Ano II - Número 20 6 a 19 de fevereiro /2006 Comunidade prestigia posse de padre Wilson O Auditório Dom Gilberto ficou pequeno para abrigar o público presente na solenidade que ratificou os nomes que compõem a Reitoria e estarão no comando da Universidade até 2010 Fotos: Ricardo Lima Entrevista Reitor inicia jornada às 4h30 O padre Wilson Denadai inicia seu dia ainda de madrugada, quando realiza exercícios físicos e estuda inglês. Começa a trabalhar na Universidade junto com os funcionários do primeiro turno, às 7h30. O reitor concedeu entrevista ao Jornal da PUC-Campinas em janeiro, quando falou sobre sua disposição e planos de gestão, entre eles a criação de comissões paritárias para solucionar os problemas de trânsito do Campus I. Página 04 Ex-reitor padre David passa os paramentos ao padre Wilson durante cerimônia no dia 1º de fevereiro Cerca de 700 pessoas lotaram o Auditório Dom Gilberto e os saguões do prédio, onde foram instalados telões, para acompanhar a solenidade de posse da nova Reitoria. A cerimônia contou com a presença de autoridades políticas, eclesiásticas, científicas e representantes das comunidades interna e externa. A evocação a uma nova era e as homenagens ao ex-reitor padre José Benedito de Almeida David marcaram o evento, que foi antecedido por uma missa na Catedral Metropolitana de Campinas. Página 05 Prosa Caipira conquista mercado culinário O restaurante aberto ao público em janeiro no Bairro Carlos Gomes já integra o roteiro gastronômico tão disputado em Campinas e região. O empreendimento, resultado de um projeto da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários em parceria com a comunidade local, conta com a participação de estudantes de dez faculdades da PUC-Campinas e alavanca a economia local. Para quem busca contato com a natureza, comida caseira e bons preços, o 'Prosa' é uma boa programação para os finais de semana. Página 08 Trote? Só se for do bem Os Diretórios e Centros Acadêmicos (DAs e CAs) preparam uma série de ações para recepcionar os calouros e promover a integração com os veteranos este mês. Alunos e professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) realizaram nas férias a Atividade de Verão, que culmina com o Trote Solidário, uma ação que cresce a cada ano e afugenta o trote violento, proibido na Universidade. Página 06 MURAL José Scaleante e Lenita Buchalla (ao centro) durante o lançamento do restaurante Quer virar notícia no JP? A arquiteta recém-formada Gabriela Martin (foto) elege o Viaduto 'Laurão' como a imagem mais expressiva da democracia campineira. E você? Qual o canto da cidade que mais o encanta? Eleja um, fotografe e participe do concurso Saiu no JP. O jornal publicará neste ano na coluna Mural a melhor foto, a melhor charge, a melhor prosa e o melhor miniconto produzidos pela comunidade universitária. Acha pouco? Os autores de cada uma das obras selecionadas ganharão um livro alusivo ao gênero escolhido. Vai ficar de fora? Página 07 02 6 a 19 de fevereiro /2006 Jornal da PUC-Campinas Editorial Muito obrigado! Viva o novo reitor ! E ste é meu último editorial no Jornal da PUC-Campinas. Nas próximas edições, este espaço será reservado às palavras do Magnífico Reitor Prof. Padre Wilson Denadai. Evitarei aqui, de propósito, uma abordagem pessoal, pois é minha convicção que a trajetória desses nove anos de gestão resulta de um compromisso e esforço que está muito além do empenho da Reitoria e de suas equipes de trabalho. Por trás de uma gestão está a consistente história e tradição institucionais e, com elas, as questões conjunturais vigentes no período, tanto internas quanto externas, e, sobretudo, a comunhão de sonhos, de idéias, de crenças, que envolvem a comunidade universitária. Acreditando sempre que a Universidade está em permanente construção, procuramos juntos caminhar com a comunidade, a partir do estágio em que encontramos a nossa PUC para o estágio atual que a deixamos para nosso novo Magnífico Reitor. Quando assumimos a gestão, enfatizamos que um processo permanente de planejamento e avaliação seriam instrumentos fundamentais para o crescimento da Universidade nos anos que se seguiriam. E essa foi a síntese da nossa trajetória nesses anos. Como parte do processo, em 2002 iniciamos a implantação da reforma acadêmica e administrativa, destacando que não era um mero remanejamento burocrático, ou com fins economicistas, e que seu objetivo maior seria aprimorar a qualidade da formação que a PUC-Campinas oferece há mais de seis décadas, articulando o ensino, a pesquisa e a extensão como instrumentos indispensáveis para a formação do aluno. A criação das Pró-Reitorias e a estrutu- ração dos centros têm favorecido as condições para um trabalho mais articulado, interdisciplinar, ajudando-nos a descobrir novas dimensões da criação e da socialização do conhecimento conforme as necessidades do nosso tempo. Ao lado disso, a definição da carreira docente, a elaboração do orçamento, a renovação da infra-estrutura física e tecnológica da Universidade são as novas e importantíssimas ferramentas para continuarmos nossa construção. Sem se limitar às questões do âmbito institucional, a PUC-Campinas prosseguiu seu trabalho em sintonia com a comunidade loco-regional, conforme sua vocação católica e comunitária. Os gestores e suas equipes cumprem suas funções no tempo que lhes é designado e a PUC-Campinas permanece inspirada em sua missão permanente de formar pessoas buscando capacitá-las profissionalmente e para o exercício da cidadania na solidariedade. Volto agora com muita alegria às minhas funções de origem, sempre disposto a colaborar na continuidade do processo de construção da nossa querida