11-PROPRIEDADES ELÉTRICAS, TÉRMICAS, ÓPTICAS E MAGNÉTICAS DOS MATERIAIS 1 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PROPRIEDADES ELÉTRICAS CONDUTIVIDADE ELÉTRICA () É o movimento de cargas elétricas (elétrons ou íons) de uma posição para outra. = 1/= n.q. = condutividade elétrica (ohm-1.cm-1) = resistividade elétrica (ohm.cm) n= número de portadores de carga por cm3 q= carga carregada pelo portador (coulombs) [q do elétron= 1,6x10-19 coulombs] = mobilidade dos portadores de carga (cm2/V.s) R = . l/A 2 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PROPRIEDADES ELÉTRICAS SEMICONDUTORES Tem resistividade entre metais e isolantes 10-6-10-4 .cm 1010-1020 .cm A resistividade diminui com o aumento de temperatura (ao contrário dos metais) A resistividade diminui com a adição de certas impurezas A resistividade aumenta com a presença de imperfeições nos cristais. 3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS EXEMPLOS DE SEMICONDUTORES Silício, Germânio (Grupo IV da Tabela Periódica) GaAs, GaN, InP, InSb, etc. (Grupo III-V da Tabela Periódica) PbS, CdTe, galena, (Grupo II-VI da Tabela Periódica) 95% dos dispositivos eletrônicos são fabricados com Silício 65% dos dispositivos de semicondutores do grupo IIIV são para uso militar 4 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS EXEMPLOS DE SEMICONDUTORES SÃO USADOS PARA A FABRICAÇÃO DOS SEGUINTES DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS E OPTOELETRÔNICOS Transistor Diodos Circuito integrado LEDS Detetores de infravermelho Células solares, etc. 5 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CAMPOS DE APLICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE SEMICONDUTORES Indústria de computadores (memórias, microprocessadores, etc.) Indústria aeroespacial Telecomunicações Equipamentos de áudio e vídeo Relógios Na robótica Sistemas industriais de medidas e controles Sistemas de segurança Automóveis Equipamentos médicos,... 6 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS LIGAÇÃO QUÍMICA A- METAIS Os elétrons de valência não estão ligados a nenhum átomo específico (estão livres) Há atração entre os elétrons livres (de valência) e os íons positivos (núcleo mais elétrons de valência) Os metais têm elevada condutividade elétrica devido os elétrons estarem livres para moverem-se (alta mobilidade). No entanto, a agitação térmica reduz o livre percurso médio dos elétrons, a mobilidade dos mesmos e como conseqüência a condutividade. 7 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS EFEITO DA TEMPERATURA E DA ESTRUTURA DO MATERIAL NA RESISTIVIDADE 8 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS EFEITO DA TEMPERATURA E DA ESTRUTURA DO MATERIAL NA RESISTIVIDADE ESTRUTURA PERFEITA A MOVIMENTO DOS ELÉTRONS A MAIS BAIXA TEMPERATURA ALTA TEMPERATURA MOVIMENTO DOS ELÉTRONS EM UMA ESTRUTURA COM IMPUREZAS 9 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS LIGAÇÃO QUÍMICA B- SEMICONDUTORES Todos os semicondutores têm ligação covalente, com 4 elétrons de valência. Os semicondutores compostos (grupos III-V e IIVI) têm 4 elétrons de valência em média. RESISTIVIDADE VERSUS TEMPERATURA PARA UM SEMICONDUTOR O aumento da temperatura fornece energia que liberta transportadores de cargas adicionais. 10 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS BANDAS DE ENERGIA Os semicondutores se caracterizam por sua estrutura eletrônica em bandas de energia. Os elétrons de valência de dois átomos adjacentes interagem entre si quando são aproximados um do outro, como acontece em um sólido cristalino. Isso faz com que novos níveis de energia sejam estabelecidos, originando então bandas de energia (são níveis discretos de energia, mas com diferenças apenas infinitesimais) A banda de energia corresponde à um nível de energia de um átomo isolado As bandas de energia nem sempre se sobrepõem Assim como orbitais, as bandas de energia podem comportar no máximo dois elétrons. 11 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS GAP DE ENERGIA (BANDA PROÍBIDA) É o espaço entre as bandas de energia É o que distingue um semicondutor de um condutor ou isolante. 