RAFAELLA KALINE COSTA XAVIER
RELAÇÃO ENTRE O CICLO SONO E VIGÍLIA E A FUNÇÃO
CARDIORRESPIRATÓRIA EM ESTUDANTES DE MEDICINA
Dissertação
apresentada
à
Universidade Federal do Rio Grande
do Norte como pré-requisito para
obtenção do título de Mestre em
Psicobiologia.
NATAL- RN
2010
RAFAELLA KALINE COSTA XAVIER
RELAÇÃO ENTRE O CICLO SONO E VIGÍLIA E A FUNÇÃO
CARDIORRESPIRATÓRIA EM ESTUDANTES DE MEDICINA
Dissertação
apresentada
à
Universidade Federal do Rio Grande
do Norte como pré-requisito para
obtenção do título de Mestre em
Psicobiologia.
Orientador: John Fontenele Araujo
NATAL- RN
2010
Seção de Informação e Referência
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Xavier, Rafaella Kaline Costa.
Relação entre o ciclo sono e vigília e a função cardiorrespiratória em estudantes
de medicina. – Natal, RN, 2011.
132 f.; il.
Orientador: John Fontenele Araujo.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro
de Biociências Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia.
1. Sono – Dissertação. 2. Ciclo sono e vigília – Dissertação. 3. Função
cardiorrespiratória – Dissertação. I. Araújo, John Fontenele. II. Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/BCZM
CDU 613.79
Título: Relação entre o ciclo sono e vigília e a função cardiorrespiratória em
estudantes de medicina.
Autora: Rafaella Kaline Costa Xavier
Data da defesa: 08 de outubro de 2010.
Banca Examinadora:
___________________________________
Prof. Paula Ayako Tiba
Universidade Federal do ABC, SP
___________________________________
Prof. Alexandre Hideki Okano
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN
___________________________________
Prof. John Fontenele Araujo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN
AGRADECIMENTOS
A minha mãe, minha melhor amiga, que tanto amo, pela presença e amor
constante, sempre colaborando, não medindo esforços para me auxiliar a atingir
meus objetivos, sem ela a conclusão deste trabalho não seria possível.
A Prof. John, meu orientador, pela oportunidade de realizar este projeto e de
conhecer a cronobiologia, pelo empenho em acompanhar o desenvolvimento deste
trabalho até a versão definitiva.
A Breno, meu namorado, por todo apoio, carinho, auxílio nos momentos de
dificuldade, pelo exemplo de dedicação, por acreditar na realização deste trabalho,
por confiar na minha capacidade de obter mais esta conquista.
A Patrícia, amiga, pelo companheirismo e amizade nos bons e maus
momentos dentro e fora dos bastidores da realização deste projeto, agradeço
principalmente pelo convite para fazer a seleção do mestrado em psicobiologia, foi
através desse convite que tudo começou.
A todos os alunos do mestrado da turma de 2008, em especial a Aline, André,
Jane, Ronaldo, Rovena, e todos os companheiros do laboratório de Neurobiologia e
Ritmicidade Biológica, as amigas do LABSONO, Gracilene, Paula Regina e Patrícia
Rocha, pelo apoio e auxílio nos momentos difíceis e durante todo o curso de
mestrado.
A Cleide, Marcos, Teresa e Olavo, amigos de trabalho, agradeço pela
compreensão, apoio e colaboração para conclusão deste projeto.
A todos os meus amigos e familiares, em especial Lizianne, Karluza, Higor,
Natália, Sâmid, Rodrigo e Wenna, pela compreensão nos momentos de ausência
em prol da realização deste trabalho.
Aos alunos de medicina que concordaram em participar desta pesquisa
preenchendo os questionários por vários dias, fazer todos os testes, muito obrigada.
A todas as pessoas que de alguma maneira contribuíram para a realização
deste trabalho.
RESUMO
Os estudantes, normalmente, apresentam um padrão de sono irregular
caracterizado por atrasos de início e final do sono dos dias de semana para os finais
de semana, curta duração de sono nos dias de semana e longa duração de sono
nos finais de semana. A redução do sono necessário na semana e a consequente
irregularidade no ciclo sono e vigília (CSV) provocam detrimentos relevantes a curto
e longo prazo no desempenho dos estudantes, como por exemplo, na função
cardiorrespiratória. O condicionamento cardiorrespiratório representa além do
condicionamento físico, traços associados às condições de saúde e, em muitos
estudos, no padrão e/ou qualidade do sono de um indivíduo. O objetivo desse
estudo foi avaliar o padrão do ciclo sono e vigília e a função cardiorrespiratória de
estudantes de medicina em diferentes esquemas de horários de aulas. O estudo foi
realizado com duas turmas de estudantes de medicina da UFRN, uma assistia aula
às 7h (n=47) e a outra assistia aula às 8h (n=41) durante a semana. Na 1ª etapa do
estudo todos os voluntários responderam uma anamnese, o Questionário
Internacional de Atividade Física, o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, a
versão em português do questionário de Cronotipo de Horne e Östberg, o
questionário a Saúde e o sono e a escala de sonolência de Epworth. Na segunda
etapa, 24 alunos (12 de cada turma) tiveram o ritmo de monitorado por actímetros
com 2min de intervalo, por 14 dias, concomitante ao preenchimento do diário do
sono. Nesse mesmo período, cada voluntário fez o teste de esforço (esteira
ergométrica) uma única vez, sempre no período da manhã (entre 9h e 11h). Os
estudantes apresentam um padrão irregular do CSV e essa irregularidade e
fortemente vinculada aos horários de aula, além da contribuição da demanda
acadêmica, atividades sociais e fatores endógenos. Os alunos que acordam mais
cedo apresentam maior irregularidade no padrão de CSV. Quanto mais cedo o
horário de aulas pior a qualidade do sono e maior a frequência de estudantes com
sonolência diurna excessiva. Os horários de aula e o padrão irregular do CVS não
mostraram efeito sob o desempenho cardiorrespiratório dos estudantes de medicina.
O desempenho no teste parece ser afetado por outros fatores, que podem ser
relacionados ao padrão do CSV ou não. Assim, sugere-se que o início tardio das
aulas provoca menor irregularidade no padrão do CSV, porém, observou-se que
essa irregularidade e o horário de aula parece não afetar a desempenho
cardiorrespiratório diretamente.
Palavras – chave: Estudantes, ciclo sono e vigília, função cardiorrespiratória.
ABSTRACT
Students, normally, present an irregular sleep pattern characterized by delays in
sleep onset and offset from weekdays to weekends, short sleep duration on
weekdays and long sleep duration on weekends. The reduction of the necessary
sleep and the irregularity in the sleep patterns provoke relevant short- and long-term
impairments on performances, for example, in cardiorespiratory function. The
cardiorespiratory performance represents, in addition to fitness, traces associated to
health conditions and in several studies to pattern and/or individual’s sleep quality.
The aim of this study was to evaluate the pattern of the sleep-wake cycle and the
cardiorespiratory function of medical students under different class schedules. The
study was accomplished with two classes of medical students of UFRN, one had
classes at 7 am (n = 47) and the second had classes at 8 am (n = 41) during the
week. On the first stage of the study all volunteers filled out an anamnesis, the
International Physical Activity questionnaire, the Pittsburgh index of sleep quality, the
Portuguese version of the Horne and Östberg cronotype questionnaire, the Health
and Sleep questionnaire and the Epworth Scale of Somnolence (ESS). On the
second stage, 24 students (12 of each class) had their activity rhythm monitored by
actimeters set to record activity at a 2-min interval for 14 days concomitant to the
completion of the sleep diary. In this same stage, each volunteer performed the effort
test (treadmill) only once in the morning period (between 9:00 and 11:00). The
students showed an irregular pattern of the sleep-wake cycle and this irregularity is
strongly influenced by the class schedules, in addition to the contribution of the
academic demand, social activities and endogenous factors. The students who woke
up earlier showed greater irregularity in the sleep-wake pattern. The earlier was the
class schedule the worse was the sleep quality and the greater was the frequency of
students with excessive diurnal somnolence. The classes’ schedules and the
irregular pattern of the sleep-wake cycle did not show effect on the cardiorespiratory
performance of the medical students. The performance on the test seems to be
affected by other factors, which can be related to the pattern of the sleep-wake cycle
or not. Therefore, it is suggested that the late start of classes provokes less
irregularity on the pattern of the sleep-wake cycle. However, it was observed that this
irregularity and the class schedule seem not to affect the cardiorespiratory
performance directly.
Keywords: Students, sleep-wake cycle, cardiorespiratory function.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
2.3. HIPÓTESES E PREDIÇÕES
3. METODOLOGIA
3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES
3.3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
3.4. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
3.5. PROCEDIMENTOS PRÉVIOS
3.5.1. Comissão de ética
3.5.2. Seleção dos estudantes
3.5.3. Termo de consentimento livre e esclarecido
3.6. COLETA DE DADOS
3.7. RECURSOS USADOS
3.7.1. Questionários utilizados
3.7.2. Avaliação antropométrica
3.8. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
3.9. ANÁLISES ESTATÍSTICAS
4. RESULTADOS
4.1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS ESTUDANTES
4.2. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O PADRÃO DO CICLO SONO E
VIGÍLIA
4.2.1. Cronotipo
4.2.2. Qualidade do sono
4.2.3. Escala de sonolência de Epworth
4.2.4. Forma de despertar
4.2.5. Latência para o sono
4.2.6. Sonolência
4.2.7. Cochilos
4.3. CARACTERIZAÇÃO DO CICLO SONO E VIGÍLIA
4.4. NÍVEL SUBJETIVO DE CONDICIONAMENTO FÍSICO E
ANTROPOMETRIA
4.5. DESEMPENHO CARDIORRESPIRATÓRIO
4.6. CORRELAÇÕES
5. DISCUSSÃO
6. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ANEXOS
8
20
20
20
20
22
22
22
22
23
23
23
23
24
24
28
28
30
31
32
35
35
38
38
39
40
41
43
45
47
48
65
67
71
77
91
92
92
1. INTRODUÇÃO
Eventos geofísicos cíclicos, como a oscilação dia e noite, as mudanças das
estações do ano e etc, influenciam na vida dos diversos organismos.
Essas
mudanças recorrentes em conjunto com as variações do ambiente contribuem na
expressão dos ritmos biológicos por parte dos organismos, ritmos esse que são
gerados endogenamente e muitos são sincronizados aos ciclos ambientais, uma
adaptação temporal essencial para a sobrevivência dos organismos (Menna Barreto
2003).
Esses ritmos são caracterizados por eventos regulares e periódicos tais como
o ciclo vigília-sono e temperatura corporal em humanos e que ocorrem também em
outros animais e nos vegetais.
Dentre os ritmos biológicos mais estudados, está o ciclo sono-vigília (CSV),
que por oscilar com uma frequência de um ciclo por dia, é chamado de ritmo
circadiano (circa = próximo; diano = dia). Os ritmos circadianos são sincronizados
principalmente ao ciclo claro-escuro (CE) através do sistema de temporização
circadiana (STC). O STC pode ser descrito como um sistema composto de vias de
entradas, sincronizadoras, de um marca-passo central, o núcleo supraquiasmático
(NSQ), de vias de saídas e dos osciladores periféricos (Golombek & Aguilar–Roblero
2003).
Uma das evidências mais convincente do papel do NSQ como uma espécie
de marca-passo central é que a remoção ou destruição desse pequeno conjunto de
neurônios localizados no hipotálamo (Golombek & Aguilar-Roblero 2003), afete
totalmente os ritmos circadianos de sono-vigília em mamíferos deixando-os
arrítmicos (Purves et al. 2005).
8
Para estabelecer essa relação de sincronização do ambiente com o meio
interno, existe um conjunto de estruturas neurais que são capazes de ajustar as
relações de fases das diversas funções fisiológicas. Em conjunto estas estruturas
formam o sistema de temporização circadiana (STC), são elas: os fotorreceptores e
vias ópticas que transduzem a informação luminosa sincronizadora; marca passos
(tais como o núcleo supraquiasmático), que geram um sinal circadiano; e vias de
saída neurais e humorais (tais como a glândula pineal e o seu hormônio, a
melatonina) que acoplam o marca passo para os sistemas efetores e também aos
osciladores periféricos (Moore 1999).
No entanto, nem são todas as pistas ambientais são capazes de sincronizar
um ritmo.
Os fatores externos capazes de sincronizar os ritmos biológicos são
denominados cronadores (tradução literal para o português do alemão de cronadors;
zeit =tempo; geber = doador). Estes fatores podem sincronizar os ritmos em um
organismo, porém isso depende de vários fatores como o habitat que se vive ou
ainda a capacidade de percepção ambiental fornecida pelo seu sistema sensorial
(Aschoff 1965). Os cronadores ou agentes sincronizadores (Halberg et al. 1977) são
os ciclos de claro-escuro, ciclo de temperatura, ciclo de disponibilidade de alimento,
de água e ciclo de pistas sonoras ou sociais (Moore-Ede et al. 1982; Reinberg et al.
1983).
Tem-se a ciclo de luz como o principal sincronizador do CSV, e a melatonina
sendo o principal marcador endógeno dessa influência, pois a ausência da
incidência de luz sobre a retina induz a liberação de melatonina pela glândula pineal
(Markus et al. 2003).
O CSV é, portanto, um ritmo endógeno, de aproximadamente 25h, e varia
com a idade, ou seja, sofre mudanças de acordo com a fase de desenvolvimento do
9
individuo. Tendo ainda outros fatores que podem modular e caracterizar esse ciclo,
tais como as diferenças individuais, os fatores sociais como horários de trabalho e
de estudo (Carskadon 1979; Carskadon 2002), e também aspectos biológicos
(Andrade et al. 1993)
No que diz respeito ao controle biológico do CSV, a regulação deste ritmo é
feita por um mecanismo homeostático e um circadiano (Borbély 1982). O
componente homeostático é responsável pela propensão ao sono, ou seja, quanto
mais tempo passamos acordados, quanto maior nosso gasto energético, a
propensão ao sono aumenta e posteriormente diminui de acordo com o tempo em
que dormimos, mantendo a duração do sono uma relação de dependência com a
duração da vigília anterior. Já o componente circadiano funciona independente da
duração do sono ou da vigília prévios, mas esse é capaz de gerar ritmo, atua como
um mecanismo que ativa o momento em componente homeostático deve iniciar o
sono ou a vigília, ou seja, contribui para a temporização da vigília e do sono ao longo
das 24h (Borbély & Achermam 1999; Czeisler & Khalsa 2000).
Assim sendo, durante a vigília a propensão homeostática para o sono
aumenta devido ao tempo em que ficamos acordados e durante o sono, por
suprirmos nossa necessidade fisiológica, a propensão homeostática para o sono
tende a declinar favorecendo ao acordar (Czeisler & Khalsa 2000). Por outro lado a
propensão circadiana para o sono começa a declinar no inicio da vigília e aumenta
no seu final. Desta forma, o componente circadiano é responsável por manter a
vigília durante o dia e o sono no fim da noite, não permitindo que o indivíduo acorde
no meio da noite, pelo fato do componente homeostático apresentar uma diminuição
da pressão para o sono na medida em que se dorme. Deste modo, o componente
10
circadiano, unido ao homeostático, favorece o início e a duração do sono, bem como
o despertar (Borbély & Achermann 1999).
Com relação às diferenças individuais, os indivíduos possuem diferenças
quanto à alocação temporal de sono em relação ao claro-escuro, relacionada ao
cronotipo, podendo ser classificados em matutinos, em vespertinos ou em
intermediários.
Segundo Horne e Östberg (1976), existem vários critérios que são
responsáveis por caracterizar a matutinidade-vespertinidade dos indivíduos, dentre
eles estão (1) às preferências pelo horário de acordar e de dormir; (2) os horários
onde há disposição acentuada para tarefas físicas e intelectuais; (3) horários onde a
execução de determinadas tarefas apresenta grau de dificuldade elevado; (4)
autoclassificação dentre as categorias: vespertino, intermediário, e matutino. Diante
desses critérios é possível dizer que em um extremo, estão aqueles que preferem
levantar cedo, desempenhar as atividades mais exigentes cedo durante o dia e
também ir dormir mais cedo. No outro extremo, estão aqueles que preferem acordar
tarde, desempenhar as tarefas mais exigentes mais tarde durante o dia e ir dormir
tarde (Waterhouse, Minors & Waterhouse 1990).
Os indivíduos matutinos são aqueles que preferem acordar e dormir cedo e
tendem a desempenhar melhor suas atividades durante a manhã (Lima, Medeiros &
Araujo 2002), apresentam um avanço de fase em relação aos vespertinos em
diversas variáveis, dentre elas no ciclo sono-vigília e nas medidas de desempenho
(Andrade, Benedito-Silva & Menna-Barreto 1992).
Os indivíduos intermediários
caracterizam aqueles que não possuem horários preferenciais para dormir ou
acordar. As fases dos seus ritmos endógenos são intermediárias, relativas aos
11
matutinos e vespertinos (Horne & Ostberg 1976) e têm uma tolerância maior aos
estados de privação do sono (Campos & Martino 2004).
Já os indivíduos vespertinos são aqueles que tendem a acordar e deitar mais
tarde, em especial nas férias e nos fins de semana, dando preferência para
desempenhar suas atividades à tarde ou à noite. Os picos máximos dos seus ritmos
estão atrasados em relação os da população em geral (Horne & Ostberg 1976).
Uma nova classificação para cronotipo tem sido proposta, que inclui uma
nova categoria chamada de bimodal (Martynhak et al. 2010). Para os autores, estes
seriam os sujeitos que apresentam preferências pelos horários mais matutinos para
algumas atividades enquanto que para outras atividades em horários vespertinos.
Os autores ainda sugerem que os indivíduos bimodais sejam, mas flexível em
relação à alocação do CSV e que podem apresentar uma maior irregularidade, mas
sem sofrimento.
Os indivíduos também podem variar de acordo com a quantidade ideal diária
de sono. São grandes dormidores aqueles que necessitam de 9 a 10 h de sono,
médios entre 7 e 8 h e pequenos dormidores, quando precisam de 5 a 6 h de sono
por noite (Webb & Agnew 1970 apud Menna-Barreto 1994).
O cronotipo e a quantidade de sono necessária para cada indivíduo, sozinhos,
não definem o padrão de CSV de cada sujeito, os fatores sociais possuem forte
influência nessa modulação. Um exemplo que evidencia a influência dos horários
sociais na determinação do início e fim do sono em adultos é o do estudo feito por
Taillard et al. (1999), Rosenthal et al. (2001) e Monk et al. (2000). Eles observaram
que nos dias de semana os indivíduos dormem e acordam mais cedo que no fim de
semana, devido aos compromissos sociais. A implicação disso é que a duração do
sono nos dias de semana é menor causando privação de sono. A diferença
12
observada entre os horários de dormir e acordar entre semana e final de semana
leva a um padrão de extensão e redução do sono caracterizado pela irregularidade
nos horários de sono (Saarenpää-Heikkilä et al. 2000). A redução das horas de sono
associada com outras variáveis podem ser responsáveis pela diminuição do
desempenho acadêmico e consequente alteração da qualidade de vida dos
estudantes (Lima, Medeiros & Araujo 2002). Os estudantes universitários,
geralmente, apresentam uma irregularidade nos padrões de sono devido a atrasos
para iniciar e finalizar o sono comparando-se dias da semana com finais de semana
(Almondes & Araujo 2003), ou seja, uma curta duração de sono nos dias da semana
e uma longa duração de sono nos finais de semana. Entre os estudantes de
medicina este tipo de comportamento é observado com maior frequência, pois estes
alunos têm uma demanda acadêmica muito alta o que lhes exige uma grande
dedicação aos estudos para acompanhar o ritmo que lhes é imposto.
