DIÁRIO OFICIAL DOS PODERES DO ESTADO Vitória (ES), Sexta-feira, 29 de Maio de 2009 ‘MAI S COM MENOS’ O Mais com Menos se baseia em quatro diretrizes: controle, ética, transparência e eficiência Com o nome ‘Mais com Menos’, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger), apresentou, na tarde de ontem, o Programa de Controle e Eficiência do Gasto Público, com o objetivo de difundir práticas para o combate ao desperdício, otimizar os gastos e aumentar a eficiência do gasto, preservando a qualidade dos serviços. O lançamento do programa foi no Palácio Anchieta, com a presença do governador do Estado, Paulo Hartung, secretários, dirigentes e servidores do Poder Executivo Estadual. O Mais com Menos se baseia em quatro diretrizes: controle, ética, transparência e eficiência. Os objetivos são reduzir a despesa de custeio e aumentar o investimento em benefício da população; sensibilizar os servidores; eliminar gastos desnecessários; divulgar boas práticas e estabelecer cultura da responsabilidade e da ética com os gastos públicos. “O que estamos fazendo hoje, ao lançarmos o Mais com Menos, é organizar as nossas ações e projetos que objetivam aumentar a qualidade do gasto em um programa de governo, que vai permitir dar mais visibilidade para a sociedade e à própria administração pública”, apresentou o secretário de Estado de Gestão e Recursos Humanos, Ricardo de Oliveira. “Nós não estamos começando hoje a tomar medidas nessa área. Os resultados são bem conhecidos: ajuste fiscal, recuperação da capacidade de investimento e redução de gastos de custeio, que de 2003 a 2008 caiu cerca de 270 milhões de reais”, completou. O secretário falou de uma das metas do Mais com Menos que é a redução de R$ 90 milhões nos gastos de custeio nos próximos 12 meses. “Essa é uma meta importante, principalmente em momento de crise, com a queda da nossa arrecadação. Mas esse não é o maior desafio. O principal é implantar uma cultura voltada para a boa gestão do gasto público. Uma cultura que incorpore os conceitos de controle, de ética, de transparência e de eficiência no gasto”, destacou. Ricardo de Oliveira aproveitou para solicitar o apoio dos servidores na execução do programa. O objetivo, segundo o secretário, é estimular a solidariedade do servidor com a população. “Quanto mais economizarmos nos gastos de custeio, mais poderemos investir na melhoria da qualidade de vida da população. Cada R$ 25 mil economizados geram uma casa popular ou mais medicamentos para a população. Por isso, cada servidor deve ser solidário e dar a sua contribuição, apagando a luz quando sair da sala de trabalho, economizando água, evitando telefonema desnecessário, en- fim, utilizando os recursos à sua disposição com a maior eficiência possível. Vamos fazer da gestão pública estadual um exemplo para o País em qualidade do gasto público”, enfatizou. O governador Paulo Hartung afirmou que o programa traz a visão de uma nova cultura no serviço público. “A obra maior que o nosso governo pode fazer não são obras físicas. O mais importante é que a gente consiga deixar consolidada no Espírito Santo uma gestão moderna e eficiente, que priorize a prestação de serviços públicos com qualidade para nossa população”, pontuou. Segundo Hartung, a política de valorização do gasto público já vem sendo desenvolvida desde o início do governo, com o respeito ao cidadão capixaba. “Imaginar onde nós estávamos em 2003 e onde estamos hoje é uma coisa extraordinária. Andamos muito e temos inúmeras vitórias a comemorar. Mas temos a humildade de saber que também temos muitos desafios pela frente”. Uma das determinações do Mais com Menos é que os órgãos e entidades tenham como meta a redução de 10% das despesas com passagens aéreas, diárias, combustíveis, locação de veículos, premiações e patrocínios, energia elétrica, água e telefonia; e que as compras de materiais e serviços de uso comum a todos os órgãos e entidades do Poder Executivo Estadual sejam realizadas pela Seger, por meio de sistema de registro de preços, na modalidade pregão. A gerente de Controle Interno e Análise de Custos da Seger, Leila Casagrande, é coordenadora do Mais com Menos, e detalhou algumas ações e orientações do projeto durante a solenidade. “Cada um deve fazer a sua parte. É importante frisar que não estamos falando em redução de serviço ou de menos qualidade. O programa visa dar eficiência ao gasto, possibilitando que possamos fazer mais, com menos”, disse Leila. O programa determina, ainda, que os valores dos serviços contratados pelos órgãos e entidades do Poder Executivo Estadual não ultrapassem aos constantes das Tabelas de Preços Referenciais do Governo do Estado, publicadas nos sites da Seger – (www.seger.es.gov.br) - e no Portal de Compras – (www.compras.es.gov.br). Além disso, comissões especiais serão formadas nas áreas de Saúde, Educação, Segurança e Justiça; um gestor representante de cada órgão será responsável por liderar e conscientizar sua equipe, envolvendo os servidores no programa; e caberá à Seger centralizar as licitações de materiais e serviços de uso comum do governo, por meio de pregão e estabelecer parâmetros e normas para a execução de licitações, contratos e convênios. DIÁRIO OFICIAL DOS PODERES DO ESTADO Vitória (ES), Sexta-feira, 29 de Maio de 2009 fazê-la mais democrática. E a nossa política de gestão do gasto tem esse objetivo. Por isso é importante para a população que o gasto público seja realizado com base nos conceitos de controle, da ética, da eficiência e da transparência. E, por isso é importante criar no setor público uma cultura da qualidade do gasto comprometida com esses conceitos. Esse é um evento de mobilização da administração pública e do servidor, em torno do Programa de Controle e Eficiência do Gasto Público, que estamos chamando de “Mais com Menos”. Queria fazer alguns comentários gerais sobre a nossa política de gestão em relação ao gasto público. Eu quero, inicialmente, esclarecer que a preocupação com a qualidade do gasto vem desde o