PLANO DE MINERAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ 2013-2030 RELATO DA 13ª OFICINA “POLÍTICA ESTADUAL E O MODELO DE GOVERNANÇA DA MINERAÇÃO” SETEMBRO/2013 PARÁ 2013 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................... 03 1. OBJETIVO PRINCIPAL................................................................................ 04 2. METODOLODIA............................................................................................ 04 3. COMENTÁRIOS INICIAIS............................................................................. 05 4. PALESTRAS DE CONTEXTUALIZAÇÃO.................................................... 09 4.1. “Desafios à Mineração no Pará: Planejamento Estratégico e o Desenvolvimento do Estado” (SEICOM)............................................................ 09 4.2. “Instrumentos de Governança” (SEICOM).................................................. 11 5. LIVRE MANIFESTAÇÃO DOS PARTICIPANTES........................................ 12 6. LISTA DE PARTICIPANTES DOS DEBATES.............................................. 15 7. RODADA FINAL DE CONTRIBUIÇÕES …………………………………….. 16 8. AVALIAÇÃO.................................................................................................. 17 9. ENCAMINHAMENTOS.................................................................................. 18 ANEXOS............................................................................................................ 19 2 INTRODUÇÃO O Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção (SEDIP) e da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (SEICOM), finaliza o ciclo de oficinas temáticas, iniciado em 2012, destinado a discutir e apontar caminhos pragmáticos que conduzam à edição do primeiro Plano de Mineração do Estado do Pará. O Plano de Mineração é o instrumento indispensável que norteará as políticas públicas no dinâmico setor da economia paraense com reflexos positivos na Balança de Exportação do Brasil, com a decisiva contribuição das riquezas minerais do Pará. As oficinas contribuirão para o fortalecimento da governança pública do setor mineral, valorização das pessoas e das riquezas minerais do Estado, já que esse serão territórios de interação e pactuação de compromissos entre os entes públicos e privilégios do referido setor, no alcance de sua Política Mineral do Estado. Assim, este documento relata a 13ª oficina do Plano com a temática “Política Estadual e Modelo de Governança da Mineração para o Pará”, realizada pela SEICOM em parceria com o Ministério de Minas e Energias - MME, e a SEDIP, em 05 de setembro de 2013, na sala de reunião01 do Centro Integrado de Governo (CIG), com a participação de 21 representantes de entidades públicas e privadas relacionadas ao tema. Entre elas, cinco órgãos públicos (estadual), quatro instituições da iniciativa privada e duas instituições representando as academias de ensino. A equipe que coordena a elaboração do Plano de Mineração do Pará agradece a participação das instituições parceiras que contribuíram com a construção coletiva das ações de curto e longo prazo, bem como dos valorosos subsídios nos debates que serão utilizados na formulação do Plano. 3 1. OBJETIVO PRINCIPAL O objetivo principal da décima terceira oficina temática do Plano de Mineração do Pará foi debater as alternativas sobre o melhor sistema de governança pública que possa promover a mineração que queremos e transformála em uma verdadeira plataforma de desenvolvimento sustentável para o Estado do Pará. 2. METODOLODIA A metodologia da oficina foi composta de exposição sobre os instrumentos de governança e debate sobre as propostas de modelo de governança de modo que houvesse uma abrangência das opiniões do setor produtivo e do Governo do Estado referente ao tema da oficina apenas no período da manhã. Período Manhã Atividade a) Debate inicial; b) Palestras de contextualização; c) Livre manifestação dos participantes; Tabela 01: Metodologia das oficinas Fonte: SEICOM Foto 1: Início dos debates da 13ª Oficina Fonte: FIDESA 4 3. COMENTÁRIOS INICIAIS A 13ª oficina foi aberta pela Secretária Adjunta da SEICOM, Maria Amélia Enríquez, que reforçou o tema principal da oficina dizendo que “um Estado