CRUZEIROS
MARÍTIMOS
ESTUDO DE PERFIL
E IMPACTOS ECONÔMICOS
NO BRASIL
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
03
01. PANORAMA GERAL
04
10
02. EFEITO CASCATA: IMPACTOS ECONÔMICOS
DE CRUZEIROS MARÍTIMOS NO BRASIL
Dinâmica dos impactos econômicos dos cruzeiros marítimos
Fluxo de cruzeiros na costa brasileira
N
E
03. MOVIMENTAÇÃO ECONÔMICA DOS CRUZEIROS
MARÍTIMOS NO BRASIL // TEMPORADA 2010/2011
Impacto econômico dos armadores
Impacto econômico dos cruzeiristas e tripulantes
Divisão do impacto econômico por cidade portuária
Geração de postos de trabalho
12
04. PERFIL E HÁBITOS DE VIAGEM DO CRUZEIRISTA
18
05. OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Oportunidades
D
21
S
APRESENTAÇÃO
Na última década, constatou-se considerável aumento
do fluxo de cruzeiros marítimos na costa brasileira, com
a ampliação da oferta de leitos nos navios e de rotas
por parte dos armadores. Na temporada 2010/2011,
foram contabilizados cerca de 800 mil cruzeiristas
que geraram impactos econômicos significativos para
o País. Parte desse incremento se justifica pelo controle da inflação, maior formalização do mercado de
trabalho e aumento da renda da população brasileira,
registrando-se maior procura por viagens a lazer.
Face a esse cenário, a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (ABREMAR) contratou a Fundação
Getulio Vargas (FGV) para elaborar um diagnóstico
sobre os impactos econômicos dos cruzeiros marítimos no Brasil. Este estudo coloca em pauta relevantes aspectos de oferta e demanda que são de suma
importância para o desenvolvimento do setor.
As oportunidades de negócios geradas pelos cruzeiros marítimos não se restringem somente às cidades
portuárias, mas também a diferentes cidades não
litorâneas, em virtude de sua cadeia produtiva que
é movimentada pela contratação de serviços e compra de insumos em diferentes regiões do Brasil.
A ABREMAR deseja que esse estudo sirva como
instrumento orientador de políticas públicas do segmento de cruzeiros marítimos, no sentido de otimizar
os benefícios dessa atividade no País. Boa leitura!.
Principais objetivos do estudo
// Avaliar o impacto econômico dos cruzeiros
Com relação à oferta, foram investigadas questões
relacionadas à cadeia de suprimentos, empregos gerados, impostos e taxas pagas, abastecimento dos cruzeiros, entre outras, as quais impactam diversos setores da economia, tanto em nível local quanto nacional.
Já no que diz respeito à demanda, foram observadas características dos cruzeiristas, tais como perfil,
gastos realizados, intenção de compras, hábitos de
viagem, serviços utilizados, intenção de retorno ao
destino visitado, entre outras.
marítimos em cabotagem na costa brasileira
durante a temporada 2010/2011
// Mensurar a movimentação econômica dos
armadores atuantes no mercado brasileiro
// Identificar o perfil, hábitos de viagem e gastos
dos cruzeiristas nas cidades portuárias
// Mapear as principais oportunidades e
desafios para o desenvolvimento do setor
04 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
01.
01. Panorama geral
// 05
PANORAMA GERAL
////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Figura 1
No mercado internacional, o segmento de cruzeiros marítimos
tem mostrado um desenvolvimento crescente, a taxas de 8 a
9% ao ano. (Cruise Market Watch, 2010). No ranking mundial, os
Estados Unidos despontam com 10,1 milhões de cruzeiristas e a
Europa aproxima-se dos 4 milhões, sendo a Inglaterra com 1,65
milhão, a Alemanha com 1,26 milhão e a Itália com 850 mil.
No mercado brasileiro, alguns números recentes comprovam a
importância dos cruzeiros marítimos. Desde a temporada de
2004/2005, houve um aumento considerável não só da quantidade
de navios, como também do número de rotas. Na última temporada
(2010/2011), foram aproximadamente 800 mil cruzeiristas1, sendo
100 mil estrangeiros, viajando em 20 navios na costa brasileira.
