CONSOLIDAÇÃO DO BANCO DE DADOS SOBRE ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI EM PSC, E SOBRE MENINOS DE RUA Ana Lúcia Machry, Deise Bortolozo Pivoto Karen Wilke Nunes Universidade Federal do Rio Grande do Sul Resumo A Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) é uma medida sócioeducativa decorrente de ordem judicial para adolescentes que cometeram ato infracional. Para que atinja os objetivos da medida sócio-educativa, a PSC deve ter significação social e ética, sendo assim, o Programa de PSC da UFRGS busca acompanhar individualmente os adolescentes que cumprem medida na Universidade e construir conhecimentos através da pesquisa e da reflexão. O início do trabalho de extensão se deu em 1997. Em 2000, iniciaramse as atividades de criação, implantação e alimentação de um Banco de Dados sobre estes adolescentes, buscando futuramente pesquisar e compreender um pouco a cerca de suas características e histórias de vida. Atualmente está sendo realizada a avaliação da experiência da PSC/UFRGS pela análise do Banco de Dados, entrevistas com egressos, entrevistas com pessoas que trabalham no Programa; levantamento junto ao presídio, à FASE sobre possíveis passagens dos egressos nessas Instituições; levantamento junto ao IML de possíveis óbitos dos egressos do Programa; avaliação do impacto do Programa na vida dos adolescentes e na Universidade; Elaboração de Princípios e Diretrizes Pedagógicas para a Medida Sócio-Educativa de PSC. O Programa PSC integra o NUPEEEVS - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Educação, Exclusão e Violência Social. Palavras chaves: prestação de serviço à comunidade, adolescente infrator. Histórico da construção do Núcleo O Núcleo de Pesquisa e Extensão: Educação, Exclusão e Violência Social, atualmente registrado como Núcleo de Pesquisa no CNPq, vem sendo construído há mais de dez anos. Em 1997, a reitoria da UFRGS assinou com o Juizado da Infância e da Juventude de Porto Alegre um convênio para receber adolescentes que devem cumprir a medida sócio-educativa de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) em decorrência da prática de ato infracional. Desde agosto de 1997, poucos meses após a assinatura do convênio, assumimos a coordenação do Programa de PSC com a condição de que fosse não apenas um programa de extensão, mas também um programa de pesquisa. Desde então, realizamos um trabalho em que extensão, ensino e pesquisa são indissociáveis, já que todo o adolescente entrevistado tem seus dados registrados no Banco de Dados e várias pesquisas já se realizaram e estão se realizando a partir desse Banco de Dados. Este, já contém as informações de 757 adolescentes. No ano de 2001, o Banco de Dados foi ampliado para conter também os dados de todos os meninos de rua que passaram pelos programas de atendimento da Prefeitura de Porto Alegre. Tivemos acesso, através de uma aluna de mestrado, agora no doutorado, aos dados dos meninos que passaram nos programas nos últimos dez anos e que estão registrados. Nem todos os serviços que atuam com esta população têm uma sistemática de registros de seus dados; aqueles que os têm fazem de maneira artesanal, sem uma eqüidade em relação aos outros serviços que lhes possibilite não só um melhor conhecimento da realidade da população atendida, como a mensuração dos resultados das políticas sociais destinadas a tal população. Quanto aos adolescentes enviados pelo Juizado para PSC, está havendo também uma ampliação de perspectivas. O antigo convênio assinado em 1997 expirou e um novo foi assinado com a Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC), órgão da Prefeitura Municipal de Porto Alegre para a execução do Programa de Execução de Medidas Sócio-educativas em Meio Aberto (PEMSE). A FASC recebeu do Juizado a delegação para coordenar a implantação de todas as medidas sócio-educativas em meio aberto, das quais as principais são a PSC e a LA (Liberdade Assistida), quando ficou instituído o PEMSE enquanto programa municipalizado. A coordenação do PEMSE implantou a informatização dos dados relativos aos adolescentes que cometeram atos infracionais e que estão cumprindo tais medidas nas diferentes Unidades de Execução participantes do referido programa. Nosso Projeto atual é o de buscar integrar esses dados com os nossos, formando um só Banco de Dados que cubra toda a cidade no que diz respeito ao atendimento de adolescentes em conflito com a lei. Isso permitirá saber de quais bairros procedem os adolescentes, quais as infrações mais freqüentes, em que idade são praticadas, assim como muitos outros dados que constam no instrumento de coleta de informações. Esses dados servirão de base para estabelecer critérios de avaliação e de implantação de programas. Ou seja, podem ser a semente de uma política para a juventude que se constitui num dos maiores desafios para o país hoje, segundo a opinião de vários autores e segundo