de importância mineral como o Pará não pode ficar exposto à vulnerabilidade, por isso, este necessita de uma governança firme para organizar-se fortemente e não ficar exposto e vulnerável. Portanto, é preciso ter um modelo institucional bem estabelecido e esse é o motivo central desta reunião: montar uma governança”. Enríquez fez um histórico da SEICOM, relembrando que esta foi recriada em 2011, e se não houvesse ocorrido à quebra da Secretaria as regras do jogo seriam diferentes tanto para empresas quanto para o poder público, pois temos ciência que é necessário dar continuidade no desenvolvimento das ações que tem sido formuladas durante o processo de construção do Plano e para isso, é imprescindível a continuidade nas atividades da Secretaria de Mineração do Estado do Pará. Após suas falas iniciais sugeriu um breve debate entre os representantes das instituições presentes. José Egypto, assessor econômico da FIEPA, disse em sua contribuição sobre a importância de um Plano Estratégico para a Mineração do Pará, que esteja inserido em um Plano de Desenvolvimento para o Estado, para as empresas e necessariamente para a sociedade. Egypto também destacou que o Estado é “rico” com indicadores socioeconômicos periféricos. Portanto, há a necessidade de uma correlação da gestão da mineração para colaborar socialmente falando. O secretário especial da SEDIP, Sidney Rosa, disse que temos que ter cacife político desde as câmaras até o senado para termos “munição” a favor dos royalties pelos minérios extraídos em cada região afetada pelas mineradoras. Ele, ainda, informou que em sua gestão dará prioridades para os interesses da mineração que são de posses do estado e do gestor municipal, ele tem colocado em pauta os assuntos importantes para cada Estado mineral e o Pará está isolado nesse processo, talvez seja melhor que a lei do Marco Legal da mineração seja votada no próximo governo. Sidney Rosa ainda mencionou que é preciso entender a instabilidade política do governo atual, o Pará faz sua parte, mas é um pequeno número de Estados que 5 tem interesse na matéria. Ele ressaltou que não sabe se é bom votar agora o Projeto de Lei do Marco Regulatório da Mineração, pois não temos ação política e o projeto foi desvirtuado na câmara e não sabemos se temos condições de votar essa matéria, pode ser ruim hoje e ficar pior amanhã. O Secretário assim agradeceu a presença de todos e contribuições, e passou a palavra à Prof.ª Maria Amélia Enríquez que continuou afirmando que o Pará teve um conhecimento científico na área do geo-universo amazônico, e no mesmo prédio em que estava sendo realizada a oficina, que hoje é o Centro Integrado do Governo, já foi o prédio do IDESP (Instituto de Desenvolvimento Econômico Social e Ambiental do Estado do Pará), que atuava diretamente na mesma linha de pesquisa. Mencionou que o Pará se antecipou nos anos 80 com o projeto RADAM, naquela época foi criada a primeira SEICOM, a primeira DIRAM (Diretoria de Controle de Recursos Minerais). Na qual já deveria ter uma diretoria forte e uma secretaria estruturada. E, no ano de 1984 foi criada a Para Minérios, Companhia de Mineração do Pará, que foi o braço operacional do Estado na pesquisa mineral, nesta época, foi criada uma Comissão Especial de Geólogos para atuarem na área mineral. Toda a estrutura de governança criada nos anos oitenta foi sendo desmontada aos poucos, principalmente com a extinção da SEICOM em 2007. A SEICOM foi recriada em 2011 e hoje a economia mineral representa 30 bilhões de reais e vamos conviver por mais 100 anos com a mineração em nosso Estado. Foto 02: Debate da13ª oficina Fonte: FIDESA 6 Secretário Sidney Rosa (SEDIP) reforçou que o Pará avançou e precisamos estruturar a SEICOM com uma equipe no interior com o mesmo nível de investimento e massa critica, pois há a necessidade da presença da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração com uma equipe responsável e qualificada para atuar nas regiões mineradoras. Sidney citou também como exemplo o alto investimento que a VALE tem colocado em nosso território com o pagamento de energia e funcionários, portanto é necessário que o Pará aprenda a investir na indústria mineradora. O mundo da Mineração está tomando conta