Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS ASSUNTO 3. Materiais cristalinos -Estrutura cristalina: conceitos fundamentais, célula unitária, - Sistemas cristalinos, - Polimorfismo e alotropia - Direções e planos cristalográficos, anisotropia, - Determinação das estruturas cristalinas por difração de raios-x. 1 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS ESTRUTURA CRISTALINA 2 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS ARRANJAMENTO ATÔMICO Por quê estudar? As propriedades de alguns materiais estão diretamente associadas à sua estrutura cristalina (ex: magnésio e berílio que têm a mesma estrutura se deformam muito menos que ouro e prata que têm outra estrutura cristalina) Explica a diferença significativa nas propriedades de materiais cristalinos e não cristalinos de mesma composição (materiais cerâmicos e poliméricos não-cristalinos tendem a ser opticamente transparentes enquanto cristalinos não) 3 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS ARRANJAMENTO ATÔMICO Os materiais sólidos podem ser classificados em cristalinos ou nãocristalinos de acordo com a regularidade na qual os átomos ou íons se dispõem em relação à seus vizinhos. Material cristalino é aquele no qual os átomos encontram-se ordenados sobre longas distâncias atômicas formando uma estrutura tridimensional que se chama de rede cristalina Todos os metais, muitas cerâmicas e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação 4 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS ARRANJAMENTO ATÔMICO Nos materiais não-cristalinos ou amorfos não existe ordem de longo alcance na disposição dos átomos As propriedades dos materiais sólidos cristalinos depende da estrutura cristalina, ou seja, da maneira na qual os átomos, moléculas ou íons estão espacialmente dispostos. Há um número grande de diferentes estruturas cristalinas, desde estruturas simples exibidas pelos metais até estruturas mais complexas exibidas pelos cerâmicos e polímeros 5 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CÉLULA UNITÁRIA (unidade básica repetitiva da estrutura tridimensional) Consiste num pequeno grupos de átomos que formam um modelo repetitivo ao longo da estrutura tridimensional (analogia com elos da corrente) A célula unitária é escolhida para representar a simetria da estrutura cristalina 6 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CÉLULA UNITÁRIA (unidade básica repetitiva da estrutura tridimensional) Célula Unitária Os átomos são representados como esferas rígidas 7 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS A célula unitária e conseqüentemente a rede cristalina é usualmente descrita em termos do comprimento dos vetores de translação a, b e c e do ângulo formado entre eles. A direção dos vetores unitários a, b e c define a direção dos eixos x, y e z, chamados de eixos cristalinos ou cristalográficos. O vetor a define a direção do eixo x, o vetor b define a direção do eixo y, e o vetor c define a direção do eixo z. O ângulo entre os vetores a e b é γ, entre b e c é α, e entre a e c é o β. Às quantidades a, b, c, α, β, γ dá-se o nome de parâmetros de rede. Uma das maneiras de representar a célula unitária é através de um paralelepípedo, como mostra a figura 8 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS ESTRUTURA CRISTALINA DOS METAIS Como a ligação metálica é não-direcional não há restrições quanto ao número e posições dos vizinhos mais próximos. Então, a estrutura cristalina dos metais têm geralmente um número grande de vizinhos e alto empacotamento atômico. Três são as estruturas cristalinas mais comuns em metais: Cúbica de corpo centrado, cúbica de face centrada e hexagonal compacta. 9 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS SISTEMA CÚBICO Os átomos podem ser agrupados dentro do sistema cúbico em 3 diferentes tipos de repetição Cúbico simples Cúbico de corpo centrado Cúbico de face centrada 10 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS SISTEMA CÚBICO SIMPLES a Apenas 1/8 de cada átomo cai dentro da célula unitária, ou seja, a célula unitária contém apenas 1 átomo. Essa é a razão que os metais não cristalizam na estrutura cúbica simples (devido ao baixo empacotamento atômico) Parâmetro de rede 11 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS NÚMERO DE COORDENAÇÃO PARA CCC Número de coordenação corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximos Para a estrutura cúbica simples o número de coordenação é 6. 