VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 2530-2538 INCLUSÃO EDUCACIONAL NA UNIVERSIDADE: ESTUDO SOBRE A AÇÃO DOCENTE PARA ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS. Aline Keryn PIN1 Universidade do Oeste do Paraná Carmen Célia Barradas Correia BASTOS2 Universidade do Oeste do Paraná Introdução As políticas públicas para a inclusão educacional têm dado uma ênfase ou atenção ao atendimento ou mesmo as pesquisas são voltadas à inclusão na educação básica. Inquieta-nos conhecer como a inclusão educacional está acontecendo na Educação Superior, em especial nos aspectos que envolvem a relação professor aluno no processo de ensino aprendizagem. Assim sendo, entendemos que não basta apenas ter políticas para garantir o acesso do aluno com necessidade educacionais especiais na universidade, é necessário que se propicie condições de permanência deste aluno no processo de sua formação. Nas questões legais podemos citar a acessibilidade, conforme Decreto nº. 5.296 de 02 de Dezembro de 2004, que regulamenta as Leis nº. 10.048 e nº. 10.098, em seu artigo 24, estabelece que [...] “os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, públicos ou privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e instalações desportivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários”. (MEC, 2004). Todavia dar ensejo somente ao acesso do aluno não garante uma formação de qualidade, se faz necessário também a mediação que o professor estabelece entre o aluno e o conhecimento científico, indispensável para o processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, os docentes que já atuam na universidade, tiveram a formação, ou informações adequadas para atender este aluno? A graduação não visa prepará-lo para desenvolver uma metodologia diferenciada que atenda os alunos com necessidades educacionais especiais, Pimenta & Anastasiou (2005) corroboram ao afirmarem que mesmo na pós-graduação, momento de aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos na graduação, não se tem a oportunidade de se trabalhar aspectos da docência, essa preparação, não ocorre segundo Bastos (2007) pelo fato de se dar “ênfase na formação técnica de pesquisadores” (BASTOS, 2007, p. 106), desconsiderando o aperfeiçoamento pedagógico onde tais questões seriam discutidas. O estudo que ora relatamos se propõe a conhecer a prática dos docentes universitários em relação aos alunos inclusos na Educação Superior: que dificuldades encontram? Têm apoio 1 Graduanda no Curso de Pedagogia, Endereço: Rua Corbélia, 753. Jardim Santa Maria, Toledo, Paraná. E-mail: [email protected] 2 Doutora em Educação, Professora do Colegiado de Pedagogia da Universidade do Oeste do Paraná. Endereço: Rua Universitária, 2069, Jardim Universitário, Cascavel, Paraná. E-mail: [email protected] 2530 VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 2530-2538 institucional para possíveis inseguranças pedagógicas na condução do processo ensino e aprendizagem para os alunos especiais? Quais os critérios estabelecidos para a avaliação de sua aprendizagem? Método A pesquisa foi realizada na Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, Campus de Toledo e Cascavel, como requisito para o Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, os dados que serão abordados são muito significativos. Os sujeitos da pesquisa são docentes de cursos que têm ou já tiveram alunos com necessidades educacionais especiais matriculados. Primeiramente obteve-se uma lista dos alunos inclusos atendidos pelo Programa Institucional de Ações Relativas às Pessoas com Necessidades Especiais (PEE), dos dois Campi. Este Programa atende os alunos de graduação, mestrados e demais cursos ofertados pela instituição. Delimitamos a pesquisa aos cursos de graduação, entre eles, o curso de Pedagogia, Administração, Ciências Sociais, Filosofia e Química (bacharelado). A relação dos docentes foi obtida nos Colegiados de cada curso, houve a determinação que seriam sujeitos da pesquisa, professores efetivo da instituição, sendo escolhidos por sorteio 10 docentes de cada curso, no curso de Administração foram entregues 9 questionários, totalizando o número de 49 sujeitos participantes da pesquisa. A pesquisa teve o Parecer favorável do Comitê de Ética da Unioeste (Parecer nº 182/2011 CEP). Os questionários foram entregues juntamente com os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em cada Colegiado dos referidos cursos no