Gráficos 1 e 2.
Mercados consolidados
Mercados em expansão
1
O presente estudo considerou navios em cabotagem na costa brasileira. Se fossem ainda considerados os navios de longo curso, esse impacto seria ainda mais
significativo, dado o expressivo número de passageiros estrangeiros nesses tipos de navios, o que favorece a entrada de receitas no País.
06 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
// 07
01. Panorama geral
O número de cruzeiristas que viajaram no Brasil nos últimos anos foi significativo. Este tipo de viagem tem sido
cada vez mais realizado por brasileiros, não apenas da classe alta, mas também da classe média. O incremento
do poder aquisitivo da população, o aumento do consumo e a facilidade de pagamento dos pacotes são fatores
que influenciaram positivamente o crescimento da demanda por cruzeiros marítimos.
Número de Navios
Gráfico 1
Número de cruzeiristas
Principais Portos Brasileiros (Número de escalas de navios em cabotagem)
Figura 2
Gráfico 2
Fortaleza
Fernando de Noronha
Natal
Recife
20
2010/2011
18
2009/2010
16
2008/2009
14
2007/2008
2005/2006
6
2004/2005
0
5
10
2004/2005
15
20
Maceió
521.983
2008/2009
2006/2007
9
2005/2006
720.621
2009/2010
2007/2008
11
2006/2007
792.752
2010/2011
Salvador
396.119
300.017
Ilhéus
225.178
139.430
0 200.000 400.000 600.000 800.000
Santos
Vitória
Angra dos Reis
No Brasil, Santos é o principal porto de embarque
e desembarque, seguido do Rio de Janeiro. Existem
ainda outros importantes portos de escala, conforme
ilustrado no figura 2.
Os cruzeiros marítimos beneficiam os destinos
em diferentes aspectos: movimenta a economia,
aumenta o fluxo de turistas na cidade, gera empregos,
estimula a entrada de divisas, promove o destino em
âmbitos nacional e internacional, entre outros. Esses
benefícios dependem dos seguintes aspectos:
// Tipo de porto de referência (se é porto embarque/
desembarque ou de escala);
// Período da viagem (início, meio ou fim);
// Tempo de permanência do cruzeiro no porto de
escala;
// Quantidade de escalas previstas na rota;
// Infraestrutura do destino existente para atender as
necessidades do navio e dos passageiros.
Paraty
Ilhabela
Rio de Janeiro
Búzios
Ubatuba
Cabo Frio
Búzios
Rio de Janeiro
Itajaí
Ilha Grande
Santos
Ilhabela
São Francisco do Sul
Porto Belo
Salvador
Rio Grande
Escalas
> 200
101 a 200
51 a 100
1 a 50
08 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
01. Panorama geral
Armadores presentes no Brasil // (Número de leitos por navio)
// 09
Figura 3
Costa Fortuna
Costa Serena
Grand Celebration
Grand Holiday
MSC Armonia
MSC Lirica
MSC Musica
3470
3780
1896
1848
2087
2069
3013
Costa Victoria
Grand Mistral
MSC Ópera
MSC Orchestra
2394
1700
2055
3013
Aidacara
1186
CVC Bleu de France
CVC Horizon
CVC Imperatriz
700
1770
1850
Splendour
of the Seas
Vision
of the Seas
Mariner
of the Seas
CVC Zenith
CVC Soberano
2076
2435
3835
1770
2684
10 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
02. Efeito Cascata: Impactos econômicos de cruzeiros marítimos no Brasil
02.
EFEITO CASCATA:
OS IMPACTOS eCONÔMICOS
DE CRUZEIROS MARÍTIMOS
NO BRASIL
Impacto Econômico
Figura 4
ECONOMIA
Passageiros
Cruzeiristas
Tripulantes
Alimentação, souvenir,
excursão, roupa,
transporte...
///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Portos
Dinâmica
dos impactos
econômicos
dos cruzeiros
marítimos
Os cruzeiros marítimos vêm se consolidando como
importante segmento turístico, apresentando impactos econômicos relevantes tanto em nivel nacional
como local. Entre estes impactos, destacam-se os
gastos derivados dos cruzeiristas e tripulantes e os
gastos dos armadores.
