Mais com menos. Isto é possível?
Sua empresa está preparada para isso?
Por: César Ayer
Cada vez mais este “modelo mental” é disseminado e reforçado no mundo corporativo, levando às empresas a
buscar formas de agregar mais valor aos produtos e serviços com menos recursos disponíveis. Junte a isso, um
mercado globalizado, mudanças organizacionais e tecnológicas aceleradas, aumento na complexidade de
tomada de decisões e a acirrada competição, e temos um cenário onde se faz cada vez mais necessário um
trabalho coletivo e sinérgico. Onde 1 + 1 não pode ser somente 2 e, sim 3 ou até mesmo 4. Neste contexto,
algumas perguntas são de vital importância, por exemplo:
 Como aproveitar ao máximo os recursos existentes?
 Como tornar as pessoas e as organizações organismos sinérgicos?
Antes de responder a estas questões, acredito ser importante clarificar o conceito de sinergia. Sob o ponto de
vista etimológico, sinergia vem do grego Syn (junto) e Ergo (trabalho), assim seu significado seria “trabalhar em
conjunto”. Sinergia é a palavra que denomina a atuação conjunta de duas ou mais pessoas, famílias, grupos de
trabalho, empresas ou organizações que, contribuindo entre si, alcançam um aprimoramento mútuo e
resultados extraordinários.
O espírito presente em processos sinérgicos é o da confiança e, principalmente, o da colaboração. Quando
pessoas e organizações se unem para formar uma parceria e produzem resultados mais significativos do que
era conseguido atuando separados, diz-se que houve sinergia interpessoal e/ou organizacional. O grande
desafio de processos sinérgicos é fazer com o que o trabalho em conjunto das pessoas ou das unidades de
negócios crie mais valor, usando apenas os recursos já disponíveis para melhorar a qualidade dos produtos e
serviços disponibilizados ao mercado. Ou seja, alcançar o “mais com menos”.
O que motiva uniões sinérgicas entre pessoas e/ou organizações são os fatores descritos abaixo:
Intenção: Desejo de investir no trabalho, dando o melhor de nós, tendo como objetivo a excelência nas ações,
independente da grandiosidade ou significância do trabalho a ser realizado. Isto é possível através de pequenas
contribuições constantes em prol de melhorias contínuas.
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Habilidade: Capacidade de realizar as tarefas de forma eficaz e eficiente com qualidade, de forma segura,
gerando satisfação pessoal e mercadológica. Quando adquirimos habilidade, executamos nosso trabalho com
presteza e objetividade; resolvemos os problemas de forma rápida e descobrimos a força de nossas
capacidades inatas.
Empowerment: Esta força é representada pela capacidade de influenciar fortemente nas decisões que afetam
o trabalho em que o individuo está envolvido. Podemos dizer que capacitar pessoas é proporcionar-lhes o
conhecimento e as habilidades para que realizem bem suas tarefas e investi-las de empowerment é dar o apoio
necessário para que elas possam assumir as responsabilidades. Investir funcionários de empowement é
permitir que eles deem contribuições significativas no trabalho, treiná-los para exercerem seu potencial
máximo, oferecendo desafios compatíveis com cada nível de responsabilidade e gerenciá-los com sistemas
organizacionais flexíveis.
Gerência Participativa: Esta força é representada pela capacidade de compartilhar o próprio poder e assim
multiplicar a força. A ideia é criar estratégias de monitoramento e reforço para a manutenção do espírito de
equipe e a criação de uma parceria produtiva. Em geral, isto acontece quando o líder estimula os outros a
darem suas contribuições individuais, para só depois apresentar suas próprias contribuições. Por meio da
gerência participativa, consegue-se manter a sinergia de uma equipe.
Para que a sinergia organizacional possa acontecer, precisamos atender aos cinco princípios básicos descritos
abaixo:
1- Estabelecer pré-requisitos: construir a motivação a partir de metas comuns e interdependência, e
habilidades que dependem de empowerment e gerência participativa, fundamentando assim o
processo sinergético.
2- Apoiar a permeabilidade: ajudar pessoas na expressão e na abertura da aprendizagem de novas ideias,
perspectivas, significados, valores, sentimentos, comportamentos e atitudes aparentemente
contraditórios.
3- Encorajar o pensamento paradoxal: ajudar pessoas a conviverem com as frustrações e confusões que
ocorrem quando tentam acomodar as ideias, os pontos de vista, os sentimentos ou atitudes
aparentemente contraditórias.
4- Facilitar a criatividade: ensinar pessoas a valorizar a integração de visões opostas, provocando um
deslocamento da relação de oposição “ou isso/ou aquilo” para a relação de suporte e complementação
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“tanto isso/quanto aquilo”.
5- Estruturar a disciplina: usar os conceitos novos e suportados mutuamente para realizar objetivos
específicos, designar responsabilidades por tarefas e fixar um cronograma até as mudanças serem
totalmente efetuadas.
Para finalizar, é importante lembrar que um processo sinérgico se consegue através de acordos mutuamente
vantajosos que, por sua vez, dependem da boa comunicação. Por um lado, temos o equilíbrio de valores, a
resiliência, a pró-atividade, a objetividade, a flexibilidade e o senso de prioridade como os ingredientes
intraorganizacionais relativos à confiança. Por outro lado, a capacidade de negociação e comunicação eficaz
são os ingredientes interorganizacionais por meio dos quais se manifesta o espírito de colaboração.
Pense nisso...
Fonte bibliográfica: Lins,Sérgio. Sinergia: fator de sucesso nas realizações humanas. Rio de Janeiro: Elsevier,
2005.
Sobre o autor:
César Ayer é Formado em Administração de Empresas e Pós-Graduado em Marketing pela Universidade
Paulista. Consultor em treinamento e desenvolvimento. Especialista em treinamentos comportamentais nas
áreas de Gestão Intra e Interpessoal, Comunicação Pessoal, Formação de Equipes de Alta Performance,
Liderança, Negociação e Técnicas de Apresentação.
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