PUC-Campinas. Meu maior desejo é agradecer o compromisso e o apoio da comunidade universitária e continuar sonhando junto com ela. Estou certo de que essa mesma comunhão de esforços e de ação coletiva estará apoiando meu companheiro prof. pe. Wilson nos próximos quatro anos. Que o Deus da Vida e da Esperança nos anime sempre a buscar o Novo! Campinas, 31 de janeiro de 2006. Reitor da PUC-Campinas Padre José Benedito de Almeida David PUC-Campinas inaugura laboratório de TV Digital Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça. Na era digital, esse conceito ganha espaço com o Laboratório de Conteúdo para TV Digital inaugurado pela PUC-Campinas, no dia 12 de dezembro de 2005. Ele viabilizará equipamentos, estúdios e equipes para a execução de projetos interativos e funcionará como um canal de distribuição de sinal digital interno e externo, pela internet. "O laboratório é público, sendo um espaço para experimentação de conteúdos interativos e de validação das tecnologias desenvolvidas pela comunidade científica", explicou o coordenador da TV PUC-Campinas, Paschoal Neto. O laboratório funciona no Prédio H 0, no Campus I. O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Notas Telecomunicações (CPqD) investiu cerca de R$ 180 mil em equipamentos, que foram emprestados para a PUC-Campinas, responsável pela infra-estrutura do laboratório. O sistema digital oferece melhor qualidade de imagem e som pela transmissão por fibra ótica, além de permitir interatividade entre o telespectador e a programação, com a utilização simultânea de recursos como a internet. A iniciativa é resultado de um convênio entre a Universidade e o CPqD e beneficiará alunos, professores, funcionários e a comunidade externa, que poderão inscrever projetos atendendo a determinados critérios. Os projetos externos deverão ser encaminhados por entidades legalmente instituídas, com cronograma, objetivos, viabilidade e sustentabilidade financeira. Um comitê composto pela PUC-Campinas, CPqD e sociedade civil, representada pela Federação das Entidades Assistenciais de Campinas (Feac), fará a seleção. A coordenação e a operação do laboratório são da TV PUCCampinas e o CPqD oferecerá o suporte tecnológico. O laboratório poderá subsidiar a criação da TV PUCCampinas interna, com programação distribuída nos campi por aparelhos de TV e pela internet. Outra possibilidade é a ampliação da transmissão de TV Digital em bairros ou núcleos residenciais. >> Serviços Informações: [email protected] Fernando Petermann Emdec realiza ação de volta às aulas Pesquisa mapeará ocupação de solo A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) informou que realizará uma ação específica para o retorno às aulas nos acessos de algumas universidades, entre elas a PUC-Campinas. A partir do dia 6 de fevereiro, a empresa intensificará o monitoramento do trânsito e distribuirá panfletos com o intuito de minimizar a lentidão e prevenir acidentes. Os agentes estarão no Campus I de 6 a 10 de fevereiro e de 13 a 17, monitorando os horários de chegada e saída, no período da manhã, e a chegada dos estudantes, à noite. A operação se repetirá nos dias 20 e 21 deste mês. As negociações sobre a implantação do semáforo e a reformulação do acesso à Universidade continuam nas próximas semanas, entre a empresa e a nova gestão da PUC-Campinas. Verba Extra - O Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP) da PUC-Campinas acaba de conseguir do Ministério da Saúde uma verba de R$ 359 mil, que serão aplicados na aquisição de aparelhos para os serviços de cardiologia e endoscopia, aumentando a capacidade de realização de cirurgias cardíacas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A emenda para a concessão da verba adicional contou com a indicação do senador petista Aloizio Mercadante (ao centro), que visitou as instalações do hospital no dia 20 de janeiro. O agendamento das cirurgias pelo SUS depende ainda do credenciamento do Ministério da Saúde. O Programa de Mestrado em Urbanismo da PUCCampinas fará uma pesquisa sobre as novas tendências de ocupação do solo no Estado de São Paulo. Composta por 13 pesquisadores da Universidade, cinco de outras instituições paulistas e cinco de universidades européias e sul-americanas, a equipe promoveu o primeiro encontro no final de janeiro no Campus I. O projeto será apresentado à Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp) em março deste ano. A dinâmica de ocupação da região de Campinas, na qual não se sabe ao certo o que é urbano e o que é rural, estende-se para o interior paulista. "É nossa obrigação fornecer subsídios para as administrações se instrumentarem para gerenciar o problema", afirmou Raquel Rolnik, integrante do grupo e professora da PUC-Campinas. Expediente Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Denise Tavares, Wagner José de Mello e Sílvia Regina Machado de Campos; Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Coordenador do Setor de Jornalismo - Aderval Borges; Editora - Eunice Gomes (MTB 21.390); Redatores - Aderval Borges, Adriana Furtado, Du Paulino, Eunice Gomes e Rita Hennies; Revisão - Luiz Antonio Razera; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3756-7147 e 3756-7674. E-mail: [email protected] 03 Jornal da PUC-Campinas 6 a 19 de fevereiro /2006 Opinião Ingresso na universidade: um rito de passagem Isabel Cristina Dib Bariani A s experiências do estudante no período de transição do Ensino Médio para o Ensino Superior são muito significativas, tanto que esse momento é considerado um dos mais importantes ritos de passagem, dentre aqueles que são vivenciados ao longo da vida. No processo de ingresso, em geral, o estudante se depara com uma