Os egípcios primitivos aprenderam a usar o cobre e
o ouro. Forjavam ferramentas, armas e jóias. Depois
começaram a fabricar bronze mais duro de cobre e
estanho em fornalha.
Já no novo Império, inventaram foles que eram
operados com o pé.
O metal derretido era despejado em formas.
Forjamento de Metais
Ourivesaria
Igualmente importantes foram as
obras de ourivesaria, cuja maestria e
beleza são suficientes para
testemunhar a elegância e a
ostentação das cortes egípcias. Os
materiais mais utilizados eram o ouro,
a prata e pedras. As jóias sempre
tinham uma função específica
(talismãs), a exemplo dos objetos
elaborados para os templos e as
tumbas. Os ourives também
colaboraram na decoração de templos
e palácios, revestindo muros com
lâminas de ouro e prata lavrados
contendo inscrições, dos quais
Acredita-se que as primeiras evidências concretas de ornamentos
corporais encontrados, são pinturas rupestres datadas de 18.000 A.C. Os
egípcios foram os primeiros a dominar a ourivesaria em larga escala (4.000
A.C.).
Em 1.500 A.C. o Egito era o maior produtor/exportador de jóias em ouro no
mundo e Creta era seu maior mercado consumidor. Basicamente as
primeiras jóias eram endereçadas aos Faraós, que representavam "Deus"
na terra e os fundamentos da criação da joalheria estavam ligados a
símbolos de proteção e sabedoria... O joalheiro chefe era um sacerdote e
eles eram então funcionários de "Deus", responsáveis pela confecção de
ferramentas de proteção e poder.
As jóias eram feitas em ouro e pedras semi-preciosas, incorporando
formas e desenhos, de animais e de vegetais.
No Médio Império, também
foram produzidos magníficos
trabalhos de arte decorativa,
particularmente jóias feitas
em metais preciosos com
incrustação de pedras
coloridas. Neste período
aparece a técnica do
granulado e o barro vidrado
alcançou grande importância
para a elaboração de
Escrita
Durante quase quatro mil anos, os hieróglifos reinaram
soberanos a sombra dos faraós. Os escribas, intelectuais do
Antigo Egito que conheciam seus segredos, eram respeitados:
não pagavam impostos e exerciam autoridade equiparável á de
ministro. Mas a glória um dia acabou. No século IV, varridos pelo
poder do cristianismo que se expandia por toda parte, os
escribas desapareceram com o que ainda restava da velha
cultura egípcia, levando consigo as chaves que decifravam a
escritura sagrada. Estas só foram encontradas 1500 anos
depois, por um humilde professor francês Jean-François
Chapollion (1790-1832).
Houve quem acreditasse que os
hieróglifos eram uma esfinge
que nunca seria decifrada. Por
volta de 1600, o jesuíta alemão
Athanasius Kircher tentou, mas
desistiu. Os hieróglifos,
parecidos com fotogramas de
desenho animado do século XX,
eram mais complexos do que se
podia imaginar. Durante
milhares de anos, cada sinal
representava um objeto: havia
partes do corpo humano,
plantas, animais, edifícios,
barcos, utensílios de trabalho,
profissões, armas. Com o
tempo, esses desenhos foram
substituídos por figuras mais
simplificadas ou por símbolos
Para representar sentimentos, como
ódio ou amor, ou ações como amar
e sofrer, os egípcios desenhavam
objetos cujas palavras que os
designavam tinham sons
semelhantes aos das palavras que
os hieróglifos se referiam a algo
concreto, havia um sinal vertical ao
lado de cada figura. Se referentes a
algo abstrato, havia o desenho de
um rolo de papiro. Se
correspondessem a determinada
pessoa, os hieróglifos traziam
sempre a imagem de uma figura
feminina ou masculina, mostravam
um pequeno sol. Para completar a
confusão, os hieróglifos podiam ser
escritos da direita para a esquerda
ou vice-versa a ordem certa, em
cada caso, dependia da direção dos
Nome de Ptolomeu
Entender sinais são complicados só
não era mais difícil do que descobrir
o mistério das pirâmides. Por isso,
Champollion teve que contar com
uma pequena ajuda. Em 1779, os
exércitos de Napoleão trouxeram do
Egito a pedra da Roseta um pedaço
de basalto negro onde estava
gravado um texto em grego,
hieróglifos e demótico. Está última
forma era uma escrita egípcia mais
simplificada, empregada nos papiros
administrativos e literários. Na
versão grega, o texto era um
decreto baixado por Ptolomeu V em
196 a.C. Os dois outros poderiam
ser traduções. Em 1807,
Champollion aceitou o desafio. A
partir dos nomes próprios do texto
grego, ele comparou os outros dois
Quatorze anos depois, o
professor dispunha de
algumas chaves para
entender o enigma: enfim, a
pedra da Roseta e as
inscrições de outros
monumentos egípcios já não
continuam mais em segredo.
