Teoria da Inflação Notas de Aula Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Bibliografia recomendada Marques, Maria Silvia Bastos (1987), RBE Lopes & Rosetti (2005, cap. 6) Helmut Frisch (1983) Mishkin (2000, cap.24, 26 a 28) Simonsen, Mário Henrique (1983, cap. 7,8 e 11) 2 Inflação: Definição e Caracterização A inflação pode ser definida como um aumento sustentado no nível de preços; ao contrário de um aumento de uma vez por todas nos preços. A inflação lida com o aumento nos preços médios e não apenas com o aumento de alguns poucos preços na economia. 3 Inflação é diferente de aumento de preços Nível de preços(1992 = 100) 160 150 140 A inflação é um processo de preços crescentes 130 120 110 Um aumento dos preços uma única vez 100 90 1993 1994 1995 1996 1997 1998 4 O Conceito de Inflação A inflação é definida com sendo uma elevação do nível geral de preços de uma economia. A taxa de inflação é medida pelo percentual de incremento do índice de preços durante certo preíodo de tempo, isto é: = [(P1-Po)/Po] 5 Índices de Preços Usados no Brasil Índice Geral de Preços Índice de Preços ao Consumidor Índice Nacional de preços ao Consumidor IPCA 6 IGP-DI 7 IPCA 8 Índices de Preços Usados no Brasil Deflator do PIB - é a razão entre o PIB Nominal e o PIB Real, ou seja, é o preço de determinada mercadoria ou serviço em um determinado ano relativamente ao preço desta no ano-base. Resumindo: O PIB nominal mede o valor da produção da economia. O PIB real mede a quantidade de produto, ou seja, a produção avaliada em preços constantes (do ano-base). O deflator do PIB mede o preço da unidade típica de produto em comparação com seu preço no ano-base. 9 Taxa de Inflação e Planos de Estabilização Econômicos – Brasil (1976 - 2004) 85 Inflação (% a.m.) % a.m 75 Plano Collor I 65 Plano Verão 55 45 35 25 Plano Collor II Plano Bresser Plano Cruzado Pré-fixação da correção monetária e câmbio Plano Real 15 5 -5 jan/76 jan/80 jan/84 jan/88 jan/92 jan/96 jan/00 jan/04 10 A natureza da inflação A inflação é um fenômeno de natureza monetária. Segundo Friedman (1992,p. 179): A inflação na faixa à qual ficamos acostumados, sem falar na faixa hiperinflacionária, só se tornou possível depois que o papel moeda passou a ser multiplicada indefinidamente, a um custo insignificante; é necessário apenas imprimir números mais altos nos mesmos pedaços de papel. 11 Quando há inflação? A visão de Friedman A inflação ocorre quando a quantidade de moeda aumenta muito mais rapidamente do que a produção, e quanto mais rápido o aumento da quantidade de moeda por unidade de produção, mais alta a taxa de inflação. Talvez não exista nenhuma outra proposição, em economia, que seja tão bem confirmada quanto esta. 12 Qual a causa da inflação? Nenhum governo aceita de bom grado a responsabilidade por provocar inflação,mesmo que num grau moderado, e muito menos a taxas hiperinflacionárias. Autoridades do governo sempre acham alguma desculpa - empresários gananciosos, sindicatos vorazes, consumidores perdulários, xeques árabes, mau tempo ou qualquer outra coisa que pareça remotamente plausível. Não há dúvida de que os empresários são gananciosos, os sindicatos são vorazes, os consumidores são perdulários, os xeques árabes têm aumentado o preço do petróleo e o tempo muitas vezes é ruim. Qualquer um deles pode provocar preços altos para itens isolados; não podem provocar preços em alta para bens em geral. Podem causar altos e baixos temporários na taxa de inflação. Mas não podem provocar uma inflação contínua, por uma razão muito simples: nenhum dos supostos culpados possui uma impressora na qual possa produzir legalmente aqueles pedaços de papel que levamos em nossas carteiras e chamamos de dinheiro; nenhum deles tem poderes legais de autorizar um guarda-livros que faça lançamentos em livros-razão que sejam equivalentes a esses pedaços de papéis. 13 Índices de preços [Henri Guitton (1955)] ...um índice é uma maneira de designar um fenômeno oculto ou complexo. È antes uma seta que indica um caminha desconhecido. De uma maneira menos figurada, é um elemento que exprime um outro elemento difícil de ser apreendido diretamente... No mundo econômico, não se conhecem índices perfeitos, exatos. Existem muitos índices e, a priori, não se conhece o melhor. E é porque um único elemento não pode sozinho, indicar um fenômeno complexo, que a técnica estatística procura contornar através de um estratagema. É aquele do número índice. Trata-se de um número abstrato que exprime, em principio um conjunto de fenômenos que se desejaria entender como um todo. 14 Índices de preços Índice de preço de Laspeyres: O índice de Laspeyres pondera preços (p) de insumos (i) em duas épocas, inicial (0) e atual (t), tomando como pesos quantidades (q) arbitradas para estes insumos na época inicial. Como essas quantidades são consideradas adequadas à época inicial e não à época atual, admite-se que o numerador possa se apresentar super dimensionado e assim o índice de Laspeyres apresentar tendência de elevação. 