série de situações a serem enfrentadas: afastamento da comunidade ou condição anterior; confronto com um novo contexto, que tem os seus próprios valores, normas, expectativas e oportunidades; e a integração a uma nova comunidade intelectual e social. A literatura especializada aponta que, nesse período, é possível que ocorram sentimentos antagônicos, pois, se, por um lado, o calouro sente um grande orgulho pela conquista pessoal, por outro, é confrontado com múltiplas e complexas tarefas e inúmeros desafios, que exigem novas responsabilidades e enfrentamento de questões pessoais, sociais, acadêmicas e vocacionais. Sendo assim, esse percurso demanda que o universitário lide com uma varie- Espaço leitor A integração é construída no cotidiano das relações estabelecidas entre o estudante e a instituição dade de exigências e situações novas, advindas de professores, conteúdos programáticos, métodos de ensino e de avaliação, ritmos e exigências de estudo, interação com novos grupos de colegas e, até mesmo, o primeiro afastamento da família. As experiências da vida universitária, especialmente aquelas do período de ingresso no Ensino Superior, podem se constituir em importantes determinantes do desenvolvimento cognitivo e psicossocial do aluno, dos níveis de satisfação e desempenho acadêmico, da evasão ou permanência e, conseqüentemente, do posterior sucesso profissional. Nesse contexto, é necessário que o estudante ultrapasse rapidamente uma série de etapas de adap- Galeria @ [email protected] DOCUMENTÁRIO Olá. Eu li um jornal antigo de vocês, mais precisamente de agosto de 2005, e achei muito interessante o documentário Do Luto à Luta. Gostaria de saber se vocês podem me informar onde posso encontrá-lo para alugar ou mesmo comprar na cidade de Campinas. Agradeço desde já, Marisha Santos importante indicador da qualidade institucional e essencial para a qualidade da aprendizagem. Apesar das tendências apresentadas, considera-se que esse rito de passagem e a formação superior são vividos de forma singular pela pessoa. De qualquer modo, reconhecer a relevância e promover a qualidade das vivências acadêmicas dos universitários é um desafio de responsabilidade repartida, que engloba tanto um planejamento e intervenção da universidade, como a participação dos estudantes e das suas organizações estudantis. Isabel Cristina Dib Barian, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas O QUE VOCÊ ACHA QUE MAIS MARCA UM CALOURO AO INGRESSAR EM UMA UNIVERSIDADE? "O que marca o aluno é a integração com os veteranos, o que pode ajudar bastante no aprendizado e na diversão. É essencial que eles se entrosem com os veteranos e com outros bichos, para trocar idéias". Thomaz Sacchi, estudante da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Qual sua opinião sobre o Jornal da PUC-Campinas? Quer sugerir uma pauta? Divulgar o que você está fazendo? Participe! Mande uma mensagem para a redação. "Acho que é a consciência da mudança pela qual ele vai passar, pelo rito. Ele se conscientiza de que vai passar para outra fase da vida. A verdade é que, agora, ele assumirá uma nova perspectiva de vida, estará por si só, não vai mais haver reunião de pais". Laura Umbelina Santi, diretora da Faculdade de Turismo Imagens NOTA DA REDAÇÃO - Marisha, os documentários divulgados na edição de n.º 13 foram premiados no 33º Festival de Cinema de Gramado. De acordo com a Casa Azul Produções Artísticas, o filme ainda não foi lançado nos cinemas e, portando não chegou às locadoras. Alguns exemplares estão sendo distribuídos para entidades e instituições de ensino. Assim que recebermos uma cópia disponibilizaremos em nossas bibliotecas. Mantenha contato conosco. tação, visando sua pronta integração, que, caso não ocorra, poderá comprometer seus projetos acadêmicos, profissionais e de vida. A integração do aluno ao contexto universitário é considerada como um processo complexo e multidimensional, que envolve múltiplos fatores, tanto de natureza intrapessoal como contextual. Desse modo, a integração é construída no cotidiano das relações estabelecidas entre o estudante e a instituição. Os aspectos relativos ao acadêmico - a sua história de vida, suas expectativas, habilidades e demais características e a qualidade do esforço estudantil, representado pelo envolvimento com a sua própria aprendizagem e desenvolvimento - desempenham um importante papel para a integração. No entanto, os componentes da instituição, isto é, sua comunidade, sua estrutura e elementos organizacionais também são essenciais, podendo facilitar ou não esse processo. A instituição deve assumir a sua parcela de responsabilidade perante o percurso de formação dos seus alunos, sendo de fundamental importância que proporcione, em especial aos calouros, as condições adequadas para que experimentem satisfatoriamente o conforto acadêmico, considerado MOMENTOS FELIZES - A felicidade tomou conta da Universidade no último mês de 2005. Mesmo com intenso calor e muita procura, os calouros esbanjaram bom humor e solidariedade na matrícula. No Campus II (à esq.), muitos 'bixos' colaboraram com a campanha Doe um Brinquedo e garantiram o Natal de crianças carentes. A campanha arrecadou cerca de 300 brinquedos distribuídos pelo Grupo de Ação Solidária para entidades cadastradas. No Campus I, a confraternização de final de ano reuniu no dia 17 cerca de1,2 mil pessoas que se divertiram com os grupos musicais e algumas rodas de samba formadas pelos funcionários. Fotos: Ricardo Lima "Acho que é a mudança. Eles mudam a cabeça, saem da adolescência e estão se transformando em adultos. Eles não são mais crianças, saíram dessa fase". Claudionor Ferreira Nunes, funcionário do Centro de Economia e Administração (CEA) A reunião A QUE ASSISTI, os DEBATES que travei COM jovens desta UNIVERSIDADE me encheram de orgulho pelo ESPÍRITO que preside os DESTINOS desta Casa. Oxalá OUTRAS SE formem NO Brasil, conservando A mesma flâmula QUE aqui VIM encontrar. Juscelino Kubitschek, presidente da República em 17 de maio de 1963, quando visitou a PUC-Campinas. 