nossa própria experiência. As atividades do núcleo qualificam-se como propostas de atendimento aos adolescentes, ampliando-se. Em 2002, passamos a oferecer oficinas diversas, ministradas pela equipe ou por voluntários da comunidade. Estas oficinas têm caráter educativo, mas também fornecem subsídios de pesquisa. O enfrentamento ao problema da exclusão e da violência social tem recebido maior atenção no campo intelectual e político, em especial desde a década de 80, porém, percebemos que ainda faltam estudos que consigam fazer aproximações sobre este fenômeno a partir de construções que estejam mais próximas das demandas sociais e da realidade local. A possibilidade de contribuir para desvendar esta incógnita que é a heterogeneidade das populações que vivem num sistema de crescente exclusão e violência, assim como de investigar qual o alcance que as políticas sociais têm sobre elas, aponta para a soma de esforços no que tange à tentativa de criar um mundo que respeite as diferenças, mas que proporcione igualdade de direitos a todos. Justificativa A questão da violência social, em particular daquela vivida pelos jovens, impõe-se hoje como questão cotidiana e como exigência de reflexão e de enfrentamento a todo o Educador. Os dados do Censo do IBGE, recentemente divulgados, apontam como principal problema da sociedade brasileira atual, a questão da violência social. A grande imprensa tem noticiado, com muito destaque, que os dados do censo apontam para uma significativa melhora de todos os indicadores sociais, exceto daqueles referentes à violência. Segundo Alba Zaluar : “A sociedade brasileira é extremamente contraditória e complexa. Como qualquer outra formação social, ela é mista, e é impossível encontrar princípios unívocos e claros que sirvam de chave para interpretar sua estrutura, sua cultura ou sua ideologia”. (ZALUAR, 1994, p.255) Segundo a mesma autora, o crime organizado, a posse de dinheiro e as concessões do poder público são fatores mais significativos para a ascensão social do que a escolarização. “Num sistema assim, muito pouco interesse passa a ter a educação, seja como política pública, seja como meio de ascensão social e da conquista de direitos para a população. Desse modo, o futuro da educação a longo prazo se entrelaça com o fortalecimento dos direitos individuais do cidadão e o funcionamento eficiente do Judiciário”. (idem, p. 263). No mesmo sentido, o Dr. Luiz Eduardo Soares, ex-Secretário de Segurança do Rio de Janeiro e Doutor em Antropologia, afirmou em conferência por nós promovida na FACED/UFRGS em 2001, que os índices de morte no Brasil por causas violentas entre jovens do sexo masculino, entre 15 e 19 anos são tão elevados que podem ser comparados aos de países em guerra. O problema é tão grave que em algumas regiões já se constitui como questão demográfica. Para Angelina Peralva (2000), os comportamentos violentos dos jovens brasileiros são em grande parte uma forma de antecipação do risco, já que o risco faz parte do cotidiano de suas vidas e a possibilidade de morte precoce é bastante consciente para todos eles. Duas dissertações defendidas recentemente no âmbito de nossas pesquisas demostram que a morte é vista como algo muito próximo, tanto pelos Meninos de Rua, como pelos Adolescentes em Conflito com a Lei. Para os Meninos de Rua de Porto Alegre, a rua, a droga e a morte, são vistas como a síntese das perspectivas que se apresentam a eles (Dissertação de Míriam Pereira Lemos, abril de 2002); para os que cometeram atos infracionais: “Se eu morrê, não dá nada... um dia todos vão morrê...” (Dissertação de Liana Lemos Gonçalves, abril de 2002). As Escolas se deparam com o comportamento conflitivo dos jovens e encontram muita dificuldade em trabalhar com ele. Segundo Marília Sposito (2001), em artigo que realiza balanço da pesquisa sobre relações entre violência e escola no Brasil após 1980 (p.87), a questão tem recebido diferentes tratamentos evoluindo para pesquisas mais importantes na década de 90, onde foi constatado o aumento do problema. Segundo a autora, muitas vezes as escolas interpretam como violência atitudes de incivilidade e mesmo de indisciplina, próprias da adolescência, que exigem uma intervenção educativa, mas não podem ser confundidas com delinqüência e muito menos com criminalidade. A mesma autora relatou em conferência promovida pela Secretaria de Educação do Município de Porto Alegre e proferida na abertura do ano escolar, que os programas de enfrentamento à violência nas escolas inicialmente propunham como solução a abertura da escola à comunidade notadamente com eventos de fins de semana, sem que as relações pedagógicas da própria escola fossem questionadas. Numa segunda etapa, houve a tendência a concentrar os esforços no problema pedagógico considerando-o como o grande responsável pelo desinteresse dos jovens pela escola e, nos últimos tempos, infelizmente, a tendência