Plantão 01
Português
Profº.Ale Jamil
Morfologia
1. (Insper 2012) (...)
O segundo exemplo é de conhecimento de muitos:
uma peça publicitária que, para enaltecer as
qualidades de um carro, compara dois atores, um
considerado um grande ator e o outro, um ator
grande. Nesse comercial, é um brasileiro que se
presta a ocupar o lugar de ator grande (com atuação
considerada muito ruim em sua profissão). Foi dessa
maneira que ele saiu do ostracismo e voltou a ser
"famoso". Muitos jovens enalteceram a coragem do
moço, sua beleza e o dinheiro que ele ganhou para
fazer parte dessa campanha. (...)
constitucional, talvez único no mundo, com um rol
enorme de agentes e instituições dotadas da
prerrogativa ou de competência para trazer questões
ao Supremo. É um leque considerável de interesses,
de visões, que acaba causando a intervenção do
STF nas mais diversas questões, nas mais diferentes
áreas, inclusive dando margem a esse tipo de
acusação. Nossas decisões não deveriam passar de
duzentas, trezentas por ano. Hoje, são analisados
cinquenta mil, sessenta mil processos. É uma
insanidade.
Veja, 15/06/2011.
(SAYÃO, Rosely. Folha de São Paulo, 13/09/2011)
3. (Fuvest 2012) No trecho “dotadas da prerrogativa
ou de competência”, a presença de artigo antes do
primeiro substantivo e a sua ausência antes do
segundo fazem que o sentido de cada um desses
substantivos seja, respectivamente,
a) figurado e próprio.
b) abstrato e concreto.
c) específico e genérico.
d) técnico e comum.
e) lato e estrito.
No excerto acima, ao fazer um jogo de palavras com
“ator grande” e “grande ator”, a autora produz
diferentes efeitos de sentido. A alteração da ordem
das palavras só não produz mudanças de sentido
em:
a) pobre homem.
b) estrela esportista.
c) poesia simples.
d) novo modelo.
e) homem algum.
4. (G1 - ifal 2011) Assinale a alternativa cujas
palavras destacadas pertencem à mesma classe
gramatical.
a) “É incrível a importância do dedo indicador! Esse
deve ser o tal indicador de desemprego de que
tanto se fala!” (Quino, Mafalda)
b) Porque o verão está chuvoso, os agricultores
verão prosperidade no campo.
c) Olhou o extrato bancário e viu que, além dos
produtos que já levava, poderia ainda comprar um
extrato de tomate.
d) Eu cedo meu lugar na fila ao primeiro que chegar
cedo para a entrevista.
e) Leve esta sacola, pois ela está mais leve que as
outras.
2. (Insper 2012) Leia a tirinha a seguir.
Os mesmos processos de formação dos termos em
negrito aparecem, respectivamente, em
a) anoitecer, votação, inútil, violação e tristemente.
b) retenção, suavidade, desmatamento, infelizmente
e firmamento.
c) enlatado, ajuda, remissão, dignidade e abolição.
d) reação, geração, abstenção, lição e afrontamento.
e) magreza, medidor, firmamento, dignidade e
violação.
5. (G1 - ifal 2011)
questão.
Leia esta tirinha e responda à
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o seguinte trecho de uma entrevista concedida
pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim
Barbosa:
Entrevistador: - O protagonismo do STF dos últimos
tempos tem usurpado as funções do Congresso?
Entrevistado: - Temos uma Constituição muito boa,
mas excessivamente detalhista, com um número
imenso de dispositivos e, por isso, suscetível a
fomentar interpretações e toda sorte de litígios.