Os gastos dos armadores incluem tarifas portuárias,
impostos, compras de suprimentos, combustível,
água, entre outros. Já os gastos dos cruzeiristas
e tripulantes, nos portos de embarque/ desembarque e trânsito, englobam compra de passeios turísticos, alimentos e bebidas, transporte, souvenir e
presentes em geral.
A figura 4 ilustra os elementos impactados pelos cruzeiros marítimos.
Quantidade
de cruzeiros
e fluxo de
cruzeiristas
A temporada 2010/2011 contou com 20 navios, que
transportaram 792.752 cruzeiristas, sendo 693.723
brasileiros e 99.029 estrangeiros. Esses números demonstram como a atividade contribui para o
turismo interno e como também para a entrada de
turistas estrangeiros no País.
Dados do Anuário Estatístico do Ministério do
Turismo revelam um incremento acumulado do
número de chegadas de turistas internacionais, por
via marítima, de 182%, no período de 2003 a 2010,
enquanto que, no mesmo período, o crescimento do
número de chegadas de turistas estrangeiros pelas
diferentes vias de acesso, no Brasil, totalizou 23%.
Tais chegadas internacionais têm impacto direto na
entrada de divisas no País.
// 11
Impostos
Armadores
Empregos
Taxas Portuárias
Portos
Empresas do Setor
Suprimentos
Empresas do Setor
Praticagem, rebocagem,
serviçoes de atracagem
e terminal de passageiros.
Venda de cruzeiros,
combustível, empregados.
IMPACTO
ECONÔMICO
Alimentação, bebidas,
água, lixo, combustível.
Diretos e Indeiretos
Agência de Viagem
Comissão
Aéreo
Rodoviário
Táxi
Transporte
Receptivo
Guias locais
Transporte
(Táxis, transfer)
CADEIA DE
TURISMO
Atrativos Turísticos
Estabelecimentos
de Alimentação
Hospedagem
(antes/depois)
Restaurantes
Rede Hoteleira
Comércio
Destino
Bares
Marca
Comissionamento
Marketing
do Destino
12 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
03. Movimentação econômica dos cruzeiros marítimos no Brasil // temporada 2010/2011
03.
Movimentação econômica
dos cruzeiros marítimos
no Brasil // temporada 2010/2011
Impactos econômicos dos
cruzeiristas e tripulantes
Entre os setores mais beneficiados pelos gastos dos cruzeiristas e tripulantes destacaram-se o comércio varejista e alimentos e bebidas. Dos R$ 522,5 milhões dos impactos
totais (diretos e indiretos) dos cruzeiristas e tripulantes, R$ 172,6 milhões foram gastos na atividade comércio varejista; R$ 155,1 milhões com alimentos e bebidas; R$ 80,3
milhões com transporte antes e/ou após a viagem; R$ 67,6 milhões com passeios turísticos; R$30,5 milhões com transporte durante a viagem (nos portos de escala); e R$ 16,4
milhões com hospedagem antes ou após a viagem.
///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Os impactos totais (diretos e indiretos dos armadores e dos cruzeiristas) foram de
R$1,3 bilhão, sendo R$ 791,6 milhões gerados pelos gastos dos armadores com
compras de suprimentos, custos portuários e combustíveis e R$ 522,5 milhões gerados
Dos R$ 791,6 milhões gerados pelos gastos dos armadores, R$ 595,8 milhões correspondem aos impactos
diretos e R$ 195,8 milhões aos impactos indiretos. O principal gasto dos armadores foi com combustíveis,
que totalizou R$ 291,7 milhões de impactos direto e indireto, seguido pelas taxas portuárias e impostos, que
somaram R$ 215,2 milhões; alimentos e bebidas, R$133,5 milhões de impactos diretos e indiretos; comissões,
R$ 122,9 milhões de impacto direto; e, finalmente, água e lixo, R$ 28,1 milhões.
