ANO XXII - No 202 - agosto/SETEMBRO 2008
EDUCAÇÃO
A palmada educa
ou prejudica?
EQüIDADE DE GÊNEROS
Mulheres ainda ocupam
poucos cargos de chefia
no BB. Veja quais são as
propostas do Banco para
reduzir as desigualdades
ELEIÇÕES ANABB
Confira o Edital
de Convocação
E O SALÁRIO...
COMO ESTÁ?
Funcionários do Banco do Brasil falam
se estão satisfeitos com seus salários.
Conheça também as perdas sofridas pelos
bancários do BB no decorrer dos anos
Ação Agosto/Setembro 2008 | 1
CARTAS
Ação liquidada na justiça
É com imensa satisfação que registro o recebimento do valor complementar, referente à
ação jurídica conduzida pela ANABB. Gostaria
de traduzir o meu mais profundo agradecimento aos componentes da ANABB por tudo
o que têm feito em defesa dos interesses dos
seus associados. É por isso que não reluto em
motivar aqueles colegas que ainda não aderiram ao quadro de associados dessa insigne
entidade.
José Roberto de Paula
Itapecerica da Serra – SP
Mudanças na língua portuguesa
No Jornal Ação, edição especial 200, houve
a publicação nas páginas 10 e 11 da matéria “Mudanças no Português”, assinada por
Tatiane Lopes. O momento é azado. Trabalhei no Banco por 25 anos e sou professor de
Português há 40, ininterruptamente. Tratando-se de espaço precioso neste conceituado
Jornal, acrescentaria, apenas, que a Língua
Portuguesa está sendo escamoteada, faz algum tempo, por outra, a que chamam de “comunicação e expressão”, em que, eventualmente, pode figurar até ginástica. Em alguns
concursos, por exemplo – Globalização –,
estão dando mais ênfase à Informática, “deletando” o Português. Simplificar a Língua,
contra os princípios de Bilac – preservação
e identidade de uma nação – de forma estritamente econômica e política – haja vista os
depoimentos favoráveis dos plutocratas do
ensino, em seus gabinetes e academias –,
não atenuará as dificuldades existentes, que
são mais profundas, causando mais barulho
do que resultado. Entrevistem professores
estaduais e municipais a fim de verificar o
que pensam. E as editoras: trocarão os livros
descaracterizados, defasados em nossas estantes pelos modernos? A educação, no Brasil, é séria e aflitiva, senhores governantes!
Paulo Roberto Moreira Coelho
Rio de Janeiro – RJ
jornal Ação
Polêmica Renda Certa
Elogiamos a coragem de divulgar nas páginas 14 e 15 do Jornal Ação de junho-julho de
2008 o maior escândalo já visto na Previ, escândalo este que podemos chamar de “Renda Certa – Sistema Errado”. Não imaginávamos que alguém poderia receber acima de
R$ 20 a 40 mil. O “sistema” erra e ninguém
é culpado. O erro é diagnosticado, porém
esse não é corrigido. E todas essas decisões
foram tomadas por pessoas ou as decisões
também foram tomadas pelo “sistema”?
Creio que é caso de intervenção junto a Previ
e investigação pela Justiça. No BB, quando
se erra, responde-se a Processo Disciplinar e
na Previ nada acontece? Estamos preocupados com a destinação do superávit de 2007.
Por favor, senhor presidente, não deixe que
tais acontecimentos se repitam. Acreditamos
na ANABB na defesa dos nossos direitos, já
que a Previ nem sequer faz pronunciamento
a respeito dos temas aqui mencionados.
Luiz Rubens de Araújo
Araraquara – SP
Pontualidade na comunicação
Tenho sido crítico contumaz dessa entidade,
no que tange à comunicação com o associado. No entanto, dessa vez, rendo-me a pontualidade, tempestividade e efetividade com
que tratou os temas concernentes à opção
de votação pela internet – era uma vergonha
estarmos em pleno século XXI, mas com ação
do XIX; bem como o resultado da reunião das
entidades sobre o superávit da Previ. Digo isso
porque, das vezes anteriores, nós associados
o sabíamos quase em tempo real pelo site da
AAFBB, uma vez que a ANABB só descrevia
o assunto dois ou três dias depois. Por isso,
parabenizo a todos que fazem a ANABB pela
ação informativa, rogando que esse procedimento seja regra daqui para frente.
Antonio Osmar Pequeno
Fortaleza – CE
Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podem ser resumidas e editadas. Serão
publicadas apenas correspondências selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABB. As cartas que se referem a outras entidades, como Cassi e Previ, serão a elas encaminhadas. Se você quer enviar comentários, sugestões e reclamações mande um
e-mail para [email protected] ou uma carta para o endereço SCRS 507, Bl. A, Lj.15 CEP: 70351-510 Brasília/DF
2 | Ação Agosto/Setembro 2008
DIRETORIA-EXECUTIVA
Valmir Camilo
Presidente
William josé ALVES BENTO
Diretor Administrativo e Financeiro
NILTON BRUNELLI
Diretor de Comunicação e Desenvolvimento
Graça machado
Diretora de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência
EMÍLIO S. RIBAS RODRIGUES
Diretor de Relações Externas e Parlamentares
CONSELHO DELIBERATIVO
Antonio Gonçalves (Presidente)
Ana Lúcia Landin
Antilhon Saraiva dos Santos
Augusto Silveira de Carvalho
Cecília Mendes Garcez Siqueira
Cláudio José Zucco
Denise Lopes Vianna
Douglas José Scortegagna
Élcio da Motta Silveira Bueno
Genildo Ferreira dos Reis
Inácio da Silva Mafra
Isa Musa de Noronha
José Antônio Diniz de Oliveira
José Bernardo de Medeiros Neto
José Branisso
José Sampaio de Lacerda Júnior
Luiz Antonio Careli
Mércia Maria Nascimento Pimentel
Romildo Gouveia Pinto
Tereza Cristina Godoy Moreira Santos
Vitor Paulo Camargo Gonçalves
CONSELHO FISCAL
HUMBERTO EUDES VIEIRA DINIZ (Presidente)
Armando César Ferreira dos Santos
Saul Mário Mattei
Antônia Lopes dos Santos
Dorilene Moreira da Costa
Elaine Michel
Diretores Estaduais
Paulo Crivano de Moraes (AC)
Ivan Pita de Araújo (AL)
Marlene Carvalho (AM)
Franz Milhomem de Siqueira (AP)
Olivan de Souza Faustino (BA)
Francisco Henrique Ellery (CE)
Elias Kury (DF)
Pedro Vilaça Neto(ES)
Saulo Sartre Ubaldino (GO)
Solonel Drumond Júnior (MA)
Francisco Alves e Silva - Xixico (MG)
Edson Trombine Leite (MS)
José Humberto Paes Carvalho (MT)
José Marcos de Lima Araújo (PA)
Maria Aurinete Alves de Oliveira (PB)
Carolina Maria de Godoy Matos (PE)
Benedito Dias Simeão da Silva (PI)
Moacir Finardi (PR)
Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ)
Heriberto Gadê de Vasconcelos (RN)
Valdenice de Souza Nunes Fernandes (RO)
Robert Dagon da Silva (RR)
Edmundo Velho Brandão (RS)
Carlos Francisco Pamplona (SC)
Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE)
Walcinyr Bragatto (SP)
Saulo Antônio de Matos (TO)
ANABB - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DF
Atendimento ao associado: (61) 3442.9696 Geral: (61) 3442.9600
Site: www.anabb.org.br E-mail: [email protected]
Redação: Ana Cristina Padilha, Fabiana Castro, Priscila Mendes
e Tatiane Lopes Anúncio: Fabiana Castro
E-mail: [email protected] Edição: Felipe Alvarez Bittencourt
MTB 7355JD/DF Revisão: Cida Taboza
Editoração: Raido Propaganda Foto da Capa: AbleStock
Perio­dicidade: mensal Tiragem: 150 mil
Banco de Imagem: AbleStock
Impressão: Gráfica Positiva Fotolito: Photoimage
CARTA DO PRESIDENTE
EDITORIAL
Neste último fim de semana, a revista Época publicou a
lista das 100 melhores empresas para se trabalhar. O Banco do
Brasil, mais uma vez, não estava lá. Lá estavam o Bradesco, o
Banco Real e até o Itaú, mas o Banco, onde o funcionalismo já
foi o maior patrimônio, não passou nem perto. Fiquei pensando naquela referência conhecida, em que se exige da mulher
de César que ela pareça honesta por não bastar ser honesta.
A referência poderia ser perfeitamente adaptada para o caso
em questão. Para um banco, não basta ser bom lugar para se
trabalhar, é preciso parecê-lo, e me parece que o nosso querido Banco do Brasil não está preocupado com sua imagem. Até
porque eu não acredito que o Bradesco, o Real e o Itaú sejam
assim empresas maravilhosas para se trabalhar. Fizeram, neste
caso, esforço adicional até para parecer o que não são.
Hoje, vivemos divididos nas discussões que procuram marcar o funcionalismo segundo períodos e épocas. Há os pré e pós1967, pré e pós-1978, pré e pós-1997 e até os pré e pós-1998.
Em cada momento, uma mudança nas relações que envolvem
o Banco e seu funcionalismo, que continua influenciando a vida
de cada um de seus funcionários, na discussão de carreira, de
salários e, principalmente, de benefícios vinculados às nossas
Caixas de Previdência e Assistência. Tudo para ser resumido em
constatação única: o Banco do Brasil não é mais aquele.
Há nas discussões, ainda, o Banco do tempo do Calazans
e do Calliari: de boas lembranças. O Banco do Policaro e do
Lafayete Coutinho: de triste memória. O Banco do FHC e até o
Banco do Lula. Na verdade, enquanto nos perdemos em tentar
descobrir o porquê de tantos bancos dentro de um Banco só,
descobrimos que as divisões começaram a aparecer quando
deixamos de ser o Banco do Brasil. Quando entrei no Banco,
em 1976, houve comemoração lá em casa. Restava ainda a
expectativa de que o Banco era garantia de segurança e estabilidade, respeito nas relações democráticas de trabalho, remuneração justa, assistência previdenciária e de saúde exemplares
e carreira promissora. O fantasma do PDV, PAQ e tantos outros
programas de exclusão de direitos e de pessoas nem passavam
George Gianni
BB, entre as 100
já foste a melhor
por nossas cabeças. O nosso Banco não precisava figurar em
nenhuma lista de melhores empresas para se trabalhar, pois
ele simplesmente era objeto de desejo da maioria dos trabalhadores brasileiros.
