrão da unidade consumidora, podendo solicitar a alteração do local de instalação do mesmo dentro da propriedade. • Desligamento: Esse serviço é realizado após 15 dias da suspensão do fornecimento, ou através de solicitação do cliente, com a finalidade de retirar o medidor da unidade consumidora e encerrar as relações contratuais com o cliente. • Inspeção de equipamento de medição: serviço realizado a pedido do cliente para a verificação de consumo, neste serviço o técnico inspeciona o equipamento de medição e a ramal de serviço até a entrada do padrão do cliente. • Deslocamento ou substituição de ramal: serviço realizado a pedido do cliente para a realização de construções e ou mudanças na forma de distribuição elétrica residencial. • Inspeção geral: serviço realizado a pedido do cliente para a verificação técnica, nesta atividade o técnico faz a verificação nas conexões da rede até o barramento, do barramento até o medidor do ramal de alimentação até a entrada do ramal de serviço na residência do cliente. Solicita –se a inclusão dessas atividades no modelo, com os seguintes parâmetros: ATIVIDADES COMERCIAIS Alteração de Carga Reforma de Padrão Desligamento Inspeção de equipamento de medição Deslocamento ou substituição de ramal Inspeção geral 3.2.1.5. Tempo (minutos) 50 26 23 30 Equipe EQ1 EQ1 EQ1 EQ1 Veículo VEC1 VEC1 VEC1 VEC1 26 30 EQ1 EQ1 VEC1 VEC1 Freqüência % sb. Cliente 1,2,5% 0,75% 6,00% 1,00% 0,50% 1,50% Serviços taxados e modicidade tarifária. Em relação ao dimensionamento dos serviços taxados, a NT 352 define que a receita advinda das taxas cobradas pelas concessionárias seja revertida para modicidade tarifária. Os detalhes para a operacionalização, bem como definição do percentual destinado à modicidade tarifária será objeto de estudo pela ANEEL. Ressalta –se que o montante a ser revertido em prol dos consumidores corresponda ao volume físico das tarefas dimensionadas na ER descontadas 10% que fica com a concessionária. Isso se faz necessário para evitar prejuízo à concessionária ou ao consumidor, dada a diferença entre o volume de tarefas efetivamente realizadas e o volume de tarefas dimensionadas. 3.2.1.6 – Custos adicionais de combate a inadimplência Com vistas a combater o crescimento da inadimplência, em um contexto de adoção de medidas eficazes, pós-corte – ação executada pelos eletricistas na tarefa de corte - a CELPA, bem como as demais empresas do GRUPO, executam outras medidas, com destaque para: • Tele Cobrança: Contato telefônico com o cliente informando a respeito do seu débito vencido e ao mesmo tempo negociando a solução da pendência. • Visita de Cobrança: Consiste na visita feita ao cliente por um agente de cobrança, profissional treinado para este fim, com o objetivo de convencer o mesmo a regularizar o seu débito junto à CELPA; este débito poderá ser regularizado através do pagamento das faturas pendentes ou mediante negociação numa das agencias de atendimento. A essência desse tipo de cobrança é a conscientização, reeducação e melhoramento da relação com o cliente, além da minimização do volume de cortes da empresa, o que representa uma redução do custo de cobrança. Além da visita de cobrança tradicional, foi idealizada a visita “plus”, que tem como objetivo convencer o cliente a regularizar o seu débito junto à CELPA no prazo de 48 horas, sob pena de ter o seu fornecimento de energia elétrica suspenso. O agente leva consigo um plano de negociação a ser proposto no ato da visita, juntamente com duas vias de faturas fixadas como sinal de pagamento da referida negociação. Esses contratos são acompanhados para verificação do pagamento do sinal, quando, então, é efetivada a negociação no sistema comercial. • Cobrança Terceirizada: Trata-se de uma alternativa de cobrança extrajudicial, onde a CELPA repassa a cobrança de um grupo de contratos de um determinado perfil de cliente para uma empresa parceira, geralmente clientes cortados a mais de 60 dias ou com o contrato inativo. Essas empresas são remuneradas pelo sucesso, ou seja, recebem um percentual sobre o valor arrecadado proveniente de suas ações de cobrança. • Cobrança Judicial: Cobrança efetuada para os clientes com os maiores débitos que têm endereço fixo e conhecido; é executada também por escritórios de advocacia parceiros, que são remunerados pelo sucesso de cada um dos processos julgados ou acordados. O perfil de cliente devedor que mais se aplica a essa modalidade de cobrança é aquele que tem uma confissão de débito assinada junto à CELPA, isso porque não gera qualquer dúvida sobre a responsabilidade do débito e permite a sua execução sumária num espaço de tempo bem inferior ao convencional. A seleção de clientes para esse tipo de cobrança deve ser feita mediante avaliação da sua condição econômico-financeira, mesmo que superficial, de modo a evitar que a empresa, ao final da ação, tenha que fazer parcelamentos de longo prazo, a maioria sem juros e sem correção ou, em último caso, não tenha como exigir o pagamento da dívida. • Registro SPC: Consiste em registrar no Serviço de Proteção Consumidor – SPC, o cliente que não esteja honrando o acordo de parcelamento de débito realizado com a CELPA, através de uma confissão de dívida. • Campanhas de Incentivo a Adimplência: Implementação de campanha de mídia de estímulo à adimplência, mediante a realização de sorteios mensais, com premiações para os contratos sorteados que estiverem adimplentes com a CELPA e sem irregularidades. Como esta campanha também tem como objetivo o combate às perdas, seu custo já foi informado no programa de combate às perdas. • Campanhas Internas: Campanhas dirigidas aos empregados e parceiros da CELPA, estimulando-os a contribuir com o plano de combate à inadimplência. Portanto, além dos custos dos eletricistas dedicados à tarefa de corte, solicita – se que sejam considerados os itens relacionados para o combate a inadimplência, a titulo de CUSTOS ADICIONAIS a ser discutido, caso a caso, com as concessionárias. 