15 Índice de Preços de Laspeyres I(L) = (Σ pnqo/ Σpoqo) 16 Índices de preços Índice de preço de Paasche: O índice de Paasche pondera preços (p) de insumos (i) em duas épocas, inicial (0) e atual (t), tomando como pesos quantidades (q) arbitradas para estes insumos na época atual. Como essas quantidades são consideradas adequadas à época atual e não à época inicial, admite-se que o denominador possa se apresentar, eventualmente, super dimensionado e assim o índice de Paasche apresentar tendência a rebaixamento. 17 Índice de Preços de Paasche I(L) = (Σ pnqn/ Σpoqn) 18 Índices de preços Diante das características dos índices de Laspeyres e de Paasche vários autores sugeriram índices que apresentassem valores intermediários entre eles, considerando que ambos atendem à formula geral: Dentre eles, destaca-se Fisher que adotou a média geométrica dos índices de Laspeyres e Paasche. 19 A magnitude da taxa de elevação dos preços Alguns autores consideram que há ou se manifesta um processo inflacionário quando há uma elevação apreciável [considerável ou suficientemente grande] nos níveis de preços. Contudo, devemos reconhecer que o caráter desta definição é arbitrário. 20 Oferta monetária e preços durante quatro hiperinflações (a) Austria (b) Hungria índice (Jan. 1921 = 100) índice (Jan. 1921 = 100) 100,000 Nível de preços 100,000 Nível de preços 10,000 10,000 Oferta monetária 1,000 1,000 100 1921 1922 1923 1924 1925 100 Oferta de moeda 1921 1922 1923 1924 1925 Oferta monetária e preços durante quatro hiperinflações c) Alemanha d) Polônia índice (Jan. 1921 = 100) índice (Jan. 1921 = 100) 100 trilhões Nível de preços 10 million Nível de preços 1 trilhão 1 million 10 bilhões 100 milhões Oferta de moeda 1 milhão 100,000 10,000 10,000 Oferta de moeda 1,000 100 1 100 1921 1922 1923 1924 1925 1921 1922 1923 1924 1925 Hiperinflações Table 23-1 País 7 hiperinflações das décadas de 1920 e 1940 Inicio Fim PT/P0 Austria Out. 1921 Ago. 1922 70 Alemanha Ago. 1922 Nov. 1923 Grécia Nov. 1943 Hungria 1 Taxa média mensal Taxa média mensal de inflação de crescimento (%) monetário (%) 47 31 1.0 x 1010 322 314 Nov. 1944 4.7 x 106 365 220 Mar. 1923 Fev. 1924 44 46 33 Hungria 2 Ago. 1945 Jul. 1946 3.8 x 1027 19,800 12,200 Polônia Jan. 1923 Jan. 1924 699 82 72 Russia Dez. 1921 Jan. 1924 1.2 x 105 57 49 PT/P0: Price level in the last month of hyperinflation divided by the price level in the first month. 23 Inflação Alta Alta Inflação na América Latina, 1976-2000 Taxa média mensal de Inflação (%) Country 1976-1980 1981-1985 1986-1990 1991-1995 1996-2000 Argentina 9.3 12.7 20.0 2.3 0.0 Brasil 3.4 7.9 20.7 19.0 0.6 Nicaragua 1.4 3.6 35.6 8.5 0.8 Peru 3.4 6.0 23.7 4.8 0.8 24 A dimensão do fator tempo Persistência – o que caracteriza um processo inflacionário é a hipótese de sua tendência altista. Continuada – a alta nos preços deve ser continuada; ela deve persistir por um período considerável de tempo Prolongada – um processo inflacionário é diferente de um processo de alta temporária nos preços. 25 O caráter dinâmico do processo inflacionário Laidler e Parkin (1977) destacam que a inflação não se refere a uma situação estática de preços altos, mas a um processo dinâmico de preços crescentes. 26 Abrangência do Fenômeno A inflação é caracterizada como sendo um fenômeno macroeconômico, na medida em que se refere a uma considerável e persistente elevação geral dos preços. Devemos ter claro que a elevação inflacionária de preços não se limita a um só produto ou a uma dada fração dos bens e serviços que resultam do esforço social de produção, mas a uma alta generalizada, abrangente, que envolve praticamente os preços de todos os fatores e produtos. 27 Teoria Quantitativa de Moeda A teoria quantitativa é considerada como sendo a teoria clássica ou neoclássica da inflação. A teoria quantitativa se apresenta em duas formas: (i) equação de transações, como formulada por irving Fisher; (ii) a equação de slados efetivos da Escola de Cambridge. 28 Teoria Quantitativa de Moeda: as versões de Fisher e Cambridge (i) Fisher: P.T = M. V (ii) Cambridge M = k PY 29 Pressupostos da Teoria Quantitativa Assume-se que, a velocidade renda da moeda seja constante. Isto implica, então, que a elasticidade do nível geral de preços com relação a uma variação da oferta monetária é igual a unidade. Este resultado forma o núcleo da teoria quantitativa. 30 A teoria quantitativa da moeda e a inflação A elasticidade de P com respeito a M é dada por: ePM = (dP/DM)(M/P) da equação quantitativa obtemos que: (dP/dM) = (V/Y) 31 A teoria quantitativa da moeda e a inflação Substituindo a equação acima na equação da elasticidade: ePM = (V/Y)(M/P) mas como V = (PY/M), temos que: ePM = (YP/MY)(M/P) = 1 32 A teoria quantitativa da moeda e a inflação Da equação quantitativa podemos utilizar a relação que será utilizada pelos modelos monetaristas. Derivando a equação quantitativa, temos que: Y(dP) + (dY)P = M(dV) + (dM)V Multiplicando ambos os lados da equação por (1/YP), chegamos a seguinte equação: (dP/P) + (dY/Y) = (M/YP)dV + (V/YP)dM 33 A teoria quantitativa da moeda e a inflação Usando a definição da velocidade renda da moeda V=PY/M, temos que: (dP/P) + (dY/Y) = (dM/M) + (dV/V) (dM/M) + (dP/P) + (dY/Y) =0 ou =m-y 34 Inflação de Demanda Uma inflação é dita ser de demanda quando é impulsionada pela elevação das quantidades de bens e serviços que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir aos níveis de preços existentes. Se a elevação dos preços não corresponder a uma expansão equivalente da oferta agregada, os preços tendem a ser pressionados para cima, a taxas consideradas como inflacionárias. Em suma, existe um excesso de moeda em relação aos bens e serviços disponíveis. 