Estamos caminhando para a última metade do último mandato do presidente Lula. De oito anos, em pouco tempo restará menos de dois. Na minha modesta opinião, teremos então
perdido a grande chance de virar este jogo. A constatação nos
faz descrentes no futuro, pois, se eles não fizeram um banco
melhor para o Brasil e para os brasileiros que nele trabalham,
quem poderá fazê-lo? Não estou nem um pouco preocupado
com a lista das empresas da revista Época, para mim também,
modestamente, cheia de imperfeições. No entanto, ela é perfeita para lembrarmos que entre todos já fomos o primeiro. Que
pena, não estamos tendo competência para estar nesta lista,
mesmo que seja uma lista só de faz-de-conta. Que um dia o
Brasil, que é o verdadeiro dono deste Banco, nos perdoe.
Valmir Camilo
Presidente da ANABB
Ação Agosto/Setembro 2008 | 3
CAPA
O salário
em questão
O reajuste salarial encabeça a lista de reivindicações do funcionalismo
na maior parte das campanhas salariais. Além disso, os bancários
buscam a tão sonhada isonomia
por Priscila Mendes e Tatiane Lopes
Colaboração Elder Ferreira
Todos os anos, quando as negociações da campanha
salarial ganham destaque, os bancários se vêem diante
de série de reivindicações que deveriam resumir os anseios da categoria. Aumento salarial, abertura imediata
de negociação sobre Plano de Cargos e Salários (PCS),
fim da lateralidade e pagamento das substituições, jornada de seis horas para comissionados, fim do voto de
Minerva na Previ, implantação imediata do Plano Odontológico na Cassi, fim das metas abusivas e do assédio
moral estão entre os eixos de debate das negociações
4 | Ação Agosto/Setembro 2008
específicas dos funcionários do Banco do Brasil na campanha salarial 2008.
Nas discussões, patrões e empregados buscam tornar essas e outras propostas viáveis para ambos. No entanto, desde 1997, quando o Banco do Brasil determinou mudança no
PCS, o arrocho salarial refletiu-se no bolso dos funcionários
e gerou certo descontentamento.
Essa mudança causou distorções salariais entre funcionários pré e pós-98 que ocupam o mesmo cargo. A diferença vai
de 8,04% a 64,20%, conforme tabela a seguir.
Tabela 1
Escala Salarial – em R$
Corrigida pelos Reajustes Salariais (Set/97 a Ago/07)
Categoria
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
E8
E9
E10
E11
E12
VP(*) atual
pós-98 (a)
942,90
971,40
1.000,50
1.030,50
1.061,40
1.093,20
1.125,90
1.159,80
1.194,60
1.230,30
1.267,20
1.305,30
VP(*) antigo
(pré-97) (b)
942,90
1.055,96
1.182,67
1.324,59
1.483,54
1.661,57
1.860,95
2.084,27
2.334,38
2.707,88
3.141,14
3.643,72
Diferença (R$)
(b) – (a)
Diferença (%)
(b) – (a)
-
84,56
182,17
294,09
422,14
568,37
735,05
924,47
1.139,78
1.477,58
1.873,94
2.338,42
8,04%
15,41%
22,25%
28,51%
34,23%
39,52%
44,40%
48,84%
54,59%
59,67%
64,20%
(*) Nessa tabela não estão inclusas gratificações e demais benefícios
que compõem os salários dos bancários do BB
Elaboração: Dieese.
Banco do Brasil – Evolução do Vencimento Padrão na perspectiva
do Plano de Cargos e Salários – PCS (antigo e atual)
PCS A PARTIR DE AGO/97
PCS ANTERIOR A AGO/97
Nas discussões, patrões e empregados buscam
tornar essas e outras propostas viáveis para
ambos. No entanto, desde 1997, quando o Banco
do Brasil determinou mudança no PCS, o arrocho
salarial refletiu-se no bolso dos funcionários
e gerou certo descontentamento
Ação Agosto/Setembro 2008 | 5
Condições distintas de salários entre funcionários de uma
mesma empresa que ocupam cargos iguais podem causar
desconforto entre os colegas de trabalho. “Procuro não acentuar as diferenças com os novos funcionários, pois isso é
extremamente prejudicial para a Empresa. No entanto, na
sala de aula, como educador corporativo, percebo que há
grande desconforto em relação à falta de isonomia salarial e
de tratamento. No último curso em que atuei, ouvi de um funcionário pós-98 que o Banco estava prestes a proporcionar
novamente a tão desejada isonomia: colocando para fora da
Empresa os funcionários anteriores a 1998”, relata Arnaldo*,
funcionário do BB desde 1981.
Arnaldo vivenciou várias mudanças quanto aos salários
dos bancários e acha que isso prejudicou o funcionalismo. “A
questão salarial viveu altos e baixos, mas não é isso. Penso
que é necessária uma administração profissionalizada, eficiente, voltada para lucros crescentes. Isso não exclui o respeito ao funcionalismo e à clientela, a ética nos negócios e o
equilíbrio nas cobranças. No meu ponto de vista, essa foi uma
mudança para pior. O Banco hoje busca resultado a qualquer
preço e essa idéia não é sustentável.”
Segundo levantamento feito pelo Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese, seção Brasília, a pedido da ANABB, o arrocho salarial dos bancários devese também aos anos em que o funcionalismo do Banco do Brasil ficou sem reajuste, em 1998 e 1999. Naquele período, os
funcionários das instituições privadas tiveram aumento, mesmo que inferior à inflação em 1998 e levemente superior em
1999. Somente em 2003, o reajuste nos salários foi unificado
para toda a categoria bancária, mas ainda inferior à inflação.
Em 2004, tanto no BB como nos bancos privados, os
reajustes foram superiores à inflação. No entanto, os ganhos
reais foram incapazes de neutralizar o efeito negativo do período anterior. No BB, a perda salarial foi de 17,7% contra 1,6%
nos bancos privados (tabela 2), diferença dez vezes superior
à perda dos bancos privados.
Diante desses acontecimentos, o salário de ingresso no
Banco do Brasil – que inclui gratificação de 25% – ficou mais
próximo daquele da rede privada – que considera o salário
após 90 dias de banco. Em dezembro de 1997, o salário de
ingresso no Banco de R$ 732,00 excedia em 51,5% o salário
inicial dos bancos privados, que era de R$ 483,00. Atualmen-
Tabela 2
Reajuste salarial e inflação – set. 1997 a set. 2007
Corrigido pelos Reajustes Salariais (Set/97 a Ago/07)
Data-base INPC/IBGE
Banco do Brasil Bancos Privados
Set. 1998
3,88%
0%
1,20%
Set. 1999
5,25%
0%
5,50%
Set. 2000
6,96%
1,70%
7,20%
Set. 2001
7,31%
2,00%
5,50%
Set. 2002
9,16%
5,00%
7,00%
Set. 2003
17,52%
12,60%
12,60%
6,64%
11,85%
12,77%
Set. 20041
Set. 2005
5,01%
6,00%
6,00%
Set. 2006
2,85%
3,50%
3,50%
2
4,82%
6,00%
6,00%
Set. 2007 Acumulado
93,83%
59,53%
90,78%
Perda salarial
-17,69%
-1,57%
Reajuste necessário
21,50%
1,60%
Fonte: Acordo e Convenção Coletiva dos Bancários.
Elaboração: Dieese.
Notas:
1 Na data-base de 2004, além do reajuste de 8,5%, os salários até o teto de R$ 1.500,00 incorporaram parcela
fixa de R$ 30,00. Esse valor representou reajuste total de 11,85% e 12,77% para os respectivos pisos salariais
do BB e dos bancos privados.
2 Em 2007, o BB incorporou a parcela fixa ao vencimento padrão, ampliando assim a base de incidência da
gratificação semestral de 25%. Com isso, o reajuste acumulado subiu para 61%.
6 | Ação Agosto/Setembro 2008
te, essa relação é de R$ 1.178,63 no BB contra R$ 921,49
nos privados, ou seja, 27,9% superior. Para manter a paridade
de 1997, o salário de ingresso no BB deveria ser R$ 1.396,54
− equivalente ao reajuste de 18,5% sobre o valor atual.
Considerando intervalo de apenas um ano, com 12 salários
mais 13 0 e um terço de férias constitucional, um bancário no início de carreira no BB deixou de ganhar, entre setembro de 2007 e
agosto de 2008, o equivalente a R$ 2.904,74.
Com a nova política de recursos humanos, implantada a partir
de 1996, que teve a intenção de tornar o Banco do Brasil mais
competitivo, os salários foram equiparados aos de mercado. O
tempo de serviço, por exemplo, era item que engordava o contracheque e deixou de ser diferencial. A partir desse momento, as
palavras-chave eram eficiência e competição.
“Os salários do Banco do Brasil não são maiores; ao contrário, é possível até questionar que, em algumas funções, ele
não pague o que recebe um funcionário de banco privado,
que sabe que o desempenho justifica a remuneração. O funcionário não tem estímulo forte comparativamente ao que ele
teve no passado, que dava a ele o destaque de ser funcionário do Banco”, explica José Carlos de Oliveira, professor do
departamento de Economia da Universidade de Brasília.
Opinião de funcionários
A questão salarial mexe com o funcionalismo do Banco
do Brasil, mas outros benefícios tornam os funcionários
satisfeitos com a Instituição. Em pesquisa realizada pela
ANABB, 83,2% dos 1.088 funcionários entrevistados afir-
maram sentir-se bem trabalhando no Banco do Brasil. Essa
satisfação deve-se principalmente à estabilidade, ao Plano
de Saúde da Cassi, ao Plano de Carreira e à possibilidade de
crescimento no Banco. Em contrapartida, 58,5% dos entrevistados afirmaram que o BB não é o melhor lugar para se
trabalhar. Entre os pontos negativos levantados pelos participantes estão salários baixos (13,8%); excesso de trabalho (13,4%); falta de funcionário (11,3%); metas inatingíveis
(10,9%); e excesso de pressão das chefias (8,9%).