é de implementar mecanismos repressivos de caráter policial, que vão desde livros de ocorrência (designação nitidamente policial) como medida de disciplina interna das escolas, até o apelo à polícia para atuar no interior das escolas em questões que são de estabelecimento conjunto de normas de convivência e não criminal. A Professora Marília chama a atenção para a complexidade da questão da violência escolar, que não pode ser enfrentada simplesmente com campanhas e com eventos, ainda que esses possam ser úteis, mas deve atingir, sobretudo, a vida cotidiana das escolas substituindo as relações de violência pela palavra, pela negociação. Trata-se de aprender a se relacionar de forma reciprocamente respeitosa, de sentir-se importante para os outros e de ver os outros como importantes. Como diz CHARLOT(2000): “Aprender para construir-se, em um triplo processo de ‘hominização’ (tornar-se homem), de singularização (tornar-se membro de uma comunidade, partilhando seus valores e ocupando um lugar nela). Aprender para viver com outros homens com quem o mundo é partilhado. Aprender para apropriar-se do mundo, de uma parte desse mundo, e para participar da construção de um mundo preexistente. Aprender em uma história que é única, mas que me escapa por toda a parte. Nascer, aprender, é entrar em um conjunto de relações e processos que constituem um sistema de sentido, onde se diz quem eu sou, quem é o mundo, quem são os outros.” (CHARLOT, 2000) Ou ainda, como diz José Vicente Tavares dos Santos, “liberar a palavra emparedada”. É sobretudo de palavra, ou seja, de sentido que se trata. A violência só será superada por algo que tenha mais sentido. Trabalhar o sentido de ser gente e estar no mundo, num mundo concreto, histórico e real é a função da Educação. Sob a orientação da coordenadora, numa leitura mais positiva sobre as possibilidades da escola, foram produzidas as dissertações de Jaqueline Pasuch (2000), sobre a “Produção do Analfabetismo na Amazônia”, e a de Silvana Maria Aranda (2000), sobre a reconstrução do conceito de “Sucesso Escolar numa Escola de Porto Alegre”. Ambas trabalham as possibilidades de uma ação positiva da educação e da escola em ambientes adversos. Nos anos anteriores, eu já orientara outras dissertações sobre essas problemáticas, conforme pode ser constatado no meu currículo e, no momento, oriento várias dissertações e teses sobre a mesma problemática. Objetivos Os objetivos iniciais de alimentar o banco de dados sobre adolescentes em conflito com a lei e trabalhar estes dados através de cruzamentos foram atingidos no período previsto. Em conjunto com a equipe do NUPEEEVS, foram desenvolvidas as seguintes atividades: • Desenvolvimento do banco de dados sobre adolescentes em conflito com a lei e sobre meninos de rua; • Inserção de dados relativos a entrevistas e documentos dos 757 adolescentes que passaram pelo Programa de PSC e cumpriram sua medida sócio-educativa até setembro de 2003; • Consultas e cruzamentos sobre estes dados buscando definir: Características e perfil dos adolescentes que passaram pelo Programa de PSC da UFRGS; Impacto da medida sócio-educativa de PSC sobre os adolescentes e na vida da Universidade; Relações entre ato infracional e variáveis como escolaridade, raça, sexo, situação de trabalho e idade dos adolescentes; Fatores de risco que concorrem para a prática do ato infracional, a partir das seguintes situações: 1. Na comparação da população do Programa de PSC com a população total de Porto Alegre e região metropolitana 2. Na comparação de dados quantitativos entre o nº total dos adolescentes em PSC, e aqueles dentre eles que progrediram a situações extremas (presídio e óbito). • Da análise dos cruzamentos, buscou-se determinar as características e o perfil dos adolescentes que cumpriram medida sócio educativa de Prestação de Serviços à comunidade na UFRGS e os fatores de risco que levam à prática do Ato infracional. • Está sendo trabalhado um novo objetivo de Avaliação de experiência e seu impacto na vida dos adolescentes e na Universidade. Metodologia Entendemos que para relatar os métodos de pesquisa, permitindo uma visão da importância deste Programa, torna-se necessário expor as atividades diversificadas que são realizadas. Lembrando que, como ponto de adesão aos objetivos de consolidação do banco de dados está constantemente ligado o trabalho de extensão desenvolvido no Núcleo e as teorizações construídas e/ou refletidas pelo grupo. Para tanto, realizamos: • recepção dos adolescentes efetuando entrevista inicial, buscando avaliar as aptidões e interesses de cada um, visando o encaminhamento mais adequado, assim como para o levantamento de dados para alimentar o Banco de Dados; • atendimento individual sempre que for do interesse e/ou necessidade do jovem ou do Programa e acompanhamento permanente do cumprimento da medida de PSC (controle de freqüência, entrega de vale-transporte