do Pará. Para democratizar a mineração do ouro de Tapajós é necessária uma transição dos garimpeiros para as pequenas empresas, também, é preciso trazer o cobre importado para o nosso diaa-dia. Maria Amélia Enríquez citou as atividades da SEICOM ao longo de dois anos, sendo abordados os temas a seguir. i. O Marco Regulatório da Mineração; ii. Implantação do CERM; iii. O GTAPLAM e GT-Tapajós; iv. Territórios com mineração e desenvolvimento regional; v. O adensamento de valor ás cadeias minerais; vi. GT- Insumos minerais para a agricultura; vii. GT- Petróleo e gás, agregados de uso direto na construção; viii. Expansão do APL Gemas e Joias, Itaituba e Parauapebas. Enríquez ainda ressaltou que precisamos avançar na expertise na área de mineração, competir com commodities na China com seu nicho tecnológico, pois não tem escala, mas tem qualidade. Mencionou que o SENAI está em fase de criação do Instituto Senai de Inovação (ISI) em Mineração no Estado do Pará. Disse que a SEICOM em menos de dois anos tem contado com uma equipe pequena, porém extremamente comprometida e envolvida que tem conseguido alcançar várias vertentes na área de mineração. O José do Egypto (FIEPA) afirmou que existe uma legislação em vigor que trata da época do governo Almir Gabriel, esta continua avulsa mais foi criada para o setor de mineração. Ele também observou que vale a pena ver o que estão 7 fazendo os Estados da Bahia, Minas Gerais e o que estão fazendo nos demais Estados em relação aos fortes impactos ambientais gerados pela mineração. Maria Amélia Enríquez ainda ressaltou que o Estado ainda não tem massa crítica, mas há alguns grupos fortes. Também lembrou que a questão ambiental cria vários entraves, ou seja, quando as mineradoras são implantadas os municípios e o Estado não criam condicionalidades para as empresas mineradoras se instalarem nas regiões mineradoras. José do Egypto (FIEPA) afirmou que é melhor viabilizar tudo antes da implantação, pois ao longo do processo é preciso apresentar e identificar os problemas às empresas mineradoras. Ambrózio Ichihara (SEICOM) afirmou que todas as pessoas envolvidas na SEICOM acreditam na política de verticalização dos agregados. O Secretário Sidney Rosa também afirmou que a VALE tem feito várias tentativas de agregação de valor. José do Egypto (FIEPA) ressaltou que a expertise não é só o mínimo que precisamos, mas também precisamos de logística. Ambrózio Ichihara (SEICOM) afirmou que é necessário fazer uma alta tributação para poder decidir e entender se vamos ser produtores de cobre, pois os metalúrgicos e os investimentos são grandes e a arrecadação da receita é pequena. Então o Secretário Sidney Rosa deixou uma pergunta: Qual o mínimo que devemos fazer em nosso Estado com o recurso da taxa mineral para os problemas que têm sido abordados? Ambrózio Ichihara (SEICOM) relatou que o processo de concessão mineral demanda um longo tempo e necessita de uma tecnologia específica. José do Egypto (FIEPA) louvou a iniciativa da SEICOM e do Governo do Estado para a política do desenvolvimento e ele acredita que irá fazer políticas que atinjam as cadeias produtivas e que venham a dinamizar a economia do Pará. Mencionou que o ICMS ainda está travando processos de implantação, e é necessário que os municípios possam criar um passivo fiscal para essas empresas em implantação nos municípios. Esta ideia tem que fazer parte da governança política, para que esse Plano de Mineração seja implantado, é necessário criarmos mecanismos sobre qual é o tipo de empresas que queremos atrair não é só elaborar o plano, mas sim para que ele seja implantado com compromisso interinstitucional. Ambrózio Ichihara (SEICOM) afirmou que a mudança na legislação agora demora, ou seja, leva maior tempo em relação às decisões, as mudanças de 8 governo implicam diretamente no licenciamento ambiental, pois as licenças são anuais e a empresa que paga as taxas obtém a sua renovação liberada. José Pastana (SEICOM) afirmou que realmente há dificuldades da SEMA, tanto da Municipal quanto da Estadual. 