Para a funcionária Vanessa*, a demanda é o problema.
“Eu acho o salário baixo em decorrência do que a gente faz,
porque tanto o escriturário quanto o assistente fazem sempre
o serviço de um cargo superior. Por isso, é muito defasado”,
afirma a escriturária de 28 anos, formada em Direito.
A jovem funcionária, que já trabalhou em banco concorrente, confessa que não tem o sonho de fazer carreira no BB.
Pelo contrário, o emprego atual serve de primeiro passo para
a carreira. “Eu quero é um tribunal, onde trabalhamos com
horário reduzido e ganhamos mais”, defende.
Em um mercado de trabalho tão competitivo e acirrado
como o atual, apenas o diploma de graduação não é garantia
de melhoria salarial. Segundo o gerente geral de agência no
Paraná, Jéferson Amaral*, a competitividade dentro do Banco
é agravante. “Possuo nível superior, só que sem isso você não
consegue, no próprio Banco, ter a pontuação necessária para
ascender na carreira. Mesmo hoje como gerente, se a gente
não tiver alguma daquelas certificações internas do Banco,
fica para trás”, argumenta.
A ANABB perguntou aos associados, funcionários da ativa, se eles estavam satisfeitos
com os salários. Veja o que eles responderam.
“Eu tenho expectativa de melhorar o salário. Mas essa questão de salário é complicada. No mercado de trabalho aí fora
a coisa está pior. Estão pagando menos do que aqui. Se for
uma análise com o mercado de trabalho, eu estaria satisfeito,
mas, se for uma análise particular, eu tenho expectativa de
melhorar meu salário e crescer no Banco. O salário do BB está
alinhado com o do mercado.”
Cláudio Souza,* 30 anos
Escriturário, São Paulo – SP
Ingressou no BB em 2008
“Não. Em relação à responsabilidade assumida, eu acho que
o salário não condiz.”
Antônio Cruz,* 25 anos
Gerente de Módulo, Porto Alegre – RS
Ingressou no BB em 2004
“Podia ser um pouquinho melhor, pois o salário de um bancário, dependendo do cargo, mal dá para manter-se. Além disso,
o custo de vida em Brasília é alto. Se eu vivesse em outra
cidade, talvez estivesse mais satisfeito.”
Alexandre Costa,* 28 anos
Escriturário, Brasília – DF
Ingressou no BB em 2007
“Apesar de tudo, a gente pode até falar que o poder de compra
não é mais o mesmo, mas o salário está alinhado com o mercado. Agora se o mercado está errado, aí já é outro problema.”
Elton Almeida*
Assistente Sênior, Brasília – DF
“Acho que deveria ser um pouquinho melhor. Trabalho
muito. É muita responsabilidade, muita coisa ao mesmo
tempo, por isso eu acho pouco. Eu acho que deveria ser
um pouquinho mais.”
Iolanda Silva,* 43 anos
Escriturária, Brasília – DF
Ingressou no BB em 2008
Obs.: O Banco do Brasil foi procurado, mas não quis se pronunciar quanto à questão salarial do funcionalismo.
*Nomes fictícios.
Ação Ação
Agosto/Setembro
2008 2008
|7 |7
Agosto/Setembro
ESPORTE
Pioneirismo nos
esportes
Aposentado do Banco do Brasil relembra primeira campanha de
marketing esportivo do Banco, em 1985. De lá pra cá, a parceria
entre a Instituição e os esportes rende bons frutos com investimentos
na casa dos R$ 60 milhões
Anúncios do Banco do
Brasil referentes ao
patrocínio do basquete
por Tatiane Lopes
É com voz baixa e jeito simples que o aposentado do Banco do
Brasil, Heleno Fonseca Lima, relembra momentos significativos
em sua carreira e na trajetória da Instituição. O principal deles
não faz parte da memória do Banco nem é de conhecimento
de grande parte dos funcionários: a criação e a formatação da
primeira campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil,
entre os anos de 1985 e 1987. “Foi o então presidente do Banco,
Camillo Calazans, que autorizou a elaboração de um modelo de
campanha baseada na modernização da imagem e na promoção
da marca e do nome do Banco, por meio do marketing esportivo”,
conta o aposentado de 67 anos.
No ano de 1985, Heleno ocupava cargo de assessor da Presidência e foi investido na função de “coordenador das atividades
necessárias à divulgação da imagem do Banco”. Sob sua responsabilidade, o BB iniciou patrocínio à equipe esportiva nacional.
A modalidade basquetebol foi a escolhida, pois na época esse esporte tinha preferência da juventude e contava com participação
de grandes ídolos, como Oscar, Marcel, Paula e Hortência.
“O presidente me encarregou de formatar essa ação estratégi8 | Ação Agosto/Setembro 2008
ca baseada no marketing esportivo. Entrei em contato com a Confederação Brasileira de Basquetebol e idealizamos uma maneira
de o Banco ter retorno. Colocamos o nome e a marca do Banco
nos uniformes da Seleção Nacional de Basquetebol. Hoje o
marketing esportivo evoluiu bastante, naquela época foi uma criação de marketing original e inédita no Brasil e no mundo”, conta.
Os anos seguintes foram de muito trabalho e reconhecimento por todo país. Nesse período, durante o Campeonato
Mundial de Basquetebol, em 1986, na Espanha, também foi
criada a primeira Torcida Verde e Amarela. “O sucesso foi absoluto e o nome e a marca do Banco apareceram nos uniformes
dos atletas e em camisetas e bandeiras nas arquibancadas.
O acerto dessa ação foi a base para a continuidade nos anos
seguintes”, destaca o aposentado.
A campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil tornouse poderosa ferramenta de divulgação do nome Banco do Brasil, inclusive internacionalmente, ação estratégica que o Banco
jamais abandonaria. Mas muito do que Heleno ajudou a construir
ficou esquecido.
Foto: Tatiane Lopes
“Questiono que se estabeleça a verdade no que concerne à
criação e à formatação da campanha de marketing esportivo do
Banco do Brasil para o conhecimento dos funcionários e de toda
a população brasileira. Não se pode aceitar que uma Instituição
bicentenária não registre em sua história a real origem desta
campanha vitoriosa, com vários prêmios alcançados, que passou
a fazer parte da própria história do esporte brasileiro”
Heleno Fonseca Lima
Segundo dados do BB, a partir de 1991 a Instituição começou a patrocinar o esporte brasileiro, na modalidade voleibol, época, também, em que foi criado o Circuito Banco
do Brasil Vôlei de Praia. O site da Instituição, que dedica
uma página para contar sua história de participação no esporte, não menciona que o pontapé para o marketing esportivo do Banco foi dado com o basquetebol.
É essa história triste que o aposentado do Banco do Brasil tenta
reverter. Formado em Educação Física e em Marketing, Heleno,
que se aposentou em 1994, voltou a trabalhar em 2007 na área
de consultoria de Marketing Esportivo. “Durante reunião de trabalho, ao contar sobre a campanha desenvolvida para o Banco,
no triênio 1985-1987, senti que as pessoas não acreditaram.
Elas nunca viram isso escrito em lugar nenhum. Voltei para casa,
fiquei chateado, pois havia me dedicado a criar e formatar um
trabalho e estava desacreditado”, desabafa o aposentado.
A assessoria de imprensa do Banco do Brasil informou que nos
relatórios anuais, publicados nos anos de 1986, 1987 e 1988, o
Banco fez referência aos patrocínios esportivos para as seleções
de basquete masculino e feminino. No entanto, o ano de 1991
marcou a institucionalização da área esportiva no BB e a formalização do patrocínio com a criação de orçamento específico e
funcionários destinados para essa área.
Para Heleno, o tempo que passou não exime o Banco do Brasil
de considerar a autoria da campanha como dele. “Questiono que
se estabeleça a verdade no que concerne à criação e à formatação da campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil
para o conhecimento dos funcionários e de toda a população brasileira. Não se pode aceitar que uma Instituição bicentenária não
registre em sua história a real origem desta campanha vitoriosa,
com vários prêmios alcançados, que passou a fazer parte da própria história do esporte brasileiro”, explica.
E lamenta: “independentemente de ver a minha história
apagada, de suportar ofensa a minha imagem de autor, considero a maior vítima o próprio Banco do Brasil, por ter parte de
sua vida suprimida de qualquer menção histórica. Não quero
de modo nenhum estabelecer polêmica com o Banco. Como
funcionário aposentado, sinto-me no dever de ajudar a resgatar esses fatos da história do Banco, os quais tive a honra de
evidenciar e deles participar. Tenho filhos e netos e quero poder contar uma história diferente para eles”, conclui.
História
Os resultados alcançados pelo esporte brasileiro mostram a
importância da parceria com o Banco do Brasil. Na quadra, com
as seleções adultas, em 107 competições disputadas entre 1991
e 2008, foram 79 pódios, 48 deles com o primeiro lugar – destaque para os títulos olímpicos, em 1992 e 2004; os mundiais, em
2002 e 2006; o heptacampeonato da Liga Mundial (masculino);
e o heptacampeonato do Grand Prix (feminino).
Os bons números também se estendem aos investimentos. Só
em 2007, o Banco do Brasil investiu R$ 52 milhões em patrocínio
esportivo. Para este ano, a previsão é maior: nada menos que R$
60 milhões.
No vôlei de praia, além do Circuito BB, o Banco patrocina a dupla campeã olímpica e pentacampeã do Circuito Mundial, Ricardo
e Emanuel, e as atuais vice-líderes do ranking do Circuito Mundial, Renata e Talita. O avanço nesse esporte é notável. Em 1991,
no primeiro ano do Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia, foram
disputadas apenas cinco etapas no masculino. Já no ano seguinte, o Brasil entrou para a elite: foi criada a modalidade feminina e
a competição ganhou 16 etapas.
A partir de 2000, o Banco do Brasil marcou sua presença no
tênis ao patrocinar Gustavo Kuerten. Em seis anos de parceria,
o tenista conquistou 15 títulos, sendo dois em Roland Garros, e
liderou o ranking da Associação de Tenistas Profissionais por 43
semanas, feito inédito para um sul-americano. O tenista despediu-se das quadras com a marca da Empresa na camisa.
