ID: 50892158 20-11-2013 Tiragem: 9311 Pág: 8 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 16,53 x 29,85 cm² Âmbito: Regional Corte: 1 de 2 FIGUEIREDO José Eduardo Carvalho falou na sessão de abertura do Seminário “Exportar a 1.ª vez” promovido pela AIP em Coimbra Conflito com Angola “só por masoquismo ou suicídio colectivo” Exportação Presidente da AIP diz que há 8 mil empresas a investir no mercado angolano e que o país foi responsável por três mil milhões de vendas em 2011 Ana Margalho O presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP) afirmou ontem que «só por masoquismo ou tendência para o suicídio colectivo é que se pode compreender os episódios recentes da política portuguesa» envolvendo Angola, tendo em conta a importância do mercado angolano para o crescimento da balança comercial portuguesa, com destaque para o aumento do volume de exportações para aquele país. «As janelas de oportunidades são tão estreitas e as dificuldades tão grandes que não podemos ser nós a criar dificuldades, nomeadamente em mercados que são fundamentais para a recuperação económica portuguesa», afirmou José Eduardo Carvalho, em declarações ao Diário de Coimbra, no intervalo do Seminário Exportar 1.ª Vez - Promover Novos Exportadores em Mercados Externos, que a AIP promoveu ontem, no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, para centenas de empresários da região. Angola é, neste momento, «o quarto maior cliente de Portugal, com três mil milhões de euros de vendas em 2011», afirmou o dirigente, adiantando que há oito mil empresas portuguesas a investir no país e que este é responsável pelo «segundo maior saldo nas relações comerciais com o exterior». Para além de serem já 125 mil os portugueses a trabalhar em território angolano. O país africano é o exemplo do que José Eduardo Carvalho considera que tem de ser «um desígnio nacional», que é uma aposta na exportação para além dos tradicionais mercados europeus (designada- mente na Alemanha, Espanha e França), apoiando, nomeadamente, as «empresas que têm capacidade exportadora inferior a 25 mil euros». «Há 41 mil empresas exportadoras em Portugal. 24 mil têm capacidade exportadora inferior a 500 mil euros e, destas, 21 mil têm uma intensidade de exportação inferior a 25 mil euros», explicou o responsável, falando na sessão de abertura do seminário, não tendo dúvidas quanto à urgência de «um reforço na capacidade exportadora das empresas» e de uma diversificação dos produtos a exportar. “Alargar o número de em- presas exportadoras” e “Incrementar exportações em mercados de futuros” foram os temas em debate numa mesa redonda, moderada por Nuno Nossa, director de Marketing e Circulação do Diário de Coimbra, que contou com a presença de representantes de várias empresas nacionais, em diferentes áreas de actividade, que apostam na exportação e que deram conselhos e partilharam experiências e dificuldades, para além de Pedro Rodrigues, da AICEP, Filipe Milheiro, do Banco de Popular e Pedro Ramos da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).| Professor da Faculdade de Economia diz que capacidade de as exportações arrastarem a economia “é limitada” Pedro Ramos diz que «a capacidade das exportações arrastarem a economia é limitada» e que Portugal vai «carecer» de «um mercado interno próspero» para se manter. O professor da FEUC sublinhou que foi «a vontade e o voluntarismo dos empresários» que contribuíram para o crescimento das exportações e diz que o mercado interno tem de «seguir o mesmo trilho, o mesmo modelo». O presidente da AIP discorda, especialmente por não haver «mercado interno para sustentar 300 mil empresas» portuguesas. «O peso das exportações nos países como Portugal é de 70%. O nosso é de 30%. Têm de ser prioridade fundamental».| ID: 50892158 20-11-2013 Tiragem: 9311 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 4,69 x 2,40 cm² Âmbito: Regional Corte: 2 de 2 Empresários estão contra problemas com Angola Exportações | P8