QUI346 Absorção Molecular no UV-Vis (2ª parte) ABSORÇÃO FOTOQUÍMICA. POR QUÊ? COMO? QUANDO? 01 01/03/2015 PORQUÊ A DIFERENÇA DE CORES? Cach Campo, ago14 2 01/03/2015 Camp, nov06 INTERAÇÃO ENERGIA MATÉRIA LUZ FÓTONS (QUANTA) 3 01/03/2015 INTERAÇÃO ENERGIA MATÉRIA ESQUEMA MOSTRANDO AS POSSIBILIDADES DE INTERAÇÃO ENTRE A ENERGIA E A MATÉRIA Energia incidente Energia absorvida Energia transmitida 4 Energia refletida (espalhada) 01/03/2015 INTERAÇÃO ENERGIA MATÉRIA • A INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA FORNECE INFORMAÇÕES SOBRE A(S) ESPÉCIE(S) • COMO MEDIR A ENERGIA ENVOLVIDA NESSA INTERAÇÃO? MEDE-SE A POTÊNCIA DA RADIAÇÃO (Energia = Potência x tempo) 5 • A POTÊNCIA RADIANTE (W) É A ENERGIA DE UM FEIXE QUE ATINGE UMA DETERMINADA ÁREA DA AMOSTRA POR UNIDADE DE TEMPO 01/03/2015 ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO DA INTERAÇÃO DA ENERGIA COM A AMOSTRA É POSSÍVEL SE FAZER MEDIDAS ANALÍTICAS COM A ENERGIA QUE SE ESPALHOU, QUE FOI EMITIDA, QUE FOI ABSORVIDA E QUE FOI TRANSMITIDA MEDIDA DA ENERGIA ABSORVIDA 6 01/03/2015 ABSORÇÃO MOLECULAR NO UV-VIS A medida quantitativa da energia absorvida é feita a partir da potência radiante transmitida Energia Transmitida: Transmitância (T) T = P / P0 T, % = P / P0 . 100% 7 01/03/2015 ABSORÇÃO MOLECULAR NO UV-VIS Medida quantitativa da energia absorvida LEI DE BEER-LAMBERT A energia radiante absorvida por uma espécie química depende da concentração da espécie, da extensão do caminho atravessado pela luz e das características da espécie para a absorção dessa luz 8 01/03/2015 ABSORÇÃO MOLECULAR NO UV-VIS Medida quantitativa da energia absorvida LEI DE BEER-LAMBERT A = Absorbância (admensional) a = absortividade (unidade depende de ‘b’ e ‘c’) b = caminho ótico (unidade de comprimento) c = concentração (unidade de concentração) 9 01/03/2015 TERMOS DA LEI DE BEER-LAMBERT 10 01/03/2015 TERMOS DA LEI DE BEER-LAMBERT 11 01/03/2015 UTILIZANDO A LEI DE BEER-LAMBERT 12 1. Calcule a absortividade molar do KMnO4 sabendo que uma solução contendo 8,75 ppm de KMnO4 apresenta uma transmitância de 74,3% em uma cubeta de 1,00 cm de caminho ótico a 520 nm. 2. Qual a concentração, em ppm, de uma solução de KMnO4 cuja transmitância é igual a 57,4% nas condições anteriores? 01/03/2015 ABSORÇÃO MOLECULAR DE ENERGIA Diagrama de energia mostrando as transições eletrônicas oriundas de absorção de energia radiante (quântica) 13 01/03/2015 ABSORÇÃO MOLECULAR DE ENERGIA Em que faixa de energia o complexo de tiocianato de ferro III aquoso (vermelho sanguíneo) absorve energia? 14 01/03/2015 ABSORÇÃO MOLECULAR DE ENERGIA Cor complementar no Espectro Visível Luz absorvida 15 01/03/2015 Luz transmitida ABSORÇÃO MOLECULAR DE ENERGIA Espectros de absorção típicos para soluções aquosas de KMnO4 16 01/03/2015 ABSORÇÃO MOLECULAR NO UV-VIS Por quê algumas espécies moleculares absorvem energia radiante mensuráveis e outras não? Por quê essas quantidades de energia (h.n) variam de espécie para espécie? Processo de absorção: M + hn M* 17 01/03/2015 ABSORÇÃO MOLECULAR NO UV-VIS A absorção de radiação na região do UV-vis são devidas à excitação de elétrons de ligação (orbitais moleculares): – Transições envolvendo elétrons p,s e n – Transições envolvendo elétrons d e f – Transferência 18 de carga 01/03/2015 OS ELÉTRONS p,s e n Compostos orgânicos absorvem hn porque possuem elétrons ligantes ou não ligantes que podem ser excitados a níveis mais altos de energia. Os elétrons da ligação (orbitais moleculares) geralmente estão em orbitais ligantes e antiligantes s ou p. 19 01/03/2015 ORBITAIS HOMO E LUMO A menor energia de transição possível ocorre entre o menor orbital molecular não ocupado (lowest unoccupied molecular orbital - LUMO) E o mais alto orbital molecular ocupado (highest occupied molecular orbital HOMO) no estado fundadamental. 