Também temos um sistema de jurisdição
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Português
Assinale a única alternativa correta quanto à
classificação das palavras, feita a partir da análise do
uso destas no diálogo entre a avó e os netos.
a) Levado é o infinitivo do verbo levar, que se
classifica, no texto, como adjetivo do substantivo
menino.
b) O pronome indefinido isso é um elemento de
coesão, que retoma o conteúdo da fala da garota,
expressa no primeiro quadrinho.
c) Em Menino levado!!!, o substantivo e o adjetivo
funcionam como uma locução interjetiva, isto é,
têm natureza de uma interjeição.
d) A forma nominal Querida é o gerúndio do verbo
querer que, na fala da avó, classifica-se como
substantivo.
e) O adjetivo legal funciona, no texto, como uma
interjeição, expressando uma ideia apreciativa,
cujo sentido é “conforme ou relativo à lei.”
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b) No segundo quadrinho, a ausência do TE, na
pergunta de Susanita, indicaria que ela entendera
perfeitamente a fala de Mafalda.
c) O emprego dos pronomes oblíquos na fala de
Susanita, no segundo quadrinho, desencadeia
toda a incoerência do diálogo.
d) Produzir-se-ia uma relação de coerência no
diálogo entre as garotas se considerássemos
apenas o primeiro e o terceiro quadrinhos.
e) O pronome empregado por Mafalda tem valor
reflexivo.
8. (Uel 2011) A questão refere-se ao romance O
outro pé da sereia, de Mia Couto.
Assinale a alternativa em que as palavras, retiradas
do romance, correspondem a verbos originados de
substantivos.
a) Anfitriando e parentear.
b) Bonitando e descrucificar.
c) Anfitriando e desanimista.
d) Bonitando e parentear.
e) Descrucificar e desanimista.
6. (Uftm 2011) Leia a charge.
9. (Uel 2011) A questão refere-se ao romance O
outro pé da sereia, de Mia Couto.
A crítica literária tem aproximado o moçambicano Mia
Couto do brasileiro Guimarães Rosa, em particular
pelo fato de ambos empregarem neologismos em
suas obras.
No trecho “as mãos calosas, de enxadachim”,
extraído do conto “Fatalidade”, de autoria do autor
brasileiro, o neologismo “enxadachim” é construído
pelo mesmo processo de formação de palavras
utilizado pelo autor moçambicano para a criação de
a) vitupérios.
b) bebericava.
c) tamanhoso.
d) mudançarinos.
e) malfadado.
Nas duas ocorrências, a palavra que poderia ser
substituída por
a) e, com sentido restritivo.
b) mas, com sentido adversativo.
c) a fim de, com sentido de finalidade.
d) pois, com sentido explicativo.
e) portanto, com sentido conclusivo.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Competição
e
individualismo
ameaçam saúde dos trabalhadores
7. (G1 - ifal 2011) Para responder à questão,
considere a ideia expressa na fala de Mafalda e
analise o diálogo entre ela e Susanita neste
quadrinho de Quino
Ideologia do individualismo
O novo cenário mundial do trabalho
apresenta facetas como a da competição globalizada
e a da ideologia do individualismo. A afirmação foi
feita pelo professor da Universidade de Brasília
(UnB) Mário César Ferreira, ao participar do
seminário
Trabalho
em
Debate:
Crise
e
Oportunidades.
Segundo ele, pela primeira vez, há uma
ligação direta entre trabalho e índices de suicídio,
sobretudo na França, em função das mudanças
focadas na ideia de excelência.
.
Com relação ao emprego dos pronomes oblíquos nas
falas das personagens, apenas uma afirmativa a
seguir é falsa:
a) Percebe-se um sentido de reciprocidade no uso do
pronome feito por Mafalda.
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excessivos
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Fim da especialização
“A configuração do mundo do trabalho é
cada vez mais volátil”, disse o professor. Ele
destacou ainda a crescente expansão do terceiro
setor, do trabalho em domicílio e do trabalho
feminino, bem como a exclusão de perfis como o de
trabalhadores
jovens
e
dos
fortemente
especializados. “As organizações preferem perfis
polivalentes e multifuncionais.” Desta forma, a
escolarização clássica do trabalhador amplia-se para
a
qualificação
contínua,
enquanto
a
ultraespecialização evolui para a multiespecialização.