3.2.2 No segmento de faturamento. Incluem, basicamente, as tarefas do ciclo comercial regular quais sejam: Leitura de Medidores, Impressão de Contas e Outros documentos, Entrega de Contas e Outros Documentos e Cobrança de Contas. 3.2.2.1- Produtividades das atividades rurais As produtividades das atividades rurais estão muito elevadas quando comparadas com a efetivamente verificada na área de concessão da CELPA, bem como de outras do GRUPO notadamente CEMAT e CELTINS, todas com particularidades específicas de atendimento a zonas rurais. A primeira delas está associada a precariedade da malha viária oficial (federal, estadual e municipal), que além de extensa possui baixo índice de rolamento pavimentado, inferior a 20%, quando a média nacional chega a mais de 55%. Na área rural a situação é agravada porque o acesso as propriedades particulares geralmente são por estradas improvisadas, de interesse exclusivo, caracterizada pelo abandono e desleixo, que resulta na dificuldade de tráfego para se atingir os pontos de entrega da energia elétrica distribuída pela concessionária. Outra particularidade é o programa LPT – Luz para Todos que agravou substancialmente as condições de gerenciamento das atividades operacionais nas áreas rurais, porque, em geral, esses clientes estão localizados em regiões remotas e fortemente dispersos, implicando no estabelecimento de estruturas e logística mais complexas para alcançá-los, objetivando a prestação dos serviços de forma adequada. Nesse cenário, as produtividades das equipes que executam serviços na área rural ficam seriamente comprometidas, pois dependendo das condições climáticas, o número de visitas diárias em unidades consumidoras rurais pode ficar limitado a no máximo 10 (dez), prejudicado pelos atoleiros nas estradas de acesso as propriedades, ou pelo fato das precárias pontes serem levadas pelas correntezas dos córregos e riachos. Diante dessas constatações, conclui-se que as produtividades sugeridas na ER, abaixo apresentadas, estão muito elevadas para as áreas de concessão da CEMAT, CELPA e CELTINS, devendo ser reconsiderada e levada a patamares históricos e condizentes com as realidades dos Estados de Mato Grosso, Pará e Tocantins, reduzindo-as para no máximo a 50 serviços / dia. Serviço Produtividades Diárias Produtividades Horárias ER Proposta ER Proposta 86,00 50,00 11,47 6,67 90,00 50,00 12,00 6,67 86,00 50,00 11,47 6,67 84,00 50,00 11,20 6,67 92,00 50,00 12,27 6,67 41,00 30,00 5,47 4,00 Leitura sem coletor Leitura com coletor Leitura com coletor + inspeção Leitura com coletor impressão Entrega de Faturas + Entrega diferenciada 3.2.2.2- Utilização dos veículos O modelo da ER considera que o tempo de utilização das motocicletas e do utilitário tipo 1, empregados nas atividades de leitura e envio de documentos, é de 12 horas por dia. Contudo, os entregadores e leituristas trabalham apenas 7,5 horas por dia. Para todos os veículos considerados no modelo é utilizada a carga horária diária de 12 horas. Esse valor é coerente para os veículos de O&M, pois os mesmos operam em turnos e /ou horários prolongados e /ou em sobreaviso, contudo, esse raciocínio não se aplica aos processos de faturamento. As motocicletas e os utilitários são utilizados por leituristas e entregadores, ambos com carga horária diária de 7,5 horas. Logo, as horas de utilização destes veículos devem ter o valor alterado de 12 para 7,5 horas. Solicita –se a alteração da carga horária de utilização de 12 para 7,5 horas para as motocicletas e os utilitários em atividades de faturamento. 3.2.2.3- Envio e impressão de outros documentos No modelo da ER, o custo de impressão de outros documentos é de R$ 0,04 por documento e o volume de impressão é equivalente a 5% do número total de clientes. Na Nota Técnica nº 352, no parágrafo 164 da folha 32, o percentual considerado para a impressão de outros documentos é de 10% do número de clientes. Contudo, o valor utilizado pelo modelo da ER é de 5%. A CELPA entende tratar-se de um erro no modelo e solicita a correção. Ademais, o custo de impressão de outros documentos representa apenas 20% do custo de impressão de fatura, valor abaixo do praticado no mercado. A CELPA entende que um valor mais adequado para impressão de outros documentos é de R$ 0,10 por documento. Solicita -se a correção do: • Percentual da entrega de outros documentos de 5% para 10% • Custo de impressão de R$ 0,04 para R$ 0,10 por documento. 3.2.2.4- Modos de leitura de medidores O modelo prevê que as atividades de leitura sejam realizadas sem coletor, com coletor, com coletor e impressão ou com coletor e inspeção. Solicita-se que o percentual de tipos de leituras que serão preenchidos nas planilhas de cálculo sejam discutidos previamente com as concessionárias, já que cada uma apresenta uma realidade diferente. 