20 01/03/2015 ORBITAIS HOMO E LUMO Energias eletromagnéticas envolvidas nas transições eletrônicas 21 01/03/2015 OS ELÉTRONS p,s e n As transições envolvendo elétrons de ligação simples (orbitais s) necessitam de muita energia (l < 185 nm = UV de vácuo). As transições eletrônicas que ocorrem na região do UV-vis são de ligações duplas (orbitais s e p) (grupos insaturados = cromóforos). Numa molécula é possível que alguns elétrons de valência também sejam encontrados em orbitais não ligantes (orbitais n). 22 01/03/2015 TRANSIÇÕES DE ELÉTRONS p,s e n As transições eletrônicas possíveis na região do UV-vis: h.n n,s* : necessitam de elétrons em orbitais não ligantes (150 < l < 250 nm e 100 < e < 3000 L.cm-1.mol-1) n,p* e p,p* : necessitam de elétrons em orbitais p são as mais comuns (200 < l < 700 nm e 10 < e < 100 L.cm-1.mol-1 para n,p* e 1000 < e < 10000 L.cm-1.mol-1 para p,p*) 23 01/03/2015 Transições s,s* requerem l de UV de vácuo (< 185 nm) TRANSIÇÕES n,p* 24 Geralmente ocorrem em regiões do UV (160 a 300 nm) envolvendo muitas espécies que atuam como solventes 01/03/2015 INTERFERÊNCIA DO SOLVENTE A absorção de energia devido ao solvente (interações devido às transições, vibrações e rotações) causa alargamento de banda no espectro 25 01/03/2015 INTERFERÊNCIA DO SOLVENTE EFEITOS DO SOLVENTE NA ABSORÇÃO MOLECUAR Radiação absorvida (absorbância) Comprimento de onda Deslocamento de l HIPSOCRÔMICO (para o azul) 26 01/03/2015 Deslocamento de l BATOCRÔMICO (para o vermelho) INTERFERÊNCIA DO SOLVENTE 27 Deslocamento hipsocrômico (para o azul) em até 30 nm. Geralmente associado às transições n,p* (solventes polares solvatam elétrons n abaixando a energia do orbital n = lig. hidrogenio) Deslocamento batocrômico (para o vermelho) de poucos nm (> 5nm). Geralmente associado às transições p,p* (forças devido à polarização de solvente e absorvente diminuem os níveis de energia tanto de n e p quanto de p*, porém o efeito sobre p* é maior). Esse efeito é mascarado pelo efeito hipsocrômico. 01/03/2015 EFEITO DE CROMÓFOROS CONJUGADOS Ligações p conjugadas na molécula promovem abaixamento no nível de energia dos orbitais p* promovendo efeitos pronunciados (Δl > 20 nm) nos espectros UV-vis CROMÓFORO É A PORÇÃO DA MOLÉCULA RESPONSÁVEL PELA ABSORÇÃO DE LUZ 28 01/03/2015 EFEITO DE CROMÓFOROS CONJUGADOS Em moléculas com mais cromóforos conjugados há absorção com maiores e em maiores l. 29 01/03/2015 EFEITO DE CROMÓFOROS CONJUGADOS Dependendo do número de cromóforos conjugados as moléculas absorvem na região do visível 30 01/03/2015 CROMÓFOROS (Conceito mais amplo) Cromóforos pode ser entendido como transições do tipo n,p* e p,p* (envolvem elétrons em orbitais p) 31 01/03/2015 CROMÓFOROS (Conceito mais amplo) 32 01/03/2015 CROMÓFOROS (Conceito mais amplo) 33 01/03/2015 ANEL BENZÊNICO O espectro do benzeno tem três bandas características (pp*): 1) 184 nm (intensa; ε ~ 60000) 2) E2 em 204 nm (intensa; ε ~ 7900) 3) B em 256 nm (intensa; ε ~ 200) Com instrumentação comum não é possível observar essas bandas. Mas, nos compostos policíclicos a conjugação causa efeito batocrômico e as bandas são observáveis 34 01/03/2015 SUBSTITUINTES NO ANEL BENZÊNICO Dependendo dos substituintes no anel benzênico os picos de absorção dos cromóforos do anel são deslocados. Esses substituintes são chamados de auxocromo. Elétrons n do substituinte interage com os elétrons p do anel estabilizando o orbital antiligante p* num estado de mais baixa energia. Isso provoca um deslocamento batocrômico. Quanto maior o número de elétrons n maior o deslocamento. 