2
As questões a seguir tomam por base um fragmento
do livro Comunicação e folclore, de Luiz Beltrão
(1918-1986).
O Bumba-Meu-Boi
Entre os autos populares conhecidos e
praticados no Brasil – pastoril, fandango, chegança,
reisado, congada, etc. – aquele em que melhor o
povo exprime a sua crítica, aquele que tem maior
conteúdo jornalístico, é, realmente, o bumba-meuboi, ou simplesmente boi.
Para Renato Almeida, é o “bailado mais
notável do Brasil, o folguedo brasileiro de maior
significação estética e social”. Luís da Câmara
Cascudo, por seu turno, observou a sua
superioridade porque “enquanto os outros autos
cristalizaram, imóveis, no elenco de outrora, o
bumba-meu-boi é sempre atual, incluindo soluções
modernas, figuras de agora, vocabulário, sensação,
percepção contemporânea. Na época da escravidão
mostrava os vaqueiros escravos vencendo pela
inteligência, astúcia e cinismo. Chibateava a cupidez,
a materialidade, o sensualismo de doutores, padres,
delegados, fazendo-os cantar versinhos que eram
confissões estertóricas. O capitão-do-mato, preador
de escravos, assombro dos moleques, faz-sono dos
negrinhos, vai ‘caçar’ os negros que fugiram, depois
da morte do Boi, e em vez de trazê-los é trazido
amarrado, humilhado, tremendo de medo. O valentão
mestiço, capoeira, apanha pancada e é mais mofino
que todos os mofinos. Imaginem a alegria negra,
vendo e ouvindo essa sublimação aberta, franca, na
porta da casa-grande de engenho ou no terreiro da
fazenda, nos pátios das vilas, diante do adro da
igreja! A figura dos padres, os padres do interior,
vinha arrastada com a violência de um ajuste de
contas. O doutor, o curioso, metido a entender de
tudo, o delegado autoritário, valente com a patrulha e
covarde sem ela, toda a galeria perpassa, expondo
suas mazelas, vícios, manias, cacoetes, olhada por
uma assistência onde estavam muitas vítimas dos
personagens reais, ali subalternizados pela virulência
do desabafo”.
Como
algumas
outras
manifestações
folclóricas, o bumba-meu- boi utiliza uma forma
antiga, tradicional; entretanto, fá-la revestir-se de
novos aspectos, atualiza o entrecho, recompõe a
trama. Daí “o interesse do tipo solidário que desperta
nas camadas populares”, como o assinala Édison
Carneiro. Interesse que só pode manter-se porque o
que no auto se apresenta não reflete apenas
situações do passado, “mas porque têm importância
para o futuro”. Com efeito, tendo por tema central a
morte e a ressurreição do boi, “cerca-se de episódios
acessórios, não essenciais, muito desligados da ação
principal, que variam de região para região... em
cada lugar, novos personagens são enxertados,
aparentemente sem outro objetivo senão o de
prolongar e variar a brincadeira”. Contudo, dentre
Metamorfoses do trabalho
Ele ressaltou que as “metamorfoses” no
cenário do trabalho não são “indolores” para os que
trabalham e provocam erros frequentes, retrabalho,
danificação de máquinas e queda de produtividade.
3
Outra grande consequência, de acordo com
o professor, diz respeito à saúde dos trabalhadores,
que leva à alta rotatividade nos postos de trabalho e
aos casos de suicídio. 4“Trata-se de um cenário em
que todos perdem, a sociedade, os governantes e,
em particular, os trabalhadores”, avaliou.
1
Articulação entre econômico e social
Para a coordenadora da Diretoria de
Cooperação e Desenvolvimento do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Christiane
Girard, a problemática das relações de trabalho
envolve também uma questão: 5qual o tipo de
desenvolvimento que nós, como cidadãos, queremos
ter?