12 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS RELAÇÃO ENTRE O RAIO ATÔMICO (R) E O PARÂMETRO DE REDE (a) PARA O SITEMA CÚBICO SIMPLES No sistema cúbico simples os átomos se tocam na face a= 2 R 13 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO PARA CÚBICO SIMPLES Fator de empacotamento= Número de átomos x Volume dos átomos Volume da célula unitária Vol. dos átomos=número de átomos x Vol. Esfera (4R3/3) Vol. Da célula=Vol. Cubo = a 3 Fator de empacotamento = 4R3/3 (2R) 3 O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CÚBICA SIMPLES É O,52 14 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS EST. CÚBICA DE CORPO CENTRADO O PARÂMETRO DE REDE E O RAIO ATÔMICO ESTÃO RELACIONADOS NESTE SISTEMA POR: accc= 4R /(3)1/2 Filme Na est. ccc cada átomo dos vertices do cubo é dividido com 8 células unitárias Já o átomo do centro pertence somente a sua célula unitária. Cada átomo de uma estrutura ccc é cercado por 8 átomos adjacentes Há 2 átomos por célula unitária na estrutura ccc O Fe, Cr, W cristalizam em ccc 15 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS RELAÇÃO ENTRE O RAIO ATÔMICO (R) E O PARÂMETRO DE REDE (a) PARA O SITEMA CCC No sistema CCC os átomos se tocam ao longo da diagonal do cubo: (3) 1/2.a=4R accc= 4R/ (3)1/2 16 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS NÚMERO DE COORDENAÇÃO PARA CCC Número de coordenação corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximos Para a estrutura ccc o número de coordenação é 8. 17 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS NÚMERO DE COORDENAÇÃO 1/8 de átomo 1 átomo inteiro Para a estrutura ccc o número de coordenação é 8 18 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO PARA CCC Fator de empacotamento= Número de átomos x Volume dos átomos Volume da célula unitária O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CC É O,68 (demonstre) 19 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS EST. CÚBICA DE FACE CENTRADA O PARÂMETRO DE REDE E O RAIO ATÔMICO ESTÃO RELACIONADOS PARA ESTE SISTEMA POR: acfc = 4R/(2)1/2 =2R . (2)1/2 Filme 25 Na est. cfc cada átomo dos vertices do cubo é dividido com 8 células unitátias Já os átomos das faces pertencem somente a duas células unitárias Há 4 átomos por célula unitária na estrutura cfc É o sistema mais comum encontrado nos metais (Al, Fe, Cu, Pb, Ag, Ni,...) 20 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS NÚMERO DE COORDENAÇÃO PARA CFC Número de coordenação corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximo Para a estrutura cfc o número de coordenação é 12. 21 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS NÚMERO DE COORDENAÇÃO PARA CFC Para a estrutura cfc o número de coordenação é 12. 22 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS Demonstre que acfc = 2R (2)1/2 a2 + a2 = (4R)2 2 a2 = 16 R2 a2 = 16/2 R2 a2 = 8 R2 a= 2R (2)1/2 23 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO PARA CFC Fator de empacotamento= Número de átomos X Volume dos átomos Volume da célula unitária O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CFC É O,74 24 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DEMONSTRE QUE O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CFC É O,74 Fator de empacotamento= Número de átomos X Volume dos átomos Volume da célula unitária Vol. dos átomos=Vol. Esfera= 4R3/3 Vol. Da célula=Vol. Cubo = a 3 Fator de empacotamento = 4 X 4R3/3 (2R (2)1/2)3 Fator de empacotamento = 16/3R3 16 R3(2)1/2 Fator de empacotamento = 0,74 25 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CÁLCULO DA DENSIDADE O conhecimento da estrutura cristalina permite o cálculo da densidade (): = nA VcNA n= número de átomos da célula unitária A= peso atômico Vc= Volume da célula unitária NA= Número de Avogadro (6,02 x 1023 átomos/mol) 26 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS EXEMPLO: Ferro têm raio atômico de 0,124nm (1,24 Å), uma estrutura ccc, um peso atômico de 55,85 g/mol. Calcule a densidade do ferro. Resposta: 7,9 g/cm3 Valor da densidade medida= 7,87 g/cm3 27 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS TABELA RESUMO PARA O SISTEMA CÚBICO Átomos por célula CS CCC CFC 1 2 4 Número de coordenação 6 8 12 Parâmetro de rede 2R 4R/(3)1/2 4R/(2)1/2 Fator de empacotamento 0,52 0,68 0,74 28 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS SISTEMA HEXAGONAL SIMPLES Os metais não cristalizam no sistema