As consequências da irregularidade dos horários de sono no desempenho
acadêmico foram observadas por Medeiros e colaboradores (2001) em estudantes
universitários. Os autores encontraram que quanto maior a irregularidade, pior a
qualidade de sono e que esta por sua vez está relacionada a um pior desempenho
acadêmico.
O sono tem influência direta no desempenho de atividades cognitivas e
motoras. As flutuações rítmicas do desempenho dos estudantes tem significado
especial para ajustar as programações de atividades acadêmicas, sabendo que o
desempenho pode variar de acordo com a idade, tipo de tarefa e motivação
(Andrade et al. 2001).
Segundo Guyton e Hall (2000), o sono promove dois tipos de efeitos
fisiológicos: o primeiro, são os efeitos sobre o próprio sistema nervoso; e o segundo,
13
são efeitos sobre outras estruturas do organismo. Porém, como os estudantes
universitários são submetidos a uma carga elevada de pressão devido às demandas
acadêmicas, e com isso a qualidade do sono dos estudantes é afetada pela duração
insuficiente do sono, pelo atraso no início do sono e pela ocorrência de episódios de
sono durante o dia (Lima, Medeiros & Araujo 2002).
Dormir durante o dia é tido, pelos estudantes, como uma forma de repor o
sono perdido durante a noite, porém existem diferenças consideráveis na qualidade
do sono reposto durante comparado ao sono noturno. No sono diurno as pessoas
permanecem menos tempo na cama, efetivamente dormem menos e apresentam
uma redução do sono REM (Gaspar, Moreno & Menna-Barreto 1998). Além disto, o
sono durante o dia, exceto cochilos breves, ocorre em um momento que o corpo não
está preparado para dormir. A exceção para os cochilos deve-se a estudos que
concluem a partir de seus experimentos que os cochilos podem ser benéficos
quando duram cerca de 20 à no máximo 30 minutos, principalmente após uma noite
com restrição de sono (Brooks & Lack 2006).
Sendo a organização temporal das atividades sociais um importante
sincronizador das atividades biológicas (Martino & Pizão 2005) para a espécie
humana, esses sincronizadores parecem ser, depois da luz, os de maior relevância,
principalmente, a jornada de trabalho (Gaspar, Moreno & Menna-Barreto 1998). As
desordens dos ritmos circadianos causam mal-estar, fadiga, sonolência, insônia,
irritabilidade, prejuízos no desempenho e eficiência (Ferreira 1987).
A redução do sono necessário e a irregularidade nos padrões de sono
provocam detrimentos relevantes no desempenho físico e no cognitivo. A privação
de sono causa prejuízo no estado de alerta e no humor.
14
Além desses fatores, a privação do sono e a irregularidade do ciclo sonovigília podem provocar reações orgânicas associadas à diminuição da tolerância oral
a glicose e aumento da atividade nervosa simpática em resposta ao estresse (Zaia
2003). Essas alterações favorecem o desenvolvimento da resistência à insulina,
obesidade e hipertensão (Barone 2005) caracterizando fatores de riscos para muitas
doenças crônicas.
Uma pesquisa com mais de 5500 voluntários (homens e mulheres), relatou-se
que 66% dos indivíduos que dormiram menos de 6h por noite têm maior
probabilidade de apresentar hipertensão no futuro do que os indivíduos que
dormiram entre 7h e 8h por noite (Gottlieb, Punjabi & Newman 2005). Em outro
estudo realizado apenas com mulheres, essa mesma relação foi encontrada
(Cappuccio et al. 2007).
O Pico mínimo da pressão arterial dá-se durante o sono, o que pode servir
como uma importante fase da regulação homeostática do sistema cardiovascular,
que é controlado por diversos mecanismos fisiológicos. A qualidade e/ou a
quantidade inadequada de sono parece afetar os processos de regulação do
sistema cardiovascular o que pode causar aumento do risco de futuramente
desenvolver hipertensão (Bursztyn et al. 1994 & Cortelli et al. 1996).
Estudos fisiológicos de curto prazo demonstraram também a associação do
sono insuficiente e/ou inadequado com retardo do metabolismo da glicose e
aumento de mediadores inflamatórios, sugerindo que o sono é um importante
regulador homeostático dos fatores que contribuem para o desenvolvimento da
síndrome metabólica e doença cardiovascular (Vgontzas et al. 2000 & Vgontzas et
al. 2004).
15
Estudos epidemiológicos apresentam dados que fortalecem a associação do
efeito do sono de curta duração com o aumento do risco de desenvolvimento de
doenças coronarianas, principalmente em mulheres (Liu & Tanaka 2002 & Ayas et
al. 2003).
Outro estudo reporta que a curta duração de sono está associada com o
aumento da propensão para o desenvolvimento de diabetes em mulheres e o
aumento da intolerância a glicose em ambos os sexos (Gottlieb et al. 2006 & Ayas et
al. 2003).
O desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2, também está associado com a
privação parcial de sono, alguns trabalhos epidemiológicos têm examinado essa
relação. Um estudo no National Center for Health Statistics (2005) dos Estados
Unidos reportou que de 1985 à 2004 houve um aumento considerável de adultos
americanos que dormiam menos que 6h por dia. Juntamente com essa diminuição
na média do tempo de sono destes indivíduos, no mesmo período aumentou a
prevalência de doenças crônicas como diabetes e obesidade.
Porém, estas alterações fisiológicas não são observas apenas em longo
prazo, ou em situações crônicas. Condições de mudanças no padrão de sono em
curto espaço de tempo já demonstram interferir nas funções fisiológicas. No estudo
de Spiegel et al. (2004) teve como objetivo de observar o impacto da restrição e da
extensão do sono na secreção de hormônios relacionados com o padrão alimentar.
Um grupo de indivíduos passaram 4h na cama por 2 noites e outro grupo passou
10h na cama por duas noites. Como resultados foram observados que houve
alterações consideráveis na concentração matinais de glicose e insulina no sangue,
sendo as concentrações de glicose maior e de insulina menor nos indivíduos que
ficaram 4h na cama do que nos indivíduos que ficaram 10h. A leptina e grelina
16
apresentaram padrões opostos também, os indivíduos na condição de restrição de
sono apresentaram uma diminuição de leptina e um aumento de grelina. A leptina é
o hormônio da “saciedade” e a grelina é o hormônio da “fome” (van der Lely 2004).
Com isso os indivíduos sono restringindo se continuassem nessa condição
tenderiam a aumentar sua ingestão de alimentos comparando com o outro grupo
(Spiegel et al. 2004). Mostrando que em apenas dois dias de mudanças na duração
de sono ocorrem alterações fisiológicas importantes.
A privação parcial de sono também provoca em curto prazo o aumento da
pressão arterial, em um estudo indivíduos com pré-hipertensão e com hipertensão
apresentaram aumento da pressão arterial após dormirem apenas 4h numa noite
(Lusardi et al. 1999).
Em atletas curtas variações no padrão de sono também são muito
controladas, já que as alterações causadas por essas mudanças provocam
alterações fisiológicas que podem comprometer o rendimento físico (Martins et al.
2002).
Segundo Martins et al. (2002), o comportamento do sono pode trazer
informações
bastante
úteis
quanto ao desempenho
físico,
já
que como
consequências da alteração do padrão de sono podem ocorrer reduções da
eficiência do processamento cognitivo; do tempo de reação e responsividade
atencional; além de déficit de memória; aumento da irritabilidade; alterações
metabólicas, endócrinas e quadros hipertensivos, que podem comprometer o
rendimento físico e a saúde destes indivíduos.
A capacidade de realizar atividades físicas de média e longa duração estaria
relacionada ao metabolismo aeróbio, o consumo máximo do oxigênio (VO2máx) é
um dos melhores indicadores da condição cardiorrespiratória e um importante
17
parâmetro preditivo de morbidades associadas (American College of Sports
Medicine 2006).
Fisiologicamente, a resistência cardiorrespiratória está atrelada à capacidade
do organismo em captar oxigênio suficiente para suprir as demandas metabólicas
nos tecidos ativos (Neder & Nery, 2003). Dessa forma, o funcionamento e transporte
de oxigênio é definido pela interação do débito cardíaco e a diferença arteriovenosa
de oxigênio. O valor do VO2 pode ser obtido através da equação de Fick Débito
(cardíaco= consumo de O2/diferença arteriovenosa de O2), ou seja, considerando o
volume de oxigênio expirado, o volume sistólico, a frequência cardíaca e a diferença
arteriovenosa de oxigênio (Wilmore & Costill 2000).
Segundo Mello (2005), uma das funções do sono é a função restauradora ou
compensatória, da mesma forma que a anterior, relata que a alta atividade
catabólica durante a vigília reduz as reservas energéticas, aumentando a
necessidade de sono, e favorecendo a atividade anabólica. Com a privação total ou
parcial de sono, os processos fisiológicos realizados durante a fase de sono ficam
prejudicados, no caso desse processo restauração essa depreciação reflete na
capacidade de recuperação do organismo para sofrer atividades catabólicas durante
a vigília. O exercício físico, principalmente de média e longa duração, é uma
atividade altamente catabólica, portanto tende a ficar prejudicado após a privação
total ou parcial de sono.
A redução do metabolismo durante o sono e a sensação de fadiga descrita
por sujeitos privados de sono, reforçam a hipótese de que o sono tenha uma função
restauradora (Chervin 2000 & Mello 2000). Assim, o desempenho cardiorrespiratório
representa além do condicionamento físico, traços associados às condições de
saúde e alterações no padrão e/ou qualidade do sono de um indivíduo.
18
No estudo realizado por Bond e colaboradores (1986) foi observado
diferenças menores em medidas de ventilação, VCO2 e VO2 dos sujeitos privados de
sono por 42 horas, quando comparados aos controles não privados, sugerindo, que
para uma eficiência máxima do exercício em intensidades acima de 75% do VO2max
deveria ser precedido por uma boa noite de sono. Outros estudos apresentaram
uma clara redução da frequência cardíaca em diferentes cargas de trabalho após a
privação do sono (Montelpare, Plyley & Shephard 1992).
Mougin e colaboradores (1991) notaram que, embora fosse possível sustentar
a mesma intensidade máxima de exercício, os sujeitos que tiveram seu sono
interrompido por um período de três horas exibiram um menor VO2máx, uma alta
ventilação máxima e submáxima, maiores valores da frequência cardíaca e do
lactato sanguíneo (substância derivada dos processos químicos realizados durante
o exercício que provoca a sensação de fadiga muscular).
Vondra e colaboradores (1981) encontraram redução significativa na atividade
de enzimas do metabolismo energético na musculatura esquelética após 120 horas
de privação de sono, indicando uma diminuição da capacidade oxidativa aeróbia,
uma redução da função de transportar equivalentes reduzidos do citosol através da
membrana mitocondrial, uma acentuação relativa da atividade glicolítica anaeróbia e
um metabolismo muscular do tipo pré-diabético.
Portanto pesquisas voltadas para melhor estudar a relação dos padrões de
sono e funções fisiológicas se fazem necessárias devido à necessidade de mais
estudos acerca deste assunto, além do grande potencial investigativo com relação à
análise da importância do sono e a saúde dos estudantes e o consequente
desempenho acadêmico em universitários em geral.
19
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Avaliar do padrão do ciclo sono e vigília e a função cardiorrespiratória de
estudantes de medicina em diferentes esquemas de horários de aulas.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
ü Comparar o padrão do ciclo sono e vigília em estudantes de medicina com
diferentes horários de aulas;
ü Comparar a sonolência diurna excessiva e a qualidade do sono em
estudantes de medicina com diferentes horários de aulas;
ü Comparar a função cardiorrespiratória em estudantes de medicina com
diferentes horários de aulas;
ü Correlacionar as variáveis do CSV com as variáveis antropométricas e
àquelas referentes à função cardiorrespiratória;
2.3 HIPÓTESES E PREDIÇÕES
H1- O atraso no início das aulas permite a expressão do CSV mais regular.
P1: Os estudantes que iniciam as aulas às 7h da manhã terão uma redução na
duração de sono durante os dias de semana comparados com os dias de fim de
semana, ou seja, uma maior irregularidade do CSV.
P2: Os estudantes que iniciam as aulas às 7h da manhã terão maior sonolência
diurna e pior qualidade de sono.
H2- O atraso no início das aulas permite que os estudantes tenham uma melhor
função cardiorrespiratória.
20
P1: Os estudantes que iniciam as aulas às 7h da manhã apresentarão pior
desempenho
nos
testes
de
função
cardiorrespiratória.
21
3. METODOLOGIA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Trata-se de um estudo observacional, pois não ocorre intervenção nos
eventos durante a coleta de dados, do tipo analítico uma vez que há comparações
entre grupos (Vieira & Hossene 2002).
3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES
A população foi composta por 89 jovens saudáveis, estudantes do curso de
Medicina da UFRN. De ambos os sexos, compreendidos entre a faixa etária de 17 e
25 anos.
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Para participar das etapas da coleta de dados onde foram aplicados os
questionários e feitas as avaliações antropométrica os voluntários precisaram:
- Estar dentro da faixa etária estabelecida;
- Estar devidamente matriculado em cursos de graduação em medicina da UFRN,
sendo alunos do 1º ou do 2º períodos do curso;
- Não fazer uso de medicamentos que alterem a arquitetura do sono,
broncodilatadores, além de drogas como anabolizantes;
- Não apresentar qualquer patologia que comprometa a arquitetura do sono;
Para participar das etapas da coleta de dados onde foram realizados os
testes de espirometria e de esforço, além de atender os critérios anteriores, os
voluntários precisaram:
- Não apresentar doenças cardiorrespiratórias, hipertensão e obesidade;
22
- Não possuir comprometimentos físicos (osteomioarticular), que interfira na
execução do teste de esforço;
- Não ser considerado com nível de condicionamento físico elevado- Indivíduo muito
ativo e com a prática de atividades física regular 6 (seis) ou mais vezes por semana
e com duração de mais de 2h por dia para exercícios anaeróbicos e/ou 2h para
exercícios aeróbicos (com o auxílio do Questionário Internacional de Atividade Física
- IPAQ versão 8.0 curta (Araújo et al. 2008) foi feita a classificação do nível de
atividade física).
3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO:
- Administração de medicações que influenciem tanto no desempenho do
teste de função pulmonar, função cardiovascular e na qualidade do sono;
- Ausência durante qualquer etapa da realização do estudo;
3.5 PROCEDIMENTOS PRÉVIOS
3.5.1 Comissão de ética
Envio projeto à comissão de ética do Hospital Universitário Onofre Lopes –
HUOL/UFRN e posterior aprovação com protocolo nº 311/09 (anexo 1).
3.5.2 Seleção dos estudantes
A seleção dos indivíduos foi por meio de convite. Os estudantes receberam
informações sobre os procedimentos e objetivos da pesquisa, em seguida os
voluntários que se encaixaram nos critérios de inclusão responderam a 1ª parte dos
questionários: o Questionário “A Saúde e o Sono” adaptado por ao Mathias et al.
23
(2001), o Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ- versão 8.0 curta
(anexo 3) (Araújo et al. 2008) e uma anamnese (anexo 4).
3.5.3 Termo de consentimento livre e esclarecido
Para que o aluno participar, assinou uma via de um termo de consentimento
livre e esclarecido (TCLE) assinadas pela pesquisadora e orientador (anexo 2). Os
estudantes selecionados foram esclarecidos da não obrigatoriedade da sua
participação, e que, a qualquer momento, podiam se desligar desta pesquisa e de
todos os procedimentos da pesquisa, como benefícios e possíveis riscos na
realização dos testes de esforço. Foi esclarecido que a participação não implicaria
na atribuição de qualquer nota, quantitativa ou qualitativa.
Todos os alunos participaram da pesquisa por livre e espontânea vontade
após este o convite e as explicações sobre o objetivo deste estudo e os
procedimentos a serem realizados.
3.6 COLETA DE DADOS
Foram avaliados 2 (dois) grupos de alunos voluntários das turmas do curso de
Medicina da UFRN, 2009.1 e 2009.2, estes alunos estavam cursando o segundo e o
primeiro semestre do curso respectivamente. Os alunos do segundo período
iniciavam as aulas às 8h da manhã e o outro grupo iniciava as aulas às 7h. A coleta
de dados foi sempre realizada no período matutino, após o horário de aula dos
estudantes, entre 9h e 11h. Parte foi realizada em sala de aula e a outra parte no
laboratório 1 do Departamento de Fisiologia da UFRN.
A coleta de dados foi dividida em 6 etapas como representa o quadro 1.
24
Quadro 1. Etapas da coleta de dados
ETAPA
1ª
2ª
Atividades
Horário Duração/
Coleta
Coleta
aplicação Turma 2009.2 Turma 2009.1
7h
8h
Responder os questionários para 9:00 às 1 dia/1 30 de setembro 16 de outubro
realização da seleção dos estudantes 12:00
vez
que poderão participar de todas as
etapas do estudo (cerca de 20
estudantes de cada turma).
-TCLE
- Anamnese
- IPAQ
-A saúde e o sono
Responder questionários;
9:00 as 1 dia/1vez 02 de outubro 21 de outubro
-HO
12:00
-Pittsburgh
-Epworth
3ª
- Antropometria;
4ª
- Uso do actímetro;
5ª
Espirometria em repouso;
6ª
Teste de esforço
9:00 as 7 dias/1 De
30
de De
29
de
12:00
vez
setembro á 06 outubro a 11
de outubro
de novembro
24h
14
De 3 a 17 de 18
de
dias/contí novembro
novembro a 03
nuo
de dezembro
8:00 as 1 dia/1vez 04 de novembro De
09
de
12:00
a
03
de novembro a 12
dezembro
de dezembro
9:00 as 1 dia/1vez 04 de novembro De
09
de
12:00
a
03
de novembro a 12
dezembro
de dezembro
Na primeira etapa do estudo todos os participantes foram orientados sobre
todos os procedimentos do estudo assim como preencheram: o termo de
consentimento livre e esclarecido, anamnese, IPAQ e “a saúde e sono”, através
desses questionários foi possível identificar estudantes que não puderam participar
dos testes de esforço, espirometria e fazer uso do actímetro. Na segunda etapa os
voluntários preencheram a segunda parte dos questionários e em seguida inicio-se o
período de coleta das medidas antropométricas e logo após, a distribuição dos
actímetros. Pois nesse período, dentre esses voluntários, foram selecionados ao
acaso 24 (12 da turma 2009.1 e 12 da turma 2009.2) os que concordaram, também
25
participaram da etapa da pesquisa onde foi realizado o registro atividade-repouso e
a da participação no teste de esforço e espirometria.
Após 14 dias os actímetros e diários de sono foram recolhidos. E durante
esse período de registro foram marcados os testes de esforço e/ou espirometria dos
usuários de actímetro. Na data e hora marcada os voluntários realizaram o teste de
esforço e/ou espirometria, com avaliações preliminares dos sinais vitais. Alguns
indivíduos realizaram o teste de esforço seguido da espirometria e outros realizaram
o teste em outro dia.