3.2.2.5- Ciclo de faturamento plurimensal O novo modelo considera que os processos de ciclo comercial regular de leitura de medidores e faturamento (emissão e envio de fatura e outros documentos e cobrança) são passíveis de serem aplicados com periodicidade plurimensal (a cada 2 ou 3 meses) nos seguintes casos: • • Unidades consumidoras situadas em área rural; Localidades com até 1000 (mil) unidades consumidoras; e • Unidades consumidoras com consumo médio mensal de energia elétrica ativa igual ou inferior a 50 kWh (cinqüenta quilowatts-hora). A Resolução 456/00 em seu Artigo 41 define que a adoção de procedimentos de leitura e faturamento em períodos plurimensais é de gerenciamento da concessionária, podendo ou não ser por ela adotados, de forma parcial ou total. Ressalte que a adoção de periodicidade plurimensal pode ser feita distintamente para as atividades de leitura e de faturamento, ou seja, pode-se ter leitura mensal e faturamento plurimensal (aplicação do inciso III do Art.41), como pode -se ter leitura trimestral com faturamento mensal com base na auto-leitura fornecida pelo consumidor (aplicação do §1º. do Art.41). Solicita-se que esse parâmetro seja definido em conjunto com a concessionária, no momento do seu processo de revisão tarifária. 3.2.3 No segmento de perdas não técnicas. 3.2.3.1- Dados de Entrada do Modelo de Calculo Alem dos dados referentes aos índices de crescimento espontâneo de perdas não técnicas e perdas não técnicas eficientes discutidas no item 2, deste documento, outros parâmetros de entrada devem objetos de ajustes, quais sejam: • Produtividade O modelo prevê uma produtividade de 15 inspeções diárias por equipe. Ou seja, o tempo de inspeção somado ao seu respectivo deslocamento é de 30 minutos. É tecnicamente inviável considerar que seja possível realizar 15 inspeções com deslocamento em uma jornada de trabalho de 8 horas, considerando o tempo de deslocamento e as longas distâncias percorridas pelas equipes que realizam esta atividade na CELPA, bem como outras empresas do GRUPO, alem dos aspectos relacionados à segurança da atividade, condições de trafegabilidade e à qualidade dos serviços. Solicita –se que a produtividade diária seja diminuída para 10 inspeções por equipe. • Clientes reincidentes em fraudes As fraudes contra a concessionária são realizadas por diversos tipos de clientes, desde os baixa renda até os grandes clientes, nesta dinâmica podemos apontar um crescimento de um mercado clandestino e criminoso de venda de “Gatos”. Na busca de burlar a concessionária o cliente contrata mão-de-obra especializada em realizar fraudes como queima de bobina de potencial do medidor de energia, desvios elétricos na rede de distribuição, inversão de ligação de medidores, dentre outras fraudes que tem como principal objetivo reduzir o valor da leitura do equipamento de medição do cliente, e conseqüentemente o valor da fatura. A CELPA apresentou no ano de 2007 aproximadamente 29.620 ocorrências de reincidência, ou seja, no ano de 2007, dos 98.735 clientes que já tiveram alguma irregularidade nas suas unidades consumidoras, 30% destes voltam a realizar algum tipo de irregularidade no período de 06 meses. Portanto, solicita -se à ampliação de 20% para 30% o índice de reincidência concedido pelo modelo ANEEL. • Assertividade da Inspeção O modelo pressupõe uma efetividade de inspeção, ou seja, total de irregularidades encontradas por inspeções, de 20%. A CELPA entende que este parâmetro superestima a capacidade de acerto das concessionárias e, por isso, sugere que este parâmetro seja definido em conjunto da concessionária, após apresentação por parte desta de seu plano de combate às perdas e seu estudo de características sócio econômicas. 3.2.3.2- Tipo de veículo O tipo de veículo disponibilizado para no modelo da ER, não atende às segurança para a execução dessas religações), por não possuir suporte EPI´s, EPC´s e ferramentas. a tarefa de perdas não técnicas (VEC 10) normas e procedimentos técnicos e de tarefas (ligações provisórias, cortes e para o transporte de escadas e demais Solicita -se a alteração do tipo de veículo VEC 10 para o tipo VEC 1, o que é mais adequado às tarefas de manutenção /combate de perdas não técnicas. 3.2.3.3- Combate às perdas não técnicas na media tensão O modelo considera equipes para combate às perdas não técnicas de baixa tensão, mas não dimensiona custos para esse combate em média tensão. Verifica-se a ocorrência de irregularidades também nestes níveis de tensão, especialmente se a concessionária é omissa e não efetua qualquer tipo de controle. Na CELPA há em torno de 4.523 clientes atendidos em média tensão faturados em Alta e Baixa tensão (medição indireta). Existem 21 equipes especializadas que atendem todas as demandas destes clientes. No ano de 2007 foram encontradas 92 irregularidades, destes clientes com irregularidades encontradas, 30% reincidiram as fraudes na medição fazendo com que as equipes realizassem novas fiscalizações de acompanhamento de consumo. Considerando que as equipes realizam retorno de fiscalizações e, que as mesmas também devem realizar inspeções /fiscalizações nas demais unidades consumidoras, entende –se que o número de equipes especializadas para atender a demanda existente é insuficiente, e mesmo este pequeno número não esta contemplado no modelo ANEEL. Portanto, faz-se necessário considerar os custos relacionados ao combate de perdas não técnicas em média tensão e para isso sugere se a segmentação de custos entre clientes baixa tensão e clientes de média tensão, e para a fiscalização da média tensão que sejam concedidos uma dupla de técnicos em eletrotécnica com o veiculo apropriado para fazer face esta demanda que cresce em toda área de concessão do GRUPO. 3.2.4 No segmento de teleatendimento. 3.2.4.1- Numero de chamadas por consumidor De acordo com a Resolução Normativa nº 57, de 12 de abril de 2004, as concessionárias devem disponibilizar, para fins de acompanhamento e fiscalização das metas de atendimento, as curvas de ligações diárias da central de teleatendimento. Solicita –se que estas curvas devam ser utilizadas para o dimensionamento adequado da quantidade de atendentes e os seus respectivos custos, uma vez que essas seriam as curvas de chamada que estaria exposta qualquer empresa de referencia que viesse a atuar na área de dada concessão. 