e outras ações); • entrevista de conclusão/avaliação, realizada com os jovens no término do cumprimento da medida, oportunizando reflexões sobre o significado da mesma; • alimentação do Banco de Dados através das informações levantadas junto aos adolescentes no desenvolver da medida; • construção de material empírico de pesquisa estabelecendo correlação entre tipo de infração, idade, sexo, escolaridade, trabalho, etc. a partir dos dados coletados junto aos adolescentes em PSC; • contato regular e sistemático com os setores que recebem os/as adolescentes, objetivando o acompanhamento, integração e orientação; • reunião com o PEMSE, com a finalidade de avaliar e acompanhar casos específicos, bem como discutir assuntos pertinentes ao projeto; • encaminhamento dos jovens que não estudam, e que tenham interesse, para instituições de ensino; • estudo de bibliografia especializada relacionada à problemática de adolescentes em conflito com a lei; • estudo e troca de experiências entre a equipe nas reuniões semanais, visando enriquecimento do trabalho e reflexão; • oficinas diversas para adolescentes envolvidos em PSC ou interessados; no intuito de oferecer novos pontos de vista e possibilidades em suas vidas, ao mesmo tempo que fornece-nos o material empírico para discussões e reflexões teóricas; Resumo dos resultados obtidos até o momento Foi realizada a implantação do banco de dados a partir das entrevistas e observações desenvolvidas pela equipe, com tabulação de dados referentes 757 adolescentes que já cumpriram PSC – Prestação de Serviço à Comunidade – na Universidade. A partir da análise dos dados cruzados, evidenciaram-se os seguintes fatores de risco: • Sexo: a maioria dos adolescentes é do sexo masculino População total POA/área metropolitana: 51,52% M Nº total PSC: 86,26% M; Presídio: 98,33% M; Óbitos: 100% M • Raça: o número de brancos no PSC (66,09%) é menor que na população total (83,60%), assim como o número de negros (19,83%) e pardos (13,39%) no PSC é maior que na população total (7,0% e 8,80%). • Escola: 45, 34% dos adolescentes não estavam estudando quando cometeram ato infracional. Este percentual aumenta no levantamento dos que foram para o presídio (64,66%). O índice de defasagem idade-série também aumenta nessa relação. Os principais motivos para evasão são “problemas na escola” e “não gostar/não querer”. • Renda: Os adolescentes que cumpriram PSC na UFRGS tinham renda familiar mensal maior que a renda per capita da população total. População Total POA/área metropolitana: 64,46% abaixo de 3 salários mínimos. Nº total PSC: 54, 25% abaixo de 3 salários mínimos. Outros dados significativos evidenciados na pesquisa foram os seguintes: • Quanto à infração que levou à PSC na UFRGS, a maioria dos adolescentes cometeu ato infracional contra o patrimônio (45,31%), sendo maior esta incidência naqueles que progrediram ao sistema prisional (59,59%). É interessante ressaltar que 19,24% dos adolescentes receberam a medida por uso, porte ou tráfico de drogas, e que esse percentual diminui na relação nº total do PSC – presídio – óbitos. • A maioria dos adolescentes não trabalhavam quando receberam a PSC, fator que se agrava na relação nº total do PSC – presídio – óbitos. • A maioria dos adolescentes apresentou-se para cumprir a medida aos 16 ou 17 anos. A média de idade dos óbitos é 18/19 anos. Isso quer dizer que estes adolescentes morreram cedo. Por tratar-se de um trabalho sócio educativo, não é simples dizer que já foram atingidos os objetivos, mas sim que estão sendo consecutivamente atingidos. É a contínua execução do trabalho que possibilita o encontro com estes objetivos “vivos”, satisfatoriamente. Assim, através das falas de adolescentes que concluíram a PSC certifica-se o valor que essa passou a ter em suas vivências: “O programa é ótimo, pois eu tinha uma visão horrível do serviço comunitário e aqui eu vi que é bem diferente, nunca ninguém me tratou mal.” (menina, 15 anos) “Para mim essa experiência foi muito boa, principalmente para não cometer mais o erro que eu cometi e também para aprender e conhecer pessoas novas e como funciona uma área de trabalho.”(menino, 17 anos) “Achei muito legal o tempo que eu passei aqui na UFRGS fazendo serviço a comunidade, porque aprendi muitas coisas legais... foi muito bom porque eu peguei muita experiência e conquistei a amizade de algumas pessoas que conviveram comigo.” (menino, 17 anos) Aspectos positivos: “As pessoas que trabalham com os adolescentes. Vocês são 10! Um abraço!” (menino, 16 anos) “Um adolescente muitas vezes não precisa estar enjaulado atrás de uma grade. Se todos nós tivermos amigos e amigas que pode conversar e dar uma boa direção, podemos construir um país melhor... É... esquecer o passado, porque não somos museu... É viver de presente e do futuro...” (menino, 18 anos) “No meu caso eu acho que para mim trabalhar na Central de Produções foi muito