Inicialmente, os indivíduos realizaram espirometria. Foi apresentado a cada
voluntário o equipamento com as devidas explicações e demonstrações sobre o
procedimento durante o teste. Foi colocada no sujeito a cinta torácica para registro
da frequência cardíaca (FC). Com o individuo já com o espirômetro e o clipe nasal,
com estes equipamentos ligados ao sistema de registro da ADINSTRUMENTS
podíamos visualizar em tempo real e gravar os dados no computador usando o
programa Power Lab. Assim, obtido o registro do padrão de ventilação em repouso e
em seguida foram realizadas as manobras de inspiração forçada, expiração forçada
e de capacidade vital. Com 5 repetições para cada manobra e intervalos de 30 a 60s
entre os as manobras.
Para a realização do teste de esforço, foi colocado em cada individuo uma
cinta
torácica
para
registro
da
frequência
cardíaca
(FC).
Os
indivíduos
permaneceram em repouso por 3min, sentados, e após o repouso foi verificado a
pressão arterial (PA) de cada um, duas medidas com intervalo de 4min entre elas.
Em seguida foi realizado o registro de 3min da FC em repouso.
Ao fim destas ações preliminares e não tendo sido identificada nenhuma
alteração nos sinais registrados que impeça o individuo de continuar o teste, os
26
voluntários realizaram o teste de esforço. O protocolo que usado foi o de incremento
de carga descontinuo, também conhecido como incremento em degrau, ou seja, a
carga foi aumentada em intervalo de tempo igual e com a intensidade igual, porém
de uma única vez a cada ciclo de 1 minuto. No caso do teste escolhido para esta
pesquisa, a carga é a velocidade. A cada um minuto a velocidade era aumentada. O
valor da velocidade máxima era calculado, em seguida a partir deste valor fazíamos
o cálculo do valor do incremento de velocidade a cada minuto, conforme as fórmulas
da ACSM (2007) (anexo 13).
Durante o teste além da FC do sujeito também era monitorada a percepção
subjetiva de esforço (PSE), utilizando a escala de Borg (anexo 10). O tempo do
teste, velocidade e inclinação da esteira e também foram monitorados através de
cronometro e o visor digital da esteira.
Ao subir na esteira os voluntários receberam todas as orientações para
realização do teste (não segurar nas barras de apoio durante o teste, o uso da
escala de Borg a cada 2mim durante o teste, e como desligar a esteira). Os
estudantes
tiveram 4min
para aquecimento
e reconhecimento
da
esteira
ergométrica, durante esse período a velocidade foi aumentada gradativamente pelo
pesquisador até chegar na velocidade de início do teste (6 km/h). A inclinação da
esteira foi fixa em 5% e o aumento da velocidade foi realizado minuto a minuto.
A finalização do teste, na maioria dos casos, foi determinada pelos
voluntários, quando não suportavam mais realizar o esforço devido à dificuldade
para respira, dificuldades para correr, dores no tórax, o teste era encerrado. Em
poucas situações o teste foi encerrado pelos pesquisadores, apenas quando foi
observado sinais de que o voluntário não estava suportando o esforço e mesmo
27
assim insistia em continuar o teste (FC acima do valor máximo, cianose nos lábios e
na pele, e/ou dificuldade de correr no centro da esteira).
Após o termino do teste, os estudantes tiveram um descanso ativo na esteira
até sua frequência cardíaca atingir um valor de 65% da FCmáx. Após o teste os
indivíduos ficaram em observação cerca de 10min a 30min até a FC atingir valores
próximos dos da FC de repouso registrada no inicio do teste. Em seguida receberam
água, bebida isotônica e uma barra de cereal e foram liberados.
3.7 RECURSOS USADOS
3.7.1 Questionários utilizados
a) Identificação geral: Os estudantes preencheram uma anamnese (anexo 4)
contendo questões sobre histórico de saúde e informações pessoais.
b) Nível de preparo físico: Para caracterizar o nível de prática de atividades
físicas os voluntários responderam o IPAQ 8 versão curta. O questionário permite
caracterizar os participantes em sedentário, irregularmente ativo “b”, irregularmente
ativo “a”, ativo e muito ativo, baseados nos critérios de tempo de atividade física, tipo
de atividade e na frequência de prática (anexo 3).
c) Actimetria: Os indivíduos usaram o actímetro, um aparelho que registra
níveis de atividade e repouso. Os indivíduos usarão o actímetro no pulso não
dominante durante 14 dias com intervalo de 2min a cada registro, incluindo 2 (dois)
fins de semana.
28
d) Diário do sono: Outro instrumento que utilizado na caracterização do CSV
foi o diário do sono (anexo 5). Neste questionário, o indivíduo anota os seus horários
de dormir, acordar, eventuais despertares noturno e cochilos ocorridos durante o dia.
Embora o auto-relato tenda a superestimar a vigília, e subestimar o tempo de sono,
foi demonstrado que há uma correlação estatisticamente significativa entre as
medidas subjetivas em relação às objetivas (polissonografia e actímetro) (Espie,
1991 apud Espie et al. 2001). O diário do sono foi preenchido concomitante e
durante o mesmo período do uso do actímetro.
e) Questionário de Horne e Ostberg: Essa ferramenta usada (anexo 6),
permite caracterizar os indivíduos quanto ao seu cronotipo. Deste modo, baseado na
pontuação que é adquirida pelo indivíduo através do escore das suas respostas é
possível inferir que este indivíduo seja matutino, indiferente ou vespertino (Horne &
Östberg 1976);
f) Questionário Saúde e o Sono: Esse questionário (anexo 7), adaptado de
Mathias et al. (2001), é um instrumento que representa os hábitos de sono que
costumam ser mais frequentes na vida do indivíduo. Assim sendo, consiste num
relato único e geral que permitiu caracterizar sobre os hábitos de sono que o
indivíduo mantém.
g) Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh: (anexo 8) É reservado a
avaliar a qualidade do sono, permite interpretar sete componentes sobre o sono:
qualidade subjetiva do sono, latência do sono, duração do sono, eficiência habitual
do sono, distúrbios do sono, uso de medicação para dormir e disfunção durante o
29
dia, nesse instrumento os escores maiores do que cinco implicam em qualidade de
sono ruim e maiores que nove alterações marcantes (Buysse et al. 1989);
h) Escala de sonolência de Epworth: Escala de sonolência Epworth (Johns
1991) (anexo 9), fornece informações sobre algumas situações em que o indivíduo
se encontra mais propenso a cochilar durante o dia. Nesse instrumento pontuações
acima de 10 foram caracterizadas como sonolência excessiva, enquanto que abaixo
de 10 indicaram ausência de sonolência (Rodrigues et al. 2002).
3.6.2 Avaliação antropométrica
A massa corporal e a estatura foram mensuradas para a determinação do
índice de massa corporal (IMC), através da balança digital (Techline) com acuidade
de 50g e fita métrica com escala milimétrica, respectivamente. Foram coletadas as
medidas das circunferências de cintura e quadril com a fita métrica, para determinar
a relação cintura quadril (RCQ) através do cálculo do quociente entre a massa
corporal em quilograma e a o quadrado da altura em metros (IMC = peso em Kg /
(altura x altura em m)).
3.7.3 Avaliação cardiorrespiratória
A avaliação cardiorrespiratória foi realizada através de espirometria em
repouso e um teste de esforço máximo.
a)
Espirometria: Na espirometria foram realizadas 5 repetições para
cada manobra de expiração forçada, inspiração forçada e de capacidade vital, com
os indivíduos na posição sentada, sendo escolhida a curva de melhor desempenho.
30
As variáveis estudadas serão: Volume corrente (VC), Volume de reserva inspiratória
(VRI), Volume de reserva expiratória (VRE), Volume (minuto), Capacidade
Inspiratória (CI), Capacidade vital Forçada (CVF), volume de ar exalado no primeiro
segundo da manobra de CVF (VEF1) e a relação VEF1/CVF%.
Em decorrência da dificuldade na calibração do equipamento, os valores do
teste de espirometria não foram avaliados quantitativamente. Mas o procedimento
seria obter os valores absolutos e calculador os percentuais relativos aos preditos
para sexo, idade e altura, seguindo tabela descrita por Pereira et al. (2007).
b) Teste de esforço: O teste de esforço foi máximo, pois o esforço atinge de
90 a 100% da frequência cardíaca máxima (FCmáx) prevista. Nesse teste foi
utilizado o protocolo com duração do teste entre 8 e 12min, com aumentos de carga
iguais em intervalos de tempo iguais, sendo este incremento individualizado por
idade e sexo dos pacientes (Froelicher et al. 1998). Tomando como base o VO2máx
previsto, estimado pelas fórmulas do American College of Sports Medicine - ACSM
(2007). Durante o teste de esforço os indivíduos tiveram a PSE (anexo 8) avaliada
através da escala de Borg (Borg & Noble 1974). A classificação do desempenho foi
feita a partir do percentual de VO2máx atingido em relação ao VO2max estimado
(tabelas anexo 10) (Nunes et al. 2005). A velocidade inicial para o teste foi de 6km/h.
3.8 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
Foram utilizados os softwares:
- Power Lab - Chart 5™ for Windows para registro e análise da espirometria;
- Power Lab - Lab Tutor for Windows para avaliação da pressão arterial;
31
- Actiware – Sleep versão 3.4 para análise do nível de atividade diurna e
noturna;
Foram utilizados os aparelhos:
-Esteira Athletic Advanced 500EE;
-Espirômetro (ADINSTRUMENTS®);
-Tensiômetro (ADINSTRUMENTS®);
-Fita métrica com escala milimétrica;
-Balança digital com acuidade para 50g (Techline);
-Frequencímetro Athletic;
-Actímetro Actiwatch®-16.
3.9 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Através do teste de Kolmogorov-Sminorv foi possível identificar os dados que
obedeceram a uma distribuição normal e não-normal, que foi significativo (p>0,05)
para uma distribuição normal.
Foram realizadas análises dos aspectos subjetivos do sono através da
interpretação dos questionários, onde obtivemos os dados da média e do desvio
padrão da amostra em relação aos escores da qualidade do sono, escala de
sonolência e de cronotipo. Os dados da Escala de Epworth também foram avaliados
em forma de frequências com o teste Qui-quadrado (X2). Estes dados foram
analisados através do programa SPSS 13.0.
O padrão do CVS foi avaliado subjetivamente a partir dos dados obtidos
através do questionário A Saúde e o Sono. Este padrão foi analisado utilizando-se
os seguintes parâmetros: horários de dormir, de acordar e tempo na cama.
As
médias destes parâmetros foram comparadas entre semana e fim de semana
32
através do Teste t (t) para amostras dependentes e semana com semana e fim de
semana com fim de semana entre os grupos. Foi calculado também o padrão de
expansão e restrição do sono, através da diferença, em módulo, das médias dos
horários de dormir na semana e fim de semana e feita a comparação através do
Teste t (t) para amostras independentes entre os grupos. Para avaliar as outras
respostas dos estudantes no questionário A Saúde e o Sono, foi utilizado o teste do
Qui-quadrado (X2).
Para análise objetiva do padrão do CVS utilizou-se os dados obtidos através
actímetro com auxílio do diário do sono. Para analises do período de sono foram
usados os seguintes parâmetros seguintes: hora de dormir, acordar, tempo na cama
(intervalo de tempo entre hora de dormir e acordar), latência do sono, movimentos
durante o sono (são instantes de movimentos registrados pelo actímetro durante o
sono), tempo real de sono (intervalo de tempo entre dormir e acordar subtraindo o
tempo de latência do sono e os movimentos durante o sono) e eficiência do sono
(relação entre o tempo na cama e tempo real de sono). Essas análises foram feitas
através do software Actware sleep 3.4. Os actogramas foram obtidos através do El
Temps, estes gráficos foram usados como análise visual do CSV.
As médias destes parâmetros foram comparadas entre semana e fim de
semana através do Teste t (t) para amostras dependentes e entre os grupos usando
o mesmo teste para amostras independentes.
Com esses mesmos dados foi calculada a irregularidade do sono através do
índice de irregularidade, que é á média dos desvios padrão dos horários de dormir
registrados no actímetro e diário de sono de cada estudante, que foram comparados
entres os grupos utilizando-se o Teste t para amostras independentes.
33
Para os resultados do teste de esforço, as pontuações dos questionários e os
parâmetros do padrão de CVS tanto de dados objetivos como subjetivos foram
comparados utilizando o Teste t para amostras independentes ou o teste de
Wilcoxon/Mann-Whitney, conforme a distribuição dos dados.
Foram ainda utilizados os testes de coeficiente de correlação de Pearson e
Spearman para verificar o nível de associação entre as variáveis dos resultados do
teste de esforço, antropometria e padrão do ciclo sono vigília.
Os gráficos resultantes foram feitos pelo programa Excel 2007 (Microsoft
Inc.). Os resultados foram significativos quando o p≤0,05.
34
4. RESULTADOS
Os resultados relatados a seguir referem-se coleta de dados realizada nas
turmas de 2009.1 (2º período) e 2009.2 (1º período) do curso de medicina da UFRN,
na qual os alunos de cada turma iniciavam as aulas de segunda a sexta-feira às 8h
e 7h da manhã, respectivamente. Foram 88 participantes 48 homens (54,55%) e 40
mulheres (45,45%) 20,18± 2,07 anos de idade. Estes voluntários responderam os
questionários e 24 deles usaram actímetros (12 – Turma 2009.1 (6 homens e 6
mulheres) e 12 – Turma 2009.2 (6 homens e 6 mulheres)). Logo abaixo, têm-se os
resultados da caracterização geral dos estudantes, informações gerais sobre os
aspectos relacionados ao padrão e a caracterização do padrão do CSV, nível
subjetivo
de
condicionamento
físico,
caracterização
antropométrica
e
condicionamento cardiorrespiratório. Ao final de tudo, têm-se a apresentação de
resultados obtidos ao correlacionar os aspectos do padrão de ciclo sono e vigília
com as características físicas e do condicionamento cardiorrespiratório. No final de
cada seção, os resultados obtidos em cada parâmetro serão comparados entre as
duas turmas.
Como os questionários foram aplicados em diferentes dias, o “n” da amostra é
específico para cada parâmetro que se pretende avaliar como será descrito em cada
seção.
4.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS ESTUDANTES
Os resultados sobre características gerais dos estudantes (n geral=88; n 2º
Período- 8h= 41; n 1º Período- 7h= 47) foram baseados nas respostas do
questionário de hábitos do sono. Em relação à moradia, a maioria dos estudantes
35
(60,22%) reside com 3 ou 4 pessoas em casa (X2= 21,71; p<0,001) e dorme sozinho
(68,18%) (X2= 36,44;p<0,001). Para 93,18% dos alunos o local de dormir é bom (X2=
37,29; p<0,001). Sobre trabalho, 90,80 % dos estudantes não trabalham (X2= 33,30;
p<0,001) e o grau de escolaridade do chefe da família é na maioria nível superior
(65,22%) (X2=83,43; p<0,001) (tabela 1).
Para chegar à universidade, o meio de locomoção mais usado pelos
estudantes é o carro (81,60%) (X2= 128,18; p<0,001). Os alunos gastam na maioria
de 10 - 20 minutos para chegar à universidade (55,68%) (X2= 32,43; p<0,001). A
maior parte dos estudantes (77,27%) não faz curso extra-escolar (X2= 14,84;
p<0,001) e fazem atividade física (59,09%) (X2= 1,65; p>0,069) (tabela1).
Tabela 1- Distribuição do percentual de estudantes em relação às algumas
questões do hábito de sono.
Perguntas
Grau de
escolaridade do
chefe da família
Respostas
%Geral
Nº
Ensino Superior
Completo
68,96
60
73,17
30
65,22
30
3-4 pessoas
60,22
53
63,42
26
57,45
27
Sozinho
68,18
60
63,42
26
72,34
34
Local de dormir
Bom
93,18
82
92,68
38
93,62
44
Transporte usado
Tempo gasto para
chegar a Faculdade
Carro
81,60
71
80,00
32
82,98
39
10 - 20min
64,81
57
55,31
26
75,61
31
Curso extra
Não
77,27
68
75,61
31
78,72
37
Trabalha
Não
90,80
79
90
36
91,49
43
Atividade física
Sim
59,09
52
65,85
27
53,19
25
Moro com
Durmo com
%Aula- 8h Nº
% Aula- 7h
Nº
Comparando as turmas, as informações com diferenças estatisticamente
significativas foram:
36
·
Número de pessoas que moram na mesma residência: um maior
percentual
de estudantes na turma com início das aulas as 8h moram com 3 a 4 pessoas (X2=
56,15; p<0,01).
·
Tempo gasto para se deslocar a universidade: um percentual maior de
estudantes da turma com início das aulas às 7h leva menos tempo para chegar ao
destino (X2= 17,65; p<0,01).
·
Atividades físicas: um maior percentual de estudantes na turma com início das
aulas as 8h pratica atividade física (X2= 6,44; p<0,01).
Em relação as condições de saúde e hábitos que podem interferir do CSV,
43,18% dos voluntários relataram ter algum problema de saúde (X2= 1,86; p<0,17).
Sobre os problemas de saúde, a maior queixa (38,94%) foi de problemas
respiratórios (X2= 4,89; p<0,02) (Tabela 2).
Tabela 2- Distribuição do percentual de estudantes sobre questões referentes
às condições de saúde.
Condições de Saúde
%Geral
%Aula - 8h
%Aula - 7h
Tem problema de saúde
43,18
41,46
44,68
Problema respiratório
38,94
41,03
36,84
Em relação à ingestão de alguma bebida estimulante, 94,31% afirmaram que
não ingerem café antes de dormir (X2= 78,56; p<0,01) e nem refrigerante (93,2%)
(X2= 74,58; p<0,01) (Tabela 3). Quanto ao consumo de cigarros e bebida alcoólica,
todos afirmaram não possuir esse hábito antes de dormir.
Ao comparar os dois grupos, nenhuma das respostas apresentaram diferenças
estatisticamente significativas, com exceção da ingestão de bebidas estimulantes. A
37
turma com início das aulas as 8h apresentou um percentual maior de estudantes
que não ingerem café nem refrigerantes antes de dormir .
Tabela 3- Distribuição do percentual de estudantes sobre questões referentes
à ingestão de substâncias antes de dormir.
Respostas
Não faz uso de cigarros
Não ingere bebidas
alcoólicas
Não toma café
Não toma chá
Não toma refrigerante
%Geral
%Aula-8h
%Aula-7h
100
100
100
100
100
100
94,31
100
93,2
95,12
100
95,12
93,62
100
91,49
4.2 INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O PADRÃO DE CICLO SONO E VIGÍLIA
Os resultados sobre as informações gerais sobre aspectos do padrão de ciclo
sono e vigília foram baseados nas respostas do questionário de Horne e Östberg
(HO) (n geral= 78, n 2º Período – 8h= 39; n 1º Período 7h= 39) para avaliação do
cronotipo, Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg (IQSP) (n geral= 78, n 2009.1=
39; n 2009.2= 39) para avaliação da percepção da qualidade subjetiva do sono,
Escala de Sonolência de Epworth (ESE) para avaliação da sonolência diurna e o
questionário A Saúde e o Sono (n geral=88; n 2009.1=41; n 2009.2=47) para as de
mais informações.
4.2.1 Cronotipo
A maioria dos participantes são indiferentes (55,12%), logo em seguida são
os vespertinos moderados (27%), matutino moderado (12,8%), vespertinos extremos
(3,8%) e matutinos extremos (1,28%) (X2= 74,23; p<0,01) . Observa-se uma
tendência dos voluntários a vespertinidade (figura 3 A).