hexagonal simples porque o fator de empacotamento é muito baixo Entretanto, cristais com mais de um tipo de átomo cristalizam neste sistema 29 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS EST. HEXAGONAL COMPACTA Os metais em geral não cristalizam no sistema hexagonal simples pq o fator de empacotamento é muito baixo, exceto cristais com mais de um tipo de átomo O sistema Hexagonal Compacta é mais comum nos metais (ex: Mg, Zn) Na HC cada átomo de uma dada camada está diretamente abaixo ou acima dos interstícios formados entre as camadas adjacentes 30 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS EST. HEXAGONAL COMPACTA Cada átomo tangencia 3 átomos da camada de cima, 6 átomos no seu próprio plano e 3 na camada de baixo do seu plano O número de coordenação para a estrutura HC é 12 e, portanto, o fator de empacotamento é o mesmo da cfc, ou seja, 0,74. Relação entre R e a: a= 2R 31 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS EST. HEXAGONAL COMPACTA Há 2 parâmetros de rede representando os parâmetros Basais (a) e de altura (c) 32 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS RAIO ATÔMICO E ESTRUTURA CRISTALINA DE ALGUNS METAIS 33 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS SISTEMAS CRISTALINOS Estes sistemas incluem todas as possíveis geometrias de divisão do espaço por superfícies planas contínuas 34 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS OS 7 SISTEMAS CRISTALINOS 35 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS AS 14 REDES DE BRAVAIS Dos 7 sistemas cristalinos podemos identificar 14 tipos diferentes de células unitárias, conhecidas com redes de Bravais. Cada uma destas células unitárias tem certas características que ajudam a diferenciá-las das outras células unitárias. Além do mais, estas características também auxiliam na definição das propriedades de um material particular. 36 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS ESTRUTURA DO DIAMANTE 37 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS POLIMORFISMO OU ALOTROPIA Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo da temperatura e pressão. Esse fenômeno é conhecido como polimorfismo. Geralmente as transformações polimorficas são acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas. 38 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS EXEMPLO DE MATERIAIS QUE EXIBEM POLIMORFISMO Ferro Titânio Carbono (grafite e diamente) SiC (chega ter 20 modificações cristalinas) Etc. 39 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS ALOTROPIA DO FERRO ccc De 1394°C-PF cfc De 910-1394°C ccc Até 910°C Na temperatura ambiente, o Ferro têm estrutura ccc, número de coordenação 8, fator de empacotamento de 0,68 e um raio atômico de 1,241Å. A 910°C, o Ferro passa para estrutura cfc, número de coordenação 12, fator de empacotamento de 0,74 e um raio atômico de 1,292Å. A 1394°C o ferro passa novamente para ccc. 40 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS ALOTROPIA DO TITÂNIO FASE Existe até 883ºC Apresenta estrutura hexagonal compacta É mole FASE Existe a partir de 883ºC Apresenta estrutura ccc É dura 41 DIAMANTE GRAFITA Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS Ligação forte Ligação fraca NANOTUBOS DE CARBONO 42 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS EXERCÍCIO O ferro passa de ccc para cfc a 910 ºC. Nesta temperatura os raios atômicos são respectivamente , 1,258Å e 1,292Å. Qual a percentagem de variação de volume percentual provocada pela mudança de estrutura? 3 Vccc= 2a accc= 4R/ (3)1/2 Vccc= 49,1 Å3 3 Vcfc= a acfc = 2R (2)1/2 Vcfc= 48,7 Å3 V%= 48,7 - 49,1 /48,7 = - 0,8% de variação Para o cálculo foi tomado como base 2 células unitárias ccc, por isso Vccc= 2a3 uma vez que na passagem do sistema ccc para cfc há uma contração de volume 43 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIREÇÕES NOS CRISTAIS a, b e c definem os eixos de um sistema de coordenadas em 3D. Qualquer linha (ou direção) do sistema de coordenadas pode ser especificada através de dois pontos: · um deles sempre é tomado como sendo a origem do sistema de coordenadas, geralmente (0,0,0) por convenção; 44 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS Origem do sistema de coordenadas O espaço lático é infinito... A escolha de uma origem é completamente arbitrária, uma vez que cada ponto do reticulado cristalino idêntico. A designação de pontos, direções e planos específicos fixados no espaço absoluto serão alterados caso a origem seja mudada, MAS ... todas as designações serão auto-consistentes se partirem da origem como uma referência absoluta. Exemplo: Dada uma origem qualquer, haverá sempre uma direção [110] definida univocamente, e [110] sempre fará exatamente o mesmo ângulo com a direção [100]. 