bom, com o meu orientador, ele foi e é um orientador amigo... Eu vou levar para minha vida daqui em diante um futuro melhor. Com a ajuda do meu orientador e do PSC eu consegui erguer minha cabeça para um futuro melhor, o que eu quero mais é paz e alegria, e uma esperança de um trabalho.” (menino, 17 anos) Além disso,, os dados obtidos no programa têm sido base de inúmeros cursos e debates dos quais os membros da equipe têm participado. Questionamentos e conclusões estão sendo publicados em materiais como projetos, dissertações e artigos. Tais como: GONÇALVES, Liana Lemos. A vez e a voz de adolescentes em Prestação de Serviços ‘a Comunidade na UFRGS: ato infracional e educação. Porto Alegre: UFRGS, março/2002. LEMOS, Míriam Pereira. Ritos de entrada e de saída da cultura da rua: trajetórias de jovens moradores de rua de Porto Alegre. Porto Alegre: UFRGS, março/2002. GONÇALVES, Liana Lemos. Ação com os adolescentes submetidos à medida sócio-educativa de prestação de serviços à comunidade. In: Sócio-educação no Brasil: adolescentes em conflito com a Lei – experiências de medidas sócio-educativas. Organização: ILANUD, 2002. (merecedor do Prêmio sócio educando) NUPEEEVS, Consolidação do Banco de Dados Sobre Adolescentes em Conflito com a Lei e Sobre Meninos de Rua. In: Anais do XV Salão de Iniciação Científica e XII Feira de Iniciação Científica da UFRGS, Ciências Humanas - Sessão 7 - Os Sujeitos da Educação. Ed. da Universidade, 2003. Novas pesquisas começam a se desenvolver, como a da voluntária e mestranda Silvania Dellamora Silveira, “Matizes da Adolescência Feminina em Cumprimento da Medida Sócio-Educativa no Programa de PSC, UFRGS”, como outras paralelas. A Professora Drª Carmem Maria Craidy está escrevendo um livro sobre os resultados desta pesquisa, que será publicado pela Editora da Universidade. Concluindo Os dados apresentados comprovam a importância de um trabalho sócio-educativo no qual o adolescente infrator tem a possibilidade de refletir sobre seu ato e cumprir sua obrigação judicial de forma produtiva e educativa, tanto para ele como para a sociedade. Quando é dada ao adolescente a oportunidade de conhecer outra realidade além da sua, onde está em constante situação de risco, lhe é oferecida também a possibilidade de aspirar por condições de vida diferentes e distantes do crime. Trabalhar em um ambiente onde fatores como sexo, raça, escolaridade e classe social (considerados de risco por essa pesquisa) não são motivos de discriminação faz com que o adolescente entenda que a presença destes fatores em sua vida não é suficiente para determinar ou justificar quem deve (ou precisa) cometer infrações. Os dados apontados como mais relevantes neste pôster desmistificam a idéia endossada pelo senso comum de que infratores são pobres e negros, e que os jovens cometem infrações relacionadas às drogas. Ao contrário, comprovam que dentre os adolescentes que cumpriram medida sócioeducativa no Programa de PSC da UFRGS há muitos brancos e significativo percentual de classe média. Quanto ao uso, porte e tráfico de drogas, 1/5 deles teve ato infracional ligado a estas condições. Tendo em vista o depoimento dos adolescentes que cumpriram a medida de PSC na Universidade, bem como manifestações por parte do próprio Juizado, o trabalho realizado vem se constituindo importante espaço de acolhida aos adolescentes, oportunizando-lhes uma experiência positiva de trabalho e inserção no meio acadêmico. Desta forma, o Programa tem sido um importante espaço de reflexão a respeito da problemática vivida por adolescentes em conflito com a lei, gerando condições à efetiva consolidação do trinômio ensino-pesquisa-extensão, enquanto missão da Universidade como um dos importantes atores constituintes do processo de construção de conhecimentos. Sem dúvida este trabalho vem a auxiliar de forma significativa promovendo em longo prazo a possibilidade de se estabelecer critérios para a avaliação de políticas e programas, bem como de medidas sócio-educativas, voltadas a crianças e adolescentes em conflito com a lei e a meninos de rua; e caracterizar o significado da Educação e da Escola no contexto de Violência vivido pelos jovens na sociedade contemporânea. Em resumo, estes estudos apontam para a problemática dos adolescentes que praticam atos infracionais geralmente pela ausência de alternativas de valorização social e pessoal. Desta forma, torna-se evidente a importância de um trabalho de pesquisa que caracterize essa população e que forneça as bases para um trabalho educativo que resgate uma juventude que demonstra-se como vítima da opressão, da exclusão e da violência. Estudos como este podem orientar futuras políticas sociais de resgate da cidadania dessas populações. Referências Bibliográficas CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal 8.069/1990. PERALVA, Angelina. Violência e democracia: o paradoxo brasileiro. São Paulo: Paz