início do mês de junho de 2011, marcado para serem recebidos no prazo de uma semana, porém, a devolutiva aconteceu no final do mês de julho e início de agosto, dos 49 questionários aplicados. Resultado Segundo GIL (2006), o questionário enquanto técnica de pesquisa possui limitações, assim deve-se considerar que não há a garantia que a maioria das pessoas façam a devolução devidamente preenchida o que pode implicar em significativa diminuição da representatividade da amostra, contudo, dos 49 questionários aplicados 45 foram devolvidos, ou seja, 91,8% foram respondidos. Aos que não retornaram podemos atribuir algumas dificuldades, como, por exemplo, a falta de contato com alguns dos professores por conta de afastamentos, horários, etc., ou por se recusarem a responderem ao questionário. A identificação dos sujeitos refere-se à área de formação e tempo de magistério na universidade, constatamos que a maioria dos docentes atua em suas respectivas áreas de formação. Para a tabulação dos dados dividimos o tempo de magistério em intervalos de cinco anos, a maioria, 33,3%, dos docentes possui tempo de magistério no intervalo de seis a dez anos. Foram analisadas as respostas de cada questão relacionando os cinco cursos já mencionados. Quanto à experiência dos docentes em ministrarem aulas para alunos com necessidades educacionais especiais, 70,4% dos respondentes trabalham ou já trabalharam com alunos inclusos na universidade e somente 29,6% ainda não tiveram experiência com a inclusão educacional. 2531 VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 2530-2538 Podemos considerar esse percentual analisando o Censo da Educação Superior, no período de 2003 a 2005, houve um aumento de 6.921 no número de alunos com necessidades educacionais especiais matriculados, “representando um crescimento de 136%”. (MEC, 2010, p. 18). O curso de Pedagogia destaca-se, pois 100% dos respondentes já trabalharam ou estão trabalhando com alunos com necessidades educacionais especiais. Podemos referenciar a esse percentual conforme Rosseto e Zanetti (2006) que o curso de Pedagogia foi o primeiro a receber alunos com deficiência, em 1995 com uma estudante com visão reduzida e posteriormente em 1997 ingressou no curso um estudante cego. Já o curso de Administração a maioria dos docentes ainda não teve experiência com alunos inclusos, como mostra o gráfico (Gráfico 1) a seguir: Fonte: Pesquisa Primária Considerando os avanços ocorridos na Educação Especial através da conquista dos direitos das pessoas com deficiência, como por exemplo, a inclusão da Libras - Língua Brasileira de Sinais - como disciplina curricular pelo Decreto nº. 5626, de 22 de Dezembro de 2002, disposto no art 3º. “A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério”. Nesta perspectiva Moreira (2003) propõe a formação docente com uma visão multicultural, ou seja, em que não se desenvolva uma “aceitação irrestrita de diferentes manifestações culturais, mas, sim, a aprendizagem das habilidades necessárias à promoção de um diálogo que favoreça uma dinâmica de critica e autocrítica” (MOREIRA, 2003, p. 87). Assim, entendemos que deve ser também a responsabilidade com o aluno universitário com necessidades especiais. Consideramos que há necessidade de formação adequada para os professores de Educação Especial que atuam na educação básica, para um trabalho especializado na escola, atuando segundo a resolução 02/2001 em seu artigo 18, na flexibilização e adaptação curricular como também para o apoio à docência. Deste modo, para a realidade da Educação Superior, 2532 VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 2530-2538 partimos do princípio que com os recursos disponibilizados ao discente no decorrer de sua caminhada escolar, ao ingressar em uma universidade tem condições para desenvolver-se na sua formação. O apoio necessário aos estudantes com deficiência consiste em dispor de acesso arquitetônico, de materiais e instrumentos necessários, como textos transcritos em braile e o software Dos Vox para os cegos, textos ampliados para estudantes de visão reduzida e intérpretes de Libras para os discentes surdos. Constatamos nas respostas dos docentes que 90,9%, não tiveram nenhum encaminhamento sobre educação inclusiva na sua formação, e somente 9,1% dos docentes tiveram algum encaminhamento sobre educação especial. Entretanto, ao analisar os questionários os docentes que tiveram algum encaminhamento são formados