38
.
Figura 3 - Gráfico referente à distribuição dos escores do Cronotipo obtidos através do
questionário H.O. A: população geral; B: 2º Período (08h); C: 1º Período 2009.2 (7h).
4.2.2 Qualidade do Sono
A avaliação subjetiva da qualidade do sono resultou que a maior parte dos
estudantes apresentou o escore do IQSP superior a 5, ou seja, caracterizaram sono
como sendo de qualidade ruim ou com alterações marcantes (52,57%). No geral, a
média dos escores foi 5,99 ± 2,4. Entre as turmas, os estudantes que iniciavam as
aulas às 7h (1º período-2009.2) apresentaram uma média maior (6,64 ± 2,18) que a
turma que iniciava as aulas às 8h (2º período-2009.1) (5,33 ± 2,45). O percentual de
39
estudantes em cada classificação apresentou diferença estatisticamente significativa
entre as turmas (X2= 33,93; p<0,01) (Figura 3).
IQSP
Figura 3 - Gráfico referente ao percentual de classificação da qualidade do sono obtido através do
questionário IQSP (*Qui-quadrado, p<0,05).
4.2.3 Escala de Sonolência de Epworth
A maior parte dos estudantes foi classificada como não sonolenta
(74,36%), com média de 8,37±2,99. Entre as turmas, o 2º Período (8h) apresentou
um número maior de estudantes com essa classificação (X2= 6,45; p<0,01) (Figura
4).
40
Figura 4 - Gráfico referente ao percentual de classificação da sonolência diurna obtida através da
Escala de sonolência de Epworth (*Qui-quadrado, p<0,05).
Abaixo segue a comparação das médias entre as turmas quanto aos escores
do cronotipo, qualidade do sono e sonolência diurna (tabela 4).
Tabela 4 - Comparação dos escores obtidos nos questionários HO, IQSP e
ESE entre as turmas (*Test-t para amostras independentes p<0,05).
IQSP
Cronotipo
Escala de Sonolência
7h (1ºPeríodo)
6,64
±2,18
45,33
±9,90
8,87
±2,73
8h (2º Período)
5,33
±2,45
48,59 ±10,45
7,87
±3,17
0,015064 *
0,161761
0,139536
4.2.4 Forma de despertar
Os estudantes relataram que despertam com auxílio do despertador mais na
semana (84,09%) do que no fim de semana (15,90%) (X2= 248,88; p<0, 001), que
dependem de alguém acordá-los com maior freqência na semana (7,95%) do que no
41
fim de semana (3,41%) e que acordam sozinhos com maior frequência no fim de
semana (76,13%) do que na semana (7,95) (X2= 255,86; p<0,001) (figura 4).
Figura 4 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre a
forma de despertar na semana e fim de semana (*Qui-quadrado, p<0,05).
Na comparação entre os períodos, os alunos do 1º período, que têm aula às
7h, (91,48%) são mais dependentes do despertador para acordar na semana do que
os alunos que tem aula às 8h (75,61%) (X2= 13,67; p<0, 001), mesmo ocorre no fim
de semana (X2= 22,33; p<0, 001). No que se trata de acordar sozinho, o percentual
de alunos que têm aula às 8h (17,07%) é maior do que os alunos que têm aula às 7h
(0%) (X2= 13,67; p<0, 001). No fim de semana, aconteceu à mesma situação, o
percentual de alunos que têm aula às 8h (82,92%) é maior do que os alunos que
têm aula às 7h (70,21%) (X2= 11,41; p<0, 001) (figura 5).
42
Figura 5 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre a
forma de despertar na semana e fim de semana, comparando as turmas do 1º e 2º período (*Quiquadrado, p<0,05).
4.2.5 Latência para o sono
O maior percentual de estudantes leva de 0 à 15min para iniciar o sono, tanto
na semana (60,22%) como no fim de semana (63,22%) (X2= 0,38; p<0, 535), em
seguida, o maior percentual de resposta foi de 16 à 30mim, na semana (24,41%) e
fim de semana (25,28%) (X2= 0,52; p<0, 473), depois de 31 à 60 min, na semana
(11,36%) e fim de semana (9,19%) (X2= 0,56; p<0, 453), e por último mais de uma
hora para iniciar o sono na semana (0%) e fim de semana (2,30%) (X2= 2,35; p<0,
125) (figura 6).
43
Figura 6 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre a
latência do sono na semana e fim de semana (*Qui-quadrado, p<0,05).
Ao comparar os grupos, ambos apresentaram resultados semelhantes para a
maioria das respostas, só houve diferença estatisticamente significativa na resposta
de latência do sono entre 31 à 60 min na semana, o percentual de alunos do 1º
período, os quais têm aula às 7h, (14,89%) é superior ao dos alunos do segundo
período, os quais têm aula às 8h (7,31%) (X2= 8,46; p<0,004) (figura 7).
44
Figura 7 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre a
latência do sono na semana e fim de semana, comparando as turmas do 1º e 2º período (*Quiquadrado, p<0,05).
4.2.6 Sonolência
Os voluntários afirmaram se sentir mais sonolentos entre 8h às 10h, tanto na
semana (39,77%) como no fim de semana (31,03%) (X2= 3,57; p<0,044). Para as
outras comparações entre semana e fim de semana, houve diferença nas
frequências de respostas de sensação de sonolência nos horários de 10h às 12h
(X2= 8,02; p<0,046),12h às 14h (X2= 99,85; p<0,001), 14h às 16h (X2= 8,42;
p<0,003), 16h às 18h (X2= 4,81; p<0,028) e 18h às 20h (X2= 3,57; p<0,044) (figura
8).
Figura 8 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre a
sonolência na semana e fim de semana (*Qui-quadrado, p<0,05).
45
Entre os grupos houve diferença estatisticamente significativa na semana nas
seguintes respostas:
· O percentual de alunos que têm aula às 7h (53,19%) é maior do que os
alunos que tem aula às 8h (24,39%) no que se trata da sonolência entre 8h
às 10h (X2= 44,98; p<0,001).
· O percentual de alunos que têm aula às 7h (8,51%) é maior do que os alunos
que tem aula às 8h (2,44%) no que se trata da sonolência entre 10h às 12h
(X2= 15,49; p<0,001).
· O percentual de alunos que têm aula às 8h (56,09%) é maior do que os
alunos que tem aula às 7h (17,02%) no que se trata da sonolência entre 12h
às 14h (X2= 62; p<0,001).
Entre os grupos houve diferença estatisticamente significativa no fim de semana
nas seguintes respostas:
·
O percentual de alunos que têm aula às 8h (20%) é maior do que os alunos
que tem aula às 7h (6,38%) no que se trata da não sentir sonolência (X2=
11,59; p<0,001).
·
O percentual de alunos que têm aula às 7h (40,42%) é maior do que os alunos
que tem aula às 8h (17,5%) no que se trata da sonolência entre 8h às 10h (X2=
36,40; p<0,001).
·
O percentual de alunos que têm aula às 7h (14,89%) é maior do que os alunos
que tem aula às 8h no que se trata da sonolência entre 10h (2,50%) às 12h
(X2= 63,01; p<0,001).
·
O percentual de alunos que têm aula às 8h (47,50%) é maior do que os alunos
que têm aula às 7h (12,79%) no que se trata da sonolência entre 12h às 14h
46
(X2= 48,37; p<0,001).
·
O percentual de alunos que têm aula às 7h (12,76%) é maior do que os alunos
que tem aula às 8h (5%) no que se trata da sonolência entre 16h às 18h (X2=
12,69; p<0,001).
**
Figura 9 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre a
sonolência na semana e fim de semana, comparando as turmas do 1º e 2º período (*Qui-quadrado,
p<0,05).
4.2.7 Cochilos
A maior parte dos estudantes relata cochilar mais de uma vez por semana
(39,56%) (X2= 36,56; p<0,001), seguido de cochilar todos os dias (27,91%) (X2=
19,52; p<0,001), nunca ou raramente (19,76% ) (X2= 36,56; p<0,001) e mais de uma
vez por mês (12,79%) (X2= 55,38; p<0,001) (figura 11).
47
Na comparação entre as turmas, a única resposta que obteve diferença
significativa foi cochilar nunca ou raramente, o percentual de alunos do 1º período
(aula às 7h) (26,08%) é maior do que o de alunos do 2º período (aula às 8h)
(12,50%) (X2= 16,87; p<0,001) nesta questão.
Figura 10 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre os
cochilos (*Qui-quadrado, p<0,05).
4.3 CARACTERIZAÇÃO DO CICLO SONO E VIGÍLIA
Os próximos dados são sobre a caracterização subjetiva e objetiva dos
hábitos de sono dos estudantes. Os dados subjetivos são informações oriundas do
questionário A Saúde e o Sono (n geral=88; n 2009.1=41; n 2009.2=47). Os dados
objetivos foram adquiridos por meio da actimetria (2º Período (7h) = 12 e n 1º
Período (8h) =12).
48
As variáveis analisadas para as informações subjetivas são os horários de
deitar, de levantar, duração de sono e padrão de expansão-restrição. As médias
dessas variáveis foram avaliadas intragrupos e intergrupos.
Ao comparar as médias dos horários da semana com os horários do fim de
semana de uma mesma turma, observou-se diferença em todos os resultados. O
delta (Δ), cálculo da diferença entre os horários da semana e do fim de semana,
representa os valores destas diferenças (Tabela 5).
Tabela 5 - Comparação dos horários de deitar, levantar e o tempo na cama, dados
subjetivos, entre semana e fim de semana de cada turma (*Test-t para amostras
dependentes, p<0,05).
Dados
1º Período (7h)
Semana
Fim de Semana
Δ
p
Média±Dp
Média ± Dp
Média
Valor
Hora de deitar
23h17min±59min
00h32min±01h21min
74,73min
0, 0001*
Hora de levantar
05h59min±23min
09h07min±01h20min
188,14min
0, 0001*
Tempo na cama
380min ± 60min
515±95min
135min
0, 0001*
Hora de deitar
23h20min±53min
01h08min±01h54min
108,54min
0, 0001*
Hora de levantar
06h43min±31min
09h04min±01h42min
140,85min
0, 0001*
Tempo na cama
443min±47min
475±01h30
32min
0, 0452*
2º Período (8h)
Ao comprar o padrão de expansão e restrição entre as turmas, os alunos que
têm aula às 8h apresentam um padrão maior do que os alunos que os alunos que
têm aula às 7h, porém essa diferença não é estatisticamente significativa (Tabela 6).
49
Tabela 6 - Comparação do padrão de expansão e restrição entre as turmas de
2009.2 (7h) e 2009.1 (8h).
Dado
1º Período (7h)
2º Período (8h)
p
80,89±85,79
108,54±87,77
0,562
Padrão de Expansão e
Restrição
Na comparação dos dias de semana e de fim de semana entre as turmas, o
horário de levantar e a duração do sono, foram diferentes para os dias de semana. A
turma do 2° período (8h) levanta mais tarde que a turma do 1º período (7h). Além
disso, a turma do 2º período está dormindo mais tempo do que a turma do 1º
período tanto na semana como no fim de semana (Tabela 7).
50
Tabela 7 - Comparação dos horários de deitar, levantar e a tempo na cama, dados subjetivos, entre semana e fim de semana entre
as turmas do 1º (7h) e 2º período (8h) (*Test-t para amostras independentes, p<0,05).
Dados
Semana
p
2º Período (8h)
1º Período (7h)
Hora de deitar
23h20min ± 53min
23h17min ± 59min
Hora de levantar
06h43min ± 31min
Tempo na cama
443min ± 47min
Fim de Semana
p
2º Período (8h)
1º Período (7h)
0, 8336
01h08min ± 01h54min
00h32min ± 01h21min
0, 0843
05h59min ± 23min
0, 0001*
09h04min ± 01h42min
09h07min ± 01h20min
0, 8563
380min ± 60min
0, 0006*
475min ± 90min
515min ± 95min
0, 0464*
51
Ao comparar as respostas dos estudantes sobre os motivos pelos quais foram
dormir e acordar, na semana e fim de semana, nos horários relatados no
questionário A saúde e o Sono, observou se que:
Para os estudantes do 1º período (7h), os motivos para dormir nos
horários relatados que apresentaram diferença estatisticamente significativa
entre semana e fim de semana, foram (figura 11):
· O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque ficaram
assistindo televisão é maior no fim de semana (48,94%) do que na
semana (17,02%) (X2= 40,76; p<0,001);
· O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque ficaram
estudando é maior na semana (89,36%) do que no fim de semana
(29,79%) (X2= 169,70; p<0,001);
· O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque foram
para as “baladas” foi maior no fim de semana (38,30%) do que na
semana (0%) (X2= 62,07; p<0,001);
Figura 11 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono
sobre os motivos para dormir nos horários relatados, 1º período (7h) (*Qui-quadrado, p<0,05).
52
Ao comprar as respostas entre semana e fim de semana dos estudantes do
1º período (7h), notou-se que os motivos para acordar nos horários relatados
que apresentaram diferença estatisticamente significativa foram (figura 12):
· O percentual de estudantes que acordou neste horário por causa do
horário da escola foi maior na semana (93,62%) do que no fim de semana
(2,13%) (X2= 4019,56; p<0,001);
· O percentual de estudantes que acordou neste horário porque estava
estudando foi menor na semana (21,28%) do que no fim de semana
(44,68%) (X2= 22,16; p<0,001);
· O percentual de estudantes que acordou neste horário porque não
sentiu mais sono foi menor na semana (0%) do que no fim de semana
(40,43%) (X2= 67,86; p<0,001);
O percentual de estudantes que acordou neste horário porque ia participar de
atividades religiosas foi menor na semana (0%) do que no fim semana
(10,64%) (X2= 11,90; p<0,001);
53
Figura 12 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre os motivos para acordar nos horários relatados, 1º período
(7h) (*Qui-quadrado, p<0,05).
54
Na comparação das respostas entre semana e fim de semana dos alunos
do 2º período (8h), observou-se que os motivos para dormir nos horários
relatados que apresentaram diferença estatisticamente significativa foram
(figura 13):
· O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque ficaram
assistindo televisão é maior no fim de semana (43,90%) do que na
semana (31,70%) (X2= 6,04; p<0,014);
· O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque ficaram
usando o computador é maior na semana (43,91%) do que no fim de
semana (34,14%) (X2= 4,23; p<0,040);
· O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque ficaram
estudando é maior na semana (80,48%) do que no fim de semana
(12,19%) (X2= 435,56; p<0,001);
· O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque ficaram
estudando é maior na semana (80,48%) do que no fim de semana
(12,19%) (X2= 435,56; p<0,001);
· O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque
sentiram sono é maior na semana (43,34%) do que no fim de semana
(19,51%) (X2= 45,83; p<0,001);
· O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque foram
para as “baladas” é maior no fim de semana (48,78%) do que na
semana (0%) (X2= 95,24; p<0,001);
55
Figura 13 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono
sobre os motivos para dormir nos horários relatados, 2º período (8h) (*Qui-quadrado, p<0,05).
Sobre os motivos para acordar nos horários relatados, na comparação das
respostas entre semana e fim de semana, os alunos do 2º período (8h),
apresentaram diferença estatisticamente significativa nas seguintes afirmações
(figura 14):
· O percentual de estudantes que acordou neste horário por causa do
horário da escola foi maior na semana (97,56%) do que no fim de semana
(2,44%) (X2= 4019,56; p<0,001);
· O percentual de estudantes que acordou neste horário porque não
sentiu mais sono foi menor na semana (14,63%) do que no fim de semana
(68,29%) (X2= 132,96; p<0,001);
56
· O percentual de estudantes que acordou neste horário para passear ou
ir ao clube foi menor na semana (0%) do que no fim de semana (12,19%)
(X2=-13,88;-p<0,001);
57
Figura 14 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre os motivos para acordar nos horários relatados, 2º período
(8h)_(*Qui-quadrado,p<0,05).
58
Os resultados adiante são referentes aos dados objetivos de hábitos de
sono. As variáveis analisadas foram à hora de dormir e acordar, tempo real de
sono, tempo na cama, eficiência e latência do sono e número de despertares
noturno. As médias dessas variáveis foram avaliadas intragrupos e intergrupos.
Os actogramas obtidos através da destes dados estão no anexo 11.
Os resultados da turma do 2º período mostraram que não houve
diferenças estatisticamente significativas entre os horários de dormir, acordar,
tempo real de sono, eficiência do sono, latência do sono e despertares noturno.
A única comparação significativa foi do tempo na cama (Tabela 8).
Logo em seguida, observa-se que a turma do 1º período (7h) vão se
deitar mais tarde no fim de semana do que na semana, acordam mais cedo na
semana do que no fim de semana, ficam um tempo menor na cama na semana
do que no fim de semana, têm um tempo real de sono menor na semana do
que no fim de semana e têm um maior número de despertares noturnos no fim
de semana do que na semana. A eficiência e a latência do sono não
apresentaram diferenças significantes (Tabela 9).
59
Tabela 8 - Comparação das variáveis obtidas através da actimetria, dados objetivos, entre semana e fim de semana da
turma 2009.1 (8h).
Dados
Semana
Fim de Semana
Δ
p
Média±DP
Média±DP
Média
Valor
Hora de dormir
00h14min±01h20min
00h25min±01h37min
11 min
0, 772
Hora de acordar
06h57min±01h09min
07h51min±01h43min
54,02 min
0, 386
Tempo real de sono
302,47min±44min
330,96±63,29
28,49 min
0, 203
Tempo na cama
400,51min±32min
441,02min±82,95min
40,51 min
0, 043*
75,25±9,40
75,23±7,60
0,02
0, 985
9,21min±4,85min
11,40min±7,59min
2,19min
0, 325
16,62±3,58
20,19±6,79
3,57
0, 055
Eficiência do sono (%)
Latência do sono
Nº de despertares noturnos
60
Tabela 9 - Comparação das variáveis obtidas através da actimetria, dados objetivos, entre semana e fim de semana da
turma 2009.2 (7h).
Dados
Semana
Fim de Semana
Δ
p
Média±DP
Média±DP
Média
Valor
Hora de dormir
23h53min±29min
01h15min±01h05min
81,83min
0, 000178*
Hora de acordar
06h38min±29min
09h28min±01h16min
170,62min
0, 000027*
300,22±52,36
374,50min±59,07min
74,28min
0, 009375*
404,14min±41,09min
479,71min±78,82min
75,57min
0, 007336*
74,87±7,92
75,59±10,06
0,73
0, 731
10,98min±3,57min
9,98min±4,35min
1,00min
0, 383
16,87±4,60
21,39±8,18
4,52
0, 011896*
Tempo real de sono
Tempo na cama
Eficiência do sono (%)
Latência do sono
Nº de despertares noturnos
61
A comparação dos valores de delta (Δ) entre as turmas mostrou
diferença significativa para as variáveis, hora de dormir e hora de acordar. Os
valores de delta da turma do 1º período (7h) foram maiores que os valores da
turma do 2º período (8h) para todas as variáveis, com exceção da latência do
sono (Tabela 10).
Tabela 10 - Comparação dos valores de delta (Δ) entre as turmas 2009.2
(1º período - 7h) e 2009.1 (2º período - 8h).