4. PALESTRAS DE CONTEXTUALIZAÇÃO 4.1. “Desafios à Mineração no Pará: Planejamento Estratégico e o Desenvolvimento do Estado” – Maria Amélia Enríquez (SEICOM) Maria Amélia Enríquez fez exposição do histórico da mineração no Estado do Pará, explicando que o Pará foi referência na década de 70 com o Projeto RADAM (Radar na Amazônia), o qual criou uma marca política importante e foi um projeto que teve grande contribuição com importantes informações científicas e geológicas para mineração e que até hoje são relevantes. No ano de 1984 foi criada uma Companhia de Mineração do Pará, a Pará Minérios, que estava muito bem integrada à política governamental e, na época, era considerada o “braço direito” da política mineral do Pará. Foi criada também a Comissão Especial de Geologia em mineração em 87, e podia se observar que o Pará estava muito bem aparelhado quanto à questão mineral nesta época. Avaliando toda esta institucionalidade que existiu pode se observar que por vários motivos ela foi desarticulada. Maria Amélia Enríquez (SEICOM) apresentou algumas propostas para debate os objetivos específicos do Plano de Mineração, respondendo “Por que o Pará precisa de um Plano de Mineração?”. Proposta de objetivos específicos do Plano: a) Explicitar a política mineral do Pará; b) Servir como instrumento normativo para a gestão dos recursos minerais; c) Servir como instrumento para definição de estratégia para gestão dos recursos minerais; d) Proporcionar o ordenamento do setor mineral com agregação de valor e sustentabilidade; 9 e) Melhorar a qualidade de vida da população por meio do uso sustentável dos recursos minerais e do fortalecimento da competitividade empresaria. Maria Amélia Enríquez mencionou que precisamos avaliar as riquezas minerais do Estado e os bens minerais da União, pois a mineração acontece em nossa sociedade. Maria Amélia fez a seguinte pergunta: Quais os princípios da gestão participativa? Ela também destacou sobre a responsabilidade do bem material e ela ainda alertou sobre a prosperidade compartilhada. E disse que é necessária a criação de um fundo que não vise só o município minerador, mas sim os municípios circunvizinhos das regiões mineradoras também. Apresentou a proposta da SEICOM de diretrizes, princípios e estratégias para o Plano que poderão ser aprimorados ao longo do processo de elaboração do Plano, sendo: Diretrizes: • Valorizar as riquezas minerais do Pará; • Geração de empregos; • Redução dos impactos ambientais; • Agregação de valor à produção. Princípios: • Gestão participativa qualificada; • Responsabilidade com o meio natural; • Prosperidade compartilhada; • Inovação tecnológica; • Inclusão social. Estratégias: • Estabelecer um pacto entre o setor mineral e a sociedade para o desenvolvimento do Estado do Pará • Estabelecer consensos a cerca de temas estratégicos para o desenvolvimento regional a partir da mineração • Estimular a cooperação interinstitucional entre os órgãos públicos (municipal, estadual e federal), iniciativa privada e sociedade civil organizada 10 Maria Amélia Enríquez comentou cada um dos itens e disse que é necessário um processo de incorporação para novas tecnologias dentro da mineração. E sobre a inclusão social, alertou que precisamos estabelecer um acordo que não tenha interesse na riqueza, mas sim que possa desenvolver o setor produtivo de cada região. Reforçou que a SEICOM tem como missão a conciliação de conflitos, observando reservas protegidas pela União, estabelecer cooperação institucional e estimular parcerias, entre os órgãos públicos, privados e empresas mineradoras. Sobre as ações prioritárias da Governança Pública, Maria Amélia ressaltou sobre a importância do mercado, as pessoas e o meio ambiente, onde se deve promover a capacitação da mão de obra local e o desenvolvimento da região, além observar o meio ambiente junto aos órgãos competentes em áreas que permitam mineração que precisam ser conservados e preservados. Fotos 03 e 04: Palestra sobre Planejamento Estratégico e o Desenvolvimento do Estado Fonte: FIDESA 4.2. “Instrumentos de Governança” (SEICOM) – Ana Cláudia Silva, coordenadora de Fiscalização de Controle da Mineração. A coordenadora de Fiscalização e Controle Mineral da SEICOM, Ana Cláudia Silva, falou sobre a questão dos licenciamentos, descrevendo o processo de descentralização na SEMA durante o governo Almir Gabriel. Disse que foi criado um Conselho com corpo técnico