Impacto total dos armadores na economia brasileira,
por tipo de gasto // Temporada 2010/2011 (em milhões de R$)
Gráfico 3
291,7
Combustíveis
$$
$$
0
50
100
150
67,6
Passeios turísticos
30,5
Transporte nas escalas
16,4
Hospedagem antes e/ou depois da viagem
0
25
50
100
125
Vale ressaltar que dentre os impactos econômicos, os cruzeiristas nacionais foram responsáveis por 71,3%, enquanto que os cruzeiristas internacionais e tripulantes foram
responsáveis por 28,7%2 desse total.
Estrangeiros
R$ 150 milhões
25%
250
300
350
400
Gastos diretos
R$ 595,8 milhões
Gráfico 4
80,3
Transportes antes e/ou depois da viagem
28,7%
200
cruzeiristas nacionais.
155,1
Armadores
Cruzeiristas
e tripulantes
75%
71,3%
28,1
Água e lixo
184% superior aos
Alimentos e bebidas
122,9
Comissões a agentes e operadoras
ram um gasto médio
172,6
133,5
Fornecdores de alimentos e bebidas
Os cruzeiristas inter-
nacionais apresenta-
Comércio varejista
Gastos indiretos
R$ 195,8 milhões
215,2
Taxas portuárias e impostos
2
Impactos direto e indireto dos cruzeiristas e tripulantes
na economia brasileira, por tipo de gasto // Temporada 2010/2011 (em milhões de R$)
pelos gastos dos cruzeiristas nos portos de embarque/desembarque e de trânsito.
Impactos econômicos dos armadores
// 13
Brasileiros
R$ 372,5 milhões
150
175
200
14 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
03. Movimentação econômica dos cruzeiros marítimos no Brasil // temporada 2010/2011
IMPACTO ECONÔMICO DOS CRUZEIROS MARÍTIMOS NO BRASIL
CRUZEIRISTAS E TRIPULANTES
Figura 5
IMPACTO ECONÔMICO TOTAL
Comércio Varejista
Transporte antes e/ou após a viagem
Transporte durante a viagem
R$ 172,6
R$ 80,3
R$ 30,5
milhões
milhões
Cruzeiristas
e Tripulantes
$$
milhões
Armadores
R$ 1,3
%$ $
%$
$
60,2%
R$ 522,5
milhões
Alimentos e bebidas
Passeios Turísticos
Hospedagem antes ou após o cruzeiro
R$ 155,1
R$ 67,6
R$ 16,4
milhões
// 15
milhões
39,8%
bilhão
R$ 791,6
milhões
milhões
Cruzeiristas e tripulantes
Armadores
ARMADORES
%$%$
$$
Comissionamento para
operadoras e agências
Combustíveis
R$ 122,9
R$ 291,7
milhões
milhões
Taxas e Impostos
Fornecedores
de alimentos e bebidas
Água e lixo
R$ 215,2
R$ 133,5
R$ 28,1
milhões
milhões
milhões
Para se computar os impactos econômicos diretos
e indiretos dos cruzeiros marítimos foram coletados
gastos dos armadores, através de entrevistas presenciais com representantes legais das empresas no
Brasil, e gastos dos cruzeiristas, através da aplicação
de questionários nos portos de embarque/desembarque e trânsito. Não foram considerados gastos realizados dentro do navio.
16 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
03. Movimentação econômica dos cruzeiros marítimos no Brasil // temporada 2010/2011
DIVISÃO DO IMPACTO
ECONôMICO POR
CIDADE PORTUáRIA
Janeiro, R$ 86,6 milhões em Santos, R$ 57,0 milhões
em Búzios, R$ 43,9 milhões em Salvador, R$ 42,3
milhões em Ilhabela e R$ 189,8 milhões nos demais portos e cidades, visto que os impactos indiretos também
impactam em outras cidades que não são portuárias,
como o caso do transporte aéreo de passageiros.
As cidades portuárias são as que mais se beneficiaram
com os gastos dos cruzeiristas e tripulantes. Considerando a movimentação gerada com os gastos dos cruzeiristas e tripulantes a partir das escalas, embarque
e desembarque, na temporada 2010/2011, o impacto
total de R$ 522,5 milhões dividiu-se da seguinte forma:
R$ 102,9 milhões foram gerados na cidade do Rio de
Importante ressaltar que Santos e Rio de Janeiro
são os principais portos de embarque e desembarque do País e, consequentemente, são impactados
pelos turistas que permanecem nas cidades antes e/
ou após o período de viagem. Rio de Janeiro, além
de importante porto de embarque/desembarque, se
destaca junto a Búzios como importante porto de
escala, seguido de Salvador e Ilhabela.