04 6 a 19 de fevereiro /2006 Jornal da PUC-Campinas Ricardo Lima Entrevista U Adriana Furtado [email protected] Um homem simples, disciplinado e com espírito humanista. Assim é o novo reitor da PUCCampinas, o professor, psicólogo e padre Wilson Denadai. Sua rotina começa ainda de madrugada, às 4h30, quando inicia suas atividades físicas. Depois dedica-se às suas orações e ao estudo de inglês. Chega à Universidade com os funcionários do primeiro turno, às 7h30. Circula pelos campi, visita as obras e não dispensa uma conversa amiga. Essa maratona inspirou um ensaio fotográfico que será publicado na próxima edição do Jornal da PUC-Campinas. Na entrevista, concedida ao jornal dois dias antes de completar 58 anos de idade (13 de janeiro), padre Wilson discorreu sobre seu esforço pela educação continuada, sua trajetória na Universidade, a implementação do Plano de Carreira Docente, o Programa de Treinamento de Funcionários e a criação de comissões para ajudar a solucionar os problemas de trânsito no Campus I. Confira abaixo trechos da entrevista e, na integra, no Portal PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br). Jornal da PUC-Campinas - Qual a importância da educação continuada em sua vida? Padre Wilson Denadai - Aprendi que você nunca encerra sua formação. Ao terminar o curso de Técnico em Contabilidade sabia que precisaria aprimorar minha formação. Ao iniciar Filosofia, em 1968, falava-se que nunca se termina o processo de aprender a pensar. Fiz Teologia em meio à implementação do Concílio Vaticano II, dizendo que teríamos de aprender com as comunidades. Na graduação em Psicologia ficou mais evidente que nunca se esgota o conhecimento da alma. Com o mestrado, a mesma coisa. Então entendi o que Jesus falava: 'vocês são sempre discípulos'. JP - Como foi sua trajetória na PUCCampinas? Padre Wilson - Enquanto exercia minhas funções como capelão do Hospital de Clínicas da Unicamp, comecei a ministrar aulas no então Instituto de Teologia e Ciências Religiosas da PUC-Campinas e fiz o mestrado em Psicologia Clínica na Universidade. Em 1993, assumi a coordenação do Departamento de Teologia Prática e a vice-direção do então Instituto de Teologia e Ciências Religiosas. Fui pároco da Igreja Cristo Rei por dez anos, até 2002, quando fui indicado vice-reitor da Universidade. Em 2003, assumi também a função de gestor executivo do Plano Estratégico Institucional (PEs). JP - O que o Plano de Carreira mos várias ações junto ao poder público. Vamos dar continuidade aos trabalhos, não só com os gestores, mas com segmentos da comunidade universitária, para termos uma mesma perspectiva, sem ações isoladas. Pretendemos criar comissões paritárias, envolvendo alunos, professores e funcionários, que estudem medidas de interesse geral. Não penso que a Reitoria tenha cacife para encontrar soluções isoladas, numa comunidade tão complexa como a nossa. JP - O senhor costuma enfatizar a importância do trabalho em equipe. Padre Wilson - Tenho consciência da pequenez do indivíduo. Aprendi com Freud que nosso ego é apenas uma pequenina ponta de um grande icerberg, que não dominamos. O ego humano é isso, fundamental e necessário, mas tem limites e o meu não é diferente. Trabalhar em equipe é, para mim, uma questão de bom senso. HAJA FÔLEGO! Aos 58 anos de idade, o padre Wilson Denadai assume o comando da PUC-Campinas esbanjando disposição para enfrentar um dia-a-dia pesado, que para ele começa de madrugada Docente representa para a PUCCampinas? Padre Wilson - O plano nos dará a possibilidade de termos o corpo docente com certa durabilidade, à medida que tenha bom desempenho nas avaliações, o que reverterá na qualificação dos cursos, dos grupos e linhas de pesquisa e dos projetos de extensão. O plano prevê dois anos de transição, durante os quais há o compromisso de termos 1/3 de nossos docentes em tempo integral de dedicação. Não existem condições econômicas nem metodologias de implementação para colocá-lo em prática de imediato. Mas implementaremos passo a passo. JP - O que é o Projeto de Treinamento de Funcionários? Padre Wilson - Esse projeto faz parte do PEs, que prevê uma política de treinamento e aprimoramento dos nossos gestores e funcionários. A Coordenadoria Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos iniciou um trabalho de pesquisa com as unidades para o treinamento dos funcionários que estão em contato direto com os estudantes e professores, de forma a qualificar e aprimorar seu desempenho. Nos dias 19 e 20 de janeiro, tivemos um primeiro momento em que a futura equipe de gestão recebeu as informações básicas. Teremos novos encontros. JP - Como estão as negociações para solucionar os problemas de acesso ao Campus I? Padre Wilson - No ano passado tive- Wilson X Wilson HOBBY - Jardinagem MÚSICA - Cantatas e oratórios de Mozart FILME - Tomates Verdes Fritos, de Jon Avnet LIVRO - Um Mundo Transparente, de Morris West PRATO PREDILETO - Rabada com agrião e polenta CANTINHO DA UNIVERSIDADE - Sala de aula, seja ela qual for TRISTEZA - Ver os desmandos do mundo e da sociedade ALEGRIA- Estar com os amigos SONHO - Terminar meus dias em paz, com a consciência de uma obra realizada e dever cumprido JP - Como será a relação entre o Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP) e a Universidade? Padre Wilson - Já tive pelo menos quatro encontros com o superintendente do HMCP e combinamos nos reunir uma vez por mês para conversarmos sobre o trabalho em comum. Há um grande desejo de que a integração do hospital não ocorra só com o Centro de Ciências da Vida (CCV), mas também com cursos de outros centros. Já temos uma equipe de integração entre o CCV e o hospital. JP - E a relação da Universidade com sua mantenedora? Padre Wilson - A Universidade surgiu em 1941 com a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, logo após a criação da Sociedade Campineira de Educação e Instrução (SCEI). Essa é a grande matriz, a mãe da PUCCampinas e, mais tarde, na década de 70, do HMCP. Temos na presidência da mantenedora o arcebispo, que é a referência à qual o reitor e o superintendente do hospital devem sempre se reportar. Esperamos trabalhar de forma transparente, aberta, numa relação franca, cordial e de diálogo. JP - Como gostaria de deixar a PUCCampinas em 2010? Padre Wilson - Gostaria de pedir a Deus que me dê a graça de viver este último dia. Gostaria de deixar a Universidade tal qual a visão de nosso PEs: uma gestão ágil, que brilhe pela ciência e pela fé, sem dicotomias. Uma Universidade que seja de excelência na produção do conhecimento, do ensino, da pesquisa e da extensão. Na qual as pessoas tenham prazer em vir, ficar e permanecer. Onde os funcionários tenham prazer em trabalhar. Não sei se conseguiremos esse objetivo, porém gostaria de chegar próximo a ele. 05 Jornal da PUC-Campinas 6 a 19 de fevereiro /2006 Sucessão Fotos: Ricardo Lima A patrulheira Priscila Teodoro Taveira abriu a cerimônia no Auditório Dom Gilberto Padre David, o grande homenageado, abraça o chefe do Gabinete da Reitoria, Anis Carlos Fares NOVO CICLO marca posse de padre Wilson Confira a repercussão da posse do reitor padre Wilson Denadai "Ele trabalhou bastante, por isso merece. Eu sofri quando ele foi estudar porque eu queria que desse certo, não é? A gente sempre está pensando nisso e graças a Deus tudo deu certo. A nomeação é boa. Ele trabalha de bom coração e eu também fico feliz por isso". Mãe do padre Wilson, Ana Vedovatto Denadai "Esse casamento entre o padre Wilson, como reitor, e a PUC-Campinas só pode dar certo, só pode dar frutos positivos para todos os acadêmicos que conviverão com a gestão dele e para a sociedade como um todo porque a PUC-Campinas forma cidadãos. Eu sou um exemplo disso". Promotora de Justiça do Estado de São Paulo, Maria Cristina Martins "A nova gestão é uma oportunidade de continuar com os relevantes serviços que a PUC-Campinas tem prestado no desenvolvimento da cidade, da região, do Estado de São Paulo e do País, como geradora de conhecimento e de recursos humanos competentes. Vamos estreitar ainda mais nosso laços, como vizinhos e parceiros em eventos e ocasiões e pela proximidade com o padre Wilson". Reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge "A escolha do Dom Bruno foi criteriosa. Tratase de um sacerdote culto, um sacerdote exemplar e que está preparado para enfrentar os grandes problemas internos e externos da PUC-Campinas. Todos ganharão. É uma partida de futebol na qual todos entrarão em campo para que a Universidade realize sua missão de Universidade Católica, formadora de profissionais". Bispo emérito de Jundiaí, Dom Amaury Castanho "O desejo é que a PUC-Campinas continue dando o exemplo para o País de como se constrói uma Universidade de seu porte, atualizada, voltada para o futuro de forma humana e preocupada com a formação. Como a Universidade vem realizando ao longo de sua história, que se confunde com a história de Campinas. Algo que deixa a nós, campineiros, muito orgulhosos". Vice-prefeito de Campinas, Guilherme Campos Júnior Rita Hennies Reitor assumiu o comando declarando abertas as comemorações dos 65 anos da Universidade para um público de cerca de 700 pessoas Q Eunice Gomes [email protected] Quando a patrulheira Priscila Teodoro Taveira, que há dez meses compõe o quadro de funcionários da Universidade, entrou no Auditório Dom Gilberto no dia 1º de fevereiro portando a bandeira do Brasil, iniciou-se a posse dos docentes que estarão no comando da PUCCampinas até 2010. Mas não foi apenas esse fato que a Priscila anunciou, ela avisou que um novo ciclo estava começando. E o novo marcou todos os discursos da noite que contou com cerca de 700 convidados, segundo estimativa da organização da solenidade. Palavras que evidenciaram que os novos tempos serão marcados pela harmonia e pelo trabalho em equipe. "Os papéis de cada instância da PUC-Campinas estão definidos e nenhuma deve atrapalhar o trabalho da outra", alertou o arcebispo emérito de Campinas e presidente da Sociedade Campineira de Educação e Instrução (Scei), Dom Gilberto Pereira Lopes. O novo não esquece a história construída ao longo dos 65 anos da PUC-Campinas. "Quando fui convidado para fazer parte da cerimônia, senti-me ainda mais PUC do que sempre fui ao longo dos meus 42 anos integrando o corpo docente desta Instituição", afirmou o diretor da Faculdade de Letras, Carlos de Aquino Pereira, que portou a bandeira do município de Campinas. O tão enaltecido novo provoca receio, mas com gosto de desafio. "São os primeiros passos de uma longa jornada", declarou a vice-reitora, Angela de Mendonça Engelbrecht, ao Jornal da PUC-Campinas momen- tos antes de entrar no auditório. "Vamos enfrentá-la com coragem", garantiu o reitor padre Wilson Denadai. A solenidade foi pontuada por muitas surpresas, tirando aplausos espontâneos da platéia que se acomodou entre o auditório e os saguões do prédio, onde foram instalados dois telões. Dom Gilberto propôs a concessão do título de reconhecimento ao