Dados
1º Período (7h)
2º Período (8h)
p
Média
Média
Valor
Hora de dormir
81,83 min
11 min
0, 008*
Hora de acordar
170,62 min
54,02 min
0, 001*
Tempo real de sono
74,28 min
28,49 min
0, 110
Tempo na cama
75,57 min
40,51 min
0, 308
0,73
0,02
0, 749
1,00 min
2,19 min
0, 165
4,52
3,57
0, 676
Eficiência do sono (%)
Latência do sono
Nº de despertares noturnos
Ao comparar o índice de irregularidade entre as turmas, os alunos que
têm aula às 8h apresentam um índice maior do que os alunos que os alunos
que têm aula às 7h, porém, essa diferença não é estatisticamente significativa
(Tabela 11). Os actogramas obtidos através da actimetria estão no anexo 11.
Tabela 11 - Comparação do índice de irregularidade entre as turmas de 2009.2
(7h) e 2009.1 (8h).
KK
Dado
Irregularidade
1º Período (7h)
2º Período (8h)
p
93,68±24,91
118,42±64,36
0,227
62
Ao comprar os dados da semana e do fim de semana entre as turmas,
apenas o horário de acordar no fim de semana apresentou diferença
estatisticamente significativa (Tabela12).
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
63
Tabela 12 - Comparação de hora de dormir, acordar, tempo na cama, tempo real de sono, eficiência do sono, latência do sono e n
número de despertares noturnos, entre semana e fim de semana entre as turmas do 1º (7h) e 2º período (8h).
Dados
Semana
Fim de Semana
2009.1 (08h)
2009.2 (07h)
p
2009.1 (08h)
2009.2 (07h)
p
Hora de dormir
00h14min±01h20min
23h53min±29min
0, 563
00h25min±01h37min
1h15min±01h05min
0, 150
Hora de acordar
6h57min±01h09min
6h38min±29min
0, 525
7h51min±01h43min
9h28min±01h16min
0, 014*
Tempo real de sono
302,47min±44min
300,22min±52,36min
0, 910
330,96min±63,29min
374,50±59,07
0, 272
Tempo na cama
400,51min±32min
404,14min±41,09min
0, 810
441,02min±82,95min
479,71±78,82
0, 525
75,25±9,40
74,87±7,92
0, 915
75,23±7,60
75,59±10,06
0, 920
9,21min±4,85min
10,98min±3,57min
0, 318
11,40min±7,59min
9,98min±4,35min
0, 580
16,62±3,58
16,87±4,60
0, 884
20,19±6,79
21,39 ±8,18
0, 701
Eficiência do sono (%)
Latência do sono
Nº de despertares noturnos
64
4.1 NÍVEL
SUBJETIVO
DE
CONDICIONAMENTO
FÍSICO
E
ANTROPOMETRIA
Em relação ao nível de preparo físico subjetivo, baseados nos dados
obtidos pelo IPAQ (n geral=88; n 2009.1=41; n 2009.2=47), no geral 35,95%
dos estudantes são ativos, 30,34% são irregularmente ativos “b”, 16,85% são
sedentários, 11,24% irregularmente ativos “a” e 5,62% são muito ativos.
Ao comparar os grupos os estudantes da turma de 2009.2 (7h) foram
classificados como 19,14% sedentários, 44,68% irregularmente ativos “b”,
8,51% irregularmente ativos “a” e 27,65% ativos.
2009.1
(8h)
foram
classificados
como
Já os alunos do período
14,28%
sedentários,
26,19%
irregularmente ativos “b”, 2,38% irregularmente ativos “a”, 14,28% ativos e
11,90% muito ativos (figura15). Houve diferença estatisticamente significativa
entre os grupos em toda classificação do IPAQ (X2= 54,91; p<0,001).
ATIVIDADE FÍSICA REGULAR
Figura 15: Gráfico referente à distribuição em percentual da classificação feita através do IPAQ.
(*Qui-quadrado, p<0,05).
65
As médias das medidas antropométricas dos voluntários (n geral= 80; n
2009.2 (7h) = 40; n 2009.1 (8h) = 40) foram divididas entre homens e mulheres
de cada turma, como pode ser observado na tabela 13:
Tabela 13 - Análise descritiva por média e desvio das características
antropométricas dos estudantes.
1º Período (7h)
2º Período (8h)
Peso (Kg)
Altura (cm)
Homens
Média
Dp
72,29
± 8,74
175,58 ± 5,67
Mulheres
Homens
Mulheres
Média
Dp
Média
Dp
Média
Dp
56,66 ± 7,42 81,48 ± 5,08 60,25 ± 11,88
163,73 ± 6,77 177,69 ± 6,66 161,74 ± 7,75
IMC (kg/m2)
23,43
± 2,52
21,10
± 2,07
24,28
± 3,31
22,95
± 3,45
0,811
± 0,04
0,72
± 0,04
0,80
± 0,03
0,73
± 0,07
2)
RCQ (cm
De acordo com a classificação do IMC, a maioria dos voluntários
(72,50%) têm peso normal, seguido de sobrepeso (17,50%), baixo peso (5%) e
obesidade tipo 1 (5%). A distribuição de alunos de acordo com a classificação
do RCQ foi de 57,50% com índice baixo, seguido de 33,75% com índice
moderado e 8,75% com índice alto.
Ao comparar a essa classificação entre as turmas, observa-se que na
turma do 2º período (8h) têm um número maior de alunos com obesidade tipo 1
(7,50%) do que os alunos dos 1º período (2,5%) (X2= 9,89; p<0,002). Na turma
do 1º período (7h) têm um maior percentual de alunos com peso normal (80%)
do que na turma do 2º período (8h) (65%) (X2= 5,73; p<0,016). O percentual de
alunos sobrepeso do 2º período (8h) é maior (22,50%) do que o dos alunos do
1º período (12,50%) (X2= 5,73; p<0,016). Quanto ao RCQ não foi verificada
66
nenhuma diferença estatisticamente significativa (X2=4, 021; p>0,133) (figura
16).
Figura 16: Gráfico referente à distribuição em percentual da classificação obtida nas análises
de IMC e RCQ (*Qui-quadrado, p<0,05).
4.2 DESEMPENHO CARDIORRESPIRATÓRIO
Os dados a seguir são sobre o desempenho cardiorrespiratório dos
voluntários (n geral= 24; n 1º Período- 7h= 12; n 2º Período- 8h= 12). Estes
dados foram obtidos através do teste de esforço. As análises foram feitas
baseadas nos valores de VO2máx, os resultados previstos e os atingidos
(figura 17). A partir do percentual de VO2máx atingido, foram classificados em
Muito fraco, fraco, regular inferior, regular superior, bom e excelente.
No geral os estudantes obtiveram a seguinte distribuição: 4,17% foram
muito fracos, 29,17% fracos, 37,50% regulares inferior, 25% regulares superior
e 4,17% excelente (figura 18).
67
Figura
17:
Gráfico
dos
valores
de
VO2máx
estimados
e
atingidos
obtidos
no
teste
de
esforço
realizados
pelos
voluntários.
68
Ao comparar as turmas, a partir das análises que obtiveram diferenças
estatisticamente significativas, observam-se (X2=78,29; p<0,001) (figura18):
·
Que a turma do 1º período (7h) tem um percentual maior de
alunos (8,33%) com desempenho muito fraco do que a turma do 2º período
(0%);
·
Que a turma do 2º período tem um percentual maior (33,33%) de
alunos com o desempenho fraco do que a turma do 1º período (25%);
·
Mais alunos do 1º período apresentaram um desempenho regular
inferior (41,67%) do que os alunos do 2º período (33,33%);
·
O percentual de aluno que apresentou desempenho regular
superior é maior na turma do 2º período (33,33%) do que na turma do primeiro
período (16,67%);
Na turma do 1º período o percentual da classificação do desempenho como
excelente foi superior (8,33%) ao da turma do 2º período (0%).
Figura 18: Comparação da classificação do desempenho no teste de esforço entre as turmas
2009.2 (1º período-7h) e 2009.1 (2º período-8h) (*Qui-quadrado, p<0,05).
69
·
A comparação das médias de VO2máx atingidos, dos percentuais
de VO2máx atingidos e a comparação do delta (Δ), que é a diferença entre o
VO2máx estimado e o VO2máx atingido, entre os grupos não resultou em
diferença estatisticamente significativa.
Também não houve diferença nas médias da FCmáx atingida, no valor
máximo da escala de Borg nem no tempo médio de duração do teste (Tabela
14).
Apenas 6 voluntários atingiram o tempo mínimo exigido pelo protocolo
de realização do teste de esforço para considerar um desempenho máximo,
que é igual e/ou maior que 8min. Foram 2 voluntários do 1º período (7h) e 4 do
2º período (8h).
·
Ao comparar as médias das mesmas variáveis entre os grupos,
apenas com os dados dos voluntários que atingiram o tempo mínimo de teste
observou-se que também não houve diferença estatisticamente significativa
(Tabela 15).
Tabela 14 – Comparação do VO2máx
atingido, do percentual de
VO2máx atingido, do delta (Δ), da FCmáx atingida, do valor máximo da escala
de Borg e do tempo de duração no teste de esforço entre 1º e 2º período.
Dados
1º Período (7h)
2º Período (8h)
p
33,23±7,99
33,27±5,63
>0,839
%VO2máx atingido
66,85±11,15
69,06±8,93
>0,598
Delta (Δ)(ml/kg/min)
16,10±5,24
14,95±4,40
>0,565
FCmáx atingida(BPM)
192,42±5,98
196,17±8,65
>0,339
Escala de Borgmáx
10,83±1,58
10,83±2,04
>0,953
VO2máx atingido (ml/kg/min)
Tempo do teste
6min02seg±2min52seg
6min24seg±2min25seg >0,572
70
Tabela 14 – Comparação do VO2máx
atingido, do percentual de
VO2máx atingido, do delta (Δ), da FCmáx atingida, do valor máximo da escala
de Borg e do tempo de duração no teste de esforço entre 1º e 2º período para
dos voluntários que atingiram o tempo mínimo de teste.
Dados
VO2máx atingido (ml/kg/min)
%VO2máx atingido
Delta (Δ)(ml/kg/min)
FCmáx atingida(BPM)
Escala de Borgmáx
Tempo do teste
1º Período (7h)
47,39±6,69
85,99±12,13
7,72±6,69
194,50±7,78
11,00±1,41
2º Período (8h)
39,58±3,37
78,90±6,94
11,08±4,63
201,25±7,97
12,50±1,91
p
>0,105
>0,247
>0,247
>0,355
>0,355
11min17seg±2min17seg 9min24seg±1min14seg >0,355
4.3 CORRELAÇÕES
Os resultados a seguir mostram as correlações entre as variáveis
obtidas através da actimetria e: os escores dos questionários (IQSP, HO e
ESE), os valores do IMC, RCQ, VO2máx atingido e o % VO2máx atingido. Os
valores descritos abaixo correspondem aos coeficientes de correlação e
aqueles marcados com asterisco (*) representam as associações encontradas
(Tabelas 16, 17, 18 e 19).
As análises com todos os voluntários (n=24) que participaram da 2ª
etapa, resultou em associações negativas entre o RCQ e a eficiência do sono
na semana (r=-0,44;p<0,029) e no fim de semana (r=-0,46;p<0,022); entre o
tempo real de sono no fim de semana e o IQSP (r=-0,43;p<0,037); e a latência
do sono no fim de semana e a ESE (r=-0,56;p<0,004).
A turma 2009.2 (7h; n=12) obteve associação positivas entre as
variáveis nº de despertares noturno na semana e RCQ (r= 0,72; p<0,007) e nº
de despertares noturno no fim de semana e RCQ (r= 0,62; p<0,031). Já a
71
turma 2009.1 (8h; n=12) apresentou correlações negativas entre o horário de
dormir na semana e o escore do HO (rs= -0,60; p<0,05); entre a eficiência do
sono na semana e o escore do HO (r= -0,68; p<0,015); entre a hora de dormir
no fim de semana e % VO2máx atingido (r= -0,58; p<0,048); entre o horário de
dormir no fim de semana e o escore do HO (r= -0,69; p<0,012); e entre a
latência do sono do fim de semana e a ESE (r= -0,77; p<0,003).
As análises com todos os voluntários (n=6) que participaram da 2ª etapa,
e alcançaram o tempo mínimo exigido no teste de esforço resultou em
associações negativas entre a hora de dormir na semana e o VO2máx atingido
e (rs= -0,93; p<0,05) e o IQSP (rs= -0,99; p<0,05). Obteve também associações
positivas entre a hora de acordar no fim de semana com VO2máx atingido (rs=
0,81; p<0,05), %VO2máx atingido (rs= 0,81; p<0,05), e IQSP (rs= 0,81; p<0,05).
72
Tabela 16 – Coeficientes de correlação entre as variáveis obtidas
através da actimetria e os valores do % VO2máx atingido, IMC, RCQ, HO,
IQSP e ESE de todos os voluntários (*Pearson<0,05; **Spearman<0,05).
VO2máx % VO2máx
atingido
atingido
IMC
RCQ
IQSP
HO
ESE
0,09
-0,03
-0,23
-0,24
0,00
0,10
-0,29
Hora de dormir
-0,31
0,14
0,19
-0,03
-0,27
-0,18
-0,28
Hora de acordar
-0,14
-0,02
0,05
0,05
0,31
-0,26
0,31
Tempo real de sono
-0,06
-0,24
0,02
-0,14
0,12
-0,17
0,14
Eficiência do sono
-034
-0,17
0,08
-0,44*
0,09
-0,28
0,24
Latência do sono
-0,03
-0,05
-0,01
0,05
-0,02
0,20
-0,24
Nº de despertares noturnos
0,42**
0,36
0,22
0,42
0,24
0,42
-0,07
Hora de dormir
-0,40**
0,10
0,19
-0,07
-0,20
-0,16
-0,26
Hora de acordar
0,06
-0,19
0,07
0,02
0,28
-0,12
0,25
Tempo real de sono
0,25
0,21
-0,18
-0,05
-0,43* -0,12
0,06
Eficiência do sono
-0,37
-0,10
-0,17
-0,46*
0,05
-0,19
Latência do sono
-0,05
0,03
0,36
0,07
-0,36
0,36 -0,56*
Nº de despertares noturnos
0,47**
0,34
0,13
0,33
-0,09
0,17
Irregularidade
Semana
Fim de semana
0,14
-0,04
73
Tabela 17 – Coeficientes de correlação entre as variáveis obtidas
através da actimetria e os valores do % VO2máx atingido, IMC, RCQ, HO,
IQSP e ESE da turma do 1º Período (7h) (*Pearson<0,05).
VO2máx % VO2máx
atingido
atingido
IMC
RCQ IQSP
HO
0,28
0,18
0,28
0,17
0,15
0,22 -0,18
Hora de dormir
0,11
0,10
-0,17
0,48
0,16
-0,2
Hora de acordar
-0,20
0,51
0,42
0,17
0,31 -0,19 0,11
Tempo real de sono
0,28
-0,18
-0,41 -0,25 -0,22 0,19 -0,14
Tempo na cama
0,45
-0,34
-0,49
Eficiência do sono
0,28
-0,02
-0,23 -0,57 -0,18 0,35
Latência do sono
-0,05
-0,27
0,05
Nº de despertares noturnos
0,00
0,01
-0,05 0,72* 0,12 -0,35 -0,37
Hora de dormir
-0,02
0,66*
0,03
0,42
Hora de acordar
-0,55
0,19
0,43
-0,04 0,50
0,26
0,06
Tempo real de sono
0,46
0,18
-0,48
0,05 -0,48
-0,2
-0,05
Tempo na cama
0,34
0,37
-0,28
0,45 -0,34 -0,51 -0,12
Eficiência do sono
0,36
-0,01
-0,47 -0,45 -0,16 0,20
Latência do sono
-0,21
-0,2
0,45
-0,39 -0,08 0,46 -0,14
Nº de despertares noturnos
0,46
0,17
0,13
0,62* -0,06 -0,44 -0,15
Irregularidade
ESE
Semana
-0,28
0,12 -0,19 -0,03 -0,29
-0,17 0,07
0,07
0,27 -0,52
Fim de semana
0,13 -0,31 -0,05
0,02
74
Tabela 18 – Coeficientes de correlação entre as variáveis obtidas
através da actimetria e os valores do % VO2máx atingido, IMC, RCQ, HO,
IQSP e ESSE da turma do 2º Período (8h) (*Pearson<0,05; **Spearman<0,05).
VO2máx
% VO2máx
atingido
atingido
IMC
RCQ
IQSP
HO
ESE
-0,12
-0,20
-0,20
-0,42
-0,10
-0,14
-0,28
Hora de dormir
0,32
-0,25
0,26
-0,47
-0,26
-0,60**
0,25
Hora de acordar
0,23
-0,36
0,57
-0,24
0,14
-0,52
0,20
Tempo real de sono
-0,33
-0,34
0,36
0,00
0,37
-0,48
0,42
Tempo na cama
-0,32
-0,03
0,18
0,53
0,25
0,25
0,10
Eficiência do sono
0,01
-0,34
0,26
-0,33
0,25
-0,68*
0,38
Latência do sono
0,15
0,18
0,03
0,24
-0,13
0,24
-0,16
Nº de despertares noturnos
-0,23
0,26
0,04
0,32
-0,05
0,32
-0,01
Hora de dormir
0,06
-0,58*
0,22
-0,44
0,24
-0,69*
-0,05
Hora de acordar
0,08
-0,023
0,25
-0,41
-0,31
-0,43
-0,14
Tempo real de sono
0,13
0,34
0,12
-0,16
-0,55
0,01
0,05
Tempo na cama
0,17
0,21
0,09
0,22
-0,37
0,11
-0,19
Eficiência do sono
0,00
-0,23
0,09
-0,49
0,23
-0,57
0,29
Latência do sono
0,01
0,18
0,30
0,38
-0,44
0,31
-0,77*
Nº de despertares noturnos
-0,01
0,32
0,18
0,30
-0,43
0,25
0,10
Irregularidade
Semana
Fim de semana
75
Tabela 19 – Coeficientes de correlação entre as variáveis obtidas
através da actimetria e os valores do VO2máx atingido, %VO2máx atingido,
IMC, RCQ, HO, IQSP e ESE de todos ao voluntários com o tempo de teste <
8min (**Spearman<0,05).
VO2máx % VO2máx
atingido
atingido
IMC
RCQ
IQSP
HO
ESE
0,41
-0,41
-0,37
-0,14
0,35
-0,31
-0,03
Hora de dormir
-0,93**
-0,35
-0,31
-0,20
-0,99**
0,66
-0,70
Hora de acordar
0,64
0,64
0,89
0,66
0,64**
0,21
0,99
Tempo real de sono
0,20
-0,03
-0,20
-0,14
0,03
-031
-0,15
Eficiência do sono
0,41
-0,70
-0,14
-0,37
-0,26
-020
-0,15
Latência do sono
-0,23
-0,70
0,26
0,60
-0,12
0,09
-0,58
Nº de despertares noturnos
-0,20
0,49
-0,09
0,09
0,32
-0,09
0,21
Hora de dormir
-0,06
-0,41
-0,60
-0,60
-0,58
0,60
-0,03
Hora de acordar
0,81**
0,81**
0,43
0,09
0,81**
-0,77
0,70
Tempo real de sono
0,93**
0,12
0,14
-0,31
0,06
-0,14
0,52
Eficiência do sono
0,41
-0,23
-0,14
-0,37
-0,26
-0,20
-0,15
Latência do sono
-0,23
-0,64
0,37
0,49
-0,67
0,31
-0,70
Nº de despertares noturnos
0,41
0,99**
0,31
0,20
0,93
-0,66
0,70
Irregularidade
Semana
Fim de semana
76
5. DISCUSSÃO
Neste trabalho foi avaliado o efeito de diferentes esquemas de horário
de aula no ciclo sono e vigília (CSV) e no condicionamento cardiorrespiratório
de estudantes universitários do curso de medicina. O estudo foi realizado com
duas turmas, uma turma iniciava as aulas às 7h (2009.2 -1 período) e a outra
turma iniciava a aula às 8h (2009.1 – 2º período). A faixa etária dos voluntários
entre 17 e 26 anos, a maior parte deles possuía idade igual ou abaixo de 19
anos (62,50%), que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) esta
faixa de idade ainda faz parte do período da adolescência, é um período da
vida, que começa aos 10 e vai até os 19 anos (Conti et al. 2005). Esta idade é
caracterizada por modificações no sistema de temporização circadiana que
levam a um atraso de fase no início do sono fazendo com que o adolescente
durma e acorde mais tarde, além de a duração da fase de sono ser elevada
(Dahl & Carskadon 1995, Carskadon 1992).