Gastos totais nas cidades // Temporada 2010/2011 (em milhões de R$)
Figura 6
$
R$ 43,9 mi
Salvador
$
Búzios
$
$
R$ 102,9 mi
Rio de Janeiro
$
R$ 86,6 mi
$
Santos
Ilhabela
Os gastos dos armadores e dos cruzeiristas tiveram
impactos importantes na geração de postos de trabalho, tanto dentro dos navios como na cadeia produtiva movimentada pelos cruzeiristas, nas cidades
portuárias, e pelos armadores em diferentes cidades
do País (portuárias e não-portuárias).
Para capturar a totalidade desses impactos, os denominados “efeitos multiplicadores”, o presente estudo
desenvolveu um modelo de movimentação econômica, baseado na Matriz Insumo-Produto (MIP) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O modelo representa a economia brasileira por meio
de 55 atividades econômicas, 110 categorias de produtos e 10 perfis de renda/consumo da população, e
permite estimar os impactos totais (diretos, indiretos
e induzidos) das atividades relacionadas aos cruzeiros marítimos sobre a produção nacional, emprego,
renda, consumo e arrecadação tributária.
Na temporada 2010/2011, o setor de cruzeiros marítimos gerou aproximadamente 20.638 postos de trabalho na economia brasileira, sendo 5.603 tripulantes
dos navios e 15.035 gerados, de forma direta e indireta, pelos gastos dos turistas nas cidades portuárias
e na cadeia produtiva de apoio ao setor.
R$ 57 mi
R$ 42,3 mi
Geração de postos
de trabalho
$
$
$
R$ 189,8 mi
$
Outras cidades
O setor de cruzeiros gerou 20.638
postos
de trabalho na economia brasileira durante
a temporada 2010/2011.
20.638
empregos
Tripulantes dos navios
Empregos diretos e indiretos
// 17
18 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
04.
04. Perfil e hábitos de viagem do cruzeirista
Perfil e hábitos de
viagem do cruzeirista
////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
O turismo de cruzeiros é um segmento bem específico, que envolve tanto questões relacionadas a
transporte marítimo como à hospedagem e hospitalidade. Na maioria das vezes, o que de fato influencia a
decisão de compra de um cruzeiro marítimo é a experiência de viajar em um transatlântico. No entanto,
é possível verificar que o conjunto desses fatores,
somado aos destinos que compõem o roteiro, favorece para tornar essa experiência única.
Quanto à imagem
do destino após a viagem
3,9%
Gráfico 5
Dentre os fatores que mais influenciam a viagem
de cruzeiro, estão a indicação de amigos e parentes
e o preço. Pelas pesquisas, 62,7% dos cruzeiristas
estavam em sua primeira viagem de navio e 37,3% já
haviam feito um cruzeiro anteriormente. Como resultado, a grande maioria (86,8%) deseja realizar viagem
de cruzeiro novamente. Os destinos mais procurados
seriam: Litoral nordeste (29,2%), seguido de cruzeiro
internacional (28%). Caribe e Buenos Aires também
foram citados com 17% e 13,4%, respectivamente.
Quanto ao retorno ao destino
3,6%
40,7%
Dos entrevistados, 89,1% afirmaram que retornariam ao destino de escala a lazer, o que demonstra
uma positiva experiência de viagem. Um outro ponto
que merece destaque foi que 51,8% do total dos
respondentes afirmaram que a imagem do destino
melhorou após a viagem.
Gráfico 6
Em destaque à costa brasileira, Rio de Janeiro e Santos aparecem como os principais portos de embarque/desembarque. A pesquisa aponta que 15,3%
dos entrevistados aproveitaram para estender a
viagem e permanecer um período maior na cidade de
embarque/desembarque, antes e/ou após a viagem
de cruzeiro. Dos 15,3% que permaneceram por mais
tempo no destino (de 2 a 3 dias adicionais ao período
da viagem de cruzeiro), 61,3% hospedaram-se em
hotéis e 33,8% em casa de amigos e parentes.