em licenciatura. Desta forma, mesmo com as Políticas para que a inclusão educacional em vigor, 70,4% dos docentes desconhece as leis sobre Educação Especial, 27,3% diz ter conhecimento sobre as leis que garantem o acesso e a permanência dos alunos inclusos da educação básica à educação superior e 2,3% diz conhecer parcialmente ou muito pouco sobre essa legislação. Mesmo que não se tenha leis específicas para a educação especial na Educação Superior, é razoável supor que os docentes tenham conhecimento de questões importantes da área educacional, para dar um melhor suporte aos alunos com necessidades educacionais especiais que ingressam na Universidade, e assim, garantir a permanência desses estudantes. É necessário salientar que a Educação Especial no âmbito da Educação Superior se efetiva por meio da promoção de acesso, da qualidade do processo de sua formação e da participação do discente. De acordo com o Ministério da Educação precisa-se organizar [...] “a promoção da acessibilidade arquitetônica, de comunicações, nos sistemas de informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser disponibilizados nos processos seletivos e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvam o ensino, a pesquisa e a extensão” (MEC, 2010, p. 23). Por conta da necessidade de mediação feita pelo decente, perguntamos aos sujeitos respondentes se há a necessidade de avaliar os estudantes inclusos de forma diferenciada, pensando na especificidade de cada área de deficiência. Considerarmos que “a principal finalidade da avaliação é conhecer para intervir, de modo preventivo e/ou formativo, com as barreiras e anseios da aprendizagem” (GUSTSCK & RECH, 2010, p. 105). Nesta perspectiva, ao analisarmos os dados representados no Gráfico a seguir (Gráfico 2) podemos observar que em grande parte os docentes se colocam favoráveis a uma diferenciação na avaliação para os alunos inclusos. Entre os cursos pesquisados 70,5% dos docentes que responderam haver a necessidade de ser avaliar a aprendizagem dos alunos com deficiência de forma diferenciada, percebem o aluno com deficiência em consonância com suas necessidades. Contudo 25% relataram que a avaliação deve ser igual a todos, pois se avaliar algum aluno seja ele incluso ou não, trata-lo de forma diferente, proporcionaria a exclusão. 2533 VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 2530-2538 Fonte: Pesquisa Primária Concordamos com Gustasck & Rech (2010) quando argumentam ser necessário perceber as necessidades educacionais, suas dificuldades e suas qualidades de potencial, o docente deve considerar o contexto escolar, porém percebemos que os docentes precisam de uma “capacitação ou formação continuada” (GUSTSCK & RECH, 2010, p. 106), buscando informações sobre qual a melhor forma de avaliar e de ensinar os estudantes inclusos. Nessa perspectiva, Chaves (2004) indica a necessidade de o professor ter conhecimento sobre o mundo que cerca seus alunos, “significados compartilhados pelos grupos, comunidades e culturas” (PÉREZ GOMES apud CHAVES, 2004, p. 5) para assim avaliar sua aprendizagem, como também afirma a necessidade de se ter clareza dos critérios utilizados para avaliar, desta forma, quais critérios são utilizados pelos docentes para a avaliação da aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais na Educação Superior? A autora ainda cita que o docente precisa pensar o aluno como um ser histórico e social, no qual o processo de ensino e aprendizagem se difere de outros indivíduos, tornando-se necessário “que o tempo escolar considere os tempos e ritmos individuais” (CHAVES, 2004, p.8). Para ter uma formação de qualidade é preciso meios e instrumentos específicos na aquisição do conhecimento, questionamos os docentes quanto à disposição de materiais e instrumentos fornecidos pela Instituição campo da pesquisa, para a efetivação do processo de ensino e aprendizagem, podemos perceber conforme demonstra o gráfico abaixo (Gráfico 3), na totalidade dos cursos pesquisados, 65,9% dos docentes afirma que há disponibilidade de recursos de apoio ofertados pela Instituição, 25% dos sujeitos pesquisados responderam que a universidade não disponibiliza nenhum recurso para o desenvolvimento do processo de aprendizagem. Entre os respondentes 6,8% apontam ser insuficiente os recursos fornecidos pela Instituição. 