inicio do governo. Nós não estamos começando hoje a tomar medidas nessa área. Os resultados são bem conhecidos: ajuste fiscal, recuperação da capacidade de investimento e redução de gastos de custeio. Só com as medidas implementadas no âmbito da Secretaria de Gestão, economizamos 270 milhões de reais nos gastos de custeio de 2003 a 2008. Isso sem falar nas economias geradas nas outras secretarias e órgãos. O que estamos fazendo hoje, ao lançarmos o Mais com Menos, é organizar as nossas ações e projetos que objetivam aumentar a qualidade do gasto em um programa de governo, que vai permitir dar mais visibilidade para a sociedade e à própria Administração Pública Estadual das ações que o Governo desenvolve na gestão do gasto público. Portanto, o que já estávamos fazendo há muito tempo, a partir de agora vamos fazer melhor, porque ganhamos em visibilidade, em mobilização e em gerenciamento. Esse programa também é uma iniciativa do Governo para o enfrentamento da Crise Financeira Internacional. A crise já reduziu a nossa receita no 1º quadrimestre. E o governador, em função dessa conjuntura, definiu as prioridades para o gasto no ano de 2009, que são: garantir o programa de R$ 1 bilhão de investimentos, o calendário de pagamento de salários e manter o pagamento de fornecedores em dia. O governador estabeleceu uma meta para o programa, que é a redução de 90 milhões de reais nos gastos de custeio. Meta importante, principalmente em momento de crise. Mas, não é o maior desafio. Essa é uma meta de curto prazo. O nosso maior desafio é implantar uma cultura voltada para a boa gestão do gasto público. Uma cultura que incorpore os conceitos de controle, de ética, de transparência e de eficiência no gasto. Por isso, essas são as quatro diretrizes da nossa política de gestão do gasto público. Portanto, temos ambições com esse programa para além do nosso período de Governo. Queremos legar para a sociedade capixaba uma administração pública com uma cultura voltada para a boa gestão do gasto público. Temos preocupações com medidas estruturais, que efetivamente consolidem práticas de gestão, no setor público, comprometidas com a qualidade do gasto. Os governos passam, mas os servidores ficam. E os governos consequentes têm que ter uma visão de longo prazo no desenvolvimento da qualidade da gestão pública. Um dos resultados mais importantes desse Governo é a elevação do padrão de qualidade da gestão pública, que permite, ao longo do tempo, manter uma contínua melhoria da qualidade do gasto e, portanto uma contínua melhoria da qualidade de vida da população. Não pensamos numa política de gestão pública que garanta resultados para a população apenas no nosso Governo. Melhorar a qualidade da gestão pública é também um compromisso com as futuras gerações. E quem tem visão de estadista governa também para as futuras gerações. E esse Governo tem essa visão de futuro, representado na liderança do governador Paulo Hartung. Por isso, esse programa também tem objetivos de longo prazo relacionados à mudança cultural. Essa cultura comprometida com o controle de gasto, com a ética, com a transparência e a eficiência é uma base importante para que nós possamos direcionar os recursos públicos no interesse da população, principalmente, dos mais pobres. Há na sociedade uma disputa pelos recursos públicos. Os vários grupos de interesse pressionam o governo para que os recursos sejam direcionados para atender suas demandas. Até aí nada demais, é do jogo da democracia. Ocorre, que nem todos os grupos que disputam os recursos públicos têm o mesmo poder de influência. Há grupos muito mais fortes que outros. Vamos comparar o poder de influência dos servidores públicos, aí incluídos, judiciário, legislativo e executivo, com os grupos mais pobres e desorganizados da sociedade. Ou o poder de influência dos empresários e suas associações com os grupos mais pobres e desorganizados de sociedade. Podemos comparar, ainda, o poder de influência das crianças em relação aos adultos. Quem tem mais influência no direcionamento dos recursos públicos? Como existe esta assimetria de poder na disputa pelos recursos, cabe à administração pública se organizar de forma a tentar equilibrar esta disputa e Em um País com enormes desigualdades sociais, a boa gestão do gasto público é fator de legitimidade do Estado perante a população. Vejam o debate a respeito do gasto de passagens no Congresso Nacional ou a questão de cessão de médicos para a Câmara de Vereadores de Vitória, ou o debate sobre o cartão corporativo no Governo Federal. Infelizmente, esses debates sobre os gastos públicos têm afetado a legitimidade do Estado perante a população. Isso pode comprometer o nosso processo democrático e a nossa convivência em sociedade, favorecendo o cada um por si e o individualismo exacerbado, já que vamos perdendo, pouco a pouco, as nossas referências coletivas. É isso que está em jogo na má gestão do gasto público. Quero falar também da cultura da solidariedade que é um importante valor na mobilização do servidor público para garantir a qualidade do gasto. Quanto mais economizarmos nos gastos de custeio, para a manutenção da administração pública, mais poderemos investir na melhoria da qualidade de vida da população. Cada 25 mil reais economizados no custeio gera uma casa popular ou mais medicamentos para a população. Esta é a solidariedade que pretendemos estimular. A solidariedade do servidor com a população. Cada servidor deve ser solidário e dar a sua contribuição: apagando a luz quando sair da sala de trabalho, economizando água, evitando telefonema desnecessário, evitando viagens desnecessárias, enfim, utilizando os recursos materiais e financeiros à sua disposição com a maior eficiência possível. E por fim, eu quero deixar uma mensagem ao servidor público estadual. A população capixaba ficaria muito feliz se cada servidor público tomasse este programa nas próprias mãos e fizesse da gestão pública estadual um exemplo para o País em qualidade do gasto público.