3.2.4.2- Tempo de atendimento O tempo de atendimento definido não reflete a realidade das concessionárias, estando aquém do necessário. O novo modelo considera, a principio, somente o tempo médio das chamadas atendidas. Ocorre que a operadora de telefonia tarifa, além das chamadas atendidas, as chamadas abandonadas, as chamadas em fila de espera e a chamadas atendidas eletronicamente. Solicita-se a utilização do tempo total de tratamento para o dimensionamento de chamadas, ou seja, chamadas atendidas, abandonadas, em fila de espera e abandonadas eletronicamente. 3.2.4.3- Mix de ligações O mix de ligação sugerido como 60% de ligações provenientes de telefones fixos e 40% de celulares, pode não se adequar a área de concessão. É de conhecimento que a penetração de telefonia móvel continua crescendo significativamente. Portanto, o mix de ligações deve refletir a realidade da concessão visando sua fixação no momento da revisão tarifaria da concessionária. 3.2.4.4- Outros ajustes Três ajustes necessitam Teleatendimento, a saber: de ser considerados na valorização do • Não estão sendo consideradas no modelo da ER as pausas previstas na NR-17 e a consolidação das leis do trabalho (CLT) relativa a férias, alem do absenteísmo. Neste sentido, é necessário corrigir o índice de indisponibilidade de 13,00% para 19,44%. • No modelo da ER, a quantidade de agentes de solução do Back-Office deve ser em função da quantidade necessária de atendentes. Desta forma, em média, para cada 20 atendentes, o modelo considera 01 agente de Back-Office, conforme anexo da NT 352. No entanto, a paramétrica considerada foi de 01 agente de Back-Office para cada 25 atendentes; • No modelo da ER não foram considerados os custos de limpeza, eletricidade e comunicação com o pessoal da Central de Teleatendimento. Solicita –se que os custos de limpeza e eletricidade devem ser considerados para todo pessoal do teleatendimento, enquanto que as despesas de comunicação, devem ser computadas para os cargos de Supervisor, Back-Offices, Monitoria, Tráfego e Gerente. 3.2.5 Base de dados de consumidores. Em que pese toda a discussão sobre a consideração da utilização de unidades consumidoras cadastradas no lugar de ativas como base de custeio das atividades comerciais de campo e de faturamento, a CELPA entende que a “foto” instantânea para um dado mês das unidades consumidoras ativas sub dimensiona os custos. Tendo isso em consideração, se faz necessário a inclusão do montante das unidades consumidoras inativas (desligadas) que apresentam características potenciais de tornarem novamente ativas (unidades consumidoras religadas), por terem ramal e medidor instalados, com as seguintes características: • • • • • Desligado com débito Desligado sem débito. Desligado Simbolicamente (Desligamento em Confiança) Desligado no poste Desligado no pingadouro A presença destes clientes, mesmo na forma de inativos, imputam custos operacionais conforme listados abaixo: • Atividade de Leitura de unidade consumidora: Pelo fato de apresentarem medidor instalado, mensalmente são realizadas leituras nestas unidades consumidoras (custo de caráter comercial) visando, principalmente, à identificação de auto-religação e irregularidades /fraudes. • Atividade de Inspeção de unidade consumidora: Uma vez identificada a auto-religação, é necessária a realização de inspeção na unidade consumidora (custo de caráter técnico). Para contornar a questão da instantaniedade e, o conseqüente subdimensionamento dos custos das atividades comerciais e de faturamento, solicita –se que sejam consideradas as unidades consumidoras ativas do mês de referencia, somadas às unidades consumidoras inativas com ramal e medidor instalados. 3.3 Sistemas. 3.3.1 Tecnologia de Informação. No conjunto das soluções de Tecnologia da Informação no modelo da ER, as soluções técnicas contemplam a Gestão da Distribuição desconsiderando os sistemas SCADA e GIS para empresas de menor porte que no caso do GRUPO referem –se as empresas CAIUA, EEVP, EEB e CFLO. Entende –se por um lado que o valor reconhecido para as soluções técnicas destina-se tão somente a Gestão da Distribuição e por outro a falta de recursos para os sistemas SCADA e GIS compromete a operação do sistema elétrico nos seus requisitos de qualidade, continuidade e segurança, como descrito adiante. 3.31.1 SCADA Para controlar e supervisionar as subestações e redes do sistema elétrico são necessários investimentos em hardware, servidores de dados e aplicações, concentradores de dados, serviços de implementação, desenvolvimento, customizações, treinamento, infra-estrutura de comunicação remota entre o COS e todas as subestações (contratação de serviços em linhas privativas, fibras óticas, canais de comunicação). As funções desse sistema de automação permitem agilidade tanto nas manobras das redes elétricas como no planejamento do sistema, fator esse indispensável à manutenção dos parâmetros previstos por lei e dos indicadores de qualidade e de performance estabelecidos pelos Órgãos Reguladores. No modelo da ER não foi considerada a utilização de um sistema SCADA para supervisão e controle dos equipamentos das subestações e redes de distribuição para as empresas de menor porte. Portanto, torna-se necessária a consideração para as empresas de menor porte a utilização do sistema SCADA em conjunto com os meios de comunicações e demais equipamentos contemplados na automação das instalações elétricas. 