12 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS NÍVEL DE DE ENERGIA DE FERMI É definido como o nível de energia abaixo do qual todos os estados de energia estão ocupados a 0K. 13 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CONDUTOR Os elétrons não preenchem todos os estados possíveis da banda de valência e por isso a condução ocorre na banda de valência. Num metal o nível de Fermi esta localizado na banda de valência. Nível de Fermi Banda de valência incompleta 14 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS ISOLANTES Os elétrons preenchem todos os estados possíveis da banda de valência e por isso a condução NÃO ocorre na banda de valência. BANDA DE CONDUÇÃO Nível de fermi GAP DE ENERGIA Um semicondutor difere de um isolante pelo tamanho do gap de BANDA DE VALÊNCIA energia Gap de um Semicondutor: 0,1-5 eV Gap de um isolante é maior 15 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS SEMICONDUTOR BANDA Da mesma forma DE que nos isolantes, CONDUÇÃO os elétrons preenchem todos os Nível de fermi GAP DE ENERGIA estados possíveis da banda de BANDA DE valência. Um semicondutor difere de um isolante pelo tamanho do gap de VALÊNCIA energia Gap de um Semicondutor: 0,1-5 eV Gap de um isolante é maior 16 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS SEMICONDUTOR Num semicondutor, os elétrons podem ser excitados para a banda de condução por energia elétrica, térmica ou óptica (fotocondução) Quando um elétron é excitado para a banda de condução deixa um buraco ou uma vacância na banda de valência que contribui também para a corrente. 17 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CONDUÇÃO INTRÍNSECA (SEMICONDUTOR INTRÍNSECO) É a condução resultante dos movimentos eletrônicos nos materiais puros. Um semicondutor pode ser tipo "p" ( condução devido aos buracos) ou tipo "n" (condução devidos aos elétrons) Este tipo de condução se origina devido a presença de uma imperfeição eletrônica ou devido a presença de impurezas residuais. CONDUÇÃO INTRÍNSECA 18 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CONDUÇÃO INTRÍNSECA (SEMICONDUTOR INTRÍNSECO) É a condução resultante dos movimentos eletrônicos nos materiais puros. 19 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CONDUÇÃO EXTRÍNSECA Quando adiciona-se intencionalmente uma impureza dopante para proporcionar elétrons ou buracos extras. Os semicondutores extrínsecos podem ser: Tipo p: com impurezas que proporcionam buracos extras. Tipo n: com impurezas que proporcionam elétrons extras Os processos utilizados para dopagem são difusão e implantação iônica 20 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS (SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO TIPO P) .Quando adiciona-se intencionalmente uma impureza dopante para CRIAR buracos extras. Impurezas tipo "p" ou aceitadores proporcionam buracos extras Exemplo: Dopagem do Si (valência 4) com Boro (valência 3) 21 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS (SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO TIPO P) BORO É UM DOPANTE TIPO P PARA O SILÍCIO PORQUE PROPORCIONA BURACOS EXTRA 22 (SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO TIPO P) Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS NÍVEL DE FERM I 23 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS (SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO TIPO N) Impurezas tipo "n" ou doadores. proporcionam elétrons extra Exemplo: Dopagem do Si (valência 4) com Fósforo (valência 5) 24 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS (SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO TIPO N) NÍVEL DE FERMI 25 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CONDUÇÃO EXTRÍNSECA CONSIDERAÇÕES GERAIS Os elétrons tem maior mobilidade que os buracos. A presença de impurezas pode alterar o tamanho do gap de energia do semicondutor. 26 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS OPERAÇÃO DO DIODO (JUNÇÃO P-N) Dispositivos eletrônicos como transistors, circuitos integrados, chips, etc... usam a combinação de semicondutores extrínsecos tipo “p” e tipo “n” . DIODO é um dispositivo que permite a corrente fluir em um sentido e não em outro. É construído juntando um semicondutor tipo “n” e tipo “p”. 27 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS JUNÇÃO P-N -Quando uma voltagem é aplicada como no esquema abaixo, os dois tipos de cargas se moverão em direção à junção onde se recombinarão. A corrente elétrica irá fluir. -Como no esquema abaixo, a voltagem causará o movimento de cargas para longe da junção. A corrente não irá fluir no dispositivo. 