Um dos maiores vencedores da história de todos os esportes,
o iatista Robert Scheidt, octacampeão mundial da classe laser
e atual campeão mundial da classe star, também é patrocinado
pelo BB. Além dele, recebem incentivos seu parceiro Bruno Prada, a seleção brasileira de futsal e o jogador Falcão.
De acordo com dados do Banco do Brasil, em 2007, mais de
320 mil pessoas participaram dos eventos esportivos patrocinados pela Instituição. A cada ano, quase dois mil atletas brasileiros
são beneficiados pelo patrocínio, incluindo categorias de base e
profissional. O Banco também promove ações sociais ligadas ao
esporte. No ano passado, nos eventos esportivos apoiados pelo
BB, foram alcançados os seguintes resultados: sete mil empregos
temporários gerados; 12,1 mil crianças atendidas em oficinas de
esporte; 206 toneladas de alimentos arrecadadas; e 42 entidades sociais visitadas por atletas consagrados.
Ação Agosto/Setembro 2008 | 9
ANABB
Convênios ANABB:
vantagens para os
associados
São mais de 1.200 convênios com estabelecimentos
comerciais em todo o Brasil
Basta ser associado ou dependente da ANABB para aproveitar as vantagens que os convênios ANABB oferecem. Em
todo o Brasil, são mais de 1.200 convênios com estabelecimentos comerciais e profissionais prestadores de serviços. Todos os conveniados podem ser conferidos no site da
ANABB − www.anabb.org.br −, no link “Convênios”.
Para se ter idéia, os associados podem se beneficiar com
descontos em faculdades e demais instituições de ensino,
hotéis, academias, salões de beleza e estética, clínicas médicas e odontológicas, consultorias, farmácias, lojas de roupas, produtos para festas, decoração e muito mais.
Por exemplo, em uma instituição de ensino superior
em Brasília, a mensalidade do curso de Economia custa
R$ 567,37. Para o associado ANABB, que tem 20% de
desconto, essa mensalidade sai por R$ 453,90 – desconto de R$ 113,47, ou seja, R$ 56,74 a mais que o desconto
oferecido pela instituição no quesito pontualidade. Nesse
exemplo, o valor economizado pelo associado ANABB em
10 | Ação Agosto/Setembro 2008
apenas um mês equivale ao pagamento de quase três
mensalidades da ANABB − R$ 19,50 cada. Esse é apenas
um exemplo, pois o filiado pode se beneficiar de vários
outros convênios simultaneamente.
Para usufruir dos descontos, basta apresentar o cartão da
ANABB. Se a empresa exigir declaração de sócio, você poderá solicitá-la pelo site.
Os associados podem, ainda, indicar empresas e profissionais de interesse que ainda não sejam conveniados à
ANABB. Com essa indicação, a Associação entrará em contato com o estabelecimento ou profissional para mostrar os
benefícios de fazer parte da rede conveniada. Afinal, são
aproximadamente 100 mil associados em todo o Brasil.
A rede de conveniados da Associação está em
expansão. Agora os associados contam também com
convênios nacionais, que podem ser aproveitados em
qualquer lugar do país.
Acesse www.anabb.org.br e veja como é fácil.
www.anabb.org.br
Espaço destinado às
empresas interessadas
em fazer parte da rede de
convênios ANABB. Aqui
elas preenchem formulário
de produtos, serviços
e vantagens oferecidas
aos associados.
Aqui os associados encontram todos os convênios
oferecidos pela ANABB.
Basta selecionar as opções abaixo.
Espaço destinado aos associados
que quiserem indicar empresas
ou profissionais para fazer parte
da rede de convênios ANABB.
A Associação entrará em contato
com o estabelecimento indicado para
viabilizar a participação da empresa.
Mais informações: [email protected]
AçãoAção
Agosto/Setembro
Agosto/Setembro
20082008
| 11| 11
12 | Ação Agosto/Setembro 2008
Ação Agosto/Setembro 2008 | 13
PARABÓLICA
JUSTIÇA
ZERO E DEZ
Superbactéria desafia
médicos brasileiros
Uma bactéria, que já contaminou milhares de pessoas no Brasil, desafia os
médicos. Só em julho, cinco casos foram identificados em Vitória (ES). E os
médicos avisam: a contaminação pode
ser maior do que se imagina. A epidemia já atinge o Rio de Janeiro e Minas
Gerais. A contaminação é provocada por
microorganismos parentes do bacilo da
tuberculose. A microbactéria contamina
o instrumento que suga a gordura na lipoaspiração, chamado cânula, e causa
violenta infecção. Por isso, a epidemia
pode ter origem em instrumentos mal esterilizados. A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou mudanças nos
procedimentos de limpeza e o surto foi
controlado. No Espírito Santo, a solução
encontrada pela Secretaria de Saúde é
a troca dos instrumentos usados em cirurgias de lipoaspiração, recomendação
adotada também no Rio de Janeiro.
Supremo contra o nepotismo
O Supremo Tribunal Federal aprovou
no dia 21 de agosto o documento
que obriga os três poderes a banir
a contratação de parentes sem concurso do serviço público. Pai, irmão,
tio, sogro, cunhado, mãe: os ministros do Supremo bateram o martelo
e decidiram que todos esses parentes deverão ser demitidos. O fim do
nepotismo vale para os três poderes:
Executivo, Legislativo e Judiciário. O
Supremo liberou as nomeações para
os chamados cargos políticos. Assim,
ministros, secretários estaduais e
municipais poderão ser nomeados
por parentes. E os próprios ministros
do Supremo admitiram que outras
exceções poderão ser abertas. Os
ministros querem ainda acabar com
nepotismo cruzado (quando uma autoridade pede para autoridade de outro poder contratar um parente e, em
troca, faz o mesmo favor), mas novamente os ministros deixaram claro
que sabem que não é nada simples
confirmar esses favores.
Call center: demora por parte
das empresas continua
As empresas ainda terão muito
trabalho para adaptar seus Serviços
do Atendimento ao Cliente (SACs)
às novas regras estabelecidas pelo
Decreto no 6.523/2008, que entrará
em vigor em 1o de dezembro. Após
sua assinatura, foram testadas 16
empresas de alguns dos setores incluídos no Decreto – telefonia, TV a cabo,
bancos, planos de saúde, empresas
aéreas, concessionárias de energia –
e metade foi reprovada. As razões da
reprovação foram demora por parte
dos atendentes e respostas erradas.
Foram testados: Banco do Brasil,
Bradesco, Itaú, Net Rio, Sky, TVA,
Ampla, Light, Amil, Unimed-Rio, TAM,
Gol, Claro, Oi, TIM e Vivo. O BB, por
exemplo, foi reprovado. No primeiro
telefonema a ligação caiu, depois de
passar por dois cardápios eletrônicos.
Foi feita mais uma tentativa, mas a
única opção possível era cancelamento de cartão. Todas as operadoras de
celular foram reprovadas.
Jornal Nacional
Fantástico
Classe média em ascensão
Pela primeira vez na história do Brasil,
a classe média passa a ser maioria no
país. Essa foi a conclusão de pesquisa
divulgada pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV), do Rio de Janeiro. De acordo com
o estudo, atualmente 52% da população
formam a classe média brasileira. Isso
significa que nos últimos seis anos cerca
de 20 milhões de brasileiros deixaram de
ser classificados como pobres ou muito
pobres e se deslocaram para o meio da
pirâmide social. A pesquisa da FGV considerou como classe média as famílias
com renda mensal entre R$ 1.065 e
R$ 4.591. Um dos pontos positivos dessa
notícia é que o futuro do país pode estar
atrelado à nova classe média – já que nos
países que alcançaram desenvolvimento
financeiro e social a maioria dos habitantes pertence a esse estrato social.
Época
14 | Ação Agosto/Setembro 2008
O Globo
BRASIL
11.672/2008, o andamento de processos judiciais que beneficiam aposentados e pensionistas do INSS também
ficará mais rápido.
Jornal de Brasília
Recadastramento
O Ministério da Previdência prepara-se
para atualizar os dados incompletos
dos trabalhadores ativos no Cadastro Nacional de Informações Sociais
(Cnis). A intenção é acabar com as
lacunas na base de dados e garantir que, a partir de 2010, o segurado
possa se aposentar por tempo de
contribuição automaticamente. O ministro da Previdência, José Pimentel,
informou, também, que a partir do ano
que vem o governo pretende conceder
automaticamente as aposentadorias
de profissionais urbanos por idade
– para homens e mulheres que já
completaram, respectivamente, 65 e
60 anos. Antes de convocar os segurados, o INSS conferirá as informações
com as empresas a partir de 2009 e
depois os trabalhadores serão chamados. Com a entrada em vigor da Lei no
Receita oferecerá IR pronto
Dentro de dois anos, o governo planeja
oferecer a funcionários de alguns setores
privados e a servidores públicos federais,
estaduais e municipais a declaração de
renda de pessoa física já pronta. Caberá
ao contribuinte concordar ou não com o
tributo já calculado. Caso discorde, ele
deverá fornecer as informações necessárias para a correção. O modelo, em
desenvolvimento pelo Serviço Federal
de Processamento de Dados (Serpro),
é inspirado em sistema implantado no
Chile. Segundo o diretor-presidente do
Serpro, Marcos Mazoni, para setores que
já operam com nota fiscal eletrônica –
automobilístico, fumageiro e indústria
farmacêutica – falta apenas implantar
a escrituração eletrônica, o que deve ser
feito a partir do próximo ano. No caso
dos funcionários públicos, seria preciso
apenas sincronizar as bases de dados.
Ele destacou que, para o setor privado, a
nota fiscal eletrônica e a escrituração eletrônica permitirão que se saiba quanto e
a quem cada empresa pagou. No entanto, ainda é necessário articulação com
cartórios para obter informações sobre a
variação patrimonial.
Correio Braziliense
Menores de 1 ano devem
evitar o consumo de mel
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou que crianças
com menos de um ano de idade não
consumam mel. O objetivo da orientação é prevenir a ingestão de esporos da
bactéria Clostridium botulinum, bacilo
responsável pela transmissão do botulismo intestinal. Não existem restrições
ao consumo de mel por crianças com
mais de um ano de idade e adultos
sem problemas de saúde relacionados
à flora intestinal. Apesar de não haver
confirmação de casos da doença no
Brasil, a atuação da Anvisa está fundamentada em publicações oficiais
da Secretaria de Vigilância em Saúde
do Ministério da Saúde. Resultados de
pesquisas apontam que 7% das 100
amostras de mel comercializadas por
ambulantes, mercados e feiras livres,
em seis estados brasileiros, estavam
contaminadas com o bacilo.