ex-reitor padre José Benedito de Almeida David pelos nove anos de dedicação à frente da Reitoria. A iniciativa foi ovacionada pela platéia e emocionou visivelmente o ex-reitor, que teve de ser forte para resistir às declarações de gratidão, amizade e companheirismo que se sucederam durante o evento. Entre elas, a confissão do padre Wilson durante seu discurso de posse. "Aprendi a amar o amor que você dedica à PUC-Campinas. E amando esse seu amor por ela, hoje posso expressar que amo a PUC-Campinas. Amo-a como ela foi no passado, pode ser agora e será no futuro, inclusive contendo os acertos e os erros desta nossa gestão", declarou o reitor, ratificando o desejo de trabalhar em equipe até 2010. Quando o arcebispo metropolitano de Campinas e grão-chanceler da Universidade, Dom Bruno Gamberini, encerrou a solenidade, não terminavam ainda as homenagens ao padre David. Um vídeo produzido pelo Departamento de Comunicação (Dcom) contou um pouco da vida e da obra do ex-reitor, tendo como pano de fundo seu filme predileto, Dersu Uzala. Homenagem que provocou as lágrimas do padre David e muitos aplausos. Começou assim um novo ciclo na PUC-Campinas. FÉ NA MISSÃO - Cerca de 800 pessoas participaram da missa na Catedral Metropolitana de Campinas que celebrou a posse do reitor da PUC-Campinas, padre Wilson Denadai, no dia 1º de fevereiro de 2006. O arcebispo metropolitano da região de Campinas e grão-chanceler da PUC-Campinas, Dom Bruno Gamberini, tomou a profissão de fé e o juramento de fidelidade do padre Wilson Denadai à Igreja como norteadores da sua função como reitor. "É do coração da Igreja que nasce a Universidade, a qual continua a oferecer aos seus filhos e ao mundo a sabedoria", ressaltou Dom Bruno. 06 6 a 19 de fevereiro /2006 Jornal da PUC-Campinas Cidadania O Du Paulino [email protected] início das aulas na PUC-Campinas é marcado pelo Trote Solidário, forma de recepção aos calouros organizada pelos veteranos com o apoio da Universidade. A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) realiza, desde 1999, a Atividade de Verão-2006, que envolve 12 alunos veteranos durante o mês de janeiro para criar projetos que tragam melhoria de vida para as comunidades carentes. Neste ano, a atividade culmina com a limpeza de uma área no Jardim Nova Esperança, composta por cerca de mil moradores na região do Campo Grande. Calouros, veteranos e moradores do local darão os primeiros passos para a construção de uma praça. A ação deve acontecer na primeira semana de aulas. "O objetivo é trabalhar para as pessoas com a participação delas, despertando o sentido de cidadania", destacou o coordenador da Atividade de Verão 2006 Maxim Bucaretti. No Nova Esperança faltam escolas, unidades de saúde e opções de lazer. "As crianças não podem brincar na rua porque uns irresponsáveis fazem racha", desabafou a cozinheira Márcia Guerassi de Oliveira. Buscando soluções para esses problemas, o presidente da Associação dos Moradores do Jardim Nova Esperança (AMJANE), Vicente Paulo de Oliveira, descobriu o Trote Solidário da FAU. "O que a gente quer é um espaço para as crianças brincarem com segurança. Essa praça também vai fazer o pessoal do bairro ficar mais entrosado", enfatizou Oliveira. O universitário Paolo Colosso participou do trote em 2001 como calouro e disse que a experiência serviu para que ele enxergasse que o arquiteto não era apenas o profissional que projetava casas para a população da classe média. Agora, no último ano do curso, acredita que a FAU deva ter projetos contínuos que visem a melhoria dos espaços públicos nas periferias. "O trote, ao mesmo tempo em que traz satisfação, cria expectativas ainda maiores em comunidades que precisam de muitas outras ações", explicou. Outros cursos da Universidade realizam o Trote Solidário, a exemplo das Faculdades de Medicina e Psicologia, que no ano passado visitaram instituições assistenciais, levando donativos e calor humano. Essas atividades são definidas nas primeiras semanas de aula. Procure o Diretório Acadêmico de seu curso e participe dessas ações de cidadania. Além dessas ações, a Coordenadoria de Atenção à Comunidade Interna (Caci) promove no período de 13 a 23 de fevereiro, nos auditórios dos campi I e II, atividades de recepção aos ingressantes com palestras e apresentações de cada um dos centros. Com o lema FAU dá a largada para o Trote Solidário Faculdade de Arquitetura e Urbanismo mobiliza veteranos, calouros e moradores da periferia em Atividade de Verão; Universidade proíbe ações violentas Fotos: Fernando Petermann Comunidade da PUC-Campinas aproveita sucata para construir uma praça >> Diga não ao trote violento e, A PUC-Campinas proíb r tipo de ue alq qu veementemente, A s'. xo trote violento aos 'bi uma Universidade dispõe de que Resolução Normativa s do o çã ni estabelece a pu atos m re ca ati veteranos que pr s. ro lou ca agressivos contra os se e Aqueles estudantes qu os, sentirem constrangid s devem do di re ag humilhados e ncia nas formalizar uma denú de ou do da direções de sua facul e. nc centro a qual ela perte Não tolere abusos. não Paolo Colosso participou do projeto em 2001, quando ingressou na Universidade Faça Um Bixo Virar Gente, cerca de 200 veteranos da Faculdade de Medicina pretendem colocar os calouros para trabalharem. Nos dias 6 e 7 de fevereiro, às 10h, bixos, veteranos e pais voluntários promovem uma verdadeira faxina na Creche Tia Léa, no Jardim São Pedro, e no Lar Pequeno Paraíso, no Jardim Paranapanema, que atendem cerca de 100 crian- ças carentes. Pintar paredes, preparar refeições e lavar panelas integram a programação do trote da Medicina . A equipe também orientará os pais das crianças sobre