2534 VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 2530-2538 Fonte: Pesquisa Primária 99150423 Conforme Rosseto e Zanetti (2006) a Unioeste foi uma das dez primeiras instituições “a oferecer e manter atividades desta natureza” na Educação Superior com o Programa Institucional de Ações Relativas às Pessoas com Necessidades Especiais – PEE3, criado em 1997, iniciou suas atividades nos campus de Cascavel, estendendo-se aos demais campis, seu trabalho consiste em dar condições para o acesso das pessoas com deficiência, formando bancas para provas de vestibular, e posteriormente no apoio para a permanência dos discentes com deficiente. O Programa visa atender os níveis de ensino presentes na Instituição, graduação e pósgraduação. Rosseto e Zanetti (2006) corroboram que é responsabilidade do PEE dispor de uma banca avaliadora para o concurso vestibular, dispor recursos para cada área de deficiência, pois necessitam de metodologias de trabalho próprios para a inclusão e processo de aprendizagem na formação. Para isso é necessário dispor de Organização de locais e a disponibilidade de mobiliários adaptados, de provas ampliadas, de bancas com ledor, de intérprete de LIBRAS, de gráficos em relevo, de máquinas Perkins, do Sistema Dosvox e do trabalho de fiscais com conhecimentos específicos para atender as necessidades do candidato” (ROSSETO & ZANETTI, 2006, p. 21). Mas não basta somente a atuação do Programa, é necessário que a inclusão se efetive nas atitudes dos membros da comunidade acadêmica. Discussão 3 Resumidamente chamado de Programa de Educação Especial. 2535 VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 2530-2538 Podemos definir que a Educação Superior, desde seus primórdios foi um espaço seletivo e de privilégio da elite, conforme Fávero (2006) a Educação Superior definia-se pela formação de classes dominantes e de uma mentalidade política do império. Posteriormente a seleção por conta de vestibulares, uma forma mais especifica de qualificação dos mais aptos. Sobre esses aspectos como se desenvolve a educação inclusa na Educação Superior? Essa concepção vem se modificando por meio das Políticas Públicas voltadas para a educação inclusiva, sendo estabelecida com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 205, a educação consiste em um direito de todos. Com o Decreto nº. 3.298/1999 que regulamenta a Lei nº. 7.853/89, o qual torna a Educação Especial uma modalidade transversal aos níveis de ensino, que possibilitou o atendimento educacional designado ao aluno com deficiência na Educação superior. No que se refere a mesma Lei no seu artigo 27, dispõe sobre o acesso da pessoa com deficiência na universidade em que esta deve “oferecer adaptações de provas e os apoios necessários, previamente solicitados pelo aluno portador de deficiência, inclusive tempo adicional para a realização das provas, conforme as características da deficiência” (BRASIL, 1999). A Unioeste dispõe do Programa Institucional de Ações Relativas às Pessoas com Necessidades Especiais – PEE, supracitado, que é responsável pelo acesso da pessoa com deficiência na universidade com a instalação de bancas especiais para a realização do vestibular, como também disponibilizar ledor aos candidatos cegos, prova ampliada as pessoas com visão reduzida e intérpretes de Libras para os surdos. Concedendo apoio pedagógico no processo da formação de cada estudante incluso. Com as condições de acesso efetivas, é preciso pensar agora na sala de aula, no processo de ensino e aprendizagem, de forma que o professor possa fazer a mediação adequada entre o aluno e o conhecimento científico, viabilizando meios para a qualidade de sua formação. É necessário que o docente tenha clareza das necessidades e dificuldades de seus alunos, pois é necessária a utilização de uma metodologia voltada à motivação do estudante incluso. O resultado da nossa pesquisa mostra que grande parte dos docentes não conhece as especificidades da Educação Especial, assim percebemos a necessidade de oferecer aos professores cursos de formação pedagógica para a Educação Especial, como também formar professores que aceitem trabalhar na diversidade. Os docentes demonstram dificuldade para trabalhar com estudantes inclusos, por desconhecerem essa área, suas especificidades. O docente precisa ter claro que expor o conhecimento para o estudante, através de recursos, técnicos adequados, esperando suprir suas dificuldades, não garante a aprendizagem do aluno com deficiência, precisa além dos recursos utilizarem-se dos saberes pedagógicos e