e Terra, 2000. SANTOS, José Vicente Tavares dos et al. A palavra e o gesto emparedados: a violência na escola. Porto Alegre: PMPA/SMED, 1999. SPOSITO, Marília Pontes. Um breve balanço da pesquisa sobre violência escolar no Brasil. In: Educação e pesquisa. São Paulo: USP, vol 27, jan-jun 2001, p. 87-104. ZALUAR, Alba. Condomínio do diabo. Rio de Janeiro: UFRJ/Revan, 1994. ANEXOS RESULTADOS - cruzamentos 1 1 Em várias tabelas, os números totais não conferem com o número de adolescentes que cumpriram PSC na UFRGS. Isso acontece porque alguns adolescentes têm mais de um registro no banco de dados, provenientes de mais de uma medida de PSC. 1. Perfil dos adolescentes que passaram pelo Programa de PSC; SEXO M 653 F 104 757 12 13 14 IDADE: 9 24 47 15 122 16 196 17 213 18 19 20 n. inf. 107 27 6 34 785 RAÇA 86,26 % 757 13,74 % 757 1,15% 3,06% 5,99% 785 15,54 % 785 24,97 % 785 27,13 % 785 13,63 % 785 3,44% 785 0,76% 785 4,33% 785 785 785 ESTUDA Sim 422 Não Nunca 287 63 772 54,66 % 37,18 % 8,16% 772 772 772 TRABALHA Sim 201 Não 419 Nunca Não informado 768 78 70 26,17 % 54,56 % 10,16 % 9,11% 768 768 768 Branca 380 50,20% Negra Indígena Amarela Parda Não informado 114 15,06% 3 0,40% 1 0,13% 77 10,17% 182 24,04% 757 ESTADO CIVIL Não informado 296 38,59% Casado 6 Solteiro Companheiro 0,78% 433 56,45% 32 4,17% 767 RESULTADO DA PSC Branco 10 1,31% Cumpriu 448 58,49% Evadiu Evadiu/cumpriu Encaminhado Cancelada Inf. Prejudicada 104 13,58% 16 2,09% 27 3,52% 25 3,26% 128 16,71% Regressão 8 1,04% ESCOLARIDADE Ensino fundamental (528) 1ª série 12 1,55% 2° série 14 1,81% 3ª série 31 4,00% 4ª série 53 6,84% 5ª série 123 15,87% 6ª série 102 13,16% 7ª série 93 12,00% 8ª série 100 12,90% Ensino Médio (193) 1° ano 104 13,42% 2° ano 47 6,06% 3° ano 38 4,90% Completo 4 0,52% Pré-vestibular 5 0,65% Ens. Sup. Inc. 11 1,42% Não informado 38 4,90% 775 ATOS INFRACIONAIS Furto/furto qualificado 193 Roubo 140 Crime de trânsito 110 Drogas – porte 97 Lesões corporais 86 Drogas – uso 56 Porte de arma 51 Outros 44 Dano 31 Tentativa de furto/furto qualificado 22 Drogas – tráfico 13 Tentativa de homicídio 6 Atentado ao pudor 5 Tentativa de roubo 5 Homicídio 3 Estupro 1 Não informado 25 888 21,73% 15,77% 12,39% 10,92% 9,68% 6,31% 5,74% 4,95% 3,49% 2,48% 1,46% 0,68% 0,56% 0,56% 0,34% 0,11% 2,82% 2. Relações entre Ato Infracional e variáveis como escolaridade, raça, sexo, situação de trabalho e idade dos adolescentes; RELAÇÃO ATO INFRACIONAL / SITUAÇÃO ESCOLAR Não Estudam Não estudam informado Total % Total % Total % Furto/furto qualificado 102 52,85% 79 40,93% 12 6,22% Roubo 73 52,14% 59 42,14% 8 5,71% Crime de trânsito 73 66,36% 27 24,55% 10 9,09% Drogas – porte 52 53,61% 37 38,14% 8 8,25% Lesões Corporais 49 56,98% 26 30,23% 11 12,79% Drogas – uso 38 67,86% 11 19,64% 7 12,50% Porte de arma 15 29,41% 32 62,75% 4 7,84% Dano 19 61,29% 11 35,48% 1 3,23% Tentativa de furto 15 68,18% 5 22,73% 2 9,09% Drogas – tráfico 3 23,08% 10 76,92% 0 0,00% Tentativa de homicídio 3 50,00% 3 50,00% 0 0,00% Tentativa de roubo 1 20,00% 4 80,00% 0 0,00% Atentado ao pudor 4 80,00% 1 20,00% 0 0,00% Homicídio 1 33,33% 1 33,33% 1 33,33% Estupro 0 0,00% 1 100,00% 0 0,00% Outros 24 54,55% 17 38,64% 3 6,82% Não informado 11 44,00% 9 36,00% 5 20,00% Total 483 333 72 RELAÇÃO ATO INFRACIONAL / SEXO Feminino Masculino Total % Total % Furto/furto qualificado 39 20,21% 154 79,79% Roubo 13 9,29% 127 90,71% Crime de trânsito 2 1,82% 108 98,18% Drogas – porte 10 10,31% 87 89,69% Lesões Corporais 15 17,44% 71 82,56% Drogas – uso 6 10,71% 50 89,29% Porte de arma 1 1,96% 50 98,04% Dano 7 22,58% 24 77,42% Tentativa de furto 8 36,36% 14 63,64% Drogas – tráfico 1 7,69% 12 92,31% Tentativa de homicídio 1 16,67% 5 83,33% Tentativa de roubo 0 0,00% 5 100,00% Atentado ao pudor 0 0,00% 5 100,00% Total 193 140 110 97 86 56 51 31 22 13 6 5 5 Total 193 140 110 97 86 56 51 31 22 13 6 5 5 3 1 44 25 888 Homicídio Estupro Outros Não informado Total 1 0 7 2 113 33,33% 0,00% 15,91% 8,00% 2 66,67% 1 100,00% 37 84,09% 23 92,00% 775 3 1 44 25 888 RELAÇÃO ATO INFRACIONAL / TRABALHO Trabalha? Furto/f. qualificado Roubo Crime de trânsito Drogas - porte Lesões corporais Drogas - uso Porte de arma Dano Tentativa de furto/f. qualificado Drogas - tráfico Tentativa de homícidio Atentado ao pudor Tentativa de roubo Homicídio Estupro Outros Não informado Total Sim Total 41 32 49 25 19 11 17 8 3 1 3 2 1 2 1 9 8 232 % 21,24% 22,86% 44,55% 25,77% 22,09% 19,64% 33,33% 25,81% 13,64% 7,69% 50,00% 40,00% 20,00% 66,67% 100,00% 20,45% 32,00% Não Total 122 86 37 54 47 32 30 15 15 11 3 2 2 0 0 24 13 493 % 63,21% 61,43% 33,64% 55,67% 54,65% 57,14% 58,82% 48,39% 68,18% 84,62% 50,00% 40,00% 40,00% 0,00% 0,00% 54,55% 52,00% Nunca Total 18 14 10 11 10 5 2 6 4 0 0 1 2 0 0 5 0 88 % 9,33% 10,00% 9,09% 11,34% 11,63% 8,93% 3,92% 19,35% 18,18% 0,00% 0,00% 20,00% 40,00% 0,00% 0,00% 11,36% 0,00% Não informado Total 12 8 14 7 10 8 2 2 0 1 0 0 0 1 0 6 4 75 