A escrita egípcia, uma das mais
antigas do mundo, não utiliza um
alfabeto, mas centenas de
pequenos desenhos combinados de
diferentes maneiras: os hieróglifos.
Aprendia-se nas escolas ou nas
casa de aprendizagem dos templos,
que eram centos intelectuais
completos. O escriba servia-se de
uma paleta com duas pastilhas de
tinta e canas adaptadas para
pincéis, assim como de um godê de
água. Em algumas épocas, os
numerosos textos relativos aos
problemas cotidianos provam que
muitas pessoas sabiam ler e
escrever. Quanto aos desenhistas,
Cada desenho é utilizado seja por
seu valor de imagem, seja pelo
som que representa - e que, junto
a outros signos-sons, compõem
uma palavra mais complicada ou então de maneira abstrata
para enquadrar uma palavra em
uma categoria dos sentidos. Na
escrita dita "hieroglífica", os
signos (cerca de 700 na época
clássica) são perfeitamente
desenhados com todos seus
detalhes e cores. Os egípcios
serviram-se desta escrita muito
decorativa durante quase 3.500
anos sobre as paredes dos
templos e túmulos, sobre as
estrelas e estátuas e às vezes
Um símbolo hieroglífico popular era a cártula. quando escrito em
hieróglifos, o nome do faraó era circunscrito numa corda oval com
um nó embaixo. Este círculo representava a eternidade, e
colocando seu nome dentro dele, o faraó esperava viver para
sempre. Hoje, os muitos turistas que visitam o Egito têm seus
nomes escritos em hieróglifos dentro de uma cártula de ouro.
Com a ajuda de ferramentas
simples e manejáveis (bastões,
cordéis e fragmentos de carvão),
os desenhistas traçam na parede
um quadriculado baseado na
medida linear usual (côvado de
aproximadamente 50 cm) e suas
subdivisões. Nas representações,
respeitam as proporções
convenientes. Os olhos de frente
em um rosto de perfil, os ombros
de frente e as pernas de perfil,
uma perspectiva traduzida pela
justificação do desenho egípcio,
identificáveis pelo público, que já
está habituado. A imagem deve
falar a todos os que não sabem
ler.
A evolução da escrita em
hieróglifos
mais
simples,
a
chamada
escrita
hierática,
determinou na pintura uma
evolução semelhante, traduzida
em um processo de abstração.
Esse obras menos naturalistas,
pela
sua
correspondência
estilística com a escrita, foram
chamadas, por sua vez, de
Pinturas
Hieráticas.
Escrita Hierática
Era uma escrita cursiva, usada
pelos sacerdotes em textos
sagrados. Geralmente, era
gravada em papiro, madeira ou
couro.
Mais tarde nasceu a demótica, tão
simplificada que parece nossa
estenografia. É a escrita da
administração e da vida diária a partir de,
aproximadamente, 700 a.C. Um óstraco
(do grego "concha") é uma caco de
olaria, um fragmento de pedra no qual
anota-se o que não merece o suporte
nobre e oneroso do papiro ou da parede
de um monumento: rascunhos, recibos
contábeis, exercícios de alunos,
prescrições médico-mágicas. Quando
não há mais lugar nos arquivos, são
jogados fora: milhares foram encontrados
no poço ptolomaico, com 52 m de
profundidade, cavado em Deir elMedineh na esperança (desiludida) de
encontrar água. Os óstracos são uma
fonte incomparável de conhecimento da
A escrita é considerada como o maior
tesouro deixados pelos egípcios, pois...
Bastam olhos que saibam ler para
ressuscitar todo o conhecimento.