especializado e as Prefeituras, principal dificuldade da época, pois quais as atividades poderiam ser licenciadas? Exemplificou que em certos municípios o Conselho e a Secretaria Municipal de 11 Meio Ambiente não apresentam segurança sobre o objetivo principal do licenciamento, alertou que alguns prefeitos têm interesses financeiros nas licenças ambientais. Ana Cláudia Silva comentou a importância dos instrumentos políticos de Governança da mineração, ou seja, o licenciamento ambiental e a taxa mineral. Ana Cláudia Silva ainda ressaltou que sobre o impacto socioeconômico, os prazos do licenciamento no estado do Pará, infelizmente não atendem as reais necessidades da sociedade. Ela também falou da má qualidade de estudos ambientais apresentados e recomendações ao Governo. Ana Cláudia destacou que o papel do Cadastro Estadual de Recursos Minerais (CERM) é o cadastro e registro de identificação, localização e classificação de empresas e pessoas físicas que atuam na mineração. Ela também citou sobre a possibilidade de um fundo mineral e perguntou: Quais são os municípios impactados pelas empresas mineradoras? E o que acontece ao redor dos municípios mineradores? Explicou que a CFEM é uma forma de compensar os municípios afetados diretamente pelos empreendimentos mineradores, e o CERM objetiva discutir, deliberar, sugerir políticas públicas para atividades de mineração. Esse diálogo de mineradores e municípios deve ter um consenso e sua força deve ser respeitada. Fotos 05 e 06: Palestra sobre Instrumentos de Governança Fonte: FIDESA. 5. LIVRE MANIFESTAÇÃO DOS PARTICIPANTES Após as exposições representantes presentes iniciaram um debate sobre as possiblidades de estruturar um modelo de governança para a mineração no Estado do Pará. 12 Luciana Malcher (SEAS) comentou que participa da elaboração do Plano Marajó e o fato de concluirmos o Plano de Mineração demonstra e norteia o compromisso do Governo do Estado no âmbito social. Marcial Oliveira (SECTI) disse que a institucionalização da governança mineral possa dar um sentido concreto para os municípios mineradores para que possam promover o desenvolvimento mais sustentável. Ambrózio Ichihara (SEICOM) mencionou sobre o caso do calcário, onde a SAGRI já informou os gargalos e a SECTI pode somar ao andamento conjunto de soluções para ordenamento dos insumos minerais para agricultura. E disse que essa interação interirntitucional pode ser fortalecida na governança da mineração. Regiane Rego (MPE) mencionou que o Ministério Público do Estado é um órgão fiscalizador e alguns aspectos sociais são negligenciados no processo de licenciamento ambiental de projetos minerais, assim coloca o MPE como colaborador da governança da mineração em recomendar ações para que os projetos atendam aos impactos gerados no local da implantação, bem como pode rever as medidas dos impactos socioambientais. Sugeriu uma valoração dos impactos socioeconômicos. Maria Amélia Enriquez (SEICOM) mencionou que o Canadá tem um sistema de incentivo a investimentos a pesquisa mineral a partir das bolsas de valores. Ambrózio Ichihara (SEICOM) disse que as empresas não podem valorar o meio ambiente, mas a valoração social pode ser calculada em indenizações com base na compensação econômica. Marcelo Araújo (SEBRAE) mencionou que as pequenas e micro empresas representam 20% da economia e o trabalho de adensamento da cadeia produtiva relacionado com a grande empresa, mas apenas 10% das micro e pequenas podem ou tem condições de fornecer para a grande empresa. Isso é uma forma de direcionar compensações para o desenvolvimento local. Sugeriu que o Estado pudesse canalizar ações de mitigação verificando as necessidades de fornecedores com qualidade, pois a maioria não possui efetividade, apenas quantidade, o que soma a proposta de uma política de compras locais. Marcelo também sugeriu a identificação dos tributos em potencial para desenvolvimento das micro e pequenas empresas. Luciano Madeira (Simineral/Vale) mencionou que o governo não está avançando para acompanhar a velocidade do setor mineral e informou que a Vale 13 pode promover capacitação para gestores estaduais e municipais com vistas a dar apoio ao setor. Em relação ao Plano de Mineração sugeriu que o