45 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIREÇÕES NOS CRISTAIS São representadas entre colchetes=[uvw] Família de direções: <uvw> 46 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIREÇÕES? (o,o,o) 47 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS Algumas direções da família de direções <100> 48 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIREÇÕES NOS CRISTAIS São representadas entre colchetes= [hkl] Se a subtração der negativa, coloca-se uma barra sobre o número 49 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS As duas direções pertencem a mesma família? [101] 50 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIREÇÕES NOS CRISTAIS São representadas entre colchetes= [hkl] Quando passa pela origem 51 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIREÇÕES NOS CRISTAIS São representadas entre colchetes= [hkl] Os números devem ser divididos ou multiplicados por um fator comum para dar números inteiros 52 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIREÇÕES PARA O SISTEMA CÚBICO A simetria desta estrutura permite que as direções equivalentes sejam agrupadas para formar uma família de direções: <100> para as faces <110> para as diagonais das faces <111> para a diagonal do cubo <110> <111> <100> 53 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIREÇÕES PARA O SISTEMA CCC No sistema ccc os átomos se tocam ao longo da diagonal do cubo, que corresponde a família de direções <111> Então, a direção <111> é a de maior empacotamento atômico para o sistema ccc 54 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIREÇÕES PARA O SISTEMA CFC No sistema cfc os átomos se tocam ao longo da diagonal da face, que corresponde a família de direções <110> Então, a direção <110> é a de maior empacotamento atômico para o sistema cfc Filme 22 55 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PLANOS CRISTALINOS Por quê são importantes? · Para a determinação da estrutura cristalina Os métodos de difração medem diretamente a distância entre planos paralelos de pontos do reticulado cristalino. Esta informação é usada para determinar os parâmetros do reticulado de um cristal. Os métodos de difração também medem os ângulos entre os planos do reticulado. Estes são usados para determinar os ângulos interaxiais de um cristal. · Para a deformação plástica A deformação plástica (permanente) dos metais ocorre pelo deslizamento dos átomos, escorregando uns sobre os outros no cristal. Este deslizamento tende a acontecer preferencialmente ao longo de planos direções específicos do cristal. · Para as propriedades de transporte Em certos materiais, a estrutura atômica em determinados planos causa o transporte de elétrons e/ou acelera a condução nestes planos, e, relativamente, reduz a velocidade em planos distantes destes. Exemplo 1: Grafita A condução de calor é mais rápida nos planos unidos covalentemente sp2 do que nas direções perpendiculares a esses planos. Exemplo 2: supercondutores a base de YBa2Cu3O7 Alguns planos contêm somente Cu e O. Estes planos conduzem pares de elétrons (chamados pares de cobre) que são os responsáveis pela supercondutividade. Estes supercondutores são eletricamente isolantes em direções perpendiculares as dos planos Cu-O. 56 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PLANOS CRISTALINOS São representados de maneira similar às direções São representados pelos índices de Miller = (hkl) Planos paralelos são equivalentes tendos os mesmos índices 57 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PLANOS CRISTALINOS 58 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PLANOS CRISTALINOS Planos (010) São paralelos aos eixos x e z (paralelo à face) Cortam um eixo (neste exemplo: y em 1 e os eixos x e z em ) 1/ , 1/1, 1/ = (010) 59 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PLANOS CRISTALINOS Planos (110) São paralelos a um eixo (z) Cortam dois eixos (x e y) 1/ 1, 1/1, 1/ = (110) 60 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PLANOS CRISTALINOS Planos (111) Cortam os 3 eixos cristalográficos 1/ 1, 1/1, 1/ 1 = (111) 61 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PLANOS