Escriba
Não existe no Egito profissão
mais bem sucedida e sem
esforço do que a do escriba.
Eles sendo altos funcionários a
serviço do faraó, tinham como
dever, anotar o que acontecia
nos campos, contar os grãos,
registrar as cheias do Nilo,
calcular os impostos que os
camponeses deveriam pagar,
escrever contratos, atas
judiciais, cartas, além de
registrar os outros produtos que
entravam no armazém. Mas
não para por aí. Alguns
sacerdotes também sabiam
O principal material utilizado pelos escribas
era o papiro, acompanhado de pincéis,
paletas, tinteiros e um pilão. Quando eles iam
escrever esmagavam os pigmentos no pilão e
depois transferiam a tinta para o tinteiro, que
tinha duas cavidades: Uma para tinta
vermelha e outra para a tinta preta. Os pincéis
eram umidecidos com água que ficava numa
bolsa de couro. Algumas paletas tinham
caráter espiritual para os escribas, sendo
guardadas em seus túmulos.
A técnica da escrita era passada de pai para filho,
mas está podia ser ensinada para qualquer um até
no Antigo Império. A partir do Médio Império
apareceram as Casas da Vida, que funcionavam
como escolas. Logo cedo se ingressava nessas
escolas. Era muito fácil encontrar crianças de 3 e 4
anos copiando frases. O estudo se prolongava até
os 12 anos de idade. Os materiais usados por eles
nessas escolas eram geralmente pedaços de
calcário ou cerâmica (óstracas) e madeira coberta
por gesso. O papiro era muito caro, sendo usado
somente por escribas profissionais. Além da
escrita, eles tinham que conhecer as leis, saber
calcular impostos e ter noções de aritmética.
Os escribas possuíam um pictograma próprio,
representado pela paleta. Lê-se sech (escrever), e
faz parte das palavras relacionadas com arquivos,
impostos e tributos.
Ciências
Na área da ciência., os egípcios não tiveram
interesse pelas questões filosóficas e
abstratas, como a construção de templos e
pirâmides, a cura de doenças, saber a
duração das estações agrícolas, um método
eficiente de contabilidade comercial e etc.
Na química, a
manipulação de
substâncias químicas
(arsênio, cobre,
petróleo, alabrastro,
sal, sílex moído) surgiu
no Egito e deu origem
a fabricação de
diversos remédios e
composições simples.
A palavra química
provém do egípcio
kemi, que significa
terra preta.
Química
As estrelas sempre orientaram
os egípcios, na navegação, e na
agricultura. Elaboraram mapas
dos céus, distinguindo estrelas
de planetas, juntando-as em
constelações. Desenvolveram
ainda o calendário solar de 365
dias divididos em 12 meses de
30 dias, mais 5 dias festivos.
Desenvolvendo assim a
astrologia, relacionando
trajetórias dos astros com o
nascimento de um indivíduo e
suas características pessoas.
Astronomia
Com a transações comerciais
exigiu-se uma padronização de
pesos e medidas, um sistema
de notação numérica de
contagem. Assim
desenvolvendo-se a
Matemática, Álgebra e
Geometria no Egito.
Eles conheciam três operações
fundamentais: soma,
subtração e divisão, sem nem
um tipo de símbolo para
representar o zero,
constituíram o sistema decimal
e calculavam com precisão a
Matemática
O homem se interessou pelo
funcionamento do próprio
corpo, movido pela
curiosidade e necessidade de
combater doenças que o
atacavam.
Os progressos da medicina
sempre estiveram relacionados
a anatomia humana. Mas, para
observar o interior do
organismo, era necessário
dissecar o cadáver. Ao longo
da história, o homem sempre
manteve respeito em relação
ao corpo das pessoas mortas.
Medicina e
Conhecimentos
do Corpo
Há mais ou menos 3000 anos a.C., no
Antigo Egito, os médicos já tinham
uma noção interna do corpo humano.
Isso foi conseguido, pelo costume
religioso de embalsamar os mortos,
dos quais se retiravam os vísceras,
que eram guardadas em vasos
especiais, próximo ao corpo.