Segundo Christiane, é preciso “articular” o
econômico e o social, como acontece na economia
solidária.
“Ela é uma das alternativas que aparecem e
precisa ser discutida. 6A resposta do trabalhador se
manifesta por meio do estresse, de doenças diversas
e do suicídio. A gente não se pergunta o suficiente
sobre o peso da gestão do trabalho”, disse a
representante do Ipea.
Adaptado de www.diariodasaude.com.br
10. (Uerj 2011) Dentre as palavras usadas no texto
para descrever o novo regime de trabalho, uma delas
implica uma contradição nos próprios termos, ou
seja, uma palavra cuja composição contém
elementos que se opõem.
A palavra formada por elementos que sugerem
sentidos opostos é:
a) terceirização
b) escolarização
c) ultraespecialização
d) multiespecialização
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esses personagens, os que representam as classes
superiores são caricaturados, cobrindo-se de ridículo,
o que torna “o folguedo, em si mesmo, uma
reivindicação”.
Sílvio Romero recolheu os versos de um
bumba-meu-boi, através dos quais se constata a
intenção caricaturesca nos personagens do folguedo.
Como o Padre, que recita:
subordinados e dominantes, em todo o mundo. Mais
do que tudo isso, a questão racial revela, de forma
particularmente evidente, nuançada e estridente,
como
funciona
a
fábrica
da
sociedade,
compreendendo identidade e alteridade, diversidade
e desigualdade, cooperação e hierarquização,
dominação e alienação.
Octavio Ianni. Dialética das relações sociais.
Estudos avançados, n. 50, 2004.
Não sou padre, não sou nada
“Quem me ver estar dançando
Não julgue que estou louco;
Secular sou como os outros”.
Ou como o Capitão-do-Mato que, dando com
o negro Fidélis, vai prendê-lo:
12. (Fuvest 2011) As palavras do texto cujos prefixos
traduzem, respectivamente, ideia de anterioridade e
contiguidade são
a) “persistente” e “alteridade”.
b) “discriminados” e “hierarquização”.
c) “preconceituosos” e “cooperação”.
d) “subordinados” e “diversidade”.
e) “identidade” e “segregados”.
“CAPITÃO – Eu te atiro, negro
Eu te amarro, ladrão,
Eu te acabo, cão.”
Mas, ao contrário, quem vai sobre o Capitão
e o amarra é o Fidélis:
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Quando a rede vira um vício
“CORO – Capitão de campo
Veja que o mundo virou
Foi ao mato pegar negro
Mas o negro lhe amarrou.
Com o titulo "Preciso de ajuda", fez-se um
desabafo aos integrantes da comunidade Viciados
em Internet Anônimos: "Estou muito dependente da
web, Não consigo mais viver normalmente. Isso é
muito sério". Logo obteve resposta de um colega de
rede. "Estou na mesma situação. Hoje, praticamente
vivo em frente ao computador. Preciso de ajuda."
Odiálogo dá a dimensão do tormento provocado pela
dependência em Internet, um mal que começa a
ganhar relevo estatístico, à medida que o uso da
própria rede se dissemina. Segundo pesquisas
recém-conduzidas pelo Centro de Recuperação para
Dependência de Internet, nos Estados Unidos, a
parcela de viciados representa, nos vários países
estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% dos que
usam a web — com concentração na faixa dos 15
aos 29 anos. Os estragos são enormes. Como ocorre
com um viciado em álcool ou em drogas, o doente
desenvolve uma tolerância que, nesse caso, o faz
ficar on-line por uma eternidade sem se dar conta do
exagero. Ele também sofre de constantes crises de
abstinência quando está desconectado, e seu
desempenho nas tarefas de natureza intelectual
despenca. Diante da tela do computador, vive, aí sim,
momentos de rara euforia. Conclui uma psicóloga
americana: "O viciado em internet vai, aos poucos,
perdendo os elos com o mundo real até desembocar
num universo paralelo — e completamente virtual".