documento deve atender aos interesses da sociedade e não o que o Estado quer. Cada instituição deve saber e se comprometer com o seu papel, mas paralelo a isso lembrou que as comunidades afetadas pela mineração não conhecem sequer o Plano Nacional de Mineração. Quanto ao processo de licenciamento ambiental disse que a rotatividade de técnicos nos órgãos reguladores dificulta as análises dos processos. E informou que a Vale e outras mineradoras possuem Planos Estratégicos de Mineração até 2030 e sugeriu que estes documentos possam conciliar com o Plano Estadual de Mineração com vistas a beneficiar as comunidades afetadas pela atividade mineral. Em ralação as compras locais, Madeira informou que a Vale possui um núcleo de contratações em Belo Horizonte – MG, assim muitas empresas entram com preços baixos, mas sem qualidade no produto final. Sugeriu que o tratamento com as micro-empresas seja diferenciado para valorizar o fornecedor local. Wilson Costa (SEICOM) disse que a ausência de um Plano de desenvolvimento trás uma esperança para o Plano de Mineração, pois as diretrizes apresentadas na proposta da SEICOM se adéquam as necessidades socioeconômicas. Sugeriu que os municípios devem incorporar as diretrizes do Plano por meio das agências regionais na SEICOM (que serão implementadas em 2014). José Pastana (SEICOM) disse que o Plano representa avanços sim para a governança do setor, mas a mineração representa o superávit comercial na ótica do mercado externo. Ressaltou que a grande mineração possa viabilizar condições técnicas e financeiras para minimizar os impactos sociais locais. Marco Antônio Lima (SEICOM) disse que não há um Plano de Desenvolvimento, não estamos elaborando um Plano Setorial desassociado do que o Estado quer, pois o conceito de desenvolvimento deve ser resultado de um consenso. Disse que a governança é um mecanismo para se chegar ao consenso por meio de um aparelho de estado e da gestão participativa para construir um pacto. Marco Antônio Lima também sugeriu que se possam desenvolver empresas locais para gerar o desenvolvimento, adensamento das cadeias produtivas e 14 horizontalizar para verticalizar a produção, mas a tributação deve ser feita em paralelo com o desenvolvimento. Fotos 07 e 08: Livre manifestação dos participantes Fonte: FIDESA. 6. LISTA DE PARTICIPANTES DOS DEBATES TEMA: POLÍTICA ESTADUAL E MODELO DE GOVERNANÇA PARA MINERAÇÃO NO PARÁ Moderadoras: Marjorie Neves e Maria Amélia Enríquez N° Nome Instituição 1 Ambrózio H. Ichihara SEICOM 2 Ana Cláudia C. da Silva SEICOM 3 Carlos de Jesus Cristino SEICOM 4 Hedileno Monteiro 5 Ilene Castro dos Santos 6 José do Egypto Filho FIEPA 7 José Maria Pastana SEICOM 8 Karolina dos Santos Moraes UFRA 9 Luciana Malcher SEAS 10 Luciano Torres Madeira 11 Marcelo Araújo 12 Marcial Maciel de Oliveira SECTI 13 Marco Antônio Silva Lima SEICOM 14 Maria Amélia Enríquez SEICOM 15 Marjorie Barros Neves SEICOM UFPA/SEICOM FIDESA SIMINERAL/VALE SEBRAE 15 16 Regiane do Socorro do E. S. Rego Ministério Público 17 Sérgio Augusto 18 Sidney Rosa 19 Wilson Luiz Ribeiro da Costa SEICOM 20 Zilda Pantoja de Lima FIDESA SEICOM SEDIP 7. RODADA FINAL DE CONTRIBUIÇÕES Após o relato e manifestação de cada representante das instituições presentes a Sec. Adjunta Maria Amélia Enríquez propôs que cada representante coloque em pauta uma proposta de estratégia, que o governo possa utilizar no sentido de melhorar o desenvolvimento de nosso Estado no âmbito da política mineral. José Pastana (SEICOM) afirmou que o atual Plano representa alguns avanços, pois a forma que ele está sendo construído, sob a ótica atual, quando olhamos a mineração extrativista estamos sujeitos a comercialização dos minérios, no caso da grande mineração, contudo, deve se levar em consideração a pequena mineração. Sugeriu investir na pequena mineração de forma especial, os trabalhos técnicos que os municípios. As empresas realizam como instrumento de justiça social e ambiental e os municípios não vêem os impactos da pequena mineração. Marco Antônio Lima (SEICOM) destacou que no fórum internacional, o Brasil está em 55º lugar de competitividade global. Marcial Oliveira (SECTI) mencionou que não há um plano de desenvolvimento global. A visão de democracia