A partir das técnicas de mumificação,
foi possível acumular conhecimentos
sobre anatomia humana,
reconhecendo a importância do
coração em relação aos outros
órgãos do corpo, desenvolvendo
técnicas para tratar de faturas,
realizando pequenas cirurgias e
Medicina e
Conhecimentos
do Corpo
Mas foi num grande centro médico
criado em Alexandria, no Egito, no
século III a.C., que dois médicos,
Herófilo e Erasístrato, fizeram as
primeiras dissecações para estudar
as doenças e ensinar anatomia.
Essas atividades ajudaram os
médicos a entender algumas das
funções do cérebro, dos pulmões e
do coração.
Ainda na medicina, os egípcios
afirmaram que as doenças possuíam
causas naturais. Para combate-las,
elaboraram listas de remédios,
formando a primeira farmacopéia de
que se tem notícia. Conforme a
doença, eram indicados remédios
que variam desde sangue de lagarto,
Medicina e
Conhecimentos
do Corpo
As dores de cabeça incomodavam
desde os tempos dos Antigos
Egípcios. Mas para isso havia uma
receita infalível. O médico
mandava o paciente beber três
vezes ao dia, a mistura de gordura
de crocodilo, sêmen junto de fezes
dissolvidas em urina.
Médicos do
Antigo Egito
O médico no Antigo Egito era
chamado de sunu. Sendo
divididos em três grupos de
terapeutas: sacerdotes de
Sekhmet, magos e sunus.
sacerdotes de Sekhmet – eles
acreditavam que a deusa Sekhmet
era a causadora de todas as
doenças. Eles mantinham um bom
contato com ela, induzindo a
deusa a não castigar certa pessoa
com doenças.
Médicos do
Antigo Egito
Magos – para estes as causas das
doenças eram os maus espíritos
que atacavam as pessoas. Sua
função era a de exorciza-lós.
Sunus – eram sacerdotes que
recebiam instrução médica da Per
Ankh ou “Casa da Vida”. Os sunus
trabalhavam
junto
dos
uts,
primeiros enfermeiros de que se
tem notícia.
Médicos do
Antigo Egito
O sunu podia também ser ao
mesmo tempo um sacerdote da
deusa Sekhmet ou mago. Fato
comprovado pelos papiros
encontrados relatando até que
esses sunus exerciam funções
paralelas (administrador,
arquiteto ou escriba).
Médicos do
Antigo Egito
Cada sunu tinha seu próprio
consultório. O curioso é que antes
mesmo de terminar seus estudos em
certa área do corpo humano eles já
saíam exercendo suas funções de
médicos.
O médico mais antigo do Egito era
Hesy-Ra, que viveu no ano 3000 a.C. e
só cuidava de dentes. Nesta época
surgiram novos médicos e novas
especialidades como: nariz, olhos,
ânus e abdômen.
Os sunus se impressionavam com a
possibilidade de o sangue coagular e
as artérias endurecerem. A maior
preocupação mesmo era o ânus, pois
cada faraó possuía um médico nessa
área, pois eles temiam os vermes, que
eram muito encontradas em múmias,
sendo considerados por eles como
legítimos mensageiros da morte, se
Médicos do
Antigo Egito
Os egípcios não sabiam
como de dava a fecundação,
acreditavam que só o
esperma tinha o poder de
gerar um indivíduo, e que o
papel da mulher era o de
recebê-lo. Para saber se
estava grávida o segredo era
urinar sobre um punhado de
grãos. Se dali a alguns dias,
eles crescessem, a mulher
estava grávida.
Os sunus acreditavam que o
organismo humano era o
medicamento mais potente
contra qualquer doença,
podendo produzir ele mesmo
Médicos do
Antigo Egito
Música e
Dança
A primeira grande cultura a infundir
a música em sua sociedade foi o
Egito Antigo. Todos os tipos de
celebrações eram cheios com
música e dança. Como em qualquer
festa haviam dançarinas, cantores e
músicos tocando flautas , harpas,
tambores, símbalos e tamborins.
Durante os festivais e festas
religiosas a dança e a música eram
uma prática bastante difundida. Em
muitas pinturas nos interiores de
tumbas e em papiros podemos ver
cenas interessantes de mulheres
tocando e dançando.