Site da Anvisa
BANCO DO BRASIL
Lucro do BB cresce 61%
O Banco do Brasil registrou lucro líquido de R$ 4 bilhões no primeiro
semestre de 2008, resultado 61,1%
maior do que o observado no mesmo
período de 2007. No trimestre, o lucro foi de R$ 1,6 bilhão. O resultado
corresponde a Retorno sobre Patrimônio Líquido (RSPL) de 34%, contra 24,3% no mesmo período do ano
anterior, e lucro por ação igual a R$
1,57, contra R$ 1,00 no primeiro se-
mestre de 2007. Esse desempenho
permite distribuir R$ 1,6 bilhão como
remuneração aos acionistas, equivalentes a 40% do lucro líquido. Os
bons resultados se estendem também para o crédito total (incluindo
carteira externa, interna e prestação
de garantias) que superou os R$ 200
bilhões. Com essa marca, o Banco
atingiu uma das metas programadas
para celebrar seus 200 anos.
Site do BB
Ação Agosto/Setembro 2008 | 15
BANCO DO BANCÁRIO
Desisti do Banco do
Brasil por duas vezes
Em 1997, após tantas idas e vindas, dez anos de dedicação
e compromisso e mesmo após conselhos de colegas para que
eu não deixasse o Banco, decidi deixá-lo
16 | Ação Agosto/Setembro 2008
então só tinha aprendido a ser bancário. Fora do Banco,
tentei várias opções profissionais, “ralei” bastante até conseguir boas oportunidades.
Em 2003, prestei concurso para o BB e fui convocado
em 2007. Após analisar minha história no Banco e minhas
pretensões profissionais, mesmo sabendo que a política de
recursos humanos do Banco está mais “humana” nos dias
de hoje, decidi não ingressar no quadro do BB, desistindo
dele pela segunda vez.
Hoje, 11 anos depois, graduado em Ciências Contábeis e
pós-graduado em Auditoria Contábil, exerço a profissão de contador em uma empresa privada, percebendo a cada dia que
estou no caminho certo, pois tenho investido em mim e na minha carreira.
Agradeço ao Banco pelas lições que aprendi, pelas boas
amizades que deixei e pelas várias experiências profissionais por que passei. Porém, creio que o Banco perdeu um
dedicado, comprometido e disciplinado funcionário. Talvez
eu não tenha a terceira chance, e também acho que não voltaria ao Banco. Apesar de tudo, permanece minha gratidão
ao BB pelo muito que com ele aprendi.
Jefferson*
Fortaleza – CE
*Nome fictício.
Ingressei no Banco do Brasil a primeira vez em 1984, como
menor auxiliar de serviços gerais, e permaneci até 1986. Após
aprovação em concurso público, voltei para o BB em 1987, com
apenas 18 anos, levado pelo sonho de todos naquela época:
ser funcionário com estabilidade, fazer carreira, comprar uma
casa pela Previ e, finalmente, aposentar-se.
Passei por cinco dependências em três estados − Paraíba,
Rio Grande do Norte e Paraná −, sendo na última pressionado pelo tão temido Programa de Desligamento Voluntário
(PDV) em 1995. Em 1996, consegui transferência para meu
estado de origem, a Paraíba. Começou, então, um processo
de desmotivação e insatisfação. Embora lotado no Centro de
Processamento de Serviços e Comunicações (Cesec), de João
Pessoa, era constantemente cedido para outras agências
da capital, sem conseguir me firmar em um local e em uma
função, porque o Banco não deixava. Assim, em 1997, após
tantas idas e vindas, dez anos de dedicação e compromisso e mesmo após tantos conselhos de colegas que sabiam
do meu potencial para que eu não deixasse o Banco, decidi
deixá-lo. Como se tudo isso não tivesse valor, o Banco, sem
analisar quem era o funcionário que deixava seus quadros,
acatou prontamente meu pedido de demissão.
Confesso que não me arrependi da decisão, mas também não estava preparado para o mercado de trabalho fora
do BB, pois havia ingressado no Banco aos 14 anos e até
Retrospectiva da vida
de um funcionário no
Banco do Brasil
Minha ficha funcional era limpa, sem nenhum processo disciplinar. No
entanto, com 48 anos, o Banco me considerava velho e era rejeitado pela
Instituição por causa de minha idade
Ingressei no Banco do Brasil em meados de 1982, aos
33 anos, no Centro de Processamento de Serviços e Comunicações (Cesec) de Santo Ângelo (RS), por aprovação em
disputado concurso público. No início da década de 1990,
fui aprovado em concurso interno de nível superior, mas,
para minha infelicidade, o referido concurso foi extinto de
maneira arbitrária.
Trabalhei, a maior parte do tempo, em atividade com
acréscimo de adicional noturno e, durante três anos, fui comissionado substituto do Banco. Nessa mesma década, foram abertos muitos Cesecs, mas logo foram fechados.
Em 1995, o Banco possuía 120 mil funcionários e criou
o Programa de Demissão Voluntária (PDV) para reduzir em
50% seu quadro de funcionários. Foi entregue uma carta
sugerindo que aderíssemos ao PDV. Para mim e para os
vários colegas − aproximadamente 60 mil pessoas − instalou-se o caos.
Em decorrência disso, as comissões e o número de funcionários foram reduzidos drasticamente. O ótimo ambiente
de trabalho virou local de tensão, terror e choro. Eu, na época, era representante da ANABB local e, vendo o fato, resolvi
denunciá-lo em jornal e televisão.
Em 1997, fui transferido para o Cesec de Santa Maria
(RS), a 220 km da minha residência. Após seis meses dessa
mudança, determinou-se a extinção de mais esse Cesec.
Minha ficha funcional era limpa, sem nenhum processo
disciplinar ou algo do gênero. No entanto, com 48 anos, o
Banco me considerava velho e era rejeitado pela Instituição
por causa de minha idade. Fui transferido para a agência de
Giruá (RS) e, em agosto de 1998, estressado com a situação,
adoeci e sofri infarto.
Por conseqüência, fiquei cardíaco e afetado psicologicamente, tendo sido, após certo tempo, aposentado por invalidez. No cálculo da aposentadoria, perdi adicional noturno,
substituições, concurso interno para nível superior, tíquetealimentação, além de ter meu salário congelado. Hoje, sobrevivo com os baixos proventos da aposentadoria.
Em síntese, nesse momento apóio todos que tiveram de
aderir ao PDV e passaram por dificuldades similares. Apóio
as reintegrações dos “pedevistas” ao Banco, bem como a
atualização das remunerações e a devolução dos direitos adquiridos a estes nobres trabalhadores, que dedicaram sua
vida ao Banco do Brasil.
Obs.: Este texto foi adaptado por meu filho, tendo em vista
que fiquei com seqüelas mentais em virtude dos acontecimentos citados.
Lourenço*
Aposentado
Ingressou no Banco do Brasil em 1982 em Santo Ângelo – RS
PARTICIPE!
Envie seu depoimento sobre sua relação com o BB. Mande um e-mail para
[email protected] ou uma carta para SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510
Brasília/DF. O assunto deve ser Banco do Bancário.
*Nome fictício.
Ação Agosto/Setembro 2008 | 17
EDUCAÇÃO
o DiLema da
“palmada”
Pais podem ou devem corrigir os filhos com palmadas? No Brasil,
o tapinha não é proibido por lei, mas especialistas lutam para que
a prática seja vista como crime
por Priscila Mendes
“Educai as crianças, para que não
seja necessário punir os adultos”, dizia o
provérbio do filósofo e matemático grego
Pitágoras. O ensinamento do pensador é
de fácil compreensão, mas não há regras
simples para colocá-lo em prática.
Os pais tentam encontrar a melhor
maneira de serem respeitados pelos filhos
e de impor-lhes limites, com o propósito de
deixar como herança uma boa educação.
Mas que limites são esses? Que tipo de
respeito os filhos devem aos seus pais?
Qual a melhor forma de corrigi-los?
O diálogo é a melhor resposta para
especialistas que defendem que a prática, vista como uma simples palmadinha,
pode trazer conseqüências graves para a
formação da criança.
De acordo com a assistente social do
Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (Cecria), Taís
Alves Moreira, a criança que apanha vai
achar que bater é a forma de resolver os
problemas. Além disso, ela ficará insegura, pois, quando fizer algo que não sabe se
está correto, ficará inibida de contar para
os pais. “Há conseqüências na formação
do indivíduo. Uma criança insegura e ansiosa terá dificuldades em se abrir com
aqueles que devem protegê-la, pois ficará
com medo de ser punida”, afirma a assistente social.
18 | Ação Agosto/Setembro 2008
ção ao vaso de plantas para pegar terra
e colocar na boca, retiro-o do local. Ele
volta, eu digo ‘não pode’ e retiro-o novamente. Até que ele desista de fazer isso”,
explica a mãe.
Campanhas para orientação dos pais
quanto à correção dos filhos são feitas
por instituições que estudam e defendem
crianças e adolescentes. Um exemplo é
a cartilha lançada em 2006 pelo Cecria
“Disciplina com Direito e Respeito é
Possível – Diálogo com Mães, Pais
O diálogo é a melhor resposta para
e Educadores”. Mais informações
especialistas que defendem que a prática, sobre a publicação, acesse o site
www.cecria.org.br.
vista como uma simples palmadinha,
Mãe de dois meninos, a bacharel
em Direito e jornalista Patrícia Soares de
Araújo concorda que conversar é a melhor
solução, mas afirma que, em algumas
situações, a palmada tem a sua função.
“Creio que não há fórmula para educar os
filhos. Sou muito paciente com os meus.
Procuro dar-lhes muito amor, mas quando
o Bernardo (filho mais velho, de 9 anos) é
desrespeitoso dou-lhe uma palmadinha”.
pode trazer conseqüências graves para
a formação da criança
Patrícia afirma que isso raramente acontece e que a atitude do filho em desrespeitála não combina com ele. “A última vez, não
me lembro quando, dei-lhe um tapinha no
bumbum, porque ele foi grosseiro comigo.