3.31.2 GIS Esse sistema computacional denominado de “GIS” (Geographical Information System) é modelado para representar graficamente a rede elétrica de distribuição de energia com os seus componentes, subestações elevadoras, subestações abaixadoras, postes, equipamentos de proteção, equipamentos de manobra, transformadores de distribuição e clientes conectados ao sistema e sua implementação é indispensável para gerenciamento e obtenção dos indicadores de qualidade e de performance monitorados pelo órgão reguladores. O Sistema possui módulos que possibilitam o registro de ocorrências do sistema elétrico, realizam vinculação automática das ocorrências aos equipamentos de manobras, auxilia e automatiza a coordenação das manobras na rede, realizam cálculos elétricos e apuram os indicadores conforme Resolução ANEEL Nº 24, de 27 de janeiro de 2000. No modelo da ER não foi considerada a utilização de um sistema GIS para as empresas de menor porte. Sugere –se a sua consideração no conjunto das soluções técnicas para operação e manutenção do seu sistema elétrico 3.3.2 Telecomunicações 3.3.2.1 - Telecomunicação Corporativa No modelo da ER não foi especificada a concepção adotada pelo Regulador para a transmissão de dados corporativos. Em geral este sistema é constituído de linhas de dados utilizadas para transferência de informações digitais entre a Sede, Regionais, Escritórios Descentralizados, PDAs (Sistema de Gestão de Serviços), Internet, Empreiteiras de Serviços Técnicos e Comerciais (acesso aos Sistemas, SAP, Comercial e Técnico) etc. Segundo o modelo, a anuidade de O&M reconhecida em transmissão de dados corporativos já estaria incluída na parcela de remuneração e quota dos investimentos associados, o que é, a princípio, bastante discutível na medida em que os recursos de capital não devem se misturar com os recursos de operação. Neste aspecto, a CELPA entende que os recursos reconhecidos no modelo são exclusivos de capital ficando ausentes os recursos de operação que, no caso, são basicamente de aluguéis de linhas digitais de transferência de dados. Do exposto, solicita -se um ajuste na anuidade de telecomunicação corporativa com a inclusão de aluguéis de linhas digitais de transferência de dados. 3.3.2.2 - Telecomunicação Operacional Embora no modelo da ER não foi especificada a concepção adotada pelo Regulador para a transmissão operacional, a CELPA entende que deve atender dois segmentos: • Telecomunicações para Automação – Destinam-se à transmissão de dados para o Sistema SCADA, entre subestações e COS (Centro de Operação do Sistema) e COS e COD’s (Centro de Operação da Distribuição). São constituídos por Fibras Ópticas, Multiplexadores Digitais, Sistemas Rádio Digital Ponto-a-Ponto e de Multi-acesso, Torres etc; • Telecomunicações para Operação de Rua – Destinam-se à comunicação via rádio, entre as viaturas que prestam serviço de manutenção nas linhas de distribuição de energia e os COD’s, para o atendimento direto às solicitações / reclamações dos clientes. Aqui também, segundo o modelo, a anuidade de O&M reconhecida em transmissão de dados operacional já estaria incluída na parcela de remuneração e quota dos investimentos associados, o que é, a principio, bastante discutível na medida em que os recursos de capital não devem se misturar com os recursos de operação. Neste aspecto, a CELPA entende que os recursos reconhecidos no novo modelo são exclusivamente de capital, ficando ausentes os recursos de operação que, no caso, são, basicamente, de manutenção dos ativos de torres, bases, antenas etc. vinculados à telecomunicação para Operação de Rua. Do exposto, solicita -se um ajuste na anuidade de telecomunicação operacional coma inclusão da manutenção dos ativos vinculados. 3.4 Estrutura Regional. 3.4.1 Dimensionamento A quantidade de regionais – numero e tipo - deve refletir as características específicas de cada concessão, como por exemplo: • Dispersão geográfica que eliminam possibilidades de sinergia operacional. É necessário observar a indisponibilidade de rodovias de acesso, obstáculos naturais tais como rios, serras e áreas preservadas; • Grande volume de ativos em áreas rurais, que requerem longas viagens por estradas secundárias não pavimentadas, para supervisão de serviços pelas regionais. A CELPA entende que a quantidade de regional será definido em conjunto com a concessionária, após apresentação por parte desta de sua logística operacional da empresa, que por sua vez é função, como já referido em outra parte deste Documento, dos aspectos geográficos, de infra-estrutura de vias urbanas e estradas, das condições climáticas e dos tipos de veículos e comunicações utilizados, alem do TMD. Porem, a CELPA entende que a força de trabalho como definida para cada tipo de gerencia regional sub dimensiona a função de Supervisão comercial das tarefas de campo. A supervisão comercial inclui a programação e controle diário das tarefas de atendimento personalizado ao cliente e serviços técnicos, além das atividades comerciais de ciclo regular de leitura de medidores e impressão, entrega e cobrança de contas. No caso da ER estas tarefas demandam uma força de trabalho que varia de 05 pessoas para gerencia do tipo 1 a nenhuma pessoa para gerencia regional do tipo 6. Tais valores comprometem a qualidade das tarefas. Do exposto, solicita –se a adequação da força de trabalho dos supervisores comerciais para cada concessionária levando em conta as paramétricas assim definidas: • Atendentes personalizados na razão de 01(um) para 20 (vinte) • Equipes de eletricistas na razão de 1 (um) para 4 (quatro); • Leituristas /entregadores na razão de 01(um) para 8(oito) 3.4.2 Almoxarifado / Depósitos Os materiais necessários para a manutenção da distribuição tais como cabos, ferragens, isoladores, conectores, materiais de segurança, cruzetas, medidores de energia, postes de concreto e de madeira, transformadores de distribuição aérea e subterrânea, equipamentos de estações e