35 Inflação de Demanda Uma inflação é dita ser de demanda quando é impulsionada pela elevação das quantidades de bens e serviços que os consumidores estão aptos e dispostos a adquirir aos níveis de preços existentes. Se esta elevação não corresponder a uma expansão equivalente da oferta global, os preços tendem a ser precionados para cima, a taxas consideradas como inflacionárias. 36 Inflação de Demanda Uma inflação de demanda é gerada por um deslocamento ascendente da curva de demanda da economia causado por fatores como: 12345- aumento aumento aumento aumento aumento na propensão a consumir; nos gastos do governo; na oferta de moeda; das exportações numa economia aberta; no investimento autonomo. 37 Inflação de Demanda p Do D1 c p2 a b p1 0 Yo Y2 Y1 Y 38 Inflação de Demanda: Os Efeitos Inicias e Finais A) os efeitos iniciais a) um aumento na demanda; b) um aumento no nível de preços; c) um excesso de demanda ao nível inicial de preços; B) Os efeitos finais a) um aumento no nível de preços; b) uma diminuição no nível de emprego em relação ao excesso de demanda; c) nível de produção mais elevado que o anterior. 39 Inflação de Demanda: O Processo de Ajustamento Ao nível inicial de preços, Po, o produto de equilíbrio do lado da demanda da economia aumenta até Y1, o que cria um excesso de demanda medido por Y1-Yo e os preços começam a aumentar. Este aumento nos preços reduz o produto até Y2 ao longo da curva de demanda D1. 40 Inflação de Custos Uma inflação de custos é gerada por um deslocamento para cima da curva de oferta, o que gera um excesso de demanda ao nível inicial de preços. Isto aumenta os preços, mas reduz o produto de equilíbrio. 41 Inflação de Custos: os efeitos iniciais e finais A) Os efeitos iniciais de uma inflação de custos a) deslocamento da oferta agregada; b) redução dos níveis de emprego e produto; c)um excesso de demanda ao nível inicial de preços, Po. B) os efeitos finais de uma inflação de custos a) aumento no nível geral de preços; b) redução nos níveis de produto e emprego. 42 Inflação de Custos S1 p b p2 p1 0 So a Y2 Y1 Yo Y 43 Critério para distinguir uma inflação de custos de uma de demanda Um critério geral para distinguir uma inflação de custos de uma de demanda é verificar o comportamento do nível de produção resultante após o ajustamento. Se no final tivermos um nível de produção maior do que o inicial, podemos caracteriza-la como uma inflação de demanda, caso contrário, se caracteriza como uma inflação de custos. 44 Teoria monetarista: principais autores Milton Friedman (1970, 1971) Karl Brunner (1970) Alan Meltzer (1977) D. Laidler (1975, 1976, 1981) Michael Parkin (1975) Phillips Cagan (1989) – New Palgrave Dictionary of Economics 45 Teoria monetarista da inflação Segundo Cagan (1989,p.195), o termo monetarismo foi usado pela primeira vez por Karl Brunner (1968). Contudo, o monetarismo está fortemente associado com os trabalhos de Milton Friedman que advogavam o controle da oferta de moeda como sendo superior as medidas fiscais keynesianas para estabilizar a demanda agregada. 46 Os Monetaristas afirma que dados como os apresentados abaixo sustentam sua hipótese de que a inflação é um fenômeno monentário Annual average percentage change 1985 to 1995 in: Country Money Supply Prices (GDP Deflator) Brazil 995.5% 875.3 Peru 388.5 398.5 Sierra Leone 51.4 61.6 Jamaica 32.8 28.3 Israel 22.1 17.1 United States 3.9 3.2 Crescimento Monetário e Inflação 48 Hiperinflação Alemã: 1921–23 49 Pontos comuns entre os teóricos monetaristas (i) a inflação é em essência um fenômeno monetário; (ii) a teoria keynesiana, a qual os monetaristas a igualam a uma simples Curva de Philips sem ajustamento das expectativas, não pode explicar o problema da inflação e especialmente sua aceleração; iii) a taxa de crescimento e a aceleração da oferta da moeda explicam a taxa de inflação e sua aceleração, respectivamente. 50 Pontos comuns entre os teóricos monetaristas (iv) a demanda de moeda é uma função estável, ou seja, nega-se a instabilidade keynesiana do investimento, que implicaria, pela lei de Walras, instabilidade da demanda de algum outro bem, em particular, da demanda por moeda. 51 Pontos comuns entre os teóricos monetaristas (v) o estoque de moeda é controlável pelas autoridades monetárias; 52 Pontos comuns entre os teóricos monetaristas (vi) as economias de mercado são estáveis no sentido de que os desvios em relação à posição de pleno emprego são sempre eliminados pelo sistema de preços estabelecidos nos diversos mercados. 