A importância da música no Antigo
Egito pode ser facilmente
comprovada pelo número de
instrumentos musicais espalhados
nas coleções dos museus por todo
Dança foi muito mais do que um
passatempo divertido no Antigo
Egito. Durante o Período PréDinástico encontramos figuras
femininas de Deusas e
Sacerdotisas dançando com
seus braços no alto da cabeça. O
ato da dança teve sem dúvida
um caráter de muita importância
no Antigo Egito no que diz
respeito a rituais religiosos e
celebrações. As mulheres
dançavam geralmente
reverenciando deuses da
inundação como o deus Hapy, a
fim de garantir uma boa cheia e
Rituais de danças vistos
nos afrescos das tumbas
revelam porém que
homens e mulheres nunca
dançavam juntos. As
dançarinas que
acompanhavam os
funerais eram conhecidas
como Mu-dancers , elas
usavam coroas vermelhas
e um tipo de vestimenta
especial. Eram
contratadas especialmente
para estas ocasiões e
realizavam danças
No Antigo Egito os
instrumentos musicais
estavam divididos em
quatro grupos:
• Idiofones;
• Membranofones;
• Aerofones;
• Cordofones.
• Sendo que os idiofones incluíam: Sinos, címbalos,um
tipo de castanholas e sinetes, eram associados a rituais
religiosos.
• Os membranofones incluíam o tamborim o tambor
usados em banquetes e cerimoniais militares.
• Os aerofones incluíam as flautas, clarinetes, oboés e
trompetes também ligada ao uso militar.
• Os cordofones incluíam a harpa , a lira e o lute (tipo de
instrumento antigo de cordas).
Em algumas cenas antigas também destacam-se as
acrobatas que realizavam suas performances em
banquetes e festas, como podemos ver na cena mais
abaixo. Uma das festas mais conhecidas era a Festa de
Opet, em Luxor, em homenagem ao Deus Amon. As
dançarinas destas festividades usavam pouca roupa , as
vezes nenhuma roupa.
Higiene, Beleza e
Maquiagem
Bastante vaidosas que eram, as mulheres
egípcias dispunham de vários apetrechos
para cuidarem de sua higiene e beleza. Os
escrínios de toucador —continham os mais
belos recipientes e pequenos frascos de
perfume que possam existir, em madeiras
preciosas provenientes sobretudo da Núbia
e do Sudão, em marfim, em vidros
multicores e translúcidos e, às vezes, até
transparentes. Mas os de alabastro eram os
mais comuns, pois esse material frio era
excelente para a conservação de cremes e
perfumes. Esses escrínios tinham as mais
variadas formas: a da romã, da mandrágora,
de cachos de uva, de lótus e de papiros,
naturalmente, ou ainda inspiravam-se nos
animais, patos dos pântanos, íbis de patas
ligadas, pequenos macacos pousados nas
bordas de um cadinho ou segurando nas
mãos a tigelinha de antimônio.
As mais belas colheres de
pintura ou ungüentos eram
feitas conforme a imagem
de uma sedutora nadadora
nua que empurrava diante
de si um pato cujo corpo, de
asas articuladas, servia de
recipiente. Cofres muito
elaborados eram
concebidos especialmente
para receber todo esse
material miúdo, tão luxuoso;
câmaras interiores e
chanfraduras na tampa ou
nas gavetas esperavam que
se recolocassem no lugar
Tanto para as mulheres quanto para os homens, os cuidados de higiene
com o corpo, pelo menos entre as classes mais altas da sociedade
egípcia, desempenhavam importante papel. Ao que parece, até a ducha
já era conhecida: utilizava-se para tanto uma peneira ou uma cesta. É
claro que o mais comum era que se tomasse banho no Nilo, mas as
residências refinadas dispunham de um banheiro reservado com privada.
Na cidade de Tell el-Amarna as residências dos funcionários também
tinham uma sala de banho com uma banheira enterrada no solo e
privadas separadas por um muro. Nos palácios reais do Império Antigo a
presença das salas de banho está confirmada pela existência do título da
função de diretor da sala de banhos. Para se lavarem, os egípcios
usavam uma bacia e um jarro provido de bico, no qual colocavam a água.
Ao lavarem os dentes, desinfetavam a água com uma espécie de sal.
Usavam ainda uma pasta solidificada contendo uma substância
desengordurante como, por exemplo, cinza, que levantava espuma
quando esfregada.