Tot % al 6,22% 193 5,71% 140 12,73% 110 7,22% 97 11,63% 86 14,29% 56 3,92% 51 6,45% 31 0,00% 22 7,69% 13 0,00% 6 0,00% 5 0,00% 5 33,33% 3 0,00% 1 13,64% 44 16,00% 25 888 RELAÇÃO ATO INFRACIONAL / RAÇA RELAÇÃO ATO INFRACIONAL / RAÇA Furto/furto qualificado Roubo Crime de trânsito Drogas – porte Lesões Corporais Drogas – uso Porte de arma Dano Tentativa de furto Drogas – tráfico Tentativa de homicídio Tentativa de roubo Atentado ao pudor Homicídio Estupro Outros Não informado Totais Não Branca Negra Parda Amarela Indígena informado Total % Total % Total % Total % Total % Total % Total 81 41,97% 45 23,32% 23 11,92% 0 0,00% 0 0,00% 44 22,80% 193 66 47,14% 31 22,14% 20 14,29% 0 0,00% 0 0,00% 23 16,43% 140 67 60,91% 1 0,91% 7 6,36% 0 0,00% 0 0,00% 35 31,82% 110 57 58,76% 13 13,40% 3 3,09% 0 0,00% 2 2,06% 22 22,68% 97 41 47,67% 14 16,28% 11 12,79% 1 1,16% 0 0,00% 19 22,09% 86 32 57,14% 3 5,36% 3 5,36% 0 0,00% 0 0,00% 18 32,14% 56 19 37,25% 10 19,61% 6 11,76% 0 0,00% 1 1,96% 15 29,41% 51 19 61,29% 0 0,00% 4 12,90% 0 0,00% 0 0,00% 8 25,81% 31 12 54,55% 5 22,73% 2 9,09% 0 0,00% 0 0,00% 3 13,64% 22 7 53,85% 3 23,08% 1 7,69% 0 0,00% 0 0,00% 2 15,38% 13 2 33,33% 1 16,67% 2 33,33% 0 0,00% 0 0,00% 1 16,67% 6 2 40,00% 2 40,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 1 20,00% 5 5 100,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 5 2 66,67% 0 0,00% 1 33,33% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 3 1 100,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 1 25 56,82% 4 9,09% 7 15,91% 0 0,00% 0 0,00% 8 18,18% 44 12 48,00% 1 4,00% 3 12,00% 0 0,00% 0 0,00% 9 36,00% 25 450 133 93 1 3 RELAÇÃO ATO INFRACIONAL / ESCOLARIDADE Roubo Total 140 Crime de trânsito 110 Drogas – porte 97 Lesões Corporais 86 Drogas – uso 56 Porte de arma 51 Dano 31 Tentativa de furto 22 Drogas – tráfico 13 Tentativa de homicídio 6 Tentativa de roubo 5 Atentado ao pudor 5 Homicídio 3 Estupro 1 Outros 44 Não informado 25 Furto/furto qualificado 193 888 Totais 3 5 Ensino 4 13Fundamental 38 20 16 1º - 2º - 3º 5 4º 5 5º 8 6º 9 15 7º 1 6 8 11 13 1 1 3 3 8 9 11 2 4 7 2 1 1 3 3 8 10 9 1 1 1 7 5 1 3 4 3 2 1 4 1 2 2 2 1 1 2 1 1 1 1 1 2 4 7 4 5 3 2 5 2 7 6 8 14 39 37 27 13 14 32 60 138 125 105 15 15 8º 10 15 11 5 5 5 2 2 1 4 4 21 110 Ensino 16 1Médio 2 16 1º 16 2º 11 3º Comp 2 24 12 6 2 16 2 10 8 8 8 1 6 1 7 1 2 2 1 1 1 1 1 2 6 2 2 1 2 18 5 2 126 51 43 5 Pré Vest. 1 1 1 1 1 5 Sup. Inc. 3 1 3 3 1 11 7 Nã 4 2 inform. 7 1 4 1 1 2 3 5 8 45 o 3. Fatores de risco que concorrem para a prática do Ato Infracional, na comparação da população do Programa de PSC com a População total de Porto Alegre e Região Metropolitana e na comparação entre o nº total dos adolescentes em PSC, e aqueles dentre eles que progrediram a situações extremas (Presídio e óbito). Adolescentes que tiveram passagem pelo sistema prisional DADOS GERAIS M F SEXO 118 2 Total 120 IDADE 17 49 16 29 18 29 15 8 19 8 14 3 13 2 N. Informado 1 Total 129 98,33% 120 1,67% 120 37,98% 22,48% 22,48% 6,20% 6,20% 2,33% 1,55% 0,78% ESTADO CIVIL solteiro 56 46,67% companheiro 6 5,00% casado 1 0,83% N. Informado 57 47,50% Total 120 129 129 129 129 129 129 129 129 120 120 120 120 RAÇA Branca 51 Negra 28 Parda 14 Indígena 0 Amarela 0 Não informado 27 Total 120 42,50% 23,33% 11,67% 0,00% 0,00% 22,50% ESTUDA? Não Frequenta 75 Frequenta 41 Não informado 9 Total 125 60,00% 32,80% 7,20% TRABALHA? não 78 63,41% sim 33 26,83% nunca 6 4,88% Não informado 6 4,88% Total 123 ESCOLA ESTUDO Não Frequenta 75 Frequenta 41 Não informado 9 Total 125 60,00% 125 32,80% 125 7,20% 125 ESCOLA? Pública 29 Privada 8 Não Informado 4 Total 41 70,73% 19,51% 9,76% ESCOLARIDADE Ensino Fundamental 1ª série 4 3,31% 2ª série 5 4,13% 3ª série 10 8,26% 4ª série 16 13,22% 5ª série 24 19,83% 6ª série 17 14,05% 7ª série 14 11,57% 8ª série 10 8,26% Ensino Médio 1º ano 6 4,96% 2ºano 3 2,48% 3º ano 2 1,65% não informado 10 8,26% Total 121 41 41 41 121 121 121 121 121 121 121 121 121 121 121 121 TURNO ESTUDO tarde 13 noite 12 Manhã 11 Manhã/Tarde 1 não informado 6 Total 43 30,23% 27,91% 25,58% 2,33% 13,95% 43 43 43 43 43 HÁ QTO TEMPO SAIU DA ESCOLA? mais de 2 anos 17 22,97% mais de 1 ano 10 13,51% até 1 ano 10 13,51% até 6 meses 8 10,81% mais de 5 anos 5 6,76% até 1 mês 1 1,35% não informado 23 31,08% Total 74 74 74 74 74 74 74 74 PORQUE SAIU DA ESCOLA? não gosta/não quer 8 10,81% problemas na escola 7 9,46% mud. moradia/dist 5 6,76% trabalho 5 6,76% outros 4 5,41% nenhum ou não sabe 3 4,05% violência 3 4,05% drogas 1 1,35% privação de liberdade 1 1,35% sócio-familiar 1 1,35% não informado 36 48,65% Total 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 RESIDÊNCIA / PAIS N º MORADORES CASA 4 pessoas 17 13,60% 3 pessoas 13 10,40% 5 pessoas 12 9,60% 6 pessoas 8 6,40% 7 pessoas 8 6,40% 8 pessoas 6 4,80% sozinho 2 1,60% 2 pessoas 2 1,60% 9 pessoas 2 1,60% 10 pessoas 1 0,80% 13 pessoas 1 0,80% não informado 53 Total 125 CIDADE RESIDÊNCIA POA 115 