53 Pontos comuns entre os teóricos monetaristas (vii) Uma mudança na taxa de crescimento da moeda primeiro altera a taxa de crescimento econômico,e portanto, a taxa de desemprego. No longo prazo, isto é, depois que todas as variáveis foram ajustadas, este efeito real se esvai e permanece apenas um aumento na tendência inflacionária. 54 Pontos comuns entre os teóricos monetaristas (viii) A taxa de crescimento da quantidade de moeda é consistentemente, embora não precisamente, relacionado com a taxa de crescimento da renda nominal. Isto é, se a quantidades de moeda cresce rapidamente, o mesmo acontecerá com a renda nominal e vice versa. A velocidade de circulação da moeda, embora não seja constante é altamente previsível. 55 Pontos comuns entre os teóricos monetaristas (ix) os gastos do governo pode ser inflacionários ou não. Eles serão inflacionários se forem financiados pela criação de moeda e se a resultante taxa de criação monetária exceder a taxa de crescimento do produto. Se os gastos forem financiados por impostos ou por empréstimos junto ao público, o principal efeito é que o governo gastas tais fundos ao invés dos indivíduos. 56 Um modelo monetarista simplificado Os monetaristas tendem a se concentrar no longo prazo e nas economias onde as variações no crescimento monetário são os distúrbios primários. 57 Um modelo monetarista simplificado: pressupostos (i) A demanda agregada: é assumido que a demanda agregada e a produção aumetarão toda vez que os ativos reais estiverem aumentando. Por outro lado, quando os encaixes reais estiverem caindo, então, também estarão caindo a demanda agregada e o nível de produção. y = f(m-) (1) 58 Um modelo monetarista simplificado: presupostos m< y = 0 m> 0 y 59 Um modelo monetarista simplificado: pressupostos Ao longo de (m = ) a produção é constante. Para pontos onde m < , a inflação excede a taxa de crescimento monetário. Aqui temos, então, que os encaixes reais apresentam uma queda, e de acordo com a equação (1), a produção também. Para pontos abaixo de (m = ), a taxa de crescimento monetário excede a inflação, o que implica que os encaixes reais estão aumentando, as taxa de juros estão caindo e o produto crescendo. 60 Um modelo monetarista simplificado: pressupostos A oferta agregada: seja: y* - o nível de produção de pleno emprego; e= t-1 A curva de oferta agregada é dada por: = e + (y - y*) 61 Um modelo monetarista simplificado: pressupostos 0 y* y 62 Um modelo monetarista simplificado: pressupostos Substituindo-se a variação da inflação ao longo do tempo por: = (y – y*) Quando a produção está abaixo do nível de pleno emprego [y*], a inflação está caindo, e quando a produção está acima do nível de pleno emprego [y*], a inflação está aumentando. 63 Um modelo monetarista simplificado: oferta, demanda e dinâmica m= E 0 y* y 64 Um modelo monetarista simplificado: oferta, demanda e dinâmica O ponto [E] da figura acima é o único ponto no diagrama onde tanto a produção como a inflação são constantes. O ponto [E] é o ponto de equilíbrio de longo prazo onde a economia converge. 65 Um modelo monetarista simplificado: os efeitos de curto e longo prazos de um crescimento monetário Um aumento permanente no crescimento monetário de mo para m1 leva a economia ao longo da trajetória EoE1. 66 Um modelo monetarista simplificado: oferta, demanda e dinâmica E1 m1=1 mo=o Eo 0 y* y 67 As propriedades do modelo monetarista simplificado (1) não se deve esperar uma forte correlação entre taxa de inflação e a taxa de expansão monetária no curto prazo, pois para uma taxa de crescimento mais elevada da base monetária, a taxa de inflação apresenta várias fazes até o ajustamento final; 68 A curva de Phillips e sua evolução teórica Os três estágios da Curva de Phillips Estágio I – formulação do conceito da curva de Phillips (1958) por Alban William Phillips e Richard Lipsey (1960) – baseado na existência de uma relação estável e negativa entre a taxa de inflação e a taxa de desemprego. Richard Lipsey 70 Os três estágios da Curva de Phillips Estágio II – formulação da hipótese da taxa natural de desemprego por Edmund Phelps (1967) e Milton Friedman (1968), na qual é feita uma diferenciação entre as curvas de Phillips de curto e longo prazo. 71 Os três estágios da Curva de Phillips Estágio III – a escola das expectativas racionais [ Robert Lucas, Thomas Sargent e Neil Wallace. Na qual se assume que não há um dilema [trade off] sistemático entre inflação e desemprego, mesmo no curto prazo. 72 A Formulação Phillips/Lipsey A contribuição original de A.W Phillips (1958) foi a de concluir, com base em observações empíricas para a Grã-Bretanha, no período de 1861 a 1957, que havia uma correlação negativa entre a taxa de mudança de salários nominais e a na taxa de desemprego, e que esta relação era estável. 