Não é fácil detectar o momento em que
alguém deixa de fazer uso saudável e produtivo da
rede para estabelecer com ela uma relação doentia,
como a que se revela nas histórias relatadas ao
longo desta reportagem. Em todos os casos, a
internet era apenas "útil" ou "divertida" e foi
ganhando um espaço central, a ponto de a vida longe
da rede ser descrita agora como sem sentido.
Mudança tão drástica se deu sem que os pais
atentassem para a gravidade do que ocorria. "Como
CAPITÃO – Sou valente afamado
Como eu não pode haver
Qualquer susto que me fazem
Logo me ponho a correr”.
(Luiz Beltrão. Comunicação e folclore. São Paulo:
Edições Melhoramentos, 1971.)
11. (Unesp 2011) O capitão-do-mato, preador de
escravos, assombro dos moleques, faz-sono dos
negrinhos, vai ‘caçar’ os negros que fugiram (...)
Nesta passagem, levando-se em conta o contexto, a
função sintática e o significado, verifica-se que fazsono é
a) substantivo.
b) adjetivo.
c) verbo.
d) advérbio.
e) interjeição.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A questão racial parece um desafio do
presente, mas trata-se de algo que existe desde há
muito tempo.
Modifica-se ao acaso das situações, das
formas de sociabilidade e dos jogos das forças
sociais, mas reitera-se continuamente, modificada,
mas persistente.
Esse é o enigma com o qual se defrontam
uns e outros, intolerantes e tolerantes, discriminados
e preconceituosos, segregados e arrogantes,
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a internet faz parte do dia a dia dos adolescentes e o
isolamento é um comportamento típico dessa fase da
vida, a família raramente detecta o problema antes
de ele ter fugido ao controle", diz um psiquiatra. A
ciência, por sua vez, já tem bem mapeados os
primeiros sintomas da doença. De saída, o tempo na
internet aumenta — até culminar, pasme-se, numa
rotina de catorze horas diárias, de acordo com o
estudo americano. As situações vividas na rede
passam, então, a habitar mais e mais as conversas.
É típico o aparecimento de olheiras profundas e
ainda um ganho de peso relevante, resultado da
frequente troca de refeições por sanduíches — que
prescindem de talheres e liberam uma das mãos
para o teclado. Gradativamente, a vida social vai se
extinguindo. Alerta outra psicóloga: "Se a pessoa
começa a ter mais amigos na rede do que fora dela,
é um sinal claro de que as coisas não vão bem".
Os jovens são, de longe, os mais propensos
a extrapolar o uso da internet. Há uma razão
estatística para isso — eles respondem por até 90%
dos que navegam na rede, a maior fatia —, mas pesa
também uma explicação de fundo mais psicológico, à
qual uma recente pesquisa lança luz. Algo como 10%
dos entrevistados (viciados ou não) chegam a atribuir
à internet uma maneira de "aliviar os sentimentos
negativos", tão típicos de uma etapa em que afloram
tantas angústias e conflitos. Na rede, os
adolescentes sentem-se ainda mais à vontade para
expor suas ideias. Diz um outro psiquiatra: "Num
momento em que a própria personalidade está por se
definir, a internet proporciona um ambiente favorável
para que eles se expressem livremente". No perfil
daquela minoria que, mais tarde, resvala no vicio se
vê, em geral, uma combinação de baixa autoestima
com intolerância à frustração. Cerca de 50% deles,
inclusive, sofrem de depressão, fobia social ou algum
transtorno de ansiedade. É nesse cenário que os
múltiplos usos da rede ganham um valor distorcido.
Entre os que já têm o vicio, a maior adoração é pelas
redes de relacionamento e pelos jogos on-line,
sobretudo por aqueles em que não existe noção de
começo, meio ou fim.
