Estética - Aula 8
• A identidade na moda: o caso Chanel
Identidade visual
O que é identidade visual?
• Conjunto de características visuais próprias e
exclusivas de algo.
• Diferentes signos possuem identidade visual:
brasões, logotipos, emblemas, figurinos,
uniformes, etc.
De que modo se produzem essas identidades?
• Estudo a partir da identidade visual de um
look.
Look: aspecto físico de uma pessoa (estilo
vestimentar, dos acessórios, cabelos, etc).
O look Nerd
O look indie
O “total look” de Chanel
• O “total look” organiza o conjunto
formante da silhueta feminina
concebida por Chanel.
Ele se apresenta como um todo de
significação, ao mesmo tempo
sensível e inteligível.
• Não é só a consideração do famoso
tailleur chanel, mas sim de uma
estrutura geral da aparência criada por
Chanel.
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O escarpim de ponta preta
A bolsa matellassé com a corrente dourada
O broche multicolorido em forma de cruz
O Tailleur Chanel
O laço de fita
A camélia
O botão dourado decorado com o C duplo
Outras roupas e acessórios inventados por
Chanel
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A blusa de marinheiro (1913)
O jersey (1916)
O cardigan e o conjunto de tricot (1918)
Calças (1920, mesmo ano em que lançou o cabelo curto)
O vestido preto (1924)
O blaser com botão dourados e o chapéu de marinheiro (1926)
O tweed (1928)
A bijouteria (1930)
O tailleur de tweed amarrado na cintura com corrente dourada (1956)
O escarpim de ponta preta e a bolsa com corrente dourada (1957)
O laço de fita (1958)
• Esses elementos integram um sistema
maior da moda do século XX e mesmo
de um sistema vestimentar ocidental.
• Há uma rejeição dos signos mais
característicos da moda feminina da
época, que foram ditados pelo estilista
Paul Poiret.
• Chanel rejeita, na moda feminina da
época, tudo o que não corresponde a
uma verdadeira função vestimentar:
andar, carregar, trabalhar. Ela está a
procura da funcionalidade.
• A roupa deve ser prática e confortável,
para uma clientela de mulheres ativas.
• Chanel suprime os botões decorativos e diz
“Nunca faça um botão sem a sua casa!”.
• Chanel preza a liberdade do corpo, ela
escolhe o crepe pela sua suavidade e tira as
medidas das clientes com os braços
cruzados.
• O modernismo de Chanel: desenha roupas
para o seu tempo.
Trabalho
universo das roupas
masculinas
(dois mundos considerados opostos ao mundo das mulheres e da
moda feminina)
Riqueza
feminilidade
(Chanel realiza uma correlação entre esses opostos: aparência andrógina)
• Para Poiret existe em Chanel uma “luxúria
deplorável”.
• Esse jogo de inversão do modo de aparência da
mulher é uma estratégia que possibilita a Chanel
estabelecer uma definição da identidade feminina
única.
• Há uma feminilidade exaltada por paradoxo, criação
do “mito chanel”.
• “Se uma menina que se veste como um menino, fala como um
menino e joga como um menino nem sempre é um menino (já que
lhe "falta"a masculinidade"), então pode-se concluir que ela é ainda
mais feminina que outras garotas. Ela é verdadeiramente uma
"garota bem feita". Quem nunca caiu no charme de uma mulher
vestida com uma camisa masculina?” Jean-Marie Floch.
• A liberdade como objeto de valor buscado pelas
mulheres.
A dimensão propriamente
visual do look
• A escolha dos materiais, o modo com a
luz funciona nos tecidos e acessórios, o
privilégio dado a tal cor em detrimento
de outra, o recorte que é feito do corpo
feminino: esses elementos fazem do
look uma identidade fundamentalmente
visual.
O efeito de completude do
look Chanel
• Há a produção de um efeito de completude
de uma forma geral no look.
• Essa silhueta produz uma impressão
genérica de nitidez, de legibilidade, mas
também uma impressão de segurança nos
dois sentidos do termo: estabilidade física e
segurança psicológica.
Os sapatos e a completude
• A ponta preta do sapato: um ataque direto a
uma silhueta graciosa. O chão e a silhueta
são separados.
• A ponta preta apresenta um interesse prático
evidente quando se precisa ter o sapato
sempre impecável. Mas, esteticamente, ela
está lá para afirmar uma estrutura fixa, uma
forma sólida para o conjunto do look.
• Se o bege tem o interesse de alongar as pernas, o
escarpim, por conta de sua própria forma, não busca
produzir uma transição quase imperceptível entre o solo e
as pernas, como possuem, no seu âmago, os sapatos
concebidos por Salvatore Ferragamo.
Dos pés à cabeça
• Esse efeito de fechamento está presente na
outra ponta do look: é preciso observar como
a cabeça é tratada.
• Encontramos aí a mesma necessidade de
construção da um fechamento, com um
penteado sempre delineado graças aos
cabelos curtos ou a um laço de fita, ou ainda
a um canotier de palha muito estruturado.
Essas formas se opõem aos chapéus de plumas de Poiret
A linha e o fechamento
• O privilégio dado à linha: linhas do tailleur que
servem para desenhar um colo, a presença de
uma cintura, a precisão de uma dobra.
• A linha é uma questão de peso. No look Chanel está
assegurado um caimento que não contradiz o conforto e a
praticidade da roupa.
• A linha também assegura a divisão da silhueta e a situa no
espaço. Funciona como um contorno. Uma linha geral instala
a silhueta num plano de profundidade que se destaca em
relação ao observador e ao seu espaço comum.
As bijouterias
• Não corrompem a linearidade
geral da silhueta
• Esses ornamentos tem uma
localização simples e estão
submissos a um princípio geral de
circunscrição a determinadas
partes do look (braceletes,
broches e colares).
• A liberdade desses ornamentos é
uma liberdade vigiada.
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