CRISTALINOS Quando as intercessões não são óbvias desloca-se o plano até obter as intercessões Fonte: Prof. Sidnei Paciornik, Departamento de corretas Ciência dos Materiais e Metalurgia da PUC-Rio 62 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS FAMÍLIA DE PLANOS {110} É paralelo à um eixo 63 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS FAMÍLIA DE PLANOS {111} Intercepta os 3 eixos 64 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PLANOS NO SISTEMA CÚBICO A simetria do sistema cúbico faz com que a família de planos tenham o mesmo arranjamento e densidade Deformação em metais envolve deslizamento de planos atômicos. O deslizamento ocorre mais facilmente nos planos e direções de maior densidade atômica 65 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PLANOS DE MAIOR DENSIDADE ATÔMICA NO SISTEMA CCC A família de planos {110} no sistema ccc é o de maior densidade atômica 66 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PLANOS DE MAIOR DENSIDADE ATÔMICA NO SISTEMA CFC A família de planos {111} no sistema cfc é o de maior densidade atômica 67 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DENSIDADE ATÔMICA LINEAR E PLANAR Densidade linear= átomos/cm (igual ao fator de empacotamento em uma dimensão) Corresponde à fração do comprimento da linha ocupada com átomos Densidade planar= átomos/unidade de área (igual ao fator de empacotamento em duas dimensões) Corresponde à fração da área cristlográfica planar ocupada com átomos 68 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CÁLCULO DA DENSIDADE ATÔMICA LINEAR Estrutura ccc Direção [100] Ll= comprimento linear dentro da célula unitária=a Lc= comprimento linear que intercepta os círculos DL= Lc/Ll 2R/4R/(3)1/2 Resposta=0,866 a 69 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CÁLCULO DA DENSIDADE ATÔMICA LINEAR Estrutura ccc Direção [110] DL= Lc/Ll Lc=Ll=4R DL= 4R/4R= 1 70 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CÁLCULO DA DENSIDADE ATÔMICA PLANAR A C C Estrutura cfc Plano (110) Ap= Área planar Ac= Área total dos círculos D DP= Ac/Ap Ap=(AC).(AD)= (4R).(2R.(2)1/2) A Ac= 2.R2 Resposta: 0,555 E B C D E F F 71 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIREÇÕES NO SISTEMA HEXAGONAL Obtenção de três índices: [u´v´w´] Conversão para 4 índices: [uvtw] Regra de conversão: u= n/3 (2u´-v´) v= n/3 (2v´-u´) t= - (u+v) W= nw` 72 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIREÇÃO [11-20] z a2 a3 ? a1 73 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PLANOS NO SISTEMA HEXAGONAL Obtenção de três índices: (hkl) Conversão para 4 índices: (hkil) Regra de conversão: i=- (h+k) 74 75 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA CRISTALINA POR DIFRAÇÃO DE RAIO X Raíos-x tem comprimento de onda similar a distância interplanar 0,1nm 76 DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA CRISTALINA POR DIFRAÇÃO DE RAIO X O FENÔMENO DA DIFRAÇÃO: Quando um feixe de raios x é dirigido à um material cristalino, esses raios são difratados pelos planos dos átomos ou íons dentro do cristal 77 DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA CRISTALINA POR DIFRAÇÃO DE RAIO X Fonte: Prof. Sidnei Paciornik, Departamento de Ciência dos Materiais e Metalurgia da 78 PUC-Rio Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIFRAÇÃO DE RAIOS X LEI DE BRAGG n= 2 dhkl.sen É comprimento de onda N é um número inteiro de ondas dhkl= a (h2+k2+l2)1/2 Válido para sistema cúbico d é a distância interplanar O ângulo de incidência 79 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DISTÂNCIA INTERPLANAR (dhkl) É uma função dos índices de Miller e do parâmetro de rede dhkl= a (h2+k2+l2)1/2 80 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS TÉCNICAS DE DIFRAÇÃO Técnica do pó: É bastante comum, o material a ser analisado encontra-se na forma de pó (partículas finas orientadas ao acaso) que são expostas à radiação x monocromática. O grande número de partículas com orientação diferente assegura que a lei de Bragg seja satisfeita para alguns planos cristalográficos 81 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS O DIFRATOMÊTRO DE RAIOS X Amostra Fonte T= fonte de raio X S= amostra C= detector O= eixo no qual a amostra e o detector giram Detector 82 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS DIFRATOGRAMA Fonte: Prof. Sidnei Paciornik, Departamento de Ciência dos Materiais e Metalurgia da PUC-Rio 83