73 A Formulação Phillips/Lipsey A mais influente interpretação teórica foi dada por Richard Lipsey (1960) que derivou a curva de Phillips de um sistema de oferta e demanda de mão-de-obra. A idéia principal do modelo de Phillips-Lipsey é que a inflação salarial é explicada pelo excesso de demanda no mercado de trabalho, pela qual a taxa de desemprego é interpretada como um indicador do nível de excesso de demanda. este primeiro estágio da CP foi, além disso, caracterizado pela crença de que existia uma relação estável entre o nível dos salários nominais e a taxa de desemprego, de modo que os formuladores de política econômica pudessem explorar tal dilema [trade off]. 74 A Formulação Phillips/Lipsey A curva estimada por Phillips (1958) para a GrãBretanha foi a seguinte: ln (gw + 0.9) = ln9.64 - 1.39 ln Ut onde: gw é a taxa de crescimento monetário dos salários e Ut é o nível de desemprego. De acordo com esta função, a taxa de crescimento dos salários nominais diminuiria se a taxa de desemprego aumentasse. O elemento de originalidade de Phillips (1958) foi ter contatado que tal relação era estável. 75 As propriedades da curva de Phillips (1958) (i) os salários permaneciam estáveis quando a taxa de desemprego situava-se num nível de 5,5%; (ii) Phillips concluiu que havia um ciclo no sentido antihorário, isto é, os salários nominais subiam um pouco mais rápido que a queda na taxa de inflação e algo mais devagar que a taxa de desemprego quando esta caia. 76 Os ciclos de Phillips (1958) 1918-21 – horário 1926-33 – horário 1948-1957 – horário 1861-1913 - anti-horário 1921-25 - anti-horário 1934-43 – anti-horário. 77 Curva de Phillips (1958) 5,5 78 O modelo de excesso de demanda de Lipsey (1960) (dw/dt)/w = f [(Ld - Ls)/Ls] e como (Ld - Ls)/Ls = -U (dw/dt)/w = (dp/dt)/p então a inflação, , é negativamente relacionado a taxa de desemprego e a curva de Phillips mostraria, então uma relação entre inflação e desemprego = h(U) A não linearidade da curva de Phillips é justificada em termos de desemprego friccional e de dificuldades institucionais em seus extremos. 79 A modificação de Samuelson-Solow (1960) Através do artigo de Samuelson-Solow (1960) [Analytical Aspects of Anti-Inflation Policy] o conceito de curva de Phillips foi popularizado, tornado-se o conceito relevante para a formulação de política econômica, no sentido de que mostrava um dilema entre inflação e desemprego, a qual podia ser explorado. 80 A Curva de Phillips para os EUA durante os anos 1960. 81 A Curva de Phillips para os EUA: 1970-2001. 82 A teoria aceleracionista da inflação Edmund Phelps (1967) e Milton Friedman (1968), notaram que a relação de Phillips omitira um ponto essencial: um dos principais ingredientes da taxa de reajuste de salários nominais é a taxa esperada de inflação, que Phillips implicitamente igualara a zero. Mas esta hipóteses implícita é incompatível com o modelo que pretende justificar a inflação crônica. 83 A teoria aceleracionista da inflação É a curva de Phillips uma relação estável como haviam suposto Phillips (1958) e Lipsey (1960)? O dilema entre inflação e desemprego existe também no longo prazo, ou a escolha de um ponto alo longo da curva de Phillips influencia a posição da curva ela mesma? Qual a importância e a influência das expectativas na posição da curva de Phillips? 84 A teoria aceleracionista da inflação A teoria aceleracionista assume que cada ponto percentual de inflação esperada eleva de um ponto percentual a curva de Phillips. Consequentemente, a verdadeira opção não estava entre inflação e desemprego, mas entre desemprego e inflação acima das expectativas. Visto que os indivíduos reajustariam suas expectativas, no longo prazo a curva de Phillips seria vertical, e a sociedade não restaria outra opção senão escolher entre desemprego presente e o desemprego futuro. 85 A teoria aceleracionista da inflação: as expectativas adaptativas Na hipótese das expectativas adaptativas os agentes econômicos, em cada período de tempo, corrigem e reajustam suas expectativas com relação ao período anterior em vista do erro cometido, isto é: (e)t = (e)t-1 + (1-) (t-1 - (e)t)= (1- )t-1 + (e)t-1 86 A teoria aceleracionista da inflação A escolha de um ponto ao longo da curva de Phillips produz uma certa taxa de inflação. Depois de um período de ajustamento, esta produz uma nova expectativa de taxa de inflação e causa uma mudança na curva de Phillips. 87 . P (%) A teoria aceleracionista da inflação 20 16 12 8 b 4 a 0 0 6 8 . fig I (Pe = 0) U (%) . P (%) 20 CPLP 16 12 8 4 0 0 6 8 Un fig U (%) O principio aceleracionista O principio aceleracionista nos diz que para manter a taxa de desemprego U abaixo da taxa natural de desemprego Um, as autoridades econômicas precisam aceitar níveis cada vez maiores de inflação. O custo de uma política como esta aumento com o tempo e pode vir a tornar-se alta demais quando a inflação tiver uma aceleração alta demais. O princípio aceleracionista deu origem a outro nome para a taxa natural de desemprego, a taxa de desemprego não-aceleracionista da inflação [NAIRU], ou seja, a NAIRU é o nível de desemprego Um abaixo do qual a inflação tende a se acelerar e acima do qual a inflação tende a se desacelerar, 90 O principío aceleracionista O princípio aceleracionista nos diz que a troca entre inflação e desemprego é impossível no longo prazo. Quando o desemprego fica abaixo da taxa natural, a inflação não somente será alta como ficará em ascensão. Quando o desemprego estiver acima da taxa natural, a inflação cairá. No longo prazo, não existe um dilema [trade off] entre inflação e desemprego. Só a taxa natural de desemprego é consistente com uma taxa estável de inflação. Além do mais, a taxa natural pode ser consistente com qualquer taxa estável de inflação. Assim, a curva de Phillips de longo prazo é vertical. 