amamentação, segurança no lar e hipertensão. A programação de cada centro será divulgada na primeira semana de aulas pelo Portal PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br). FIQUE ESPERTA 'BIXARADA' >>Transporte interno gratuito A Universidade oferece no período noturno no Campus I o transporte interno, por meio do qual uma van transporta os estudantes do Bolsão de Estacionamento C até a rua da cancela, localizada próxima a Praça de Alimentação. O serviço funciona há três anos e realiza cerca de 15 viagens no horário de chegada e 11 na saída dos estudantes. O transporte interno opera das 18h30 às 23h10 e é gratuito. >>Carterinha Em março, todos os estudantes da PUC-Campinas serão convocados a confeccionar o Cartão de Identificação Estudantil, a famosa 'carteirinha' da PUC-Campinas. De porte obrigatório, o cartão permite acesso aos acervos das bibliotecas e aos terminais de atendimento e é valido até o final do curso. A Pró-Reitoria de Administração divulgará na segunda quinzena de fevereiro um cronograma para a confecção dos cartões nos três campi, com datas, locais e horários. Informações: Portal PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br). >>Praça de Alimentação A Praça de Alimentação e Serviços do Campus I oferece três lanchonetes e dois restaurantes, cujos trabalhos e preparação dos alimentos têm a supervisão de uma nutricionista. Uma copiadora e uma livraria e papelaria ainda compõem os serviços, disponíveis de segunda à sexta, das 8h às 22h30, e, aos sábados, das 8h às 17h. A praça também conta com ambulatório médico e enfermeiro plantonista, de segunda a sexta, das 8h às 22h. Informações: (19) 3756-7664 e [email protected] Rita Hennies Fotos: Ricardo Lima 6 a 19 de fevereiro /2006 MURAL Jornal da PUC-Campinas André Prada aponta o prédio do Jockey Clube como a "grandeza impressionante de Campinas Caravela da Lagoa do Taquaral resume a cidade segundo Charles dos Santos Concurso escolhe melhor retrato de Campinas classificados MORADIA Aluga-se apartamento Próximo ao Campus Central. (19) 3251-0150 MORADIA Aluga-se um quarto em apartamento Próximo ao Campus Central. (19) 3231-4842 TRANSPORTE Silvia Transportes Campinas - Campus II (19) 3227-5213 MORADIA Pensionatos para moças Próximos ao Campus I. (19) 3296-1095 TRANSPORTE ITT Transportes Itatiba - Campus I (11) 4487-6850 TRANSPORTE Ronaldo Transportes Jundiaí - Campus Central (11) 4533-0493 e 9785-3156 As ofertas acima são de responsabilidade dos anunciantes Professora Karina Solha no Instituto Agronômico: o passado eo presente janeiro, à abertura da exposição de um dos mais importantes artistas plásticos internacionais do momento: Souzousareta Geijutsuka. A fera, vinda diretamente do Japão, foi apresentada pelos principais veículos de comunicação da cidade como convidado especial da curadoria do Museu de Arte Contemporânea do Ceará. Extensas reportagens trouxeram depoimentos de críticos e artistas locais, a maioria enaltecendo o trabalho de Geijutsuka. Um dos entrevistados chegou a destacar que a obra do japonês é revolucionária, condizente com o momento político vivido por países latino-americanos. Final da história: todos caíram do cavalo. Geijutsuka nunca existiu. Tratava-se de uma armação de jovens artistas cearenses que nunca tiveram espaço na mídia local, para provar o quanto o métier das artes na capital é submisso aos modismos que vêm de fora. Jornal da PUC-Campinas abre neste ano espaços periódicos para concursos de fotografias, minicontos, poemas e charges. Todos os leitores podem participar. O primeiro concurso da série é de fotografias. As inscrições estão abertas até 28 de março. A foto vencedora será publicada na primeira edição de abril . Para o tema Retratos de Campinas, os participantes devem enviar imagens que melhor caracterizem a cidade. Além da publicação, o vencedor receberá como prêmio o livro sobre fotografia O Caminho do Ouro, de João Garcia, doado pela livraria Livropel. O júri será composto por integrantes do Departamento de Comunicação (Dcom), Reitoria, professores, alunos e funcionários. Entrevistamos nesta edição pessoas que conhecem bem a cidade e curtem fotografia. O médico André Prada tem vários ensaios fotográficos sobre as praças e prédios da área central da cidade. Na sua opinião, a imagem que melhor caracteriza Campinas é a sede do Jockey Clube, na Praça Carlos Gomes. "Desde criança, quando vinha de bonde com minha mãe para passear no Centro, já achava o prédio de uma grandeza impressionante", disse ele. A professora da Faculdade de Turismo Karina de Toledo Solha é coordenadora do curso de pós-graduação lato sensu Gestão Turística do Patrimônio Histórico Cultural e diretora-adjunta do Centro de Linguagem de Comunicação (CLC). Para ela, a sede do Instituto Agronômico (IAC), na Avenida Barão de Itapura, é um retrato vivo da evolução da cidade. "Ao mesmo tempo que é um prédio histórico, representa a Campinas atual, como centro de excelência e alta tecnologia". A recém-formada em Arquitetura e Urbanismo Gabriela Martin fez parte do grupo de alunos da PUC-Campinas cujo trabalho foi selecionado para a 6ª Bienal de Internacional de Arquitetura, ocorrida no mês de novembro passado em São Paulo. A imagem que, na sua opinião, melhor representa a cidade é o Viaduto São Paulo, conhecido por 'Laurão'. "Pessoas de todas as classes sociais passam pelo local, para os vários destinos da cidade", justificou. "Já fotografei vários locais da cidade, mas gosto muito da vista da réplica da caravela do Parque do Taquaral", apontou o funcionário do Setor de Compras Charles José dos Santos. Ele acredita que a caravela é uma imagem contrastante, sobretudo para os que chegam em Campinas pela