Quanto às escalas, observa-se que 88,9% dos cruzeiristas desceram em pelo menos uma escala do
roteiro da viagem, estabelecendo uma média de
descidas que varia em torno de 2 a 3 cidades.
No que diz respeito à origem dos passageiros, a
grande maioria dos entrevistados procede do estado
de São Paulo (61,1%) seguida do estado do Rio de
Janeiro (12%) e do estado do Paraná (5,9%). Já em
relação ao perfil dos cruzeiristas, de forma geral, este
turista viaja acompanhado com cônjuge/namorado(a)
(43,8%), seguido de amigos (40,6%) e filhos/parentes (40,3%). O público é predominantemente feminino (55,8%), estado civil casado (54,4%), na faixa
etária entre 25 e 44 anos (48,6%). Possuem, ainda,
em sua maioria, ensino superior completo (58,1%)
Dos entrevistados, 14,7%, têm faixa de renda mensal
familiar acima de R$10 mil e 29% entre R$ 5.000,00
e R$10.000,00 mil reais.
Quanto à permanência no destino
Quanto à um novo cruzeiro
Gráfico 7
5,1%
6,7%
4,2%
51,8%
Dentre os pontos mais elogiados pelos cruzeiristas em suas viagens, predominam a infraestrutura
e os serviços ofertados nos navios, como também
nas cidades visitadas. Dentre os pontos mais criticados, destacam-se: o curto tempo de parada nas
cidades, a infraestrutura dos portos e os processos
de embarque e desembarque.
6,4%
10,2%
89,1%
Gráfico 8
6,7%
84,7%
86,8%
Melhorou
Retornariam à cidade
Não
Sim, pretende fazer outra viagem de cruzeiro
Permaneceu positiva
Não retornariam
Sim, após o cruzeiro
Não sabe
Piorou
Não souberam responder
Sim, antes do cruzeiro
Não pretende fazer outra viagem de cruzeiro
Permaneceu negativa
// 19
20 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
04. Perfil e hábitos de viagem do cruzeirista
Perfil do cruzeirista brasileiro
// 21
Figura 7
3,7%
6,6%
44,2%
55,8%
54,4%
55,8%
Sexo feminino
Sexo Feminino
3,4%
Casado
Sexo Masculino
1,7% 5%
7%
11%
58,1%
35,3%
Casados
0,3%
12,2%
25,3%
58,1%
Ensino superior completo
26,3%
12,4%
26,3%
22,4%
25 a 34 anos
19,4%
Ensino Superior
Pós-graduação
Mestrado
15 a 17 anos
25 a 34 anos
45 a 54 anos
Ensino Médio
Ensino Fundamental
Doutorado
18 a 24 anos
35 a 44 anos
55 a 64 anos
65 anos ou mais
33,7%
R$ 2.501 a R$ 5.000
45,2%
Empregados de empresas
privada/pública
17,5%
Até R$ 2.500
De R$ 5.001 a R$ 10.000
Empregado
Empregador
Estudante
Acima de R$ 10.000
Conta própria
Aposentado
Outros
4,6% 3,8%
Pensionista
11,1%
43,8%
40,6%
61,1%
12%
88,9%
40,3%
3
62,7%
61,1%
43,8%
88,9%
PRIMEIRA VIAGEM
SÃO PAULO
VIAJARAM ACOMPANHADOS *
ESCALAS
do cônjuge/namorado
é o principal estado de origem dos viajantes
de navio
13,8%
De R$ 2.501 a R$ 5.000
4,8%
62,7%
45,2%
7,2%
22,6%
29%
2,2%
5,9%
Viúvo
9,6%
33,7%
16,2%
37,3%
Divorciado
5,5% 1,4%
14,7%
$$
Solteiro
54,4%
É importante
destacar que o visitante
tem a possibilidade
Desceram em pelo menos uma escala da viagem
de descer no destino e
não realizar passeios
Sim
Não
São Paulo
Paraná
Rio de Janeiro
Minas Gerais
Outros
Viajou só
Filhos/Parentes
Outros
Cônjuge/Namorado
Amigos
Grupo
*Resposta Multipla
Sim
Não
turísticos, pois se trata
de um serviço opcional.