Como nos dias de semana as aulas iniciam pela manhã mais cedo, o
estudante pode sofrer privação parcial de sono, que está relacionada a
problemas
como
sonolência,
cansaço,
dificuldades
cognitivas
e
comportamentos agressivos. Independente da faixa de idade, os estudantes
universitários em geral apresentam os mesmo sintomas de privação parcial de
sono dos estudantes adolescentes, pois além dos horários de aula, a demanda
acadêmica também é um fator que contribui para este quadro. Dentre os
problemas relacionados a padrões de CSV as alterações fisiológicas são
presentes em indivíduos nessa condição (Gaspar, Moreno & Menna-Barreto
1998).
77
A função cardiorrespiratória apresenta alterações em indivíduos que
apresentam distúrbios do sono, estas alterações podem ser identificadas
através de um teste de esforço, avaliando o desempenho do indivíduo. Assim,
a avaliação do efeito dos diferentes esquemas de aula no padrão de sono e
sua possível consequência no desempenho cardiorrespiratório surgiu da
constatação de que estudantes sofrem privação parcial de sono com
consequências capazes de prejudicar o seu desempenho em sala de aula e
das suas funções fisiológicas, por apresentarem sinais de lentidão, cansaço,
baixo rendimento acadêmico, além de problemas de saúde, o que pode
prejudicar a qualidade de vida destes indivíduos (Papp et al. 2006).
Este problema não é devidamente discutido na sociedade, embora pais
e professores reconheçam que os estudantes sofrem privação de sono durante
a semana e muitas vezes no fim de semana também, devido às atividades
sociais.
Baseados nos resultados verificaram que dentre os alunos que
preencheram devidamente os questionários (47 da turma 2009.2 -1º período7h; 41 da turma 2009.1- 2º período- 8h), 77,58% eram do sexo feminino e
22,42% do sexo masculino. Utilizando-se o critério de classificação para
avaliação do cronotipo proposto por Benedito-Silva et al. (1990), a maioria dos
estudantes foi classificada como indiferente, caracterizando-se por uma maior
flexibilidade em relação aos horários de sono.
O número mais frequente de indivíduos que moram na casa foi de 3 a 4
pessoas.
A maioria dos estudantes não faz curso extra-escolar, atividade física ou
trabalha. Para chegar à escola a maioria dos estudantes utiliza o carro
78
(62,07%) e leva mais de entre 10 e 20min para fazer esse trajeto. Nenhum
aluno relatou fumar e a maioria nem ingerir bebidas alcoólicas, nem chá, às
vezes tomam café (93,20%) e refrigerante (93,30%).
Dentre os voluntários 43,18% relatou ter algum problema de saúde, em
que os mais comentados estão relacionados ao sistema respiratório. A nossa
amostra é semelhante aos adolescentes estudados por Lima (2002) e
Almondes e Araujo (2003).
Quanto ao cronotipo os dados mostraram que nossa amostra tendeu à
vespertinidade, a maioria dos voluntários (55,12%) foi classificada como
indiferentes e não houve diferença estatisticamente significativa entre as duas
turmas.
Os estudantes relataram que no fim de semana não tem uma
necessidade de usar despertador (15,90%) ou depender de alguém para
acordá-los (3,41%) como acontece na semana (84,09%) (7,95%). Resultados
semelhantes foram encontrados nos estudos de Andrade (1997) e Sousa
(2003). A turma do 1º período (7h) apresentou uma dependência do
despertador maior (91,48%) do que os alunos da turma do 2º período (8h)
(75,61%). Essa dependência maior por parte dos alunos do 1º período é reflexo
do fato de terem que acordar mais cedo, quanto mais cedo, é mais difícil
acordarem sem auxílio.
Foi observada, também, a existência de um padrão extensão-restrição
(PER), ou seja, a extensão de sono durante o final de semana e restrição de
sono na semana (Gianotti et al. 2005; Chen et al. 2006; Brown et al. 2006). Os
estudantes que têm aula às 8h apresentaram o PER maior do que os
estudantes
que
assistiam aula
às
7h, porém não
houve
diferença
79
estatisticamente significativa entre as turmas. A partir dos horários de dormir
dos dados objetivos obtivemos o índice de irregularidade, que foi maior para a
turma que assistia aula às 8h do que o índice da turma que assistia aula às 7h,
porém essa diferença não estatisticamente significativa, o que corrobora o
resultado obtido na medida subjetiva análoga, o padrão de expansão e
restrição.
Tanto os dados subjetivos (questionário A Saúde e o Sono) como os
dados objetivos (actimetria), mostraram atrasos de fase do início e final do
sono nos finais de semana quando comparados com os dias de semana em
ambas as turmas. Para os alunos do 1º período (7h) o início do sono
baseando-se nos dados subjetivos objetivos, respectivamente, era às
23h17min, 23h53 nos dias de semana e 00h32, 01h15 nos finais de semana; o
final do sono nos dias de semana era às 05h59, 06h38 e nos finais de semana
às 09h07, 09h28. Para os alunos do 2º período (8h) o início do sono baseandose nos dados subjetivos objetivos, respectivamente, era às 23h20min,
00h14min nos dias de semana e 01h08min, 00h25min nos finais de semana; o
final do sono nos dias de semana era às 06h43min, 06h57min e nos finais de
semana às 09h04min, 07h51min. Entre as turmas houve diferença apenas na
hora de acordar na semana, nos dados subjetivos, e hora de acordar no fim de
semana nos dados objetivos, ou seja, os alunos que tem aula às 7h estão
acordando mais cedo na semana e acordam mais tarde no fim de semana,
provavelmente para repor o tempo de sono que foi reduzido na semana.
Quanto à duração do sono, houve diferenças significativas entre os dias
de semana e de finais de semana, nos dados subjetivos em ambas as turmas.
80
Os alunos do 1º período dormem 2h15min a mais no fim de semana, e
os alunos da outra turma dormem 32min a mais no fim de semana. Já nos
dados objetivos apenas aos alunos do 1º período apresentaram diferenças na
duração de sono e no tempo na cama, 1h14min, 1h15min de tempo a mais no
fim de semana, respectivamente. O que reforça o resultado subjetivo. Não
houve diferença entre as turmas, porém a turma de alunos que têm aula mais
cedo, apresenta irregularidade em todos os horários e na duração de sono, já a
turma que têm aula mais tarde apresentou diferença nos dados subjetivos, e
nos objetivos apenas no tempo na cama uma diferença de 41min a mais no fim
de semana. O Início das aulas às 7h aparenta provocar mais irregularidade do
que às 8h, além disso, os alunos do 1º período entraram na universidade no
semestre 2009.2, ou seja, passaram 1 semestre de férias após passarem no
vestibular, o que dificulta mais ainda se acostumar novamente com a rotina de
aulas de manhã cedo e a tarde toda, estudos em casa devido a demanda
acadêmica maior do no pré-vestibular, diferente dos alunos que entram na
universidade no primeiro semestre após o vestibular, eles têm cerca de 2
meses e meio de férias.
Quanto aos motivos para dormir e acordar nos horários relatados, a
maior parte dos voluntários ao responder o questionário á saúde e o sono,
tanto os alunos da turma do 1º período (7h) quanto os alunos da turma do 2º
período (8h), afirma que na semana o principal motivo para acordar no horário
relatado é devido o horário das aulas. Já no fim de semana o principal motivo é
porque não sentiu mais sono para os alunos do 2º e 1º período, estes últimos
também relatam com destaque acordar para estudar. Como motivos para
dormir nos horários relatados na semana, os estudantes de ambas as turmas
81
têm como resposta em destaque ir dormir no horário por estar estudando. No
fim de semana o destaque foi ir dormir no horário relatado por ter ido as
“baladas” em ambas as turmas.
Ambas as turmas apresentam características de irregularidade no
padrão, porém a turma do 1º período (7h) apresenta mais variações nos
horários entre semana e fim de semana, o que indica estarem apresentando
um padrão de CSV mais irregular do que a turma do 2º período (8h).
A presença de um padrão irregular do CSV entre a semana e final
de semana, pode estar relacionada ao conflito entre a necessidade
fisiológica do adolescente em relação, entre outros, à imposição dos
horários escolares, que não permite ao estudante dormir a quantidade de
sono necessária nem tão pouco nos horários em que ele sente sono
(Epstein, et al. 1998; Wolfson & Carskadon 1998).
Como consequências desta irregularidade no padrão do CVS podem
ocorrer modificações na ordem temporal interna do indivíduo acarretando numa
diminuição da qualidade do sono, que estaria associada a um aumento na
sonolência. Assim, a sonolência, descrita como uma das consequências da
irregularidade do CVS (Wolfson & Carskadon 1998 e Acebo & Carskadon
2002).
E é possível observar esta sonolência principalmente pela manhã, no
horário de aula. Os estudantes relatam se sentir mais sonolentos no período
entre 8h-10h da manhã (39,77%) na semana do que no fim de semana
(31,03%), horário que estão assistindo aula. Entretanto, ao comparar as duas
turmas, neste período durante a semana, mais alunos do 1º período (7h)
82
(53,19%) relatam estar sonolentos nesse intervalo de tempo do que os alunos
da turma do 2º período (8h) (24,39%).
Quanto à sonolência diurna excessiva, no geral, a maioria doa alunos
(74,36%) foram classificados como normais. Todavia, ao comprar as turmas, os
alunos que tem aula às 7h apresentaram um maior número de estudantes com
sonolência excessiva do que os alunos com aula as 8h.
Pouco tempo de sono na semana combinado com padrão de CSV
irregular no fim de semana, é um preditor comum da sonolência diurna.
(Saarenpää-Heikkilä et al. 2000). Nosso estudo mostra que nossa amostra está
parcialmente privada de sono e como consequência disso boa quantidade
(25,64%) dos alunos sofrem com sonolência diurna excessiva, o que prejudica
atenção durante as aulas e pode influenciar negativamente no processo de
aprendizagem.
A presença da sonolência em adolescentes observada também por
Andrade & Menna-Barreto (2002), Giannotti & Cortesi (2002), Acebo &
Carskadon (2002) e Sousa (2003) está relacionada a um aumento na
frequência de cochilos. Em nosso estudo 39,56% dos estudantes mencionaram
cochilar de vez em quando e 27,91% afirmaram todos os dias.
Além da sonolência a qualidade do sono também é prejudicada
pela irregularidade do CSV. Quanto mais cedo à aula, pior a qualidade de
sono dos estudantes. Esse resultado também foi observado no estudo de Lima
(2002) e no estudo de Cardosoi et al. (2009).
Esses resultados reforçam a idéia de que esse atraso dos episódios
de sono no fim de semana é devido tanto aos fatores sociais como,
provavelmente, pelo fator endógeno. Não tendo aulas no fim de semana, ou
83
algum compromisso fixo que o obrigue a acordar cedo, estudante tem liberdade
para participar de atividades noturnas. Além disso, os humanos tendem a
atrasar os episódios de sono nos dias livres, pois tem um ciclo sono vigília de
aproximadamente 25h (Aschoff 1965).
O horário de início das aulas é o fator principal para favorecer a
irregularidade no padrão de CSV dos estudantes em estudo. A soma desse
fator com a demanda acadêmica, as atividades sociais do fim de semana e,
para a maioria, o atraso natural do CSV dos adolescentes, acentua ainda mais
esse padrão do CSV.
Quanto à latência do sono não houve diferenças entre semana e fim de
semana, tanto nos dados subjetivos como objetivos e na comparação entre as
turmas. Isso nos permite sugerir que a irregularidade no padrão do CSV dos
voluntários desse estudo não está afetando o componente circadiano do
mecanismo de regulação do ciclo sono e vigília, pois este componente está
relacionado com a função endógena de favorecer o início do sono e o início da
vigília independente de períodos de excesso de tempo de sono ou de vigília
prévios. Este componente é expresso pelo sistema de temporização circadiana,
com seu nível mínimo de propensão ao sono no início da manhã e o seu
máximo no início da noite ou final da fase clara (Dijk & Czeisler 1995).
A eficiência do sono dos estudantes também não apresentou diferenças,
o que reforça a idéia de não haver interferência da irregularidade com o
mecanismo de regulação do ciclo sono vigília, pois a manutenção do sono não
sofre alteração independente do padrão de sono.
Sobre o desempenho dos estudantes no teste de esforço, a maior parte
dos alunos (93,83%) apresentou resultado igual ou abaixo de 50% do VO2max
84
atingido, baseado nos valores esperados. O resultado ruim para indivíduos
jovens e saudáveis. Todavia, esse desempenho pode ser atribuído a diversos
fatores durante a realização dos testes.
A falta de motivação e interesse dos adolescentes em realizarem o teste
pode ser a principal justificativa para esse desempenho. Durante a coleta de
dados, antes mesmo de iniciar o teste a maior parte dos voluntários já relatava
estarem cansados ou com pressa, durante o teste muitos aparentemente não
se esforçavam, desistiam do bem antes de atingir um nível de esforço próximo
ao máximo. Após o repouso todos os alunos recebiam um lanche, mas nem
isso parecia motivá-los. Porém, tivemos exceções, voluntários que se
esforçaram e fizeram o máximo para realizar um bom teste.
O fato de ser um teste que exige esforço físico, com o objetivo de se
chegar à exaustão, já torna a adesão do voluntário mais difícil, principalmente
dos indivíduos que não realizam atividades físicas regulares e vigorosas, como
foi o caso da nossa amostra.
O horário do teste também pode ter sido um fator desmotivante para os
voluntários. Os alunos fizeram os testes após a aula, sempre pela manhã. Esse
horário foi escolhido, pois à tarde os alunos eram divididos em duas turmas e a
maior parte das aulas era realizada em outro prédio da instituição, que é
localizado em outra parte da cidade o que iria dificultar mais a participação dos
alunos nesta atividade, pois teriam que se deslocar de um lugar para o outro
além de estarem mais cansados no final do dia, em dias normais, a sensação
de fadiga apresenta-se mais durante a tarde do que pela manhã (Nicolas et al.
2005). Porém, Outros estudos afirmam que o melhor horário para se obter um
desempenho máximo da performance é no final da tarde, horário de um dos
85
picos do ritmo circadiano de temperatura (Brisswalter et al. 2007; Drust et al.
2005; Guette et al. 2005; Hill & Smith, 1991; Pearson & Onambele
2005;
Sedliak et al. 2007; Souissi et al. 2004, 2007a, 2007b).
Assim, provavelmente para nossa amostra que apresentava uma
condição de privação parcial de sono, o horário da tarde fosse mais confortável
para realizar o teste independente da fadiga no fim do dia, além disso, nossos
voluntários apresentaram tendência a vespertinidade, o que indica uma maior
preferência para realizar atividades que exigem mais esforço em horários mais
tardios.
Apesar de todas as recomendações dadas aos indivíduos para o dia
anterior ao teste, nada garante que eles seguiram as indicações. Seria
interessante o confinamento no laboratório com o intuito de aumentar o grau de
controle sobre a rotina dos sujeitos antes do teste. Essa medida não foi
considerada como limitação técnica, pois apesar da falta de controle do
comportamento do voluntário no dia anterior, essa liberdade aumenta a
validade externa, uma vez que os indivíduos estavam inseridos na sua rotina
expressando
seus
ritmos
habituais
sem
interferência
das
condições
controladas de laboratório.
Ao comparar o desempenho entre as turmas, a turma do 1º período com
aula às 7h teve um desempenho inferior ao da turma do 2º período com aulas
as 8h, contudo não houve diferença estatisticamente significativa. A
performance no teste de esforço, mostrou ser independente do horário de aula.
Todavia, baseados na condição de realização do teste, não podemos afirmar
que esse resultado represente a real condição física dos voluntários,
provavelmente se os voluntários estivessem mais motivados e caso fosse
86
aplicado um teste com um maior controle e com mais precisão, como uma
ergoespirometria, os resultados fossem diferentes.
Ao relacionar os dados do padrão de CSV com outras variáveis,
observamos a relação negativa da eficiência do sono com o RCQ, sugerindo
que quem tem uma menor eficiência de sono também apresenta maior
predisposição a doenças cardiovasculares, contudo não temos condições de
fazer afirmações de causa e efeito. Outro achado importante foi a relação entre
a qualidade de sono e o tempo real de sono no fim de semana. Quanto pior a
qualidade do sono menor o tempo real de sono nessa condição.
Ao observar as relações em cada turma, O desempenho físico com o
horário de dormir no fim de semana na turma do 1º período (7h), e o mesmo na
turma do 2º período (8h), porém a relação é positiva. Essa relação apesar de
invertida nas turmas permite indicar que o horário de dormir tem influência no
desempenho físico. No caso da turma com aula às 7h quanto mais tarde
dormem no fim de semana, melhor o desempenho, e a turma com aula às 8h
quanto mais cedo dorme no fim de semana, melhor o desempenho.
Uma
explicação possível para este achado é que os estudantes com início das aulas
às 7h e que atrasam o sono durante o fim de semana, são os que estão
conseguindo compensar a privação de sono parcial durante a semana. Outra
sugestão é que essa diferença nas turmas é a combinação da influência entre
duas
variáveis
podem
estar
relacionadas
com
desempenho
do
cardiorrespiratório dos estudantes, porém não temos condições de determinar
se esse horário de dormir está sendo influenciado por outra variável.
A turma do 2º período (8h) obteve correlações negativas do cronotipo
com a o horário de dormir na semana e fim de semana, e com a eficiência do
87
sono na semana. Essas associações nos permitem sugerir que quanto mais
vespertino o indivíduo mais tarde ele dorme tanto na semana como no fim de
semana e pior a sua eficiência do sono na semana.
Ao observar as correlações dos dados apenas dos voluntários que
atingiram o tempo mínimo proposto para o teste de esforço (8min), verifica-se
associações negativas entre a hora de dormir na semana e o VO2máx e o
IQSP, assim, podemos sugerir que quanto mais tarde o indivíduo dorme na
semana pior desempenho no teste de esforço, por outro lado melhor é sua
qualidade do sono, pois quanto mais tarde dorme o indivíduo menor o escore
da qualidade de sono segundo este resultado. Já as associações positivas
obtidas entre a hora de acordar no fim de semana e VO2máx, %VO2máx e
IQSP permitem sugerir que quanto mais tarde o individuo acorda no fim de
semana maior o VO2máx e o %VO2máx atingido e pior é a sua qualidade do
sono.