entrada norte, vindos da Rodovia MogiCampinas. E para você, qual é o retrato que simboliza a cidade? Envie sua foto com alta definição para o jornal ([email protected]) ou entregue-a na redação no tamanho padrão (10cmX15cm), situada no Prédio da Pastoral I, no Campus I. Informações: (19) 3756-7248. Cilada desmoraliza críticos em Fortaleza A grande imprensa de Fortaleza (CE) deu amplo espaço, em Mais que moda O livro de memórias Quase Tudo, da Companhia das Letras, escrito pela ex-manequim Danuza Leão, hoje colunista do jornal Folha de S.Paulo, revela fatos importantes sobre a vida cultural no período do Regime Militar (1964-1982). A casa do pai de Danuza, no Rio de Janeiro, era ponto de encontro de artistas e intelectuais de esquerda. Compositores da Bossa Nova, como Tom Jobim e Vinícius de Moraes, estavam sempre por lá e sua irmã Nara acabou se tornando uma das principais cantoras do movimento. O principal cineasta do Cinema Novo, Glauber Rocha, era outro freqüentador assíduo - por sinal, Danuza foi uma das atrizes do filme Terra em Transe, de 1967. Os capítulos mais extensos do livro são sobre o jornalismo da época. Ela escreve a respeito dos bastidores dos jornais Última Hora, dirigido pelo seu marido Samuel Weiner, e O Pasquim, comandado por Tarso de Castro. O Aderval Borges [email protected] 08 6 a 19 de fevereiro /2006 Jornal da PUC-Campinas Fotos: Ricardo Lima Solidariedade Restaurante Prosa Caipira, resultado de um projeto de extensão da PUC-Campinas em parceria com a comunidade do Bairro Carlos Gomes, conquista espaço no tão disputado mercado culinário de Campinas e região U Adriana Furtado [email protected] Uma receita de dedicação e solidariedade. Esses são os principais ingredientes que têm feito do restaurante Prosa Caipira, localizado no Bairro Carlos Gomes, um sucesso no roteiro gastronômico da região. Inaugurado em dezembro de 2005 e aberto ao público em janeiro deste ano, o 'Prosa' - como é carinhosamente chamado pela comunidade local - é resultado de um projeto da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da PUC-Campinas junto aos moradores do bairro. "Esta é uma área rural com forte perfil histórico e um contraste social intenso entre chácaras de veraneio e a população carente", explicou uma das coordenadoras do Projeto Carlos Gomes Lenita Buchala, sobre a motivação para desenvolver o projeto. Em janeiro, a procura pelo restaurante provocou uma espera de até três horas, mas os clientes não reclamaram, já que ficaram aguardando em ambientes agradáveis e degustando porções e bebidas especiais. O Prosa atende cerca de 700 pessoas por final de semana. Com o envolvimento e a mão na massa de alunos de dez faculdades da PUC-Campinas, de professores e de moradores do bairro associados ao projeto, o que era um sonho virou realidade, ganhou o prêmio do Programa Universidade Solidária (UniSol) e colhe os primeiros frutos das sementes bem plantadas. "Foi a melhor coisa para a comunidade. Estou na associação desde o início e ajudei na restauração dos móveis, reparos no telhado e todo o tipo de acabamento do casarão", detalhou o artesão Otávio Vitório. "Vim para Campinas há 33 anos, moro no bairro e não quero mais saber da cidade", arrematou a cozinheira Maria Ananias Ferreira de Souza, mais conhecida como Dona Nana. Assim como ela, a também cozinheira Dalila Almeida de Carlis está no projeto desde o início e deposita toda a confiança no sucesso do restaurante. "Estamos com grande expectativa e vamos batalhar muito para que dê tudo certo", afirmou. Cada detalhe do 'Prosa' tem uma história e um toque pessoal dos envolvidos. "Fiz o cardápio e tive ajuda de outros alunos que fizeram o logotipo e a parte gráfica", revelou orgulhosa a recém-formada em Publicidade e Propaganda (PP) Augusta Rossini. "Todos deram dicas para a composição do cardápio e a comida fica com o toque especial de cada um", emendou o associado Wilson Roberto de Carlis sobre as delícias do cardápio do Prosa. Galinhada, Frango com quiabo, Vaca Atolada, Rabada, Feijão Tropeiro, Feijoada, Leitoa Pururuca, Torresmo são alguns dos pratos típicos da casa. O projeto prevê outras etapas e novos laços solidários serão estabelecidos. "Outros projetos serão incorporados para o desenvolvimento do potencial turístico da região, além de atividades aliadas à riqueza natural da área", planejou o também coordenador do projeto José Antonio Scaleante. SERVIÇOS >> Prosa Caipira - Funciona nos finais de semana >>Localização - Rua Dois, n.º 76, Bairro Carlos Gomes. O acesso é feito por Furnas e Solar das Andorinhas ou pela entrada para o Bairro Carlos Gomes, próxima ao pedágio de Jaguariúna. >>Valores - Média de preços dos pratos é de R$ 24,00 a R$ 28,00 e servem duas pessoas. Já os pratos feitos sob encomenda variam de R$ 30,00 a R$ 40,00. >>Informações - (19) 3257-0662. Dona Dalila (à dir.) e dona Nana (à esq.) garantem o sabor dos pratos servidos para cerca de 700 pessoas por final de semana 'Prosa' integra roteiro gastronômico Alunos de dez faculdades participam da ação solidária e atestam o sucesso Augusta Rossini, recém-formada em PP, produziu o cardápio Otávio Vitório trabalhou na restauração do casarão e expõe peças artesanais DIFERENCIAL - O engenheiro elétrico Eduardo Fernandes Nunes na janela do restaurante com a professora Lenita Buchala, formado em 2004 pela PUC-Campinas, continua participando do Projeto Carlos Gomes. "Sou voluntário desde o início, em 2002, quando era aluno da Universidade. Atualmente acompanho o trabalho no meu horário de almoço e nos finais de semana. Posso afirmar que sou um profissional com diferencial no mercado de trabalho por ter participado de um projeto de extensão como este".