91 . P (%) 24 22 J 20 k 18 16 . X (Pe = 20%) 14 12 10 8 6 4 2 0 0 8 13 fig U (%) . P (%) 24 22 J 20 k 18 16 l 14 m . X (Pe = 20%) . 12 XI (Pe = 18%) 10 XII (Pe = 16%) . 8 6 4 2 0 0 8 13 fig U (%) . P (%) 24 22 J 20 k 18 16 l 14 m 12 10 8 6 4 2 a 0 0 8 13 fig U (%) . P (%) 20 c b a Year 2 0 0 Un fig U (%) Year 0, 1 . P (%) 20 f e d Year 5 c Year 4 Year 3 b a Year 2 0 0 Un fig U (%) Year 0, 1 . P (%) Curva de Phillips de Longo Prazo 20 f e g d h Year 5, 8 c Year 4, 7 i Year 3, 8 b J a Year 2, 9 0 0 Un fig U (%) Year 0, 1, 10 A taxa natural de desemprego No longo prazo, a curva de Phillips é uma linha vertical sobre a abcissa na posição da taxa natural de desemprego. A taxa natural de desemprego é também conhecida como o nível de desemprego de pleno emprego, ou o nível de desemprego de equilíbrio de longo prazo e em que as expectativas sobre o comportamento dos preços e salários são corretas. 98 A taxa natural de desemprego [Milton Friedman (1968)] “the level that would be ground out by the Walrasian system of general equilibrium equations, provided there is imbedded in them the actual structural characteristics of the labor and commodity markets, including market imperfections, stochastic variability in demand and supplies, the cost of gathering information about job vacancies and labor availabilities, the costs of mobility, and so on.” 99 A teoria aceleracionista da inflação Segundo a teoria aceleracionista, os sacrifícios da produção e do emprego no combate à inflação são temporários: eles persistem apenas enquanto a inflação está sendo reduzida aquém as expectativas, mas não depois que se baixam definitivamente ambas, a inflação efetiva e a esperada. 100 A teoria aceleracionista da inflação A teoria acelaracionista colocou em cheque toda a distinção entre inflação de demanda e custos abolindo o preconceito de que esta última poderia ser adequadamente curada pela política monetária. E, de passagem decifrava um dos mais intrincados enigmas da macroeconomia neoclássica: porque a prosperidade é a companheira das primeiras fases da inflação, e porque é preciso enfrentar um purgátório recessivo para estabilizar os preços. 101 A taxa natural de desemprego: os determinantes (i) a organização do mercado de trabalho; (ii) o perfil da força de trabalho; (iii) da capacidade e do desejo dos trabalhadores de procurar empregos; (iv) da disponibilidade e tipos de emprego. 102 A teoria aceleracionista da inflação Os componentes da taxa de inflação: (i) componente antecipado – (ii) componente não antecipado - 103 O modelo monetarista de Vanderkamp (1975) O modelo pertence a escola de pensamento de Friedman sobre a teoria monetarista de inflação e, apesar de sua simplicidade, contém todas as propriedades e conclusões desta teoria. Ele pode ser considerado com sendo o modelo monetarista padrão de inflação. O modelo é monetarista porque a taxa decrescimento da oferta monetária determina a taxa de inflação, embora a curva de Phillips conecte o setor monetário com o setor real. [cf. p. 120] 104 O modelo monetarista de Vanderkamp (1975): as equações fundamentais (1) mt = xt + t - equação quantitativa (2) t = *t – b(ut – u*) – versão liner da CP (3) ut - ut-1 = a (xt – x*) - Lei de Okun Variáveis endógenas: xt; t, ut Variáveis exógenas: mt ; *t ; x*; u*; ut-1 105 O modelo monetarista de Vanderkamp (1975): as equações fundamentais Reesecrevendo as equações (1), (2) e (3) da seguinte forma, obtemos: (xt - x*)+ t = mt - x* (4) t +but = * +bu* (5) a(xt-x*) + ut = ut-1 (6) 106 Forma matricial Ver notas de aula 107 Forma reduzida xt = x* +(1/1+ab)(m- x*-*) + (b/1+ab)(ut-1 – u*) t = * + (ab/1+ab) (m- x* - *) - (b/1+ab)(ut-1 – u*) ut = u* - (a/1+ab)(m – x* - *) - (b/1+ab)(ut-1 – u*) (7) (8) (9) 108 O processo de ajustamento de curto e longo prazo 0 X* x 0 x u U* x X* 0 X 0 U* u 109 Sites recomendados http://www.britannica.com/nobel/macro/5004_32.html 110 Os Novos Clássicos Estrutura dos modelos novo clássico Hipótese das expectativas racionais [Muth (1961) Equilíbrio contínuo do mercado Hipótese da curva de oferta agregada de Lucas (1972, 1973) Macroeconomia novo clássica 112 As expectativas racionais e a curva de Phillips A diferença entre as curvas de Phillips de curto e longo prazo das análises de Friedman-Phelps é uma conseqüência lógica do mecanismo de expectativas adaptativas. O conceito de expectativas adaptativas é, entretanto, aberto a duas objeções: (1) ele pode levar, sistematicamente, a expectativas viesadas [Lucas (1972)]; e (2) ela leva a que os agentes econômicos desperdiçam informações adicionais que possuem. 