Logo depois, me pediu desculpas e disse
que não era para eu ficar chateada, porque ele me amava.”
O outro filho de Patrícia, Heitor, de 1
ano, ainda não entende o que é proibido.
“Ele não sabe o que significa ‘não pode’.
Repito essa frase diversas vezes. Por
exemplo, quando ele leva a mão em dire-
A palmada deseduca?
De acordo com pesquisadores do Laboratório de Estudos da
Criança do Departamento de Psicologia
da Aprendizagem da Universidade de
São Paulo (LACRI/IPUSP), a palmada
deseduca sim. O departamento lançou
no ano 2000 a campanha “A Palmada
Deseduca”, para orientar pais, educadores e autoridades quanto aos problemas gerados pela violência doméstica
contra crianças e adolescentes. O slogan da campanha era “a mão que bate
pode ser aquela que acaricia e prepara
para a cidadania”.
Segundo a pesquisadora Viviane
De acordo com a assistente social do Cecria (Centro de Referência, Estudos
e Ações sobre Crianças e Adolescentes), Taís Alves Moreira, a criança que
apanha vai achar que bater é a forma de resolver os problemas. Além disso,
ela ficará insegura, pois, quando fizer algo que não sabe se está correto,
ficará inibida de contar para os pais
Ação
Ação Agosto/Setembro
Agosto/Setembro 2008
2008 ||19
19
Guerra, do LACRI/IPUSP, em 21 países
existem legislações que proíbem terminantemente os pais de adotarem quaisquer
práticas de punição corporal de natureza leve contra crianças e adolescentes.
São eles: Suécia, Finlândia, Dinamarca,
Noruega, Áustria, Chipre, Romênia, Letônia, Croácia, Alemanha, Islândia, Bulgária, Ucrânia, Hungria, Itália, Israel, Grécia, Holanda, Nova Zelândia, Portugal
e Espanha. No Uruguai essa legislação
está em fase de implementação. “No
Brasil isto [castigo moderado] ainda
é permitido, mas está em tramitação
na Câmara Federal o Projeto de Lei no
2654/2003 que prevê legislação similar. Trata-se de assunto polêmico em
nosso meio”, ressalta. De acordo com
a pesquisadora, o projeto foi aprovado
em todas as comissões da Câmara e,
em dezembro de 2005, quando se preparava para ir ao Senado, sofreu restri-
ções de dois deputados no sentido de
submetê-lo a uma ampla discussão no
plenário. “Esta discussão em plenário
não ocorreu até hoje e o Projeto está
parado quanto à sua tramitação”, afirma Viviane Guerra.
O Projeto de Lei de autoria da deputada Sandra Rosado (PSB/RN) foi redigido
por advogados de Direitos Humanos e
pelas doutoras Maria Amélia Azevedo e
Viviane Nogueira de Azevedo Guerra.
ARQUIVO PESSOAL
“A última vez, não me lembro quando,
dei-lhe um tapinha no bumbum, porque
ele foi grosseiro comigo. Logo depois,
me pediu desculpas e disse que não era
para eu ficar chateada, porque ele
me amava”
Patrícia Araújo e seus filhos Bernardo e Heitor
Conheça o texto do PL 2654/2003
Dispõe sobre a alteração da Lei 8069,
de 13/07/1990, o Estatuto da Criança
e do Adolescente, e da Lei 10406, de
10/01/2002, do Novo Código Civil, estabelecendo o direito da criança e do
adolescente a não serem submetidos
a qualquer forma de punição corporal,
mediante a adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação
de quaisquer propósitos, ainda que pedagógicos, e dá outras providências.
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1o – São acrescentados à Lei 8069,
de 13/07/1990, os seguintes artigos:
Art. 18 A – A criança e o adolescente
têm direito a não serem submetidos
a qualquer forma de punição corporal, mediante a adoção de castigos
moderados ou imoderados, sob a
alegação de quaisquer propósitos, no
lar, na escola, em instituição de atendimento público ou privado ou em locais públicos.
20 | Ação Agosto/Setembro 2008
Parágrafo único – Para efeito deste
artigo será conferida especial proteção à situação de vulnerabilidade à
violência que a criança e o adolescente possam sofrer em conseqüência,
entre outras, de sua raça, etnia, gênero ou situação socioeconômica.
Art. 18 B – Verificada a hipótese de
punição corporal em face de criança
ou adolescente, sob a alegação de
quaisquer propósitos, ainda que pedagógicos, os pais, professores ou responsáveis ficarão sujeitos às medidas
previstas no artigo 129, incisos I, III, IV
e VI desta lei, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis.
Art. 18 D – Cabe ao Estado, com a
participação da sociedade:
I. Estimular ações educativas continuadas destinadas a conscientizar o
público sobre a ilicitude do uso da violência contra criança e adolescente,
ainda que sob a alegação de propósitos pedagógicos;
II. Divulgar instrumentos nacionais e
internacionais de proteção dos direitos da criança e do adolescente;
III. Promover reformas curriculares,
com vistas a introduzir disciplinas
voltadas à proteção dos direitos da
criança e do adolescente, nos termos
dos artigos 27 e 35, da Lei 9394, de
20/12/1996 e do artigo 1º da Lei
5692, de 11/08/1971, ou a introduzir
no currículo do ensino básico e médio
um tema transversal referente aos direitos da criança, nos moldes dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Art. 2o – O artigo 1634 da Lei 10.406,
de 10/01/2002 (Novo Código Civil),
passa a ter seguinte redação:
“Art. 1634 – Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:
VII. Exigir, sem o uso de força física,
moderada ou imoderada, que lhes
prestem obediência, respeito e os
serviços próprios de sua idade e condição”.
Art. 3o – Esta lei entrará em vigor na
data de sua publicação.
JUSTIÇA
O Imposto de Renda
que você não paga
Se você é daqueles que fica chateado ao ver descontado no seu contra-cheque o imposto de renda,
preste atenção: tem um IR que você não paga. O imposto sobre venda de férias, licença-prêmio, abonos
e folgas não é descontado do funcionalismo do BB desde 1995. A mudança foi resultado de um dos
trabalhos oferecidos pela ANABB: a defesa dos direitos dos associados por meio de ações judiciais
por Ana Cristina Padilha
R$ 247 milhões. Este foi o valor devolvido a 86 mil associados da ANABB
beneficiados pela ação coletiva impetrada pela entidade. O processo referese ao desconto de Imposto de Renda
sobre venda de licença-prêmio, férias,
abono-assiduidade e folgas. Eles tiveram o valor de seus impostos depositados em juízo desde 1995 e, com a
vitória da ação da ANABB, receberam o
que foi depositado de volta.
A associada Jacqueline Santos de
Almeida, de Brasília, foi uma das contempladas. Em seu caso, o recebimento
do dinheiro foi inesperado. “Todo mundo
sabe que os processos na justiça se arrastam e a gente tem uma vida tão corrida
que não os acompanha como deveria”,
afirma. A bancária enaltece a importância do papel desempenhado pela ANABB
na ocasião: “confiei na ANABB para fazer
esse trabalho por mim. Se não fosse sócia da entidade, com certeza não saberia
que teria direito à restituição e, ainda que
o soubesse, não teria como resolver a situação sozinha”.
Mas devolver o dinheiro aos associados não foi o único resultado positivo
da ação da ANABB. Com a finalização
do processo, essas verbas passaram
a ser consideradas indenizatórias e,
por isso, definitivamente isentas de Imposto de Renda. “Essa vitória foi muito
importante, pois trouxe um resultado
definitivo em benefício dos nossos associados. Ficamos muito felizes por
termos sido autores da idéia”, afirma o
presidente da ANABB, Valmir Camilo.
Vitória permanente
Para chegar ao resultado que beneficiou tantos associados, a ANABB teve
uma longa batalha na justiça. O que aconteceu é que a Receita Federal considerava essas verbas como rendimentos e,
por isso, as tributava. A ANABB partiu do
pressuposto de que se os funcionários utilizassem as férias ou qualquer outro benefício, não pagariam Imposto de Renda e,
conseqüentemente, não deveriam pagar
o IR na hora de vendê-los. Sendo assim, a
Associação entrou com a ação IR – Repetição de Indébito.
Em setembro de 1995, a ANABB obteve liminar no Mandato de Segurança
ajuizado contra a Receita Federal para
impedir o recolhimento do IR para o BB
sobre a venda de benefícios. A decisão
foi da juíza Selene Maria de Almeida,
que obrigou o Banco do Brasil a depositar em juízo os referidos descontos até
a liquidação final da ação. Esse dinheiro
ficou retido na CEF durante três anos.
Em agosto de 1999, os associados da
ANABB puderam comemorar a primeira
vitória: a devolução do IR depositado em
juízo, com juros e correção monetária. A
segunda vitória veio com o julgamento
da ação, que eliminou de vez o desconto
do IR sobre essas verbas.
A liquidação dessa ação foi uma
das mais importantes conquistas alcançadas por uma entidade representativa de funcionários de uma empresa no Brasil. Direito conquistado pela
ANABB que, além de constituir-se como
importante precedente jurídico, beneficia outros trabalhadores, por tratar-se
de uma conquista permanente. Vitória
que se renova sempre que qualquer
funcionário procura o Banco para vender férias, licença-prêmio, folgas e abonos, e recebe o valor integral, sem a
incidência do Imposto de Renda.
Fazendo as contas
Além dos R$ 247 milhões pagos
aos 86 mil beneficiários da ação
coletiva de IR referente à venda
de licenças-prêmio, férias, abonoassiduidade e folgas, os associados da ANABB tiveram um ganho
permanente. Fazendo as contas,
apenas nesses nove anos em que
a ação foi liquidada e as verbas
tornaram-se isentas do Imposto, os
associados – que já recuperaram
o dinheiro retido – economizaram
R$ 555 milhões (uma média de
6 mil para cada um), por não pagarem mais IR sobre esses benefícios.
Ação Agosto/Setembro 2008 | 21
TRABALHO
A MULHER
NO BANCO DO BRASIL
Banco tenta solucionar um problema grave: as mulheres
ocupam apenas 10% dos cargos de chefia na Instituição.