Desde 1996, quando se consolidou o
primeiro estudo de relevo sobre o tema, nos Estados
Unidos, a dependência em internet é reconhecida —
e tratada — como uma doença. Surgiram grupos
especializados por toda parte. "Muita gente que
procura ajuda ainda resiste à ideia de que essa é
uma doença", conta um psicólogo. O prognóstico é
bom: em dezoito semanas de sessões individuais e
em grupo, 80% voltam a niveis aceitáveis de uso da
internet. Não seria factível, tampouco desejável, que
se mantivessem totalmente distantes dela, como se
espera, por exemplo, de um alcoólatra em relação à
bebida. Com a rede, afinal, descortina-se uma nova
dimensão de acesso às informações, à produção de
conhecimento e ao próprio lazer, dos quais, em
sociedades modernas, não faz sentido se privar.
Toda a questão gira em torno da dose ideal, sobre a
qual já existe um consenso acerca do razoável: até
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duas horas diárias, no caso de crianças e
adolescentes. Quanto antes a ideia do limite for
sedimentada, melhor. Na avaliação de uma das
psicólogas, "Os pais não devem temer o computador,
mas, sim, orientar os filhos sobre como usá-lo de
forma útil e saudável". Desse modo, reduz-se
drasticamente a possibilidade de que, no futuro, eles
enfrentem o drama vivido hoje pelos jovens viciados.
Silvia Rogar e João Figueiredo, Veja, 24 de março
de 2010. Adaptado.
13. (G1 - col.naval 2011) Marque a opção que
obedece às regras de emprego do termo destacado.
a) Por quê não há ainda uma dose ideal para o uso
da internet os pais devem temê-la?
b) Os psiquiatras e psicólogos procuram saber por
quê o jovem fica conectado à web por uma
eternidade.
c) Investigar por que ter mais amigos na rede do que
fora dela é um dos desafios levantados pelos
psicólogos.
d) Em relação à dependência da web, é preciso
investigar porquê isso acontece, mas sempre com
a intenção de agir em busca de soluções,
e) Procura-se detectar porque alguém deixa de fazer
uso saudável e produtivo da rede para estabelecer
com ela uma relação doentia.
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Gabarito
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Resposta da questão 8:
[A]
Resposta da questão 1:
[D]
Apenas em [A] existem dois neologismos originados de
substantivos: o gerúndio “anfitriando” e o infinitivo “parentear”,
derivados de anfitrião e parente. O gerúndio “Bonitando” tem
origem em palavra de valor adjetivo (Bonito) e “desanimista” não
apresenta configuração verbal.
Em geral, a língua portuguesa permite grande liberdade quanto à
posição do adjetivo no sintagma nominal, no entanto, com certos
adjetivos, a anteposição assinala uma diferença semântica. Em
[A], [C], [D] e [E], haveria mudança de sentido se fosse invertida a
posição do adjetivo relativamente ao substantivo a que se refere,
pois passariam a designar homem sem recursos materiais,
esportista famosa, texto banal em forma poética e um entre vários,
respectivamente. Apenas em [D] não haveria alteração de
significado, pois o adjetivo “novo” continuaria com o mesmo
sentido: com pouco tempo de existência.
Resposta da questão 9:
[D]
Assim como “enxadachim” resulta da aglutinação dos substantivos
enxada e espadachim, o neologismo “mudançarinos” é formado
pela junção de mudança e dançarinos. As palavras “vitupérios”,
“bebericava” e “malfadado” não constituem neologismos, pois
encontram-se dicionarizadas e “tamanhoso” é derivada por
sufixação ( tamanh+oso), o que invalida as opções [A], [B], [C] e
[E].