28 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 29 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PROPRIEDADES MAGNÉTICAS A maioria dos elementos e materiais não exibem propriedades magnéticas. Materiais que exibem propriedades magnéticas: Ferro, Níquel, Cobalto, Gadolíneo, algumas ligas (SmCo5, Nd2Fe14B, ...) 30 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS Ferromagnetismo É a propriedade de concentrar as linhas de força magnética, caracterizada pela permeabilidade magnética. Ferromagnéticos- permeabilidade magnética >1 (subst. Paramagnéticas) - elétrons desemparelhados Ferro, Cobalto, Níquel e Gadolínio Outros metais-permeabilidade magnética <1 (subst. Diamagnéticas) - elétrons emparelhados 31 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS PERMEABILIDADE MAGNÉTICA Permeabilidade Magnética ()está relacionada com a intensidade de magnetização. A intensidade de magnetização varia em função da intensidade do campo aplicado. É característica do material = tg B/H É dada em Gauss/Oersted 32 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS Domínios magnéticos São regiões da estrutura do material onde todos os átomos cooperam magneticamente, ou seja, são zonas de magnetização espontânea (<0,05mm). Quando um campo magnético é aplicado, os domínios magnéticos tendem a se alinhar com o campo e, então, o material exibe propriedades magnéticas. 33 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS Ponto de Curie É a temperatura na qual os domínios magnéticos são destruídos. 34 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS Curva de magnetização ou de histerese Indução residual (Br) - é a indução magnética que se conserva no corpo magnetizado, depois de anulada a intensidade do campo. É dada em Gauss Força coercitiva (Hc)- é a intensidade de campo que tem de ser aplicado para desmagnetizar. É dado em Oersted Material com elevado Hc = consome energia para alinhar os domínios magnéticos, de uma direção para outra. A quantidade de energia necessária para magnetizar é proporcional a área do ciclo de histerese. Permeabilidade Magnética ()- é a intensidade de magnetização. A intensidade de magnetização varia em função da intensidade do campo. ë característica do material = tg B/H É dada em Gauss/Oersted 35 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS Classificação das ligas magnéticas A classificação é feita de acordo com a forma da curva de histerese. O nome esta relacionado com as propriedades mecânicas/metalúrgicas da liga: Ligas Magnéticas Duras Ligas Magnéticas Macias 36 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS Ligas magnéticas duras - Se caracterizam pelo grande valor de Hc e alto Br - São ligas endurecidas com estruturas desiquilibradas, dispersas - São utilizadas na fabricação de imãs permanentes 37 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS Ligas magnéticas macias - Apresentam Hc de baixo valor e pequenas perdas de histerese e baixo Br. - São ligas organizadas. Geralmente metais puros com boa qualidade estrutural. - São empregadas como ligas a serem submetidas à magnetização alternada (núcleos de transformadores) 38 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS CURVA HISTERÉTICA PARA LIGAS MAG. DURAS E MACIAS 39 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS Papel dos elementos de liga Aumentam a força coercitiva ou “dureza” magnética Diminuem o tamanho de grão A formação de uma segunda fase, pela adição de elementos de liga (acima do limite de solubilidade), contribui para o aumento do Hc. Quanto mais elevada a dispersão da segunda fase maior o Hc. O endurecimento causado pela transformações de fase ou pela diminuição do tamanho de grão aumentam o Hc, porque evitam a redistribuição ao acaso dos domínios magnéticos. 40 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS INFORMAÇÕES ADICIONAIS No xerox encontram-se tabelas com exemplos de materiais magnéticos moles e duros 41 Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS ESTUDAR (XEROX) ASSUNTOS: SUPERCONDUTIVIDADE (Van Vlack) EFEITO PIEZOELÉTRICO (CALLISTER) PROPRIEDADES ÓPTICAS: OPACIDADE, TRANSPARÊNCIA E LUMINESCÊNCIA, LASER (Van Vlack) 42