O fato de o IQSP estar apresentando uma relação negativa com
os horários de dormir na semana e positiva acordar no fim de semana, o que
não é comum baseados em estudos anteriores, pode ser que a combinação da
influência entre duas variáveis podem estar relacionadas com o IQSP, porém
não temos condições de determinar se esses horários estão sendo
influenciados por outras variáveis.
Estas últimas correlações, com os dados dos voluntários que atingiram o
tempo mínimo proposto para o teste de esforço, apresentaram resultados com
pouca robustez, o fato do número de voluntários ser muito pequeno para
realizar este tipo de análise pode ter sido o fator restringir atenção a estes
resultados em especial.
88
Os estudantes no geral apresentam padrão irregular de sono e privação
parcial de sono que é influenciada pelo horário de início das aulas, quanto mais
cedo à aula mais irregular o padrão, pior a qualidade do sono, maior o índice
de alunos com sonolência diurna excessiva. Esses fatores parecem não afetar
o desempenho dos estudantes no teste de esforço, o desempenho está mais
relacionado à condição do teste e ou a características individuais desde o como
cronotipo como interesse em realizar a atividade.
5.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO E SUGESTÕES PARA INVESTIGAÇÕES
FUTURAS
Este trabalho apresentou algumas limitações que precisam ser
apreciadas. De inicio, a idéia do projeto foi de realizar um estudo transversal e
outro longitudinal, mas devido a dificuldades logísticas para realizar os testes
cardiorrespiratórios,
não
foi
possível
fazer
o
estudo
longitudinal,
o
acompanhamento desses estudantes durante 02 semestres. Caso fosse
possível fazer a comparação dos estudantes com eles mesmos em outro
momento, traria mais robustez aos resultados.
A amostra de voluntários que usou o actímetro e realizou o teste de
esforço foi muito pequena. Seria importante que um número maior de
voluntários tivesse participado da coleta dos dados objetivos. Porém, nosso
laboratório contava com um número reduzido de aparelhos, além disso, caso
houvesse mais voluntários seria necessário, mais dias ou semanas para
realizar todos os testes cardiorrespiratórios.
A falta de análise do teste de função respiratória, devido a problemas na
calibração do equipamento, também foi um fator limitante. Com essa análise
89
poderíamos obter mais resultados das variáveis da função respiratória e avaliar
se
essa
função
apresentaria
relação
com
desempenho
do
teste
cardiorrespiratório.
Para estudos futuros, sugerimos que seja feito avaliação do sono
através da polissonografia, o que vai permitir resultados mais claros com
relação à qualidade, eficiência e arquitetura do sono e a condição de padrão do
CSV irregular dos estudantes e o desempenho cardiorrespiratório.
Outra sugestão é de realizar os testes cardiorrespiratórios em no mínimo
dois horários em dias diferentes (manhã e tarde), para verificar o melhor
desempenho e poder relacionar esses resultados com as demais variáveis
características do padrão de CVS e os horários de aula. Que estes testes
sejam mais específicos e controlados, como por exemplo realizar uma
ergoespirometria, para garantir o máximo de fidedignidade das performances.
Após o teste de esforço avaliar FC de recuperação após um minuto e a PA
durante e pós-esforço. Utilizar também o Eletrocardiograma (ECG) para
mensurar a atividade do sistema nervoso autônomo, uma ferramenta clínica
para avaliar e identificar comprometimentos na saúde.
Sugerimos o aumento da variabilidade de estudantes, que poderiam ser
de alunos de outros cursos da área da saúde, o que permitirá resultar em um
estudo comparativo mais completo.
90
6. CONCLUSÕES
Neste estudo avaliamos o efeito de diferentes esquemas de aula
sob o padrão do ciclo sono e vigília e a função cardiorrespiratória de
estudantes de medicina. A partir dos resultados obtidos conclui-se que:
·
Os estudantes apresentam um padrão irregular do CSV e essa
irregularidade e fortemente influenciada pelos horários de aula, além da
contribuição da demanda acadêmica, atividades sociais e fatores
endógenos como o cronotipo e o atraso de fase natural na adolescência.
Quanto mais cedo inicia a aula mais irregular é o padrão do CSV.
· Quanto mais cedo o horário de aulas pior a qualidade do sono e maior a
frequência de estudantes com sonolência diurna excessiva.
· Os horários de aula e o padrão de CVS irregular não mostraram efeito
sob o desempenho cardiorrespiratório dos estudantes de medicina, o
desempenho no teste parece ser afetado por outros fatores, que podem
ser relacionados ao padrão do CSV ou não.
91
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101
ANEXOS
102
Anexo 1 – CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
103
Anexo 2 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TÍTULO DA PESQUISA: RELAÇÃO ENTRE O CICLO SONO E VIGÍLIA E FUNÇÃO
CARDIORRESPIRATÓRIA EM ESTUDANTES DE MEDICINA
Pesquisadores: Prof. Dr. John Fontenele Araujo
Francisca Patrícia da Silva
Gracilene Rodrigues Tavares
Paula Regina Aguiar Cavalcanti
Rafaella Kaline Costa Xavier
Natureza da pesquisa: Você é convidado para participar desta pesquisa, que tem
como finalidade investigar o efeito do horário de inicio das aulas no padrão do ciclo
sono-vígilia, desempenho cardiorrespiratório de estudantes do curso de medicina da
UFRN. Para isso serão avaliados os padrões do ciclo vigília-sono, parâmetros do
desempenho cardiorrespiratório, através de questionários, uso de actímetros e teste
de esforço.
Participantes da pesquisa: Participarão deste estudo 80 jovens saudáveis
estudantes do curso de medicina da UFRN, de ambos os sexos, com faixa etária
compreendida entre 18 e 25 anos, que não apresentem distúrbios do sono, ou
administre algum medicamento que influencie a qualidade do mesmo, e que não
possua, doenças crônicas e cardiorrespiratórias, além de comprometimentos físicos
(osteomioarticular) que interfira na execução do teste de esforço, e que não seja
praticante regular de esportes (atleta).
Envolvimento na pesquisa: Ao participar deste estudo você participará de uma
pesquisa sobre a investigação do efeito do horário de inicio das aulas no padrão do
ciclo sono-vígilia e respostas cardiorrespiratórias. Você fará uso do actímetro, aparelho
semelhante ao um relógio, no qual será colocado no seu punho não dominante por um
período de uma semana anterior a realização do teste de esforço e em seguida fará
uma espirometria. Você preencherá uma ficha de identificação, e responderá a
questionários acerca da qualidade do sono através do questionário de Pittsburgh,
diário do sono, escala de sonolência de Epowrt, questionário de Horne e Ostberg e
questionário de Saúde e o sono.
Procedimentos: Todos os sujeitos serão submetidos a o teste de esforço máximo
realizada no Laboratório 1 de Fisiologia da UFRN, em uma esteira elétrica. Serão
executados os procedimentos prévios ao teste onde será feita uma avaliação
antropométrica simples (IMC e RCQ) será feita a verificação de pressão artrial (PA),
104
eletrocardiograma (ECG) e espirometria em repouso onde caso seja identificado
alterações q possam comprometer a participação no teste de esforço, todavia, de
qualquer anormalidade encontrada os sujeitos serão encaminhados para avaliação por
um especialista. Caso não seja encontrada nenhuma anormalidade o sujeito realizar o
teste, que tem duração máxima de aproximadamente 12min.
Riscos: A participação desta pesquisa não trás complicações ao sujeito, e pode trazer
riscos mínimos referentes à: irritação na pele pelo uso do actímetro, e caso isso ocorra
você deve retirar o equipamento e comunicar ao pesquisador; possível irritação da
pele devido à fixação de eletrodos para realização do eletrocardiograma, um leve
cansaço físico após o teste de esforço.
Confidencialidade: Todas as informações coletadas neste estudo são estritamente
confidenciais. Apenas os pesquisadores do laboratório terão conhecimento dos dados.
Nos relatórios ou publicações resultantes deste trabalho, a identificação do
participante não será revelada. Os resultados serão relatados de forma geral e a
pessoa não será identificada. Serão cumpridas as exigências da Resolução nº 196/96
do Conselho Nacional de Saúde que trata sobre a bioética.
Benefícios: Ao participar desta pesquisa você será beneficiado por ter o desempenho
do seu sono avaliado através dos questionários podendo assim obter um maior
conhecimento da qualidade do seu sono e alem disso do seu desempenho do
desempenho cardiorrespiratório.
Dano advindo da pesquisa: Se houver algum dano advindo deste estudo e
devidamente comprovado após seu encerramento, tanto a pesquisa quanto a
instituição serão responsáveis por este dano, e tratamento médico será fornecido sem
ônus para o participante.
Pagamento: Você não terá qualquer tipo de despesa por participar desta pesquisa. E
nada será pago por sua participação.
Participação voluntária: Toda participação é voluntária. Não há penalidade para
alguém que decida não participar neste estudo.
Perguntas: Se houver alguma pergunta, por favor, contate a Francisca Patrícia da
Silva, Gracilene Rodrigues Tavares, Rafaella Kaline Costa, Patrícia Xavier, no
departamento de Fisiologia da UFRN.
CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO
Estou de acordo com a participação no estudo descrito acima, sendo
devidamente esclarecido (a) quanto aos objetivos da mesma, aos procedimentos a
que serei submetido (a) e aos possíveis riscos que podem advir de tal participação.
Esclarecimentos solicitados durante o curso da pesquisa e a liberdade de recusar a
participar desta foram garantidos. Fui igualmente informado (a) que a participação na
pesquisa não implicará custos ou prejuízos adicionais, sejam estes de caráter social,
psicológico ou moral. Estando garantido o anonimato e o sigilo da minha identificação.
105
Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida,
manifesto meu interesse em participar da pesquisa.
Assinatura(do
participante)___________________________________________________
Data: ___/ ___/ ___
Em caso de dúvida ou necessidade de entrar em contato com os pesquisadores:
Prof. Dr. John Fontenele Araujo
Endereço: R Gen. Gustavo Cordeiro de Farias, S/N; Petrópolis, Natal
Telefone: (84) 3215-3410
E-mail: [email protected]
Professora de Educação Física Francisca Patrícia da Silva
Alameda Peruana, n. 3693, Bloco 37, Apto 204, Cond. Bairro Latino, Candelária, Natal
– RN
Telefones: (84) 8831-5947 / 9928-8773
E-mail:
[email protected]
Professora de Educação Física Rafaella Kaline Costa Xavier
R. Salto Veloso, n. 2910, Conjunto Santa Catarina, Potengi, Natal – RN
Telefones: (84) 99335445 / 9422-0475
E-mail:
[email protected]
Fisioterapeuta Gracilene Rodrigues Tavares
R. São Bento, n. 962 Franciscanos, Juazeiro do Norte-CE
Telefone: (88) 8831-4580
E-mail: [email protected]
Fisioterapeuta Paula Regina Aguiar Cavalcanti
R. Visconde de Jequitinhonha, n. 1866 Boa Viagem, Recife-PE
Telefone: (81) 9971-0191
E-mail: [email protected]
________________________________________________
(Assinatura do pesquisador responsável)
Comitê de Ética
Endereço: Praça do Campus Universitário, Caixa Postal 1666. Bairro Lagoa Nova,
Natal-RN. Telefone: 3215-3135
E-mail: [email protected]
106
Anexo 3- IPAQ
QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA 8 -VERSÃO CURTA
Nome:_______________________________________________________
Data: ______/ _______ / ______ Idade : ______ Sexo: F ( ) M ( )
Para responder as questões lembre que:
� atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço
físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal
� atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço
físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal.
Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por
pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez.
1a Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 minutos
contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para
outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
1b Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto
tempo no total você gastou caminhando por dia?
horas: ______ Minutos: _____
2a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por
pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta,
nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos
leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar,
cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar
moderadamente sua
respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA)
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos
contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?
107
horas: ______ Minutos: _____
3a Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo
menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar
futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados
em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer
atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração.
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos
contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?
horas: ______ Minutos: _____
Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no
trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o
tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa
visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo
gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.
4a. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana?
______horas ____minutos
4b. Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de
semana?
______horas ____minutos
108
Anexo 4 – ANAMNESE
Data: _____/_____/_____
Dados pessoais
Nome: ______________________________________________________________
Raça: (
) branca
(
) parda
(
) negra
R.G: ______________________
(
) amarela (
) outra
CPF:______________________________
Endereço:
_____________________________________________________________
Bairro: _____________ CEP:_______________ Cidade: ____________
UF:________
Telefones: ____________________________________________________________
E-mail:_______________________________________________________________
Sexo:
masculino ( )
feminino ( )
Data de nascimento:_____________________________________________________
Estado civil:
(
) solteiro(a)
(
) amigado (a)
(
) casado(a)
(
)viúvo(a)
(
) divorciado(a) / separado(a)
Escolaridade:
(
) superior incompleto (
) superior completo (
) pós-graduação incompleta(
)
pós-graduação completa
Informações gerais e histórico sobre sua saúde
Utiliza algum medicamento? ( ) sim
( ) não
especifique:________________________
Possui alguma doença crônica? ( )sim
( ) não
especifique:_____________________
Possui ou já teve doença pulmonar? ( ) sim
( ) não
especifique:_________________
Possui algum outro tipo de doença? ( ) sim
( ) não
especifique:_________________
Possui algum problema articular? ( ) sim
( ) não especifique:___________________
Já foi submetido a alguma cirurgia no tórax, pulmão ou coração? ( ) sim
( ) não
Quando foi? ___________________________________________________________
109
Já foi submetido a algum outro tipo de cirurgia? ( ) sim ( ) não Especifique:________________________________
Quando foi a sua ultima cirurgia? ( ) sim
( ) não - Especifique:_______________
Quando foi a ultima vez que ficou doente? ________________________________
Qual foi o tipo de doença? _____________________________________________
A doença atingiu o sistema cardiovascular ou respiratório? ( ) sim
( ) não -
Especifique:__________________________
Pratica algum exercício físico? ( ) sim
( ) não Qual: ________________ Quantas
vezes por semana?_______________________________ Qual a duração ( média de
duração em minutos ou horas, gastos em cada dia de
exercicio)?__________________________
Consome bebida alcoolica: ( ) sim ( ) não - Frequência:
________________________
Fuma ou já fumou? ( ) sim ( ) não - Frequência
______________________________
Com que idade começou a fumar
regularmente?_______________________________
Há quanto tempo parou de fumar?__________________________________________
110
Anexo 5 - DIÁRIO DO SONO
Segundafeira
Terça-feira
Quartafeira
Quinta-feira
Sexta-feira
Sábado
Domingo
De que
horas
você foi
dormir à
noite
De que
horas
você
despertou
pela
manhã
Quantas
vezes
você
despertou
durante a
noite após
ter ido
dormir
Quantos
Nº de
vezes
Duração
Nº de
vezes
Duração
Nº de
vezes
Duração
Nº de
vezes
Duração
Nº de
vezes
Duração
Nº de
vezes
Duração
cochilos
você deu
durante o
dia e
quanto
tempo eles
duraram
111
Nº de
vezes
Duração
Anexo 6 – QUESTIONÁRIO DE HORNE E ÖSTBERG
QUESTIONÁRIO PARA IDENTIFICAÇÃO DE INDIVÍDUOS MATUTINOS E
VESPERTINOS
INSTRUÇÕES:
1. Leia com atenção cada questão antes de responder.
2. Responda a todas as questões.
3. Para cada questão coloque apenas uma resposta.
4. Responda a cada questão com toda a honestidade possível. Suas respostas
e os resultados são confidenciais.
Traduzido e adaptado de HORNE, J.A.; ÖSTBERG, O. A self-assessment
questionnaire to determine morningness-eveningness in human circadian
rhythms. International Journal of Chronobiology, v.4, p. 97-110, 1976).
QUESTÕES
1. Considerando apenas o seu bem-estar pessoal e com liberdade total de
planejar seu dia, a que horas você se levantaria?
a)
b)
c)
d)
e)
05h00 – 06h30
06h30 – 07h45
07h45 – 09h45
09h45 – 11h00
11h00 – 12h00
2.Considerando apenas seu bem-estar pessoal e com liberdade total de
planejar sua noite, a que horas você se deitaria?
a)
b)
c)
d)
e)
20h00 – 21h00
21h00 – 22h15
22h15 – 24h30
24h30 – 01h45
01h45 – 03h00
3.Até que ponto você depende do despertador para acordar de manhã?
a)
b)
c)
d)
nada dependente
não muito dependente
razoavelmente dependente
muito dependente
4.Você acha fácil acordar de manhã ?
a)
b)
c)
d)
nada fácil
não muito fácil
razoavelmente fácil
muito fácil
112
5.Você se sente alerta durante a primeira meia hora depois de acordar?
a)
b)
c)
d)
nada alerta
não muito alerta
razoavelmente alerta
muito alerta
6.Como é o seu apetite durante a primeira meia hora depois de acordar?
a)
b)
c)
d)
muito ruim
não muito ruim
razoavelmente bom
muito bom
7. Durante a primeira meia hora depois de acordar você se sente cansado?
a)
b)
c)
d)
muito cansado
não muito cansado
razolvelmente em forma
em plena forma
8. Se você não tem compromisso no dia seguinte e comparando com sua
hora habitual, a que horas você gostaria de ir deitar?
a)
b)
c)
d)
nunca mais tarde
menos que uma hora mais tarde
entre uma e duas horas mais tarde
mais do que duas horas mais tarde
9. Você decidiu fazer exercícios físicos. Um amigo sugeriu o horário das
07h00 às 08h00 da manhã, duas vezes por semana.
Considerando
apenas seu bem-estar pessoal, o que você acha de fazer exercícios nesse
horário?
a)
b)
c)
d)
estaria em boa forma
estaria razoavelmente em forma
acharia isso difícil
acharia isso muito difícil
10. A que horas da noite você se sente cansado e com vontade de dormir?
a)
b)
c)
d)
e)
20h00 – 21h00
21h00 – 22h15
22h15 – 00h45
00h45 – 02h00
02h00 – 03h00
11. Você quer estar no máximo de sua forma para fazer um teste que dura
duas horas e que você sabe que é mentalmente cansativo. Considerando
113
apenas o seu bem-estar pessoal, qual desses horários você escolheria
para fazer esse teste?
a)
b)
c)
d)
das 08:00 às 10:00
das 11:00 às 13:00
das 15:00 às 17:00
das 19:00 às 21:00
12. Se você fosse deitar às 23:00 horas em que nível de cansaço você se
sentiria?
a)
b)
c)
d)
nada cansado
um pouco cansado
razoavelmente cansado
muito cansado
13. Por alguma razão você foi dormir várias horas mais tarde do que é seu
costume. Se no dia seguinte você não tiver hora certa para acordar, o que
aconteceria com você?
a)
b)
c)
d)
acordaria na hora normal sem sono
acordaria na hora normal, com sono
acordaria na hora normal e dormiria novamente
acordaria mais tarde do que seu costume
14. Se você tiver que ficar acordado das 04:00 às 06:00 horas para realizar
uma tarefa e não tiver compromissos no dia seguinte, o que você faria?
a)
b)
c)
d)
Só dormiria depois de fazer a tarefa
Tiraria uma soneca antes da tarefa e dormiria depois
Dormiria bastante antes e tiraria uma soneca depois
Só dormiria antes de fazer a tarefa
15. Se você tiver que fazer duas horas de exercício físico pesado e
considerando apenas o seu bem-estar pessoal, qual destes horários você
escolheria?
a)
b)
c)
d)
das 08:00 às 10:00
das 11:00 às 13:00
das 15:00 às 17:00
das 19:00 às 21:00
16. Você decidiu fazer exercícios físicos. Um amigo sugeriu o horário das 22:00
às 23:00 horas, duas vezes por semana. Considerando apenas o seu bemestar pessoal o que você acha de fazer exercícios nesse horário?
a)
b)
c)
d)
estaria em boa forma
estaria razoavelmente em forma
acharia isso difícil
acharia isso muito difícil
114
17. Suponha que você possa escolher o seu próprio horário de trabalho e que
você deva trabalhar cinco horas seguidas por dia. Imagine que seja um serviço
interessante e que você ganhe por produção. Qual o horário que você escolheria?