22 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
05.
05. Oportunidades e desafios
OPORTUNIDADES
E DESAFIOS
////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
OPORTUNIDADES
Como já vimos neste estudo, os impactos dos cruzeiros extrapolam a própria questão econômica em si. A seguir, serão apresentadas algumas oportunidades e desafios relacionados ao setor.
Promoção dos destinos turísticos
Mais de 20 destinos brasileiros constam em catálogos de cruzeiros
marítimos, que são distribuídos por diferentes agentes de turismo
no Brasil e no exterior, seja em formato impresso ou eletrônico.
Além disso, a cada temporada, milhares de cruzeiristas e tripulantes descem nos portos brasileiros e visitam as cidades, podendo
retornar futuramente e divulgar o destino pelo marketing boca a
boca. Dessa forma, cabe ao destino aproveitar essa oportunidade e
ter em sua prateleira, produtos e serviços formatados, que possam
ser oferecidos ao turista durante a sua estadia na cidade.
Geração de postos de trabalho
Além dos empregos em escritórios regionais das operadoras de
vendas, marketing e atendimento a clientes dos cruzeiros marítimos, são gerados postos de trabalho durante a temporada.
Em especial nos terminais portuários e na cidade como um todo
(comércio, bares e restaurantes, receptivo, transporte e atrativos turísticos), movimentando toda a cadeia de serviços locais.
No Brasil, a lei de cabotagem exige que 25% da tripulação de
cada navio seja composta por brasileiros. Como o piso salarial a
bordo é acima da média brasileira, muitos jovens se capacitam
em idiomas, turismo e hotelaria para disputar esses postos de
trabalho. Além disso, o ambiente do navio favorece o intercâmbio cultural com a tripulação de diferentes nacionalidades, a qualificação profissional e oportunidade de trabalho no exterior.
Movimentação da cadeia de suprimentos e serviços
As principais compras para o abastecimento de cruzeiros estão
relacionadas à aquisição de combustível e derivados de petróleo
(lubrificantes, óleos etc.), às compras corporativas (material de
escritório, computadores etc.), às compras técnicas (peças de
motor, tapetes etc.) e às compras de hotel (alimentos, bebidas e
itens de consumo gerais).
A bordo, são duas áreas principais de gestão: as operações hoteleiras e as marítimas. Ambas seguem critérios internacionais de
qualidade e segurança de operação. O entendimento concreto
desses requisitos por parte das empresas brasileiras é fundamental para que estas se tornem fornecedoras de suprimentos e
serviços para os cruzeiros marítimos.
Expansão de nicho de mercado
Nos últimos anos, o crescimento econômico do Brasil e a estabilidade econômica possibilitaram o aumento da demanda do
turismo interno. De fato, mais brasileiros passaram a ter possibilidade de viajar. A diversificação dos cruzeiros, tanto em termos
de rota, período de viagem, preço e formas de pagamento, favoreceu o aumento do consumo de viagens de navios por diferentes
classes sociais. Atualmente, verifica-se ainda uma oferta crescente de navios temáticos, que atraem públicos com interesses
em comum e com perfil mais homogêneo do que os demais.
desafios
Ao longo do estudo, foram identificados alguns desafios que
podem se constituir em fatores limitantes para o crescimento da
indústria de cruzeiros. A seguir, estão elencados alguns deles:
Infraestrutura portuária
Apesar do exponencial crescimento do setor, a maior parte
dos portos brasileiros não apresenta infraestrutura adequada
para receber o fluxo de navios e turistas previsto nas temporadas. O sistema portuário necessita de intervenções e investimentos públicos e privados, especialmente nos terminais de
passageiros, estrutura para atracação e serviços gerais.
Importante ressaltar que muitos destinos não possuem
porto para atracação de navios, sendo necessária a utilização de cais e marinas privadas. Na maior parte dos portos,
também não existe diferenciação de terminal de carga e
terminal de passageiros.