linhas são recebidos e armazenados. Para todos os materiais recebidos são feitos os controles físicos, que passa por verificação das quantidades recebidas, compatibilidade dos dados do pedido de compra e controle fiscal. Considerando a compatibilização do tempo de fabricação /reposição /utilização dos materiais de reposição, uma concessionária necessita ainda de manter um estoque médio de 45 dias. Assim, a partir das próprias paramétricas de reposição de materiais do modelo da ER, as condições de armazenagem e as quantidades requeridas de cada material determinam uma necessidade de área de armazenamento mínima, conforme demonstra -se a seguir: MATERIAIS / PREMISSAS VALORES Postes No. Postes / Pilha Área da pilha de 10,5 m x 0,28 m Área circulação e manobra de veículo Estoque Estratégico Área Unitária - m2 Numero de Postes(% sb o universo) Transformadores Área por transformador Área circulação e manobra de veículo Estoque Estratégico Área Unitária - m2 Numero de Trafos(% sb o universo) Medidores Medidores / pallets Área do pallets de 1,2x1,5 metros Área circulação e manobra de veículo Estoque Estratégico Área Unitária - m2 Numero de Medidores(% sb o universo) Outros Materiais (% do somatorio) 17 2,919 50% 12% 0,289 4% 2 50% 12% 3,370 2% 200 1,8 50% 12% 0,015 1% 15% Do exposto, solicita –se que o novo modelo abandone a lógica de determinação do custo dos depósitos vinculados as gerencias regionais e adote uma regra de calculo aderente com a pratica corrente das concessionárias. Vale ressaltar que as concessionárias sem gerencias regionais, que é caso das concessionárias de pequeno porte, o modelo desconsidera o custo de deposito, o que não é coerente. 3.5 Estrutura Central. 3.5.1 – Composição da força de trabalho A CELPA e demais empresas do GRUPO entendem que a quantidade e perfil de pessoal lotado nos macros processos da estrutura central será definido em conjunto com a concessionária, em função do seu porte e, ao mesmo tempo, reafirma a necessidade da desvinculação de qualquer métrica para o seu dimensionamento. 3.5.2 Marketing regulatório O modelo não define o escopo das atividades de marketing regulatório. Contudo, as despesas estariam vinculadas, a principio, aos avisos de interrupção – Resolução nº 24, de 27.01.2000 e Resolução nº 75, de 13.02.2003 – e divulgações e campanhas em caráter permanente sobre as informações em relação aos cuidados com a energia, direitos e deveres do consumidor, uso racional da energia elétrica e combate do desperdício de energia, conforme Artigo 100 da Resolução ANEEL n° 456, de 2000. Para isto foi utilizada uma paramétrica de custo anual por cliente capaz de atender as exigências de comunicação e marketing obrigatórias do setor elétrico de R$ 1,32 /cliente / ano, o que é insuficiente. Portanto, solicita -se uma definição clara do escopo de marketing e, com base na descrição acima, um valor de R$ 3,00 por cliente, para garantir uma comunicação adequada. 3.5.3 Auditoria Externa É necessário definir o escopo da auditoria externa e quantificar adequadamente seu valor monetário. De uma maneira em geral, as concessionárias, obedecendo todas as determinações legais e regulatórias a que está exposta em função de seu ramo de atividade e origem, estão sujeitas à: • Auditoria das Demonstrações Financeiras Brasileiras (DFs BRGAAP) O objetivo desta auditoria é examinar e emitir um parecer sobre as demonstrações contábeis, com base anual e trimestral (ITR's), bem como o exame das mutações do ativo imobilizado referentes ao exercício a findar-se em 31 de dezembro, estas baseadas na Lei 6404/74 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). • Auditoria da Parcela “A” – CVA Examinar e estabelecer os montantes da Conta de Compensação de Valores de Itens da Parcela “A” – CVA, da Recomposição Tarifária Extraordinária - RTE e Itens Financeiros (Art. 4º da Lei nº 10.438/ 2002), através de auditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários – CVM, a partir de janeiro de 2.008. • Auditorias de Certificação ISO – ANEEL A Resolução ANEEL Nº 024 de 24 de janeiro de 2000, determina, no parágrafo 5º do Art. 4º, que até 31 de dezembro de 2007 a concessionária de distribuição deverá certificar o processo de coleta dos dados e de apuração dos indicadores individuais e coletivos estabelecidos na Resolução, com base nas normas da Organização Internacional para Normalização (International Organization for Standardization) ISO 9000. O processo de certificação inclui a realização de auditorias de certificação ou re-certificação a cada três anos, além de 2 auditorias de manutenção anuais. Portanto, solicita -se que essas despesas continuem sendo consideradas no modelo, levando em conta os gastos incorridos pelas concessionárias. 3.6 - Outros Ajustes 3.6.1 – Veículos - Manutenção dos Equipamentos Complementares No modelo da ER, os custos de manutenção dos veículos são obtidos através de uma taxa de manutenção que incide unicamente no custo do veículo, desconsiderando o custo dos equipamentos complementares (cesta aérea, guindauto, suporte de escadas, armários, etc.). A manutenção, tanto dos veículos, quanto de seus equipamentos complementares é fundamental para uma boa condição de operação dos mesmos. Portanto, solicita –se que a taxa de manutenção incida também nos custos de adaptação do veículo. 