Os homens utilizavam com freqüência os serviços profissionais dos
barbeiros, pedicuros e manicuras, enquanto que as mulheres não
dispensavam o cabeleireiro. Os barbeiros usavam uma navalha de
barba que, durante o Império Novo, consistia de uma pequena peça
chata de metal com formato não muito diferente de um machado em
miniatura e com bordas cortantes, a qual era fixada em um cabo
curvo de madeira e girava entre os dedos do profissional. Tais
apetrechos eram guardados em estojos de couro dotados de uma
asa, os quais, por sua vez, eram acondicionados em elegantes
escrínios de ébano. Os mesmos escrínios eram empregados pelos
pedicuros e manicuras para guardar suas pinças, raspadores e
tesouras de trabalho.
As pessoas de poucos recursos usavam os serviços de
barbeiros que se instalavam ao ar livre, embaixo de
árvores. Enquanto esperavam vez, conversavam ou
dormiam, sem mesmo se deitarem, curvados, com a cabeça
sobre os braços, a fronte apoiada nos joelhos. Algumas
vezes sentavam-se dois no mesmo tamborete. O cliente,
cuja vez chegava, sentava-se num tripé e confiava a
cabeça ao barbeiro que lha tornava lisa como um seixo da
praia.
Entre os cosméticos incluíam diversas
essências e ungüentos, diferentes
conforme a estação do ano, que eram
acondicionados em vasos de cristal, de
alabastro ou de obsidiana. Para usá-los
as pessoas deitavam-se em banquetas
de alvenaria recobertas com esteiras e
então as criadas lhes massageavam os
corpos espalhando os produtos.
Aplicados em ambos os sexos, um dos
principais objetivos do emprego de tais
cosméticos era impedir que a pele
secasse sob o sol ardente. Outros
elementos indispensáveis eram o pó
verde (malaquita) e o pó negro (galena)
usados para a pintura dos olhos. Essa
pintura sobre as pálpebras e as
sobrancelhas, além de alongar os
olhos, o que era esteticamente
agradável para os antigos egípcios,
servia de proteção da vista contra as
Não faltavam produtos de beleza. Para combater os maus cheiros
do corpo na época do calor, os egípcios friccionavam-se durante
vários dias com um ungüento à base de terebentina e de incenso
que eram misturados com certos grãos não especificados e com
um perfume. Nos lugares onde se articulam duas partes do corpo
deviam aplicar-se outros produtos. Havia preparados para
embelezar e rejuvenescer a epiderme, para enrijar a carne, e
outros para combater as manchas e as verrugas do rosto. Para
enrijar a carne empregava-se, por exemplo, o pó de alabastro, o
pó de natrum, sal do norte misturado com mel. Outras fórmulas
eram conseguidas à base do leite de burra. O couro cabeludo era
objeto de cuidados incessantes. Ora se tratava de suprimir os
cabelos grisalhos, evitar o embranquecer das sobrancelhas, ora
se tratava de combater a calvície, ou de fazer crescer o cabelo.
Sabia-se que o óleo de rícino era adequado a esta higiene
especial. Mas os egípcios também sabiam libertar-se dos pelos e
das penugens supérfluas.