Dentre os pontos críticos evidenciados nos terminais portuários, elencam-se: falta de sinalização; divisão entre terminal de passageiros e de carga; logística; estrutura receptiva; área destinada à bagagem; falta de informação sobre
// 23
atracação do navio; painel de informações; estrutura de alimentos e
bebida, comércio em geral; entre outros.
Taxas operacionais
Além da infraesrtutura portuária, um importante desafio para os
armadores está relacionado às elevadas taxas operacionais praticadas pelos portos. Não são apenas as taxas de pernoite e praticagem
que são onerosas, mas também as taxas de embarque e desembarque por passageiro.
Agentes envolvidos
Para que o Brasil possa receber cruzeiros marítimos em seus portos, evidencia-se uma série de ações, regulamentações e controles
que deve ser providenciada pelos armadores e diferentes entidades
e órgãos do País. A existência de diferentes agentes envolvidos na
operação, com suas respectivas competências e atribuições, torna o
processo mais custoso, lento e burocrático. Na figura abaixo, é possível identificar os órgãos envolvidos e suas competências.
Agentes envolvidos na operação
Figura 8
Organização das escalas dos transatlânticos, programas
de qualificação nas regiões portuárias e avaliação
das rotas dos cruzeiros marítimos
Responsável pela emissão de passaporte
e controle dos postos de fronteira
Ministério
do Turismo
Controle e fiscalização
da arrecadação de impostos
Coordenar e orientar
as atividades de imigração
Receita
Federal
Conselho
Nacional de
Imigração
Administração de todas
as atividades marítimas
e operações portuárias da Região
ANVISA
CRUZEIRO
Capitania
dos Portos
Atendimento de ocorrências e fiscalização
da faixa portuária, verificando e caracterizando
os fatos que contrariem as normas da Cia. Docas
e a legislação penal em vigor
Controle sanitário de produção
e comercialização dos produtos
Polícia
Federal
Ministério
do Trabalho
Legislação dos funcionários
Assessorar o Ministério
do Turismo na formulação
de planos, programas
e projetos relacionados
a cruzeiros marítimos
Conselho
Nacional
de Turismo
Guarda
Portuária
Secretaria
Nacional
dos Portos
Apoio ao desenvolvimento
da infraestrutura portuária,
com investimentos orçamentários e do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
24 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
FICHA TÉCNICA
ABREMAR
Diretoria e Conselho
Presidente / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
Vice-Presidente / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
Vice-Presidente / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
Vice-Presidente Executivo / / / / / / / / / / / / / / / / / /
Diretor Internacional / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
Assessor Jurídico / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
Diretor de Relações Institucionais / / / / / / / /
Assessor de Comunicação / / / / / / / / / / / / / / / / / /
Ricardo Amaral
Renê Hermann
Adrian Ursilli
André Pousada
Ilya Hirsch
Joandre Ferraz
Flávio Peruzzi
Gaudêncio Torquato
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Diretor do Projeto / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Ricardo Simonsen
Diretor Técnico / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Francisco Eduardo Torres de Sá
Coordenação Geral / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Luiz Gustavo Medeiros Barbosa
Airton Pereira Junior
Gestora do Projeto / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Paola Lohmann
Equipe Técnica / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Camilla Rezende
Luciana Vianna
Maria Clara Tenório
Análise Econômica/estatística / / / / / / / / / / / / Leonardo Vasconcelos
Administrativo e Financeiro / / / / / / / / / / / / / / / / Erick Lacerda
Fabiola Barros
Cássio Ricardo da Silva
Colaboradores FGV
Agnes Dantas
André Coelho
Carlyle Falcão
Cristiane Rezende
Gabriela Serpa
Ique Guimarães
/////////////////////////////////
///////////////////////////////////////////
Isabel Farias
João Evangelista
Laura Monteiro
Marcel Levi
Márcia Magalhães
cafe.art.br
Gabriela Costa
Paulo César Stilpen
Roberto Pascarella
Thais Padinha
Thays Venturim
Vanessa Froese
Vinícius Moraes
Revisão
Um agradecimento especial a todas as empresas que colaboraram para a execução do estudo.
ABREMAR & FGV
Praia de Botafogo, 190 // 6º andar // Rio de janeiro
+55 21 3799.5475 // [email protected]
www.fgv.br/fgvprojetos
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