3.6.2 - Mobiliário No dimensionamento destes custos deve ser observado o disposto na Norma Reguladora nº 17 – Ergonomia – estabelecida pela Portaria nº 3.751 do Ministério do Trabalho. A NR-17 estabelece obrigações impostas ao empregador relativas a ergonomia com o intuito de permitir a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Dentre os vários aspectos abordados, estão inclusas questões relacionadas ao mobiliário. É solicitado ao empregador, no item 17.3 da NR-17, que o mesmo disponibilize mobiliário ergonomicamente correto, reguláveis de acordo com a natureza da função exercida e com as características individuais dos colaboradores, compreendendo: • Trabalho em posição sentada, quando possível, em cadeiras ajustáveis e com assentos de pouca ou nenhuma conformação; • Encosto de assento com formato e altura adaptáveis ao corpo, visando proteção lombar; • Mobiliário e acessórios adequados a movimentos e angulação das várias partes do corpo, de acordo com as características do trabalho a ser realizado; • Bordas de mobiliário arredondadas; • Suporte de apoio para ajuste de altura e distância dos pés; • Assento para descanso durante pausas no caso de atividades que requeiram trabalho em pé; • Suporte de documentos para digitação. Com base no exposto, tem-se a necessidade de considerar os custos com mobiliário para adequação dos escritórios, laboratórios e equipamentos à NR17, atualmente em torno de R$ 3.170 / usuário. Para o cálculo do valor mensal por m² utilizou-se uma vida útil de 2 anos para os acessórios, 6 anos para o mobiliário, WACC regulatório de 15,08% e os mesmos 10 m² por usuário, conforme ilustrado na tabela adiante. PRODUTO Básico Acessórios TOTAL VALOR UNITARIO – R$ VIDA UTIL CUSTO ANUAL – R$ CUSTO MÊS/m² 3.070,00 6,00 743,14 6,19 100,00 2,00 57,54 0,48 3.170,00 6,67 Solicita -se que o valor de mobiliário seja adequado na faixa entre R$ 6 e R$ 7, em função de características regionais, para refletir as orientações da NR-17 e os preços praticados pelo mercado. 3.6.3 - Estacionamento dos Veículos das Tarefas de O&M e Comerciais O modelo de ER contempla para os veículos das Estruturas Central e Regional um valor de custo referente ao estacionamento por área ocupada do veículo. No entanto, não é considerado a área de estacionamento para os veículos vinculados às atividades de campo de O&M e Comerciais, o que não é correto, na medida em que, todos os veículos retornam às suas bases operacionais após a execução dos serviços programados. Solicita-se a consideração da necessidade de área para estacionamento dos veículos vinculados às tarefas de O&M e Comerciais. 3.6.4 - Treinamento - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade NR-10 A CELPA, como as demais empresas do GRUPO, tem uma política interna que visa priorizar o treinamento dos ocupantes de cargos operacionais em função de mudanças organizacionais, introdução de novas tecnologias, novos métodos de trabalho e em segurança do trabalho. No modelo de ER, foi utilizado um percentual de 1,5% sobre o salário nominal para o cálculo dos custos relativos às atividades de treinamento e desenvolvimento dos funcionários. A CELPA entende que tal valor é suficiente para contemplar tão somente as questões de treinamento e capacitação vinculadas às mudanças organizacionais, introdução de novas tecnologias e novos métodos de trabalho, sem abranger (ou comprometendo) as questões relacionadas com a segurança do trabalho. No caso específico da questão em segurança do trabalho, a Norma Regulamentadora nº 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, estabelece que trabalhadores que realizam intervenções em instalações elétricas, com tensão igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua, devem receber treinamentos específicos a cada dois anos, em média. (Fundamentação: Lei nº 6.514, de 22/12/1977, Norma Regulamentadora nº 10 - Instalações e Serviços em Eletricidade). A aplicação desta exigência, com reciclagem a cada dois anos, demanda da empresa dispêndios contínuos com programas, locação de equipamentos, contratação de empresas especializadas e preparação de apoio logístico para o curso de Capacitação de Segurança em Instalações e Serviços Elétricos -NR-10 e seu módulo complementar. Considerando o modelo da ER diversos cargos lotados nas gerencias regionais e nos processos de campo – técnico e comercial - devem realizar os treinamentos periódicos exigidos na NR-10, ao custo médio de R$ 600,00 por aluno. Nas simulações realizadas pelo GRUPO tal valor incrementa o percentual de Treinamento e Capacitação para cerca de 2,25% sobre o salário nominal. Solicita -se a ampliação dos recursos para as despesas com Treinamento e Capacitação de 1,5% para 2,5% sobre a remuneração básica visando incorporar os gastos para o atendimento da NR-10. 3.6.5. Custos com limpeza e manutenção Sob este titulo o modelo define que são gastos vinculados, basicamente, a serviços gerais tais como: limpeza, segurança, manutenção predial de edificações administrativas e determina uma faixa de custo unitário entre R$ 29 a R$ 34 / funcionário / mês. Essas despesas estão significativamente sub dimensionadas no modelo. A realidade das concessionárias apresenta valores de cerca de 10 vezes maiores dentro da faixa estipulada pelo novo modelo. Solicita -se a revisão da paramétrica de custos com limpeza de manutenção e lembra da existência de empresas especializadas em “Facilities Bulding” que podem através de dados simples como área total e construída e numero de funcionários fornecer, de forma integrada, os custos dos serviços. 