Além das roupas e dos cosméticos, os penteados e os adereços tinham
igualmente um papel marcante na aparência da mulher egípcia. A peruca,
sobretudo a título de elemento componente da vestimenta dos funcionários
ou do círculo da corte, tinha uma importância particular. Os dois tipos
principais de penteados artificiais masculinos eram a peruca de pequenos
cachos e a peruca com longas mechas de cabelo caindo do crânio até os
ombros. Na XVIII dinastia a moda fez nascer uma nova forma de peruca
misturando pequenos cachos e mechas lisas. Quanto aos penteados
femininos, durante o Império Antigo eles desciam em duas espessas
mechas sobre o peito e esse estilo se manteve com algumas pequenas
modificações até o Império Novo. Em meados da XVIII dinastia tornou-se
moda uma série de novos penteados. Em todas as épocas as mulheres se
preocuparam com os seus penteados e com suas perucas, pois a
Maquiagem
Óleos, aromaterapia, esfoliação, argila, hena,
maquiagem, esmalte... Itens tão comuns da cosmética
atual, já estavam presentes numa civilização tão
distante da nossa, a Egípcia. Nefertiti, esposa do faraó
Amenófis IV, que viveu por volta de 1372 a C. - uma
rainha conhecida por sua extrema vaidade e beleza costumava se banhar todas as manhãs com uma
mistura de água e carbonato de cal, além de aplicar,
algumas vezes sobre a pele, uma máscara composta de
ovo de avestruz, argila, leite e óleo. Também se
submetia a massagens com óleos vegetais misturados
a ervas aromáticas e esfoliava seus pés e cotovelos
com uma espécie de pedra-pomes. Suas unhas das
mãos e pés eram polidas e geralmente coloridas com
hena. A maquiagem das rainhas do Egito também era
elabora: com substâncias extraídas de plantas e
minerais, usavam sombras coloridas nas pálpebras,
sendo os olhos bem delineados por um kajal preto;
usavam maquiagem vermelha para as bochechas e
É também com a civilização egípcia que surge a
distinção: "Mulher de pele clara" e "Homem de
pele escura". Cleópatra bem representou o ideal
de beleza daqueles tempos. Carismática e
poderosa, a Cleópatra imortalizou seu tratamento
banhando-se em leite, cobrindo as faces com
argila e maquilando seus olhos com pó de khol
(pigmento preto).
A utilização dos cosméticos era feita por rainhas, homens, crianças e
escravos. Cada um com sua especificidade. Para as rainhas, a
maquiagem era para disfarçar os defeitos do rosto, já que esse
ficava muito evidente, devido aos penteados serem bem
ornamentados. Os homens usavam o poder da maquiagem para
pintarem os rostos nas batalhas, enquanto as crianças e escravos
utilizavam um pó, chamado de galena, que servia para protegeremse do sol. O Rio Nilo, no Egito, fornecia uma variedade de elementos
como flores e cascas de árvores para a produção de cosméticos. E o
olho foi sempre o foco mais importante para realçar a maquiagem. A
estratégia de recorrer a maquiagem, sempre foi a de embelezar e
rejuvenescer. Foi dessa maneira que Cleópatra, um mito da História,
soube recorrer desse artifício para seus encontros políticos,
Alimentação
A carne sempre foi consumida em
quantidade, principalmente a do boi. O
assim chamado boi africano é um animal
com chifres avantajados, de grandes
proporções e rápido no caminhar. Esse
animal era submetido a um regime de
engorda que o tornava enorme e
pesado, até o ponto de ficar
impossibilitado de andar. Só então
estava pronto para o abate. Ao que
parece, a carne era servida geralmente
cozida, provavelmente em molho, mas
havia alguns tipos de carne que eram
assadas no espeto. Entretanto, a carne
era uma comida de luxo para a maioria
das pessoas, que talvez só a
consumissem em ocasiões especiais
como, por exemplo, nos banquetes
funerários. Pedaços de carne são
representados freqüentemente nos
túmulos em estelas, ou compondo o
Uma vez que a galinha só foi introduzida
no Egito tardiamente, criava-se e
consumia-se outros tipos de aves em
grande escala. Em papiros que registram
donativos aos templos, as quantidades de
aves citadas são impressionantes. Um
deles menciona 126 mil e duzentas aves,
dentre as quais 57 mil e oitocentos e dez
pombos. A caça, portanto, era uma
atividade bastante cultivada pelos egípcios.
Os galináceos eram consumidos
grelhados, de preferência. Entretanto,
Heródoto nos conta — e os documentos
confirmam a informação — que os egípcios
comiam crus as codornizes, os patos e
alguns pequenos pássaros que tinham o
cuidado de salgar antes. Todos os
pássaros restantes eram comidos assados
ou cozidos. As aves aquáticas eram
abertas e postas a secar. Os templos as
Embora em algumas localidades
egípcias fosse proibido consumir
certas espécies de peixe em datas
específicas, a maior parte da
população comia peixe normalmente.
Por sua vez, os habitantes da região
do Delta e os que moravam às
margens do lago Fayum eram
pescadores por profissão. Quanto aos
peixes, Heródoto informa que alguns
eram comidos crus e secos ao sol ou
postos em salmoura. Entretanto, várias
outras espécies eram comidas
assadas ou cozidas. Uma vez
pescados, os peixes eram estendidos
no solo, abertos e postos a secar.