95,83% Viamão 2 1,67% Guaíba 1 0,83% Alvorada 1 0,83% Não informada 1 0,83% Total 120 BAIRRO 125 125 125 125 125 125 125 125 125 125 125 120 120 120 120 120 REGISTRO MÃE tem não tem 106 88,33% 120 14 11,67% 120 PAI tem não tem 95 79,17% 120 25 20,83% 120 Total 120 São José 1 Teresópolis 1 não informado 8 Total 120 0,83% 0,83% 6,67% Partenon Santa Teresa bom jesus alto teresópolis glória Sarandi Agronomia Vila Jardim belém novo cristal Vila Safira Menino Deus Navegantes Passo da Areia azenha cavalhada centro cidade baixa Lomba do pinheiro Restinga Alto petrópolis auxiliadora camaquã cristo redentor cruzeiro jardim do salso jardim ipiranga Jardim Itu - Sabará Jardim Leopoldina Jardim Planalto Jardim Ypu Parque dos Maias Mario Quintana Vila Nova Paraíso Passo das Pedras Petrópolis Santo Antônio Santa Rosa 16 13 8 5 5 5 4 4 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 13,33% 10,83% 6,67% 4,17% 4,17% 4,17% 3,33% 3,33% 2,50% 2,50% 2,50% 2,50% 2,50% 2,50% 1,67% 1,67% 1,67% 1,67% 1,67% 1,67% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 PSC / ATO INFRACIONAL 120 adolescentes => 131 medidas Nº SEMANAS PSC 24 32 24,43% 12 29 22,14% 16 21 16,03% 8 10 7,63% 4 8 6,11% 10 6 4,58% 20 6 4,58% 6 2 1,53% 7 2 1,53% 11 2 1,53% 14 2 1,53% 22 2 1,53% 34 1 0,76% 5 1 0,76% 9 1 0,76% 13 1 0,76% 21 1 0,76% 23 1 0,76% 31 1 0,76% n. inf. 2 1,53% 1999 1998 2000 1997 2001 2002 2003 ni ANO 41 31,30% 28 21,37% 27 20,61% 14 10,69% 13 9,92% 3 2,29% 1 0,76% 4 Total 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 131 RESULTADO PSC cumpriu 49 evadiu 33 não iniciou 12 cancelada 5 evadiu/cumpriu 4 enc. p. outra entidade 4 regressão 2 inf. Prejudicada 22 Total 131 37,40% 25,19% 9,16% 3,82% 3,05% 3,05% 1,53% 16,79% 131 131 131 131 131 131 131 131 OUTRA MEDIDA JUNTO COM A PSC não 50 33,11% LA 45 29,80% reparação do dano 3 1,99% acomp. Psicológico 1 0,66% trat. Drogadição 1 0,66% matrícula escolar 1 0,66% não informado 50 Total 151 151 151 151 151 151 151 151 CUMPRIU MEDIDAS ANTERIORES? não 48 31,79% psc 20 13,25% la 5 3,31% privação de liberdade 5 3,31% psc/la 2 1,32% advertência 1 0,66% medida de proteção 1 0,66% sim, não especifica 7 4,64% não informado 62 41,06% Total 151 151 151 151 151 151 151 151 151 151 ATOS INFRACIONAIS Furto/furto qualificado Roubo Drogas – porte Lesões corporais Porte de arma Crime de trânsito Dano Outros Tentativa de furto/furto qualificado Drogas – tráfico Drogas – uso Atentado ao pudor Tentativa de roubo Total 146 39 35 17 11 10 7 7 5 5 4 4 1 1 26,71% 23,97% 11,64% 7,53% 6,85% 4,79% 4,79% 3,42% 3,42% 2,74% 2,74% 0,68% 0,68% TRABALHO TRABALHA? Não Sim Nunca Não informado 78 33 6 6 63,41% 26,83% 4,88% 4,88% 123 123 123 123 12 5 5 3 3 2 1 1 1 36,36% 15,15% 15,15% 9,09% 9,09% 6,06% 3,03% 3,03% 3,03% 33 33 33 33 33 33 33 33 33 Total 123 ÁREA DE TRABALHO Outros serviços Comércio Construção civil Área alimentícia Mecânica/elétrica/hidráulica Serviços administrativos Agropecuária/pesca Serviços gerais e limpeza Não informado Total 33 4. Comparação entre dados: nº total PSC – presídio - óbitos Feminino masculino SEXO Geral presídio 13,74% 1,67% 86,26% 98,33% óbitos 0 100% 12 13 14 15 16 17 18 19 20 1 2 3 RAÇA 4 Geral presídio óbitos 5 66,09% 42,50% 58,33% 6 19,83% 23,33% 16,67% 7 13,39% 11,67% 25,00% 8 0,52% 0,00% 0,00% 0,17% 0,00% 0,00% 1 2 3 Comp. IDADE PV Geral presídio óbitos Sup. 1,20% 0 8,33% 3,20% 1,55% 9,03% 6,26% 2,33% 9,72% 16,25% 6,20% 10,42% 26,10% 22,48% 11,11% 28,36% 37,98% 11,81% 14,25% 22,48% 12,50% Sim 3,60% 6,20% 13,19% Não 0,80% 0,00% 13,89% Nunca Trânsito Patrimônio Pessoa Drogas At. Pudor Arma outros AI Geral presídio óbitos 12,75% 4,79% 9,09% 45,31% 59,59% 18,18% 11,01% 7,53% 54,55% Freq. 19,24% 17,12% 9,09% N. Freq. 0,70% 0,68% 0,00% Nunca 5,91% 6,85% 0,00% 5,10% 3,42% 9,09% Branca Negra Parda Amarela Indígena ESCOLARIDADE geral presídio Ensino Fundamental 1,63% 3,31% 1,90% 4,13% 4,21% 8,26% 7,19% 13,22% 16,69% 19,83% 13,84% 14,05% 12,62% 11,57% 13,57% 8,26% Ensino Médio 14,11% 4,96% 6,38% 2,48% 5,16% 1,65% 0,54% 0,00% 0,68% 0,00% 1,49% 0,00% óbitos 0,00% 7,69% 7,69% 0,00% 38,46% 7,69% 30,77% 7,69% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% TRABALHA? geral presídio 28,80% 28,21% 60,03% 66,67% 11,17% 5,13% óbitos 25,00% 75,00% 8,33% ESTUDA? geral presídio 54,66% 35,34% 37,18% 64,66% 8,16% 0 óbitos 8,33% 91,66% 0,00% SITUAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA Geral presídio óbitos < 1/2 0,39% 0 0 1/2 à 1 3,91% 0 8,33% 1à2 5,47% 3,82% 16,67% 2à3 3,26% 1,53% 8,33% 3à5 4,30% 5,34% 8,33% 5 à 10 5,08% 5,34% 0 > 10 1,56% 0 0 N. inform. 76,04% 83,97% 58,33% RESULTADO PSC Geral presídio Cumpriu 56,61% 37,40% Evadiu 14,46% 25,19% Encamin. 2,62% 3,05% Cancelada 3,24% 3,82% Não iniciou 4,24% 9,16% Ev/cump. 1,87% 3,05 regressão 0,50% 1,53% inf. Prej. 16,46% 16,79% óbitos 30,00% nº total 40,00% reincid. 10,00% % 20,00% REINCIDENTES geral presídio 575 120 40 10 5,28% 8,33% óbitos 13 0 0%