(Marque a hora do início)
00:00
1:00
2:00
3:00
4:00
5:00
6:00
7:00
8:00
9:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
10:00
22:00
18. A que hora do dia você atinge seu melhor momento de bem-estar?
a)
b)
c)
d)
e)
f)
24h00 – 05h00
05h00 – 08h00
08h00 – 10h00
10h00 – 17h00
17h00 – 22h00
22h00 – 24h00
19. Fala-se em pessoas matutinas e vespertinas (as primeiras gostam de
acordar cedo e dormir cedo, as segundas de acordar tarde e dormir tarde).
Com qual desses tipos você se identifica?
a)
b)
c)
d)
tipo matutino
mais matutino que vespertino
mais vespertino que matutino
tipo vespertino.
115
11:00
23:00
Anexo 7 – A SAÚDE E O SONO
Adaptado de Mathias et al. Incentivar hábitos de sono adequados: um desafio
para os educadores. In: Pinho, SZ, Saglietti, JRC. orgs. Núcleos de Ensino da
Unesp. São Paulo: Unesp, 2006; 718-731. LeBourgeois et al. The relationship
between reported sleep quality and sleep hygiene in Italian and American
adolescents. Pediatrics 2005; 115: 257-265.
Essa pesquisa pretende conhecer alguns aspectos do cotidiano de
estudantes como você, os hábitos de sono e as condições de saúde. Responda
com sinceridade e precisão. Se você tiver alguma dúvida pergunte ao
pesquisador. A sua colaboração é muito importante para nós. Obrigado!
1. Nome completo:
Telefone
residencial:
2. Sexo:
M
F
3. Data de nascimento:
4. Série na qual você estuda:
Idade:
/
anos
/
Série
5. Período de estudo na escola: Manhã
meses
1 9
turma
Tarde
Noite
6. Em que rua você mora?
7. Quantas pessoas moram em sua casa?
com mais
Eu moro
pessoas
8. Quantas pessoas dormem no mesmo cômodo que você?
a) Eu durmo sozinho
0 pessoas
b) Eu durmo com mais
pessoa(s)
9. Marque com um "x" qual (is) desses itens existem em sua casa e indique a
quantidade:
Itens
Número de itens possuídos
0
1
2
3
4
5
6 ou mais
a Televisor em cores
b Rádio
c Banheiro
d Automóvel
116
e
f
g
h
i
Empregada mensalista
Aspirador de pó
Máquina de lavar roupa
Videocassete/DVD
Geladeira
10. Você trabalha? (em caso negativo pule para a pergunta 12)
Sim
Não
11. Se você trabalha, responda (marque o dia e as horas que você trabalha):
a 2ª feira
Das
horas
minutos
às
horas
minutos
b 3ª feira
Das
horas
minutos
às
horas
minutos
c 4ª feira
Das
horas
minutos
às
horas
minutos
d 5ª feira
Das
horas
minutos
às
horas
minutos
e 6ª feira
Das
horas
minutos
às
horas
minutos
f Sábado
Das
horas
minutos
às
horas
minutos
g Domingo
Das
horas
minutos
às
horas
minutos
12. Marque um "x" no grau de escolaridade do chefe de família (considere o
chefe de família aquele(a) que mais contribui com a renda familiar):
a Não alfabetizado
b Estudou até
série do Ensino Fundamental (1ª a 8ª série do ginásio)
c Estudou até
série do Ensino Médio
(1ª a 3ª série do colegial)
d Estudou até
ano do Ensino Superior
(Universidade/Faculdade)
e Completou o Ensino Superior
13. Na sua opinião essas frases estão corretas? Marque "V" (verdadeira) ou "F"
(falsa).
a Tomar um copo de leite com chocolate antes de dormir ajuda a pegar no sono.
b
Todos os adultos devem dormir cerca de 8 horas por noite.
c
Comer muito antes de dormir nos faz acordar por muitas vezes durante a noite.
d
Nosso coração bate mais devagar quando dormimos.
e
Somos mais produtivos quando acordamos cedo.
f
Atividade física intensa antes de dormir nos faz adormecer mais facilmente.
g
Crianças dormem mais que adolescentes.
h
Dormir quinze minutos depois do almoço, nos deixa mais alertas durante a tarde.
i
A qualidade do sono é a mesma, independente do horário que vamos dormir.
j
Ingerir bebida alcoólica à noite nos deixa com o sono mais leve.
k
Dormir pouco nos torna mais irritadiços e agressivos.
l
Temos a capacidade de dormir a qualquer horário do dia e da noite.
m
Dormir pouco diminui a nossa capacidade de manter a concentração.
n
"Desligamos" o nosso cérebro quando dormimos.
o
Ficar sem dormir por muitos dias nos faz adoecer.
p
Dormir e acordar em horários diferentes a cada dia nos torna sonolentos.
117
q
Podemos guardar mais informações quando passamos a noite estudando.
r
Podemos compensar o sono perdido dormindo mais na noite seguinte.
s
Se expor à luz a noite não interfere no horário de dormir
14. Como é sua frequência na escola: (marque apenas uma alternativa)
a Nunca ou raramente falto às aulas.
b Falto às aulas cerca de uma vez por mês.
c Falto às aulas cerca de uma vez por semana.
d Falto às aulas mais de uma vez por semana.
15. Avalie o seu desempenho escolar: (Faça um risco vertical na reta abaixo)
Muito ruim
Muito bom
16. Na hora de dormir ou até duas horas antes de dormir, você costuma:
a Fumar.
b Tomar café.
c Tomar chá (preto ou mate).
d Tomar refrigerante do tipo cola (ex : coca-cola) e guaraná.
e Tomar bebidas alcóolicas.
f Tomar mais de 2 copos de água ou outro tipo de líquido
g Nenhuma das alternativas anteriores.
17. Quando você está com fome antes de dormir, você costuma:
a Tomar um copo de leite
b Fazer uma refeição leve
c Fazer uma refeição pesada
d Dormir com fome
18. Considerando o último mês você:
18.
1
a
b
Apresentou algum problema de saúde?
18.
a
b
c
d
Quantas vezes esse problema ocorreu ?
Menos de uma vez por semana.
De 2 a 3 vezes por semana.
De 4 a 5 vezes por semana.
Todos os dias.
Não
Sim
Qual?
19. Você pratica atividade física (ex: caminhadas, musculação, basquete, etc.)?
118
a
b
Não
Sim
Qual?
Com
que a
frequência?
b
c
d
Diariamente.
Várias vezes por
semana.
Uma
vez
por
semana.
Ocasionalmente.
20. Qual o horário mais frequente em que você realiza esta atividade física?
Das
horas
minutos
às
horas
minutos
21. Se você faz algum curso fora da escola, marque os dias e os horários das
aulas.
a
b
c
d
e
f
g
Segunda-feira
Terça-feira
Quarta-feira
Quinta-feira
Sexta-feira
sábado
Domingo
às
às
às
às
às
às
às
22. Considerando o último mês, qual foi o seu horário habitual de dormir?
(considere o horário que você adormece)
:
a De segunda a quinta feira.
:
b De sexta feira para sábado.
:
c De sábado para domingo.
:
d De domingo para segunda
feira.
23. Por que você foi dormir nesses horários?
Durante a semana
a Porque fiquei assistindo TV.
b Porque fiquei usando o computador.
c Porque fiquei estudando.
d Por causa do trabalho.
e Por causa dos afazeres domésticos.
f Porque senti sono.
g Porque meus pais determinaram o horário.
h Por causa das "baladas".
i Nenhuma das alternativas anteriores.
Qual?
Finais de semana
24. Considerando o seu hábito no último mês, em que horário você acordou?
:
a De segunda a sexta feira.
119
b Aos sábados.
c Aos domingos.
:
:
25. Por que você acordou nesses horários?
Durante a semana
a
b
c
d
e
f
g
h
i
j
Finais de semana
Por causa do horário da escola.
Por causa de atividades físicas/esportivas.
Para estudar.
Por causa do trabalho.
Por causa dos afazeres domésticos.
Porque não senti mais sono.
Para viajar.
Para participar de atividades religiosas.
Para passear ou ir ao clube/parque.
Nenhuma das alternativas anteriores.
Qual?
26. De que forma você acorda pela manhã? (marque apenas uma alternativa
para os dias de semana e uma alternativa para os finais de semana)
Durante a semana
Finais de semana
a Com despertador
b Alguém o chama
c Eu acordo sozinho
27. É difícil para você acordar pela manhã? (marque apenas uma alternativa
para os dias de semana e uma alternativa para os finais de semana)
Durante a semana
Finais de semana
a Muito difícil
b Um pouco difícil
c fácil
28. Como é a qualidade do seu sono durante a noite? (Faça um risco vertical
na reta abaixo):
28.1 A qualidade do meu sono nos dias de semana é:
Muito ruimL
J Muito
boa
28.2 A qualidade do meu sono nos finais de semana é:
Muito ruimL
J Muito
boa
29. Sobre seu local de dormir, você o considera:
120
Bom
Ruim
a
b
c
d
e
f
Se ruim, por quê?
É muito claro.
É muito barulhento.
É muito movimentado.
É muito quente.
É muito abafado.
Outros
30. Quanto tempo geralmente você demora para pegar no sono? (marque
apenas uma alternativa para os dias de semana e uma alternativa para os
finais de semana)
Durante a semana
a
b
c
d
Finais de semana
De 0 - 15 minutos.
De 16 - 30 minutos.
De 31 - 60 minutos.
Mais de uma hora.
31. Você apresentou algum desses problemas no último mês?
(marque uma opção
para cada uma das alternativas)
Não
Uma
De 2 a 3 De 1 a 2 De 3 a 6 Todos
vez por vezes/m vezes
vezes por os
mês
ês
por
semana dias
semana
a Levar mais do que 30 minutos
para adormecer.
b Acordar à noite e ter
dificuldade em voltar a dormir.
c Acordar muito cedo e ter
dificuldade em voltar a dormir.
d Sentir sono durante o dia.
e Falta de ar enquanto dorme.
f Pesadelos.
g Ter câimbra dormindo ou ao
acordar.
h Roncar.
i Andar dormindo.
j Chutar as pernas dormindo.
l Bater a cabeça dormindo.
m Falar dormindo.
n Gritar dormindo.
o Ranger os dentes dormindo.
p Se mexer muito dormindo.
32. Você gostaria de mudar algum aspecto do seu hábito de sono?
121
Durante a semana
a
b
c
d
e
f
g
Finais de semana
Dormir mais cedo.
Dormir mais tarde.
Acordar mais cedo.
Acordar mais tarde.
Dormir por mais tempo.
Dormir por menos tempo.
Não mudaria nada.
33. Você dorme por: (Faça um risco vertical na reta abaixo)
Necessidade
Prazer
34. É comum acontecer com você :
a
b
c
d
e
f
g
h
Durante-a
semana
Ir para cama e ficar fazendo coisas que lhe mantêm
acordado (assistir TV, ler, jogar vídeo game, falar ao
telefone)
Ao deitar, não conseguir dormir pensando nas coisas a
fazer
Ao deitar, ficar relembrando os eventos do dia
Olhar as horas no relógio várias vezes por noite
Usar a cama para outras coisas (falar ao telefone, fazer
as tarefas da escola, ver TV, jogar vídeo game)
Não conseguir dormir e ficar na cama por mais de 1h
Fazer uso de medicamentos para conseguir dormir
Acordar e ficar na cama por mais de 30 minutos
Finais de
semana
35. Você costuma se sentir sonolento durante o dia? (marque apenas uma
alternativa para os dias de semana e uma alternativa para os finais de semana)
Durante a semana Finais de semana
a Não.
b Sim, das 08 às 10 horas.
c Sim, das 10 às 12 horas.
d Sim, das 12 às 14 horas.
e Sim, das 14 às 16 horas.
f Sim, das 16 às 18 horas.
g Sim, das 18 às 20 horas.
36. Você costuma dormir ou cochilar durante o dia? (marque apenas uma
alternativa)
a Nunca ou raramente.
b Mais de uma vez por mês.
c Mais de uma vez por semana.
d Todos os dias.
37. Se você cochila, marque o horário que costuma cochilar?
122
Durante a semana
a Não
b Sim
Finais de semana
De ________ às ________
De ________ às ________
38. Que meio de transporte você usa para ir para a escola todos os dias ?
Carro
ônibus
a
pé
Quais?___________
outros
39. Quanto tempo você leva para ir da sua casa até a escola ?
Eu levo aproximadamente _____________________.
40. Você gostaria de saber alguma informação a respeito do sono? Qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
__________________________________________
123
Anexo 8 – QUESTIONÁRIO DO ÍNDICE DE QUALIDADE DO SONO DE
PITTSBURGH
Instruções:
As questões a seguir são referentes aos hábitos de sono apenas durante o mês
passado. Suas respostas devem indicar o mais corretamente possível o que aconteceu na
maioria dos dias e noites do mês passado. Por favor, responda a todas as questões.
1.Durante o mês passado, à que horas você foi deitar à noite na maioria das vezes?
HORÁRIO DE DEITAR: ________
2.Durante o mês passado, quanto tempo (em minuto) você demorou para pegar no sono,
na maioria das vezes?
QUANTOS MINUTOS DEMOROU PARA PEGAR NO SONO: __________
3.Durante o mês passado, a que horas você acordou de manhã, na maioria das vezes?
HORÁRIO DE ACORDAR:__________
4.Durante o mês passado, quantas horas de sono por noite você dormiu?(pode ser
diferente do número de horas que você ficou na cama) HORAS DE SONO POR NOITE:
______________
Para cada uma das questões seguinte escolha uma única resposta, que você ache mais
correta. Por favor, responda a todas as questões.
5.Durante o mês passado, quantas vezes você teve problemas para dormir por causa de:
a) Demorar mais de 30 minutos para pegar no sono
( )nenhuma vez
( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
b) Acordar no meio da noite ou de manhã muito cedo
( )nenhuma vez
( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
c) Levantar-se para ir ao banheiro
( )nenhuma vez
( )uma ou duas vezes por semana
( )menos de uma vez por semana
( )três vezes por semana ou mais
d) Ter dificuldade para respirar
( )nenhuma vez
( )uma ou duas vezes por semana
( )menos de uma vez por semana
( )três vezes por semana ou mais
e) Tossir ou roncar muito alto
( )nenhuma vez
( )uma ou duas vezes por semana
( )menos de uma vez por semana
( )três vezes por semana ou mais
f) Sentir muito frio
( )nenhuma vez
( )uma ou duas vezes por semana
( )menos de uma vez por semana
( )três vezes por semana ou mais
g) Sentir muito calor
( )nenhuma vez
( )uma ou duas vezes por semana
( )menos de uma vez por semana
( )três vezes por semana ou mais
h)Ter sonhos ruins ou pesadelos
( )nenhuma vez
( )menos de uma vez por semana
124
( )uma ou duas vezes por semana
( )três vezes por semana ou mais
i) Sentir dores
( )nenhuma vez
( )uma ou duas vezes por semana
( )menos de uma vez por semana
( )três vezes por semana ou mais
k)Outra razão, por favor, descreva:
Quantas vezes você teve problemas para dormir por esta razão durante o mês passado?
( )nenhuma vez
( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
6.Durante o mês passado, como você classificaria a qualidade do seu sono?
( )Muito boa
( )ruim
( )Boa
( )muito ruim
7.Durante o mês passado, você tomou algum remédio para dormir, receitado pelo médico,
ou indicado por outra pessoa (farmacêutico, amigo, familiar) ou mesmo por sua conta?
( )nenhuma vez
( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
Qual(is)?
8.Durante o mês passado, se você teve problemas para ficar acordado enquanto estava
dirigindo, fazendo suas refeições ou participando de qualquer outra atividade social,
quantas vezes isso aconteceu?
( )nenhuma vez
( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
9.Durante o mês passado, você sentiu indisposição ou falta de entusiasmo para realizar
suas atividades diárias?
( )Nenhuma indisposição nem falta de entusiasmo
( )indisposição e falta de entusiasmo pequenas
( )Indisposição e falta de entusiasmo moderadas
( ) muita indisposição e falta de entusiasmo
Comentários do entrevistado (se houver)
Você cochila? ( ) Não
( ) Sim
Comentário do entrevistado (se houver)
Caso Sim –Você cochila intencionalmente, ou seja, pôr que quer?
( ) Não
( ) Sim
Comentários do entrevistado (se houver)
Para você, cochilar é
( )Um prazer ( )Uma necessidade ( )Outro – qual?
Comentários do entrevistado (se houver).
125
Anexo 9 - ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH
Nome:______________________________________ Data: _______________
Escala de sonolência de Epworth
Qual a possibilidade de você cochilar ou adormecer nas seguintes situações?
Situação
Chance de cochilar - 0 a 3.
a) Sentado e lendo.
b) Vendo televisão.
c) Sentado em lugar público sem atividade(sala de
espera, cinema, reunião)
d) Como passageiro de trem, carro ou ônibus,
andando 1 hora sem parar.
e) Deitado para descansar à tarde quando as
circunstâncias permitem.
f) Sentado e conversando com alguém.
g) Sentado calmamente, após um almoço sem
ingestão de bebida alcoólica.
h) Se estiver de carro, enquanto pára por alguns
minutos no trânsito intenso
Total de Pontos:
0 = Nenhuma chance de cochilar
1 = Pequena chance de cochilar
2 = Moderada chance de cochilar
3 = Alta chance de cochilar
126
Anexo 10 - ESCALA DE PERCEPÇÃO DE ESFORÇO SUBJETIVO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
Muito fácil
Fácil
Relativamente fácil
Ligeiramente cansativo
Cansativo
Muito cansativo
Exaustivo
OBS: Em tamanho real usado no teste
127
Anexo 11 – ACTOGRAMAS
Alunos da turma 2009.2 – 1º Período (7h)
128
Alunos da turma 2009.1 – 2º Período (8h)
Legenda – Vnº: Voluntário nº
days: Dias
hours: Horas
129
Anexo 12 – TABELA DE VALORES NORMAIS DE VO2MÁX
Fonte: Nunes (2004 apud Nunes 2005)
130
Anexo 13 – FÓRMULAS USADAS PARA CÁLCULO DE VELOCIDADE FINAL
E INCREMENTO DE VELOCIDADE NO TESTE DE ESFORÇO
Cálculo de VO2máx estimado
Homens: VO2máx = 1,1. (60 - 0,55. idade)
Mulheres: VO2máx =1,1. (48 - 0,37. idade)
Cálculo de velocidade máxima estimada
VO2máx= velocidade. 3,35 + 0,15075 . velocidade. Inclinação + 3,50
Cálculo do incremento de velocidade (em 12min)
Velocidade final - velocidade inicial/12min
(ACSM 2007)
131
132
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RELAÇÃO ENTRE O CICLO SONO E VIGÍLIA E A FUNÇÃO