113 As expectativas racionais e a curva de Phillips Os teóricos das expectativas racionais, como Lucas (1972) e Sargent, argumentaram que as expectativas inflacionárias são formadas por pessoas inteligentes que devem levar em conta todas as informações disponíveis sobre a economia quando eles formam seus planos. 114 A importância do trabalho de Lucas (1972) [Nobel Prize, 1995] In a study published in 1972, Lucas used the rational expectations hypothesis to provide the first theoretically satisfactory explanation for why the Phillips curve could be sloping in the short run but vertical in the long run. In other words, regardless of how it is pursued, stabilization policy cannot systematically affect long-run employment. Lucas formulated an ingenious theoretical model which generates time series such that inflation and employment indeed seem to be positively correlated. A statistician who studies these time series might easily conclude that employment could be increased by implementing an expansionary economic policy. Nevertheless, Lucas demonstrated that any endeavor, based on such policy, to exploit the Phillips curve and permanently increase employment would be futile and only give rise to higher inflation. This is because agents in the model adjust their expectations and hence price and wage formation to the new, expected policy. 115 O conceito de expectativas racionais [John Muth (1961, p. 316)] O conceito de expectativas racionais foi proposto por Muth (1961), que sugeriu que os agentes formam suas expectativas da mesma forma como eles empreendem outras atividades, isto é – eles suam a teoria econômica para predizer o valor da variável, e isto são suas expectativas racionais. Como sugeriu John Muth (1961), elas são – essencialmente iguais às previsões da teoria econômica relevante, baseadas nas informações disponíveis. 116 O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais (1) A curva de Phillips na formulação da taxa natural de desemprego: t = *t – b (ut – u*) + t (1) (2) equação de excesso de demanda: ut = u* - (mt - t ) + t (2) (3) expectativas racionais *t = E (t/ It-1) (3) 117 O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais Substituindo (2) em (1) e resolvendo para t obtemos: t = [(t* + bmt - bt + t )/ (1+ b)] (4) A equação (4) é a chamada forma semi-reduzida na qual t é explicada pela taxa de inflação esperada [t* ], pela taxa de crescimento da oferta de moeda [mt] e pelas duas variáveis estocáticas (t ; t). 118 O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais Se aplicarmos o operador E na equação (4), nós obtemos a equação (5): E(t/It-1) = [E(t*/It-1) + b E(mt/It-1)]/ (1+b)] (5) como E(t) = 0 e E(t) = 0 temos que: (6) t* = E[(t/It-1) = E(mt/It-1) Expectativa racional de inflação Taxa esperada de inflação é igual a taxa esperada de crescimento monetário. 119 O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais Substituindo (6) em (4), nós obtemos a taxa atual de inflação: (7) t* = E[(t/It-1) + bmt - bt + t / (1 + b)] (8) E(mt/It-1) = mt 120 O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais Substituindo-se (8) em (7) obtemos (9): (9) t = E(mt/It-1) + [(t -bt)/(1+ b)] A equação (9) no diz que a taxa de inflação é igual a taxa de crescimento da oferta de moeda mais uma combinação linear das variáveis randômicas do sistema. 121 Desemprego involuntário em Lucas … there is an involuntary element in all unemployment, in the sense that no one chooses bad luck over good; there is also a voluntary element in all unemployment, in the sense that however miserable one’s current work options, one can always choose to accept them. 122 O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais Substituindo (9) em (2) e assumindo que E(mt/It-1) = m, nós derivamos a seguinte taxa de desemprego: (11) ut = u* - [(t + t)/ (1+b)] A taxa de desemprego Ut é igual a taxa natural de desemprego mais um componente estocástico. A implicação da hipóteses das expectativas racionais é que a taxa atual de desemprego oscila randomicamente em torno da taxa natural. 123 O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais No caso das expectativas racionais há também uma curva de Phillips, mas com uma diferença crucial. Os desvios sistemáticos da taxa de inflação esperada não podem ser gerados pela política monetária. Um aumento na taxa de crescimento da oferta de moeda que é conhecido pelos agentes econômicos irá elevar as expectativas inflacionárias e, simultaneamente deslocar a curva de Phillips. Em outras palavras, assim que o trade off é explorado por uma política econômica sistemática, este trade off desaparece. 124 As respostas de política econômica a choques antecipados 125 O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais As variáveis aleatórias não são correlacionadas com nenhuma variável cujo valor é conhecido no momento em que as expectativas são formadas, incluindo seus próprios valores passados. A principal implicação disto é que a trajetória temporal da taxa de desemprego não deveria mostrar nenhuma correlação serial. 