3.6.6.Materiais de reposição Coerente com NT 352, no modelo de ER, não está sendo incluída nos valores dos materiais, utilizados nas Tarefas de O&M e nos Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva, a alíquota de ICMS, dando a entender que há compensação do tributo, e portanto, deve ser desconsiderado para valoração dos materiais. No entanto, o art. 20 da Lei Complementar n° 87, de 13/09/96, que dispõe sobre o imposto dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, e dá outras providências (Lei Kandir) determina: Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação. No entanto, o art. 33 contrapõe: Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte: I - somente darão direito de crédito as mercadorias destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento nele entradas a partir de 1° de janeiro de 2011; (Redação dada pela Lei nº 122, de 2006). Portanto, o crédito de ICMS só poderá ser considerado a partir de 2011 e, neste cenário, solicita –se sua inclusão na formação dos preços de materiais de reposição de redes, linhas e subestações.. 3.6.7 – Aplicação dos Índices de Atualização Monetária Os custos da ER estão parcialmente indexados pelos índices de atualização monetária – IPCA e IGPM -, entre a data de referência dos preços (partida) e a data base de calculo do modelo (intermediaria), desconsiderando a atualização intermediaria dos preços de aquisição de veículos e sistemas, bem como de insumos vinculados a telefone, eletricidade etc. Tal constatação pode ser observada considerando os resultados diferentes de custos obtidos pela simples aplicação dos índices estabelecidos em todo período, que inclui a data de reposicionamento tarifário (final) com aqueles obtidos de forma escalonada, como concebido no modelo. Solicita -se à correta aplicação dos índices de atualização monetária do modelo. 3.7 Custos Adicionais. 3.7.1 – De caráter geral Determinados custos não estão vinculados ao modelo, porém são reconhecidos na forma de custos adicionais ao modelo. Fazem parte aqueles custos vinculados entre outros a: publicações legais, manutenção de equipamentos em oficina, consumo próprio de energia, ensaios de equipamentos e ferramentas especiais em oficinas e laboratórios e engenharia e supervisão de obras. Entende-se que com o aprimoramento do modelo, tais custos continuarão sendo considerados, mediante apresentação do pleito da concessionária. 3.7.2 – De caráter especifico Os clusters considerados no modelo da ER aproxima, mas, não reproduz a realidade das áreas de concessão. É extremamente importante que as especificidades da área de concessão sejam consideradas no correto dimensionamento da ER, a fim de garantir que esta reflita os custos operacionais incorridos por uma empresa competidora virtual, atuando nesta mesma área de concessão. A Dispersão dos Clientes, Grandes áreas com restrições a intervenções, Condições meteorológicas críticas, Malha viária precária, Falta de agentes arrecadadores e Dificuldade de comunicação no interior do estado, dentro outros aspectos específicos que afetam as condições de operação e manutenção devem ser reconhecidos e valorados na forma de custos adicionais ao modelo. 3.8. Custos não contemplados 3.8.1.Conselho de Consumidores É necessário considerar o custo referente à manutenção do conselho de consumidores, órgão de caráter consultivo, criado por determinação da Lei 8.631/93 e regulamentado pelo Decreto 774/93, e ainda conforme Resolução ANEEL 138/2000. 3.8.2.Indenização de perdas e danos É necessário considerar os custos relativos à indenização por perdas e danos incorridos pela concessionária. Estas indenizações estão previstas na Resolução Normativa 61/2004, decorrentes de perdas e danos de equipamentos elétricos por descargas atmosféricas ou sobretensões, o que faz com que a concessionária seja obrigada a realizar estes desembolsos. 4. FATOR X Ao estimar os ganhos de produtividade no próximo ciclo tarifário, a ANEEL faz uma abordagem inconsistente com os conceitos de Empresa de Referência e Inovação Tecnológica, segundo as razões: • Através do reconhecimento de custos operacionais eficientes da Empresa de Referência, as concessionárias estariam, a princípio, no seu patamar de eficiência técnica. A aplicação de um ganho de produtividade futuro estaria exigindo implicitamente um ajuste de custos, devido à ineficiência técnica passada, que já foi ajustada quando da concepção da ER para o novo ciclo. • Considera eventuais ganhos tecnológicos de curto prazo – ciclo tarifário – não aderente com a lógica do setor de distribuição cujo ritmo de inovação tecnológica é de longo prazo. Por outro lado, os eventuais ganhos tecnológicos no curto prazo decorrem de investimentos em ativos não elétricos (caso de sistemas) que por sua vez não reconhecidos no calculo do Fator X. Com os ganhos de produtividade sendo capturados na ER estabelecida pelo Regulador para o Ano-Teste e os de inovações tecnológicas pequenos e incertos, são os ganhos de escala que respondem por parcela significativa dos ganhos de produtividade e que estão sendo capturados de forma sobre dimensionada. Esta distorção seria mais acentuada nos casos de empresas que estejam incorrendo em gastos de capital elevados (CAPEX) e simultaneamente poupando em termos de custos operacionais (OPEX). Conseqüentemente, a forma do índice de produtividade proposto cairia mais do que aquele calculado a partir dos custos totais (OPEX e CAPEX), que reflete os ganhos totais de produtividade que a empresa estaria realmente auferindo. No item IV.5.2 da NT 350, a ANEEL apresentou valores discretos para o índice de produtividade das empresas, entretanto o texto sugere que os valores são contínuos, sendo os índices 0,67% e 2,0% valores mínimo e máximo respectivamente que o I /D pode assumir. A NT 350 não define, no entanto, como evoluem os índices de produtividade dentro destes intervalos o que poderá conduzir a distorções adicionais nos índices de produtividade das diferentes empresas. Do exposto, solicita –se à exclusão para aplicação na 2ª. RTP do índice de produtividade. Eventualmente, para as próximas revisões tarifárias, sua aplicação poderá ocorrer após o aprofundamento das discussões sobre a sua consistência técnica e econômica.