participativa é também no sentido de poder construir o Plano de Mineração sem gerar impactos em nossa sociedade. As cadeias produtivas, por exemplo, a Hydro era uma empresa transformadora, contudo, teve grandes prejuízos quando chegou à área de mineração. Maria Amélia Enrízque (SEICOM) afirmou que é preciso envolver as empresas locais e se não envolver as cadeias produtivas não vamos conseguir envolvê-las. Ao invés de verticalizar, vamos adensar as cadeias produtivas. Marco Antônio Lima (SEICOM) ainda citou que para elaboração de Políticas Públicas é importante pensarmos na ideia de aumentarmos os tributos para o 16 Estado poder distribuir os benefícios entre as regiões mineradoras afetadas diretamente e as regiões fronteiras com municípios mineradores. Outro fator que Marco Antônio Lima destacou foi existência de Políticas de Fomento, o qual mencionou que outro caminho para o desenvolvimento de fornecedores locais é preciso tratar de tributação, é preciso tratá-los com incentivos sociais, é preciso transportar ao Plano para que ele seja um processo participativo do Governo, do Estado e do Município. Por fim, a Secretária Adjunta da SEICOM, Maria Amélia Enríquez, agradeceu pela presença de todos. Disse que foram abordados pontos importantes sobre a questão do adensamento, sobre a questão de agregação de valor. Ela também pediu para Marcelo Araújo, gerente do SEBRAE, para marcarem uma reunião sobre a possibilidade de criação de incubadoras de empresas nos municípios mineradores. Ela ressaltou que foi bom ouvir a Vale, o Ministério Público do Estado, que foi bom contar com a contribuição de todos e observou que temos falhas na valoração, mas é necessário discutir essas falhas. Marjorie Neves comentou que o Primeiro Plano da Mineração do Estado será lançado em meados de novembro de 2013 e que, também divulgaremos as diretrizes que vem sendo abordadas durante as oficinas no site da SEICOM para que todos os parceiros e envolvidos possam contribuir com as diretrizes que vem sendo formuladas ao longo das oficinas temáticas. O Primeiro Plano de Mineração do Estado do Pará hoje é uma realidade. 8. AVALIAÇÃO As discussões promovidas durante a oficina foram avaliadas como satisfatórias diante do tema “Política Estadual e Modelo de Governança para Mineração no Pará”. Os participantes puderam expressar dificuldades e absolver informações importantes para os instrumentos de governança e condições relacionadas aos recursos humanos, produção, tecnologia, produto final, matériaprima, viabilidade legal e políticas de incentivo para o setor. As informações obtidas serão analisadas pela equipe da SEICOM com vistas a dinamizar as ações propostas com as parcerias sugeridas. 17 9. ENCAMINHAMENTOS Após os trabalhos da 13ª Oficina do Plano de Mineração do Estado do Pará ficou acordado, entre os participantes, que será elaborado pela SEICOM, em seguida à oficina, um relatório contendo a síntese das discussões e debates realizados - que é o atual documento. Desta forma, este relatório foi devidamente revisado pelos representantes da SEICOM e está disponibilizado a todos os participantes da oficina para contribuições posteriores e validação. No momento oportuno, o relatório final será divulgado publicamente no site da SEICOM em www.seicom.pa.gov.br. Com a finalização do ciclo de oficinas temáticas os planos de ação construídos nas 13 oficinas serão subsídios para a construção de um plano de estratégico de ações e programas com vistas a composição do Plano de Mineração do Estado a ser apresentado em Seminários de Consolidação com a sociedade. 18 ANEXO I LISTA DE PARTICIPANTES 13° OFICINA: Politica Estadual e o Modelo de Governança para a Mineração do Pará NOME INSTITUIÇÃO E-MAIL Ambrozio Hajime Ichihara Ana Claudia Silva Carlos Cristino José Maria do Nascimento Pastana Lucas Fukushima Luciana Malcher Marcial Maciel de Oliveira Marco Antônio Silva Lima Maria Amélia Enriquez Marjorie Neves Regiane do Socorro do Espirito Santo Rego Sérgio Augusto Sidney Rosa Wilson Luiz Ribeiro da Costa Ilene Castro dos Santos José do Egypto Soares Filho Luciano Torres Madeira Marcelo Araújo Zilda Pantoja de Lima SETOR PÚBLICO SEICOM - Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração SEICOM - Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração SEICOM - Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração SEICOM - Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração SEICOM - Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração SEAS - Secretaria de Estado de Assistência Social SECTI - Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação SEICOM - Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração SEICOM - Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração SEICOM - Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração MPE - Ministério Público do Estado do Pará SEICOM - Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração SEDIP - Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção SEICOM - Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] SETOR PRIVADO FIDESA - Fundação Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia [email protected] FIEPA - Federação das Industrias do Pará [email protected] SIMINERAL/VALE SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas FIDESA - Fundação Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia [email protected] [email protected] [email protected] INSTITUIÇÃO DE ENSINO Hedileno Monteiro UFPA - Universidade Federal do Pará UFRA - Universidade Federal Rural da Karolina dos Santos Moraes Amazônia [email protected] [email protected] 19 ANEXO II Palestra – Desafios à Mineração no Pará: Planejamento Estratégico e o Desenvolvimento do Estado 20 21 22 23 24 25 26 ANEXO III Palestra – Instrumentos Políticos e Normativos de Governança (SEICOM) Governo do Estado do Pará Secretaria Especial de Estado de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração INSTRUMENTOS POLITICOS E NORMATIVOS DE GOVERNANÇA INSTRUMENTOS 1. Licenciamento Ambiental 2. Taxa de Fiscalização pela Exploração dos Recursos Minerais- TFRM 3. Agências Regionais de Fiscalização 4. Cadastro Estadual de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos MineráriosCERM 5. Fundo Mineral 6. Conselho Estadual de Política Minerária 31/10/2013 27 1. LICENCIAMENTO AMBIENTAL Instrumento fundamental para a atividade na governança no setor mineral em geral A competência para analisar os empreendimentos mineiros é dos órgãos ambientais 2.TAXA DE FISCALIZAÇÃO Criada pela Lei Estadual n°7591/11 Fato gerador: exercício regular do poder de polícia do Estado sobre a atividade de pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento dos recursos minerários no Estado do Pará. 28 MAPA DE PROCESSOS MINERÁRIOSDEZ/12 29 AGÊNCIAS FISCALIZADORAS Coordenação Central Belém Marabá Itaituba São Félix DIVISÃO DE EMPREENDIMENTOS POR AGÊNCIA MARABÁ: Mineração Buritirama(Ma), Mineração Floresta do Araguaia(Floresta), Mineração Serra do Sossego(Canaã), Mineração Serra Azul(Ma), Silício metálico da Dow Corning(Breu). SÃO FÉLIX DO XINGU: Mineração Onça-Puma(São Félix), garimpos ITAITUBA: Mineração Rio do Norte, Bauxita da ALCOA(Terra Santa), Bauxita de Juruti ALCOA, Calcário da CBE(Itaituba), garimpos 30 DIVISÃO DE EMPREENDIMENTOS POR AGÊNCIA 4.O PAPEL DO CERM Criado pela Lei 7.591/11 Registro dos elementos de identificação, localização e classificação das pessoas físicas ou jurídicas que estejam autorizadas a realizarem pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento de recursos minerários no Estado. Fundamental para o exercício eficiente da fiscalização Prazo de validade de 1 ano. 31 5. FUNDO MINERAL Objetivo de apoiar os Municípios afetados diretamente pelos empreendimentos minerários Gestão tripartite: governo – empresas – representantes da sociedade local Recursos provenientes do recolhimento da CFEM, cota-parte do Estado e dos Municípios-sede de empreendimentos. Investimentos em apoio a projetos de arranjos produtivos locais e infra-estrutura. 6. CEPM Conselho objetiva discutir, deliberar, sugerir políticas públicas para a atividade de mineração no Estado do Pará. Participação de representantes do governo estadual, federal, da sociedade civil organizada e da associação dos municipios mineradores. 32 OBRIGADA!! Ana Cláudia Cruz da Silva Especialista em Direito Ambiental M.Sc. Em Direito Ambiental Profa. Direito Ambiental e Direito Minerário e dos Recursos Hídricos [email protected] 91-96031936/93531228 33