126 O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais [cf. Mankiw (1995,p. 218)] ... Os defensores das expectativas racionais afirmam que a curva de Phillips no curto prazo não representa adequadamente as escolhas disponíveis. Acreditam que, se os formuladores de políticas econômicas estiverem firmemente comprometidos com o combate à inflação, as pessoas entenderão o compromisso e baixarão suas expectativas inflacionárias. De acordo com a teoria das expectativas racionais, as estimativas tradicionais da taxa de sacrifício não são úteis para avaliar o impacto de políticas econômicas alternativas. Se a política tiver credibilidade, os custos da redução da inflação podem ser muito menores do que as estimativas das taxas de sacrifício sugerem. 127 O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais [cf. Mankiw (1995,p. 219)] No caso mais extremo, pode-se imaginar que o combate à inflação não provoque recessão alguma. Uma desinflação indolor exige duas condições. Primeira, o plano de combate à inflação deve ser anunciado antes que as expectativas cruciais tenham se formado. Segunda, que os que determinam preços e salários devem acreditar no anúncio. Se ambas as condições são atendidas, o anúncio reduzirá imediatamente o custo do combate a inflação em termos de desemprego, permitindo reduzir a inflação sem aumentar o desemprego. 128 Expectativas Racionais e Hiperinflação [Thomas Sargent (1982)] http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/ej.pdf O final de quatro hiperinflações 129 O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais [cf. Mankiw (1995,p. 219)] Embora a abordagem das expectativas racionais ainda desperte controvérsias, quase todos os economistas concordam que as expectativas de inflação influem sobre a opção conflitiva entre inflação e desemprego no curto prazo. A credibilidade de uma política de combate à inflação é, portanto, fundamental para determinar os custos da política. Infelizmente, costuma ser mais difícil prever se o público considerará confiável ou não o anúncio de uma nova política. O papel central das expectativas torna bem mais difícil a previsão dos resultados de políticas alternativas. 130 Credibilidade e Inflação As expectativas da inflação irão influenciar a inflação atual. Portanto, as expectativas de inflação irão influenciar a inflação corrente. Portanto, os formuladores de política econômica que podem influenciar tais expectaticas, são, de um modo geral, bastante conservadores e constatemente nos alertam dos perígos da inflação. 131 Credibilidade e Inflação 132 Credibilidade, Inflação e Independência do Banco Central 133 O dilema da persistência [Modigliani (1977)] Segundo Modigliani (1977), o modelo das expectativas racionais poderia explicar a existência do desemprego em qualquer ano particular, mas não seria adequado para explicar o movimento persistente nas taxas de desemprego observadas nos ciclos econômicos do mundo real. 134 O dilema da persistência [Modigliani (1977)] O desvio de t de seu nível de pleno emprego é explicada somente pelo termo estocástico na equação. As variáveis randômicas não são correlacionadas com nenhuma variável cujo valor é conhecido no momento em que as expectativas são formadas, incluindo seus próprios valores passados. A principal implicação disto é que a trajetória temporal de desemprego não deveria mostrar nenhuma colrrelação serial 135 O dilema da persistência [Modigliani (1977)] Contudo, como as séries temporais do PIB e do desemprego têm um alto grau de correlação serial, temos uma deficiência da hipótese das expectativas racionais em explicar os movimentos sistemáticos da taxa de desemprego durante a expansão ou contração foi chamado de dilema da persistência da hipótese das expectativas racionais. 136 O dilema da persistência: a explicação dos novos clássicos (i) Lucas (1975) - se os indivíduos não se dão conta da existência de erros de predição senão vários períodos mais tarde, seus erros de predição podem estar correlacionados. Os indivíduos não têm modo algum de conhecer que seus erros podem estar, de fato, correlacionados, e por conseguinte, não podem corrigir este erro sistemático; 137 O dilema da persistência: a explicação dos novos clássicos (ii) Alan Blinder & Stanley Fisher (1981) - um segundo modelo com expectativas racionais que pode explicar a persistência se baseia na existência a mudanças aleatórias que causam variações no nível de produção potencial ao longo do ciclo econômico. A razão pela qual esta produção potencial ou de plano emprego pode variar é que mudanças aleatórias afetam o estoque de capital e o nível de pleno emprego variará. 138 Sites Recomendados http://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html http://www.nobelpreis.org/portugues/wirtschaft/lucas.htm http://nobelprize.org/economics/laureates/1995/lucas-autobio.html 139 Fim