Resposta da questão 2:
Todas as palavras em negrito - excitação (de excitar), perversão
(de perverso), alucinação (de alucinar) e deslumbramento (de
deslumbrar) - são formadas por derivação sufixal, exceto a
segunda da sequência - obsessão - que é palavra primitiva de raiz
latina (obsessio). Em nenhuma das opções existe sequência de
palavras que acompanhe o modelo do enunciado, pois na segunda
posição de cada alternativa não existe palavra primitiva (votaçãoderivação sufixal, suavidade-derivação sufixal, ajuda- derivação
regressiva, geração- derivação sufixal e medidor-derivação
sufixal). Assim, não existe alternativa possível que atenda ao
solicitado pela banca.
Resposta da questão 10:
[D]
“Multi” é elemento de formação de palavras que sugere “muito”,
um prefixo produtivo que, ao ser associado a “especialização”,
gera a contradição do termo “multiespecialização”. Se a
especialização sugere o conhecimento particular ou singular sobre
uma determinada área do trabalho, o prefixo “multi” expressa
multiplicidade.
Resposta da questão 3:
[C]
Resposta da questão 11:
[A]
O artigo definido é determinante de objetos ou seres perfeitamente
circunscritos e identificáveis, ou seja, específicos. Na sua
ausência, o substantivo é mencionado de forma genérica.
O termo “capitão-do-mato” é núcleo do sujeito da oração principal
(“O capitão-do-mato… vai caçar os negros”) e apresenta três
grupos nominais com a função de aposto (preador de escravos,
assombro dos moleques, faz-sono dos negrinhos), de onde se
infere que, à semelhança de preador (predador) e assombro
(assombração), o termo “faz-sono” (assassino) é um substantivo.
Resposta da questão 4:
[C]
Apenas em c), as palavras destacadas pertencem à mesma classe
gramatical, pois ambas são substantivos. Em a), a palavra
“indicador” é adjetivo e substantivo, em b), “verão” é substantivo e
verbo, em d), “cedo” é verbo e advérbio e em e), “leve” é verbo e
adjetivo, respectivamente.
Resposta da questão 12:
[C]
O prefixo “pre” significa “anterioridade”, “antecipação” no termo
“preconceituosos”. Em “cooperação”, o prefixo “co” significa
“contiguidade”, “junto a”.
Resposta da questão 5:
[C]
Resposta da questão 13:
[C]
A c) está correta, já que “ Menino levado!” é uma locução
interjetiva formada por substantivo e adjetivo que expressa
indignação. “Levado” é o particípio passado do verbo levar com
valor de adjetivo, “isso”, um pronome demonstrativo, “Querida”, um
adjetivo formado do particípio passado do verbo “querer” e “legal”,
uma gíria que exprime uma apreciação positiva, o que invalida as
demais opções.
Por que: início ou no meio da frase, em interrogações diretas ou
indiretas, como pronome interrogativo (ou indefinido)
preposicionado, equivalendo a: por qual razão. Por quê: final de
frase ou oração, em interrogativa direta ou indireta, como pronome
interrogativo (ou indefinido) preposicionado. Porque- respostas,
introduzindo uma explicação ou uma causa, como uma conjunção
coodenativa explicativa ou causal. Porquê: substantivo, sinônimo
de motivo, razão, com um determinante. Assim, apenas c) está
correta. Nas demais opções, os termos destacados deveriam ser
todos substituídos por “por que” para obedecerem às regras
gramaticais.
Resposta da questão 6:
[D]
A conjunção coordenativa explicativa “pois” substituiria
corretamente a palavra “que”, a qual desempenha a mesma
função morfológica na frase em questão.
Resposta da questão 7:
[E]
No primeiro quadro, Mafalda usa a forma verbal do verbo amar na
voz reflexiva recíproca, ao contrário do que se afirma em e).
Susanita, no segundo quadro, evidencia que não entendeu a
intenção de Mafalda que pretendia dizer que as pessoas, no Natal,
se amam mais, no sentido de umas às outras, o que é
demonstrado pelo uso dos pronomes oblíquos “te” e “mim”.
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