35 01/03/2015 SUBSTITUINTES NO ANEL BENZÊNICO DIFERENÇAS DE MÁXIMOS DE ABSORÇÃO DEVIDO AOS SUBSTITUINTES NO ANEL BENZÊNICO (elétrons livres diminuem a diferença de energia de transição) Composto Banda E2 Banda B O ânion fenolato tem um elétron a mais disponível em relação ao fenol enquanto que o cátion anilínico tem um elétron a menos em relação à anilina. εmax lmax (nm) εmax Benzeno C6H6 204 7900 256 200 Tolueno C6H5CH3 207 7000 261 300 m-Xileno C6H4(CH3)2 - - 263 300 Clorobenzeno C6H5Cl 210 7600 265 240 Fenol C6H5OH 211 6200 270 1450 Íon Fenolato C6H5O- 235 9400 287 2600 Anilina C6H5NH2 230 8600 280 1430 Íon Anilínico C6H5NH3+ 203 7500 254 160 Tiofenol C6H5SH 236 10000 269 700 Naftaleno C10H8 286 9300 312 289 C6H5CH=CH2 244 12000 282 450 Estireno 36 lmax (nm) 01/03/2015 ABSORÇÃO POR INORGÂNICOS Íons inorgânicos multielementares (nitrito, nitrato, carbonato) que permitem transições n→p* podem absorver no UV-vis. Os íons monoelementares absorvem de três modos distintos: – – – 37 Lantanídeos e Actinídeos: transição interna (blinda de efeitos de solvente e outros); Metais de transição: interagem com as moléculas na vizinhança (ambiente químico); Metais que interagem com a vizinhança com transferência de carga. 01/03/2015 ABSORÇÃO POR INORGÂNICOS 38 As absorções dos elementos de transição interna são devidas às transições de elétrons 4f (Lantanídeos) e 5f (Actinídeos). Como as transições são internas os espectros se apresentam mais limpos (bandas não afetadas pelo solvente ou elétrons externos). Nos elementos de transição as absorções devem-se às transições envolvendo elétrons 3d (1ª série) e 4d (2ª série). Os espectros apresentam bandas largas devido às influências do “ambiente químico”. 01/03/2015 ABSORÇÃO PELOS METAIS Elementos de transição 3d (não completo) 4d (não completo) Lantanídeos 4f (não completo) Actnídeos 5f (não completo) 39 01/03/2015 TEORIA DO CAMPO CRISTALINO Os orbitais d nos átomos não perturbados (ausência de campos elétricos e magnéticos) possuem a mesma energia. A presença de espécies com elétrons disponíveis (LIGANTES) alteram as energias desses orbitais de diversas maneiras, dependendo da espécie. 40 01/03/2015 COMPLEXOS METÁLICOS As diferenças de energias entre os orbitais d dependerá da força do campo ligante (FCL). A FCL determinará a geometria do complexo formado. Campo ligante octaédrico 41 01/03/2015 Campo ligante quadrado planar COMPELXOS METÁLICOS Quanto maior FCL menor o lmax de absorção. Ordem decrescente da FCL: CN- > NO2- > NH3 > SCN- > H2O > F- > Cl- 42 01/03/2015 COMPLEXOS METÁLICOS Os íons metálicos se ligam (formam COMPLEXOS) a espécies que possuam pares de elétrons livres (LIGANTES). Para a estabilização dos elétrons mais externos os cátions se ligam (coordenam-se) a outras espécies (água ou outras bases fortes) procurando sempre a configuração mais estável. 43 01/03/2015 Exemplo da estrutura de um complexo em água, onde o átomo central (esfera preta) é um metal. Em (a) não há água entre os ligantes e em (b) um dos ligantes é uma molécula de água. COMPLEXOS METÁLICOS Quando o elétron do LIGANTE fica no orbital do metal (orbital atômico) o COMPLEXO é formado por transferência de carga. Assim, a formação do complexo envolve um processo interno de oxi-redução e a absortividade molar (e) dessas espécies são muito grandes (emax > 10.000). Exemplo é o complexo formado entre o ferro e a orto fenantrolina, utilizado para quantificar o íon ferro. 44 01/03/2015 COMPLEXOS METÁLICOS Substâncias utilizadas como ligantes para determinação de metais 45 01/03/2015 AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO 1. Considerando que a diferença de energia entre os orbitais ‘d’ (10Dq) no complexo de tiocianato de ferro III em água seja igual a 2,590 eV (1eV = 1,6.10-19 J): a) b) 2. 46 calcule o comprimento de onda da radiação que será absorvida por essa espécie na excitação de um elétron. em relação ao complexo com amônia cuja energia é igual a 2,107 eV, avalie o deslocamento da energia no espectro devido ao solvente. 10Dq Berílio (II) forma complexo com acetilacetona (166,2 g/mol). Determine a absortividade molar do complexo numa solução 1,34 ppm que apresenta uma transmitância de 55,7% quando medida numa célula de 1,00 cm a 295 nm (lmax). 01/03/2015