Visando a preparação do escabeche,
eram separadas as ovas dos mugens.
Mais uma vez um papiro cita a
quantidade de peixes doados a três
Rabanetes, cebolas e alhos fazem parte
da dieta egípcia, sendo que estes
últimos eram muito apreciados.
Melancias, melões e pepinos aparecem
representados com freqüência nas
pinturas dos túmulos, sendo que neles
os arqueólogos também encontraram
favas, ervilhas e grãos de bico. Nas
hortas domésticas cultivava-se a alface,
a qual os egípcios acreditavam que
tornava os homens apaixonados e as
mulheres fecundas e, assim,
consumiam-na em grande quantidade,
crua e temperada com sal e azeite. Min,
o deus da fecundidade, tem às vezes
sua estátua erguida no meio de um
quadrado de alfaces, sua verdura
preferida. Seth, segundo nos conta a
Com relação aos frutos, consumiam
uvas, figos e tâmaras, sendo que estas
últimas também eram empregadas em
medicamentos. A romeira, a oliveira e a
macieira foram introduzidas no Egito
somente por volta de 1640 a.C. O
azeite era utilizado não apenas na
alimentação, mas também para
iluminação. Frutos como laranjas,
limões, bananas, peras, pêssegos e
cerejas não eram conhecidos dos
antigos egípcios, sendo que os três
últimos só passaram a ser consumidos
na época romana. Os mais pobres
muitas vezes só podiam mascar o
interior dos caules de papiros, a
exemplo do que fazemos hoje com a
cana de açúcar.
O leite era recolhido em vasos ovais de
cerâmica tampados com um punhado de
ervas, evitando-se fechar totalmente a
abertura, para afastar os insetos do líquido.
O sal era utilizado na cozinha e em
medicamentos. O papel do açúcar era
desempenhado pelo mel e pelos grãos de
alfarroba. Embora o mel e a cera de abelha
fossem buscados no deserto por homens
especializados nesse ofício, também havia
criação de abelhas no exterior das
residências. Para a formação das colméias
colocavam-se jarras de cerâmica e os
apicultores caminhavam sem proteção por
entre os insetos, afastando-os com as mãos
nuas para recolher os favos. O mel era
mantido em grandes tigelas de pedra,
seladas. Em suas iguarias os egípcios
empregavam ainda manteiga ou nata e
Pães e bolos eram
preparados nas casas das
pessoas ricas e também nos
templos, o que incluía a
moagem dos grãos. É
possível, entretanto, que
moleiros e padeiros
independentes trabalhassem
para atender as pessoas
humildes. A panificação era
um trabalho conjunto de
homens e mulheres.
A bebida número um dos egípcios era a
cerveja, consumida em todo o país, tanto nas
cidades como nos campos. Era feita com
cevada ou trigo e tâmaras e sorvida em taças
de pedra, faiança ou metal, de preferência em
curto espaço de tempo, pois azedava com
facilidade. O vinho sem dúvida, ficava em
segundo lugar na preferência etílica dos
egípcios, havendo grande comércio do
produto. Eles apreciavam o vinho doce, de
uma doçura que ultrapassasse a do mel.
Os egípcios alimentavam-se sentados, a sós
ou acompanhados, diante de uma mesinha
sobre a qual eram postas as provisões. Os
rapazes sentavam-se sobre almofadas ou
esteiras. Pela manhã não havia a reunião da
família para a refeição. O marido e a esposa
eram servidos em separado.
Os arqueólogos, em suas
escavações, encontraram pratos,
terrinas, travessas, cálices, facas,
colheres e garfos, o que abre a
possibilidade para o consumo de
sopas, purês, pratos guarnecidos
acompanhados de molho,
compotas e cremes. As baixelas
dos ricos eram de pedra: granito,
xisto, alabastro e uma certa
espécie de mármore. As taças de
formato pequeno eram de cristal.
Por outro lado, o material pictórico
deixado pelos egípcios mostra
que, à mesa, eles se serviam
AS CONTRIBUIÇÕES
• Fundamentos de Aritmética,
Geometria, Filosofia, Religião,
Engenharia, Medicina;
• Relógio de sol;
• Calendário;
• Sistema de escrita;
• Técnicas agrícolas.
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Médicos do Antigo Egito