Uma das ações foi a adesão ao Programa Pró-Eqüidade
de Gênero do Governo Federal
por Tatiane Lopes
O ano de 1969 foi representativo
para o Banco do Brasil, especialmente
para as mulheres. Naquela época, a ala
feminina participava pela primeira vez de
concurso público para a Instituição. Até
então, as brasileiras que trabalhavam no
Banco não ocupavam cargos efetivos e
exerciam funções como telefonista, copeira etc. Hoje as mulheres ocupam 38%
do quadro do funcionalismo. No entanto,
mesmo diante das conquistas, uma situação continua sem solução: dados do
Banco mostram que há predominância
22 | Ação Agosto/Setembro 2008
de homens na alta chefia.
O número de mulheres que ocupa
cargos mais altos na Empresa ainda é
muito baixo. Nas funções de primeiro
gestor, apenas 10% dos cargos são ocupados por funcionárias. As informações
fornecidas pelo Banco contabilizam ainda que, nas funções comissionadas, as
mulheres ocupam 35% das vagas, nas
operacionais 44%, nas técnicas 34% e,
nas funções gerenciais, elas ocupam
30% dos cargos.
Os números mostram que já não é
mais possível “colocar panos quentes”.
O Banco percebeu que para garantir
uma política eficiente de responsabilidade socioambiental é preciso descobrir quais os motivos que impedem a
ascensão profissional das mulheres.
Nesse caminho, uma das principais
ações começou em 2008, quando o
Banco do Brasil aderiu ao programa
Pró-Eqüidade de Gênero, instituído
pela Secretaria Especial de Políticas
para as Mulheres, em parceria com
o Fundo de Desenvolvimento das Na-
ções Unidas para a Mulher (Unifem) e
com a Organização Internacional do
Trabalho (OIT).
“Esse é um indicativo de que estamos no caminho certo e que ao aderir ao programa podemos melhorar a
participação da mulher nas funções
comissionadas, sobretudo naquelas
de comando”, afirma Geraldo Aureliano de Barros Correa Junior, da Diretoria
de Gestão de Pessoas. A partir do programa, que tem adesão voluntária por
parte da empresa, o Banco do Brasil
assumiu uma série de compromissos.
De acordo com a gerente de divisão de
identificação e seleção de competências profissionais do Banco do Brasil,
Ana Cristina Rosa Garcia, o plano de
ações envolve as áreas de gestão de
pessoas e cultura organizacional. “Temos ações nas áreas de capacitação e
treinamento, ascensão funcional e plano de cargos e carreira, programa de
saúde e segurança, salário e remuneração, políticas de benefícios. Na parte de
cultura organizacional, temos ações de
mecanismos de combate à prática de
discriminação e prática de sensibilização nos relacionamentos da Empresa.
É um programa amplo que tem ações
práticas para ajudar a mudar a realidade do Banco”, explica Ana Cristina.
Até o fim deste ano, o Banco do Brasil
será monitorado pela Secretaria Especial
de Políticas para as Mulheres. Se cumprir
as ações acordadas, ganhará o Selo PróEqüidade de Gênero. Além do programa,
o Banco anunciou que fará uma pesquisa qualitativa e quantitativa para identificar fatores tanto organizacionais quanto
pessoais que dificultam ou impedem a
ascensão da mulher. “Quando começamos a discutir o tema, percebemos que
existiam muitos pressupostos que não
tínhamos confirmado. São questões que
não sabemos se é mito ou se é realidade”, destaca Ana Cristina.
A diretora de Planejamento da Previ,
Cecília Garcez, primeira mulher a assumir um cargo de diretora na Caixa de
Previdência, enfatiza a importância de
se conhecer a opinião das mulheres:
“se num primeiro momento as empresas muitas vezes dão preferência aos
homens, pode acontecer também de as
mulheres renunciarem a cargos mais altos, já que é preciso muita preparação”.
Outra estratégia que busca a redução das desigualdades entre homens e
mulheres está relacionada ao programa
de executivos do Banco. Segundo Ana
Cristina, ao recrutar funcionários para
a prova de conhecimento, o Banco vai
selecionar um número de mulheres
proporcional à quantidade de mulheres
que se inscreveu. “Percebendo que existe um problema na alta administração,
em que há baixa participação feminina,
vamos incentivar que mais mulheres
façam a prova. Se eu tenho uma quantidade X de mulheres que se inscreveu
no programa, essa proporção vai ser garantida na hora do recrutamento”.
A diretora de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência da
ANABB, Graça Machado, primeira mulher
a ocupar o cargo de gerência do BB na Paraíba, vivenciou muitas histórias de discriminação e acredita que um estudo pode
ajudar a descobrir quais as dificuldades
de ascensão das mulheres. “No começo,
existiam dificuldades de aceitação das
mulheres em um Banco que era puramente masculino. Eu trabalhava escriturando
pequenas contas e, durante a instalação
de uma máquina que substituiria a que
eu trabalhava, o Banco proibiu que as mulheres fizessem o curso para se preparar
para aquela máquina nova. Nem banheiro feminino tinha nas agências, mas isso
é um passado de 35 anos. Hoje o que se
vê é que, para cargos mais altos, a mulher
embora seja reconhecida competente não
consegue ter o mesmo percentual de par-
ticipação no Banco”.
Estatísticas
As desigualdades entre homens e mulheres no mundo do trabalho não é uma
realidade apenas do Banco do Brasil.
Em 2006, um estudo sobre o “Perfil
social, racial e de gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações
afirmativas – 2005” mostrou que houve aumento da inclusão de mulheres,
mas não a sua ascensão dentro das
empresas. O estudo foi realizado pelo
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e pelo Ibope Opinião, em
parceria com a Fundação Getúlio Vargas
(FGV-EAESP), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Fundo de
Desenvolvimento das Nações Unidas para
a Mulher (Unifem).
Segundo a pesquisa, a mulher tem
participação em todos os níveis hierárquicos considerados no estudo. Mesmo
assim, ainda é sub-representada, se
comparada com o percentual da população economicamente ativa. O segmento
com maior porcentagem de mulheres – o
quadro funcional – apresenta 32,6% de
participação, contra os 51,3% de participação feminina na população brasileira,
os 42,7% na população economicamente
ativa e os 42,6% na população ocupada.
A mulher negra é ainda mais desfavorecida. Ela representa 8,2% das mulheres
gerentes e 4,4% das diretoras.
Outro dado importante surgiu a partir
de um relatório da OIT, publicado pejo jornal O Globo, em 2007. O estudo avalia que
o número de mulheres no mercado de trabalho mundial é o maior da história, tendo alcançado, em 2007, a marca de 1,2
bilhão. Na última década, houve aumento
de 200 milhões na ocupação feminina.
Ainda assim, as mulheres representaram
contingente distante do universo de 1,8
bilhão de homens empregados.
Ação Agosto/Setembro 2008 | 23
ELEIÇÕES
ANABB
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil – ANABB, atendendo ao disposto nos artigos 4, 9, 12,
15, 16, 17, 18, 23, 24, 36 e 45 do Estatuto e no Capítulo
VI (artigos 28 a 48) do Regimento, promoverá, no período
de 01 de setembro a 28 de novembro de 2008, CONSULTA
ORDINÁRIA ao CORPO SOCIAL, a fim de eleger os membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, os Diretores Estaduais e os Representantes nas Dependências, titulares
e suplentes, sendo:
a) - Para o mandato de 12/12/08 até a primeira quinzena do
mês de dezembro de 2011;
I - 21 (vinte e um) membros do Conselho Deliberativo e
suplentes; e
II - representantes e suplentes nas dependências do Banco
do Brasil;
b) - Para o mandato de 09/01/09 até a primeira quinzena de
janeiro de 2012:
I - 3 (três) membros titulares e 3 (três) suplentes do Conselho
Fiscal; e
II - 27 (vinte e sete) Diretores Estaduais e suplentes.
2. A Comissão Geral Eleitoral (CGE), instalada na Sede da ANABB, em Brasília-DF, nesta data, divulgará, através de Comunicados, a metodologia que norteará o certame, prevalecendo,
para todos os efeitos, os prazos fixados no presente Edital.
3. No processo eleitoral observar-se-á o seguinte calendário:
01/09/08 Divulgação do Edital de Convocação. Instalação
da CGE;
02/09/08 Disponibilização, no site da ANABB, dos associados aptos a participar do processo eleitoral;
03 a 09/09/08 Período de inscrição dos candidatos;
10/09/08 Prazo final para opção da votação via INTERNET;
10/09/08 Divulgação dos nomes dos inscritos;
11 a 15/09/08 Prazo para recebimento de representação
pela CGE (pedido de impugnação de candidaturas);
até 16/09/08 Entrega de cópia do processo de impugnação
ao representado pela CGE;
até 19/09/08 Apresentação de contra-razões pelo representado;
até 23/09/08 Julgamento, pela CGE, de processo de impugnação;
até 24/09/08 Divulgação da lista dos candidatos aptos a concorrer;
25/09/08 Prazo final para impugnação de votantes;
24 | Ação Agosto/Setembro 2008
até 29/09/08 Preparação das cédulas de votação;
30/09 a 10/10/08 Remessa das cédulas de votação aos
associados que não optaram pela votação via INTERNET;
01 a 27/10/08 Período de votação;
As cédulas da eleição via Postal deverão ser postadas no
Correio, pelo votante, até o dia 27/10/08;
A votação via INTERNET deverá ser efetuada, pelo votante,
até às 18h (horário oficial de Brasília) do dia 27/10/08;
28/10/08 Divulgação dos resultados dos votos via INTERNET;
04/11/08 Prazo final para recebimento pela CGE das cédulas de votação remetidas pelo Correio;
05 até 12/11/08 Apuração dos votos das cédulas remetidas pelo Correio;
até 13/11/08 Divulgação dos resultados gerais da apuração;
até 18/11/08 Prazo para interposição de recursos relativos
à apuração da eleição;
até 19/11/08 Entrega de cópia do processo ao candidato
recorrido;
até 24/11/08 Prazo para o candidato recorrido entregar
contra-razões;
até 26/11/08 Julgamento dos recursos pela CGE;
até 27/11/08 Divulgação dos resultados finais pela CGE;
28/11/08 Proclamação dos eleitos, titulares e suplentes,
pelo Presidente do Conselho Deliberativo, e encerramento
dos trabalhos da CGE;
12/12/08 Posse dos Representantes eleitos, nas Dependências;
12/12/08 Posse dos membros do Conselho Deliberativo,
oportunidade em que elegerão, dentre si, os novos Presidente e membros da Diretoria Executiva;
09/01/09 Posse dos membros, titulares e suplentes, do
Conselho Fiscal, oportunidade em que elegerão, dentre si, o
Presidente e o Secretário do Conselho;
09/01/09 Posse da Diretoria Executiva e dos Diretores Estaduais.
