Uso de repelentes ambientais para controle do mosquito da dengue e orientações sobre sua
utilização por grávidas
Em princípio, a utilização correta dos saneantes regularizados na ANVISA submete a população
apenas aos riscos ambientais ocasionados pelo possível contato com as substâncias químicas
presentes nas formulações, sendo que tais riscos estão devidamente gerenciados pelas avaliações
físico-químicas e toxicológicas que a ANVISA faz para a aprovação de princípios ativos e
produtos formulados. Cabe destacar que, esses produtos não devem ser indicados ou utilizados
diretamente em seres humanos, mas em superfícies inanimadas e/ou ambientes, seguindo
sempre, com atenção, as orientações do fabricante.
Existem restrições gerais trazidas pelas normas da Agência como, por exemplo, “Durante a
aplicação não devem permanecer no local pessoas ou animais domésticos", além de
recomendações específicas como, por exemplo, "As mulheres grávidas não podem manipular o
rodenticida" (raticidas).
Em alguns produtos, a avaliação de risco pode trazer restrições de uso específicas, que sempre
estão descritas na rotulagem, por isso devemos reforçar a necessidade de leitura do rótulo antes
da utilização do produto. A forma correta de usar, o melhor local para a utilização, as precauções
de uso e os cuidados em caso de acidentes são informações que podem evitar danos à saúde dos
usuários.
Por isso, é importante frisar que a ANVISA não permite a utilização, em produtos saneantes,
de substâncias que sejam comprovadamente carcinogênicas, mutagênicas ou teratogênicas.
Em todos os casos, similarmente ao uso de qualquer outro tipo produto, a exposição de grávidas
a qualquer agente químico deve ser sempre evitada, exceto se as circunstâncias e o benefício do
uso do produto assim o justificarem.
Os produtos comumente utilizados no combate e/ou no controle da população do mosquito Aedes
aegypti são:
•
Inseticidas: indicados para matar os mosquitos adultos e são encontrados
principalmente em spray e aerossol. Os inseticidas possuem substâncias ativas que
matam os mosquitos e componentes complementares tais como solubilizantes,
conservantes, entre outros, aprovados pela ANVISA;
•
Repelentes: apenas afastam os mosquitos do ambiente, podendo ser encontrados
na forma de espirais, líquidos e pastilhas utilizadas, por exemplo, em aparelhos elétricos.
Como no caso dos inseticidas, a substância ativa responsável por afastar os mosquitos e
os componentes complementares devem ser aprovados pela ANVISA. Os repelentes
utilizados em aparelhos elétricos ou espirais não devem ser utilizados em locais com
pouca ventilação nem na presença de pessoas asmáticas ou com alergias respiratórias.
Podem ser utilizados em qualquer ambiente da casa desde que estejam, no mínimo, a 2
metros de distância das pessoas;
Vale lembrar que os inseticidas “naturais” à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, entre
outros, não possuem comprovação de eficácia nem a aprovação pela ANVISA até o momento.
Os produtos que se encontram atualmente regularizados na ANVISA com tais componentes
possuem sempre outra substância como princípio ativo. Portanto, todos os produtos apregoados
como “naturais”, comumente comercializados como velas, odorizantes de ambientes, limpadores
e os incensos, que indicam propriedades repelentes de insetos não estão aprovados pela Agência
e estão irregulares. Apenas o óleo de Neem, que possui a substância azadiractina, é aprovado
pela ANVISA para uso em inseticidas, mas o produto deve estar registrado.
Já os equipamentos que emitem vibrações, CO2 ou luz, plantas e sementes, que funcionariam
como atrativos para os mosquitos ou equipamentos com outras tecnologias, não são considerados
saneantes passíveis de regularização junto a ANVISA.
A consulta de produtos saneantes regularizados na ANVISA pode ser feita nos endereços abaixo:
Registrados: http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto/consulta_saneante.asp
Notificados: http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Notificado/Saneantes/NotificadoSaneante.asp
CONCLUSÃO
Assim como qualquer produto químico, os saneantes utilizados no combate a vetores expõem os
usuários a riscos ambientais. A aprovação dos pedidos de registro desses produtos na ANVISA é
precedida por criteriosa avaliação de segurança e eficácia, de forma que os inseticidas e
repelentes registrados encontram-se com o risco devidamente gerenciado.
Devemos reforçar então a necessidade de utilizar somente produtos que estão devidamente
regularizados na ANVISA e a importância da leitura e obediência das condições de uso descritas
no rótulo.
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Uso de repelentes ambientais para controle do mosquito da dengue