didáticos para que com a sua mediação o processo de ensino e aprendizagem se torne efetivo. Porém, para que tudo isso ocorra é indispensável que o docente rompa com as barreiras atitudinais, ou seja, com o estigma de que a pessoa com deficiência é “incapaz”, circunstância causadora da segregação em relação ao conhecimento científico. Conclusões Esta pesquisa tem como objetivo conhecer como está ocorrendo a inclusão na Educação Superior, decorrente do aumento de ingresso de estudantes com necessidades educacionais especiais nas universidades a procura de se profissionalizarem, com isso, é necessário delinear 2536 VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 2530-2538 condições de acesso a universidade. Entretanto, reconhecer que dar possibilidades de acesso não é o suficiente para a formação do estudante incluso, considerando-o como ser histórico e social. É importante a qualificação dos docentes em relação a área da Educação Especial, pois sem conhecer os fundamentos e meios que possibilitam o processo de ensino e aprendizagem do estudante com deficiência o mesmo não se apropriará dos conhecimentos necessários para sua formação. Ao proporcionar subsídios para que o estudante de aproprie dos conhecimentos necessários para a sua formação, obtendo um diploma profissional de qualidade, que possa ingressar no mercado de trabalho, vencendo com o estigma de que a pessoa com deficiência não é apta para desenvolver determinadas funções, propiciando a inclusão posteriori na sociedade. A Instituição de ensino precisa viabilizar as condições de acesso necessário para que a inclusão ocorra como também promover cursos de formação continuada para seus docentes, a fim de que estes conheçam os fundamentos da Educação Especial, adaptando sua metodologia de ensino para atender as necessidades dos alunos com necessidades educacionais especiais, considerando ser necessário estabelecer critérios para avaliar o aprendizado desse aluno. Apesar de termos avanços consideráveis da Educação Especial, esta precisa ter maior reconhecimento na Educação Superior, respeitar a diversidade buscando a autonomia da pessoa com deficiência. Referências BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Marcos Políticos-Legais da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva / Secretaria de Educação Especial. Brasília: Secretaria de Educação Especial, 2010. 72 p. _______. Ministério da Educação. Decreto nº. 3.298 de Dezembro de 1999. Regulamenta a Lei nº. 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispões sobre a Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3298.htm>. Acesso em: 06 Set. 2011. _______. Ministério da Educação. Decreto nº. 5.296 de 02 de Dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nº. 10.048 e nº. 10.098 com ênfase na Promoção da Acessibilidade. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20042006/2004/Decreto/D5296.htm>. Acesso em: 06 Set. 2011. BASTOS, Carmen Célia B. Correia. Docência, pós-graduação e a melhoria do ensino na universidade: uma relação necessária. In: Educere et Educare, Cascavel: EDUNIOESTE, 2007. CHAVES, Sandramara M.. Avaliação da aprendizagem no Ensino Superior: realidade, complexidade e possibilidades. Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt04/t0412.pdf>. Acesso em: 18 de ago de 2011. 2537 VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 2530-2538 FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. A Universidade no Brasil: das origens à Reforma Universitária de 1968. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/er/n28/a03n28.pdf. Acesso em 22 de Mar de 2011. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas 2006. MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa. Multiculturalismo, currículo e formação de professores. In: MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa (Org.). Currículo: Políticas e Práticas, 6ª ed., Campinas, SP: Papirus Editora, 2003, p. 81-96. PIMENTA, Selma Garrido & ANASTASIOU, Léa das Graças Camargo. Docência no ensino superior. 2 ed – São Paulo: Cortez, 2005. ROSSETO, Elizabeth & ZANETTI, Patricia da Silva. Programa Institucional de ações Relativas às pessoas com necessidades especiais – PEE: rompendo barreiras físicas e atitudinais. In: Pessoa com deficiência na sociedade contemporânea: problematizando o debate/ (org) Programa Institucional de Ações Relativas às Pessoas com necessidades Especiais – PEE. Cascavel: EDUNIOESTE, 2006. 2538