4. Serão apurados apenas os votos das cédulas remetidas dentro do prazo deste Edital e recebidos pela CGE até às 18h (horário
oficial de Brasília), do dia 04/11/2008. Os votos que forem recebidos após essa data serão considerados nulos.
5. Os pedidos de inscrição dos candidatos ao Conselho Deliberativo, ao Conselho Fiscal e às Diretorias Estaduais, serão
efetuados, prioritariamente, pela INTERNET e deverão ser
recebidos na ANABB até às 18h (horário oficial de Brasília)
do dia 09/09/08.
6. Em nenhuma hipótese o associado poderá candidatar-se
a mais de um cargo.
7. Para concorrer às eleições o associado deverá contar, na
data do registro de sua candidatura, com tempo mínimo de
filiação à ANABB e de trabalho efetivo no Banco do Brasil,
conforme abaixo:
Cargo
Filiado à ANABBTempo de Serviço BB
Normativo
Conselho Deliberativo
Até 10/09/2005
10 anos
Art.18,§ 1º do Estatuto
Conselho Fiscal Até 10/09/2007
08 anos
Art.23,§ 1° do Estatuto
Diretor Estadual
Até 30/09/2006
05 anos Art.43 do Regimento
Representante
Até 30/06/2008
02 anos
Art.43 do Regimento
8. Somente poderá votar nestas eleições, conforme artigo 33 do Regimento Interno, o Sócio Efetivo associado
à ANABB até o dia 30/06/08, observadas as seguintes
limitações quanto ao número de nomes que poderão ser
marcados na cédula de votação:
a) - até 21 (vinte e um) candidatos para membros do
Conselho Deliberativo;
b) - até 03 (três) candidatos para membros do Conselho
Fiscal;
c) - um candidato para Diretor Estadual; e
d) - um candidato para Representante da ANABB em
cada Dependência do Banco do Brasil S.A.
9. Não será permitido o voto por procuração (art.45 do
Estatuto).
10. As cédulas de votação, referentes ao Sistema via Postal,
serão autenticadas eletronicamente para efeito de segu-
rança do processo eleitoral. A votação pela INTERNET será
feita pelos associados que optarem por esta modalidade
até 10/09/08, em sistema seguro auditado por empresa
especializada.
11. A Comissão Geral Eleitoral, responsável pela condução
do processo, conforme art. 28 do Regimento, será composta
pelos associados: Coordenadora: Laize Helena de Araújo Coutinho – Membros: Luiz Carlos Romero Menon, Marcia Politi Gobato, Raul Rochadel Lima e Vicente de Paulo Barros Pegoraro.
12. O presente Edital de Convocação está sendo publicado,
nesta data, no Diário Oficial da União e no jornal O Globo,
disponibilizado no site da ANABB, bem como sendo remetido aos associados através do jornal AÇÃO e às dependências do Banco do Brasil S.A., para conhecimento dos
associados.
Brasília (DF), 01 de setembro de 2008
Antonio Gonçalves de Oliveira
Presidente do Conselho Deliberativo
Ação
Ação Agosto/Setembro
Agosto/Setembro 2008
2008 || 25
25
NOTAS
Plano Cassi Família II sem reajuste até 2009
A Caixa de Assistência não irá aplicar nenhum tipo de reajuste nas mensalidades do plano Cassi Família II no período
de agosto deste ano a julho de 2009. As tabelas de mensalidades corresponderão àquelas vigentes entre agosto de
2007 e julho de 2008. A decisão implicará economia média
de quase R$ 300 ao ano para o beneficiário.
O não reajuste foi possível devido à reserva técnica que o
plano possui, o que dá segurança à entidade para oferecer
reajuste zero ao participante. É importante lembrar que a alteração do valor da mensalidade em razão de mudança de
faixa etária do participante permanecerá no período de agosto deste ano a julho de 2009.
No caso do Cassi Família I, haverá reajuste financeiro no mês
de aniversário do plano, calculado pela variação do IPC Saúde
Fipe do período. Esse reajuste é necessário para manter o equilíbrio do plano, já que suas mensalidades estão defasadas.
Cassi
Dois associados levam Seguro Decesso Complementar
Bruna Monserrate Brito de Belo Horizonte (MG) e Lindoezer
Ribeiro das Neves de Itumbiara (GO) foram contemplados pelo
sorteio do Seguro Decesso Complementar. Os sorteados levam o
valor* da apólice do Seguro Complementar em vida.
Os dois sortudos foram contemplados com o número de sorte
06.034, sorteado pela Loteria Federal no dia 26 de julho.
A funcionária e o aposentado afirmaram que a sensação de ser
premiado é inexplicável. “É difícil eu sair para fazer jogos na Loteria. Fiz o seguro, mas não me lembrava quais eram os dias dos
sorteios. Achei que fosse demorar mais. Estou surpresa e feliz”,
completa Bruna.
* Será descontado Imposto de Renda sobre esse valor.
Bancos são os que menos empregam
A economia brasileira gerou 203.218 novos postos de trabalho
em julho, elevando para 1.564.606 o número de novos empregos
nos sete primeiros meses de 2008, segundo o balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Isso representa aumento de 5,4% em relação a
dezembro do ano passado e a maior quantidade de empregos
criados no Brasil desde o primeiro semestre de 2004.
O segmento da economia que mais gerou postos de trabalho
foi a agricultura – 271.970 –, aumento de 18,14% em relação a
dezembro passado. O setor de serviços como um todo empregou
490.105 novos trabalhadores com carteira assinada – incremento de 4,29% em relação ao mesmo período.
Mas as instituições financeiras, segmento que mais ganha dinheiro na economia, contrataram apenas 16.403 trabalhadores
entre janeiro e julho, aumento de apenas 2,88% – índice que é a
metade da elevação de emprego da economia.
Contraf-CUT
Banco do Brasil está entre os maiores das Américas
Pela primeira vez na história, o Brasil possui três bancos entre os 15 maiores de capital aberto das Américas, excluindo o
Canadá. A lista considera apenas as instituições que possuem
ações negociadas em Bolsas de Valores.
Conforme levantamento da Economática, no segundo trimestre, o Banco do Brasil foi o melhor colocado do país, na
12a posição, com ativos no valor de US$ 261,6 bilhões, seguido pelo Bradesco – 13o lugar, com ativos de US$ 253,3
26 | Ação Agosto/Setembro 2008
bilhões – e Itaú – 15o lugar, com ativos de US$ 216 bilhões.
De acordo com o estudo, que avaliou a evolução na gestão do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no fim de 2002, o Banco
do Brasil era o 27o no ranking das Américas, com ativos no
total de US$ 57,9 bilhões – até 2008 a valorização dos ativos
foi de US$ 203,7 bilhões.
Em ativos, o BB é hoje o maior banco de capital aberto do
país, seguido pelo Bradesco e Itaú.
Folha Online
Ação Agosto/Setembro 2008 | 27
OPINIÃO
Anjos
anônimos
Não raramente tomamos conhecimento ou somos
vítimas da crescente violência que assola nosso país. Vivemos trancados em nossas casas, com grades, cercas
elétricas, seguranças particulares, carros blindados etc.
E cada vez menos o poder público consegue fornecer
segurança para a sociedade. O medo impera na vida de
cidadãos que sonham com dias melhores.
Em busca desse sonho, em maio deste ano, divulgamos o resultado do concurso do projeto “Liberdade Responsável”, fruto do Programa ANABB Cidadania. Foram
premiados vinte projetos com foco na reinserção social
de jovens e adultos que cumprem medidas socioeducativas em espaços alternativos, bem como daqueles que
estão na rede prisional convencional. Uma das condições para a participação era que o projeto tivesse como
responsável um colega voluntário do Banco do Brasil da
ativa ou aposentado.
Sinto emoção muito grande ao ver colegas de norte a
sul do país se dedicarem para melhorar a vida de todos,
trabalhando pela mudança da sociedade. Conheço muitos deles. São pessoas desprovidas de qualquer interesse, lutando pelo bem comum, já que os benefícios não
são apenas para aqueles que estão incluídos no projeGRAÇA MACHADO é diretora de Relações Funcionais, Aposentadoria
e Previdência da ANABB - [email protected]
28 | Ação Agosto/Setembro 2008
to. É importante perceber feito muito maior, que oferece
oportunidade a pessoas que ficam à margem da sociedade quando saem do sistema prisional e ainda reduz a
possibilidade de eles se envolverem em novas infrações.
O “Liberdade Responsável” é um dos projetos mais bonitos que conheço, a começar pela origem dos recursos:
um exemplo é o colega que, sonhando com um mundo
melhor e confiando que somos capazes, doou toda a sua
reserva financeira economizada ao longo de dezenas de
anos. Oswaldo Guilherme é um dos grandes anjos anônimos que existem em nosso funcionalismo.
A cada um de vocês, doadores ou voluntários, minha mais
profunda admiração. Só assim, com certeza, construiremos
futuro melhor para nossos filhos e netos. Façamos a nossa
parte, como na história do beija-flor que tentou apagar o incêndio em uma floresta: “Certo dia, uma floresta estava pegando fogo e um beija-flor começou a carregar água no bico
para apagar a queimada. Enquanto isso, os outros bichos corriam de um lado para o outro, preocupados porque não iam
ter mais onde morar. O leão parou o beija-flor e perguntou:
“Ô beija-flor, você acha que vai conseguir apagar esse fogo
sozinho?” O beija-flor prontamente respondeu: “Não, eu sei!
Estou apenas fazendo a minha parte!”
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E O SALÁRIO... COMO ESTÁ?