PRESS RELEASE
Batalhão de Telegrafistas
Galeria Jaqueline Martins, São Paulo
Curadoria: Fernando Oliva e Tobi Maier
Alexandre Brandão, Almandrade, Andrzej Dudek-Dürer, Chris
Marker, Charbel-joseph H. Boutros, Anna Bella Geiger, Edgard de
Souza, Ilene Segalove, John Kelsey, Karin Sander, Mario
Ishikawa, Moyra Davey, Nana Mendes da Rocha & Serguei Dias,
Roberto Winter, Walead Beshty, Ze Frank, Francesca Woodman,
além de obras selecionadas dos arquivos de arte postal de
Gastão de Magalhães, f. marquespenteado e Luis Neto Guardia
Mario Ishikawa, Torneio Democrático, 1980
A exposição Batalhão de Telegrafistas concebe a arte postal
como um movimento global entre artistas do centro e das
margens do sistema das artes, do final dos anos 60 até o
presente. Durante muitos anos, a prática de utilização dos
serviços postais ou de máquinas de fax como estratégia de
criação e compartilhamento de artes gráficas e de outros projetos
artísticos constituíram o cerne da arte postal; no entanto, o
advento da tecnologia da informação deslocou estes parâmetros
em direção ao universo digital. Ainda assim, as questões
predominantes desde o início da arte postal mantiveram-se
significativas na prática artística até os dias atuais. Deste modo, o
trabalho em rede, os procedimentos colaborativos e participativos,
o compartilhamento, o acesso à informação e a livre circulação e
distribuição constituem as bases conceituais desta mostra.
No Brasil, a arte postal amadureceu durante a ditadura militar
(1964-1985). Para inúmeros artistas que viviam e trabalhavam no
país nesse período, ela era a única forma de contato com outros
artistas internacionais. Dentro de um contexto político carregado
de tensão, a arte postal também funcionava como instrumento de
denúncia.
Almandrade, Mail Art, 1977
O projeto e exposição Batalhão de Telegrafistas parte de um
número de obras encontradas em arquivos de arte postal de
artistas brasileiros que participaram ativamente de diversas redes
internacionais de arte postal da época.
Embora essas redes, como as conhecemos atualmente, não
carreguem o mesmo grau de dinamismo que as mobilizava antes
do advento da internet, a metodologia de uso dos correios e
outros serviços postais como componente inerente à produção de
esculturas, pinturas ou fotografias, por exemplo, continua a
ressoar no trabalho de um grande número de artistas.
Moyra Davey. Glass SP-NY, 2013
Com a globalização e a invasão da tecnologia da informação em
nossas vidas, atualmente os serviços postais servem
progressivamente ao fluxo global de mercadorias e bens de
consumo, e menos à comunicação pessoal, que, por sua vez,
desapareceu na esfera digital. Um número de obras da mostra
alude às formas como nos relacionamos entre nós por meio do
uso de dispositivos manuais, que nos conectam remotamente a
servidores de dados, e ainda sobre os métodos nos quais a rede
de comunicação e mídia é empregada para fins de vigilância
coletiva ou coersão individual.
SOBRE OS CURADORES:
Tobi Maier é um curador e escritor alemão. Atualmente vive em
São Paulo, onde foi curador associado da 30˚ Bienal de São
Paulo, 2012. Antes, colaborou na Manifesta 7, Rovereto, Itália
(2008), trabalhou como curador em Frankfurter Kunstverein,
Frankfurt am Main, Alemanha (2006-2008) e na Ludlow 38, em
Nova York, E.U.A. (2008-2011). Entre as exposições com sua
curadoria, estão The Second Sex – a visual footnote na La Galerie
Centre d’Art Contemporain em Noisy-le-Sec / Paris e Was Ist
Kunst ? – Mirrors of Production na Galeria Jaqueline Martins, São
Paulo (ambas em 2013). Entre 2008 e 2011 editou publicações
sobre o trabalho de Waldemar Cordeiro & Franz Mon; Jozef
Robakowski; Július Koller & Jiri Kovanda; Catalina Parra; The first
3 years of Ludlow 38; Culture and Art Museum of Migrant Workers
Beijing e h.arta group, e editou uma edição dupla da revista OEI
sob o título Extra-disciplinary spaces and de-disciplinizing
moments – In and out of the 30˚ Bienal de São Paulo, em conjunto
com Jonas (J) Magnusson e Cecilia Groenberg, além de Periódico
Permanente, publicado pelo Forum Permanente (v.2, n.4, 2013).
Maier contribui para inúmeras publicações incluindo Untitled, Exit
Express, Mousse e Art-Agenda.
Fernando Oliva é pesquisador e curador, doutorando em História
da Arte (ECA-USP). Integra o projeto de curadoria da III Bienal da
Bahia - É Tudo Nordeste? (maio-set., 2014) e faz parte da
Comissão de Curadoria do Videobrasil. Foi diretor de curadoria do
Centro Cultural São Paulo e Gerente de Projetos do Paço das
Artes (São Paulo), cargo que ocupou também no Museu da
Imagem e do Som (MIS/SP). Entre seus projetos destacam-se
Cover=Reencenação + Repetição; O Retorno da Coleção
Tamagni - Até as Estrelas por Caminhos Difíceis (ambas no MAMSP, 2008 e 2012), I/Legítimo – Dentro e Fora do Circuito (Paço
das Artes, 2008), Comunismo da Forma – Som + Imagem +
Tempo: A Estratégia do Vídeo Musical (Galeria Vermelho e
AGYU, Toronto, 2007-2009) e À la Chinoise (Microwave, Hong
Kong, 2007).
SERVIÇO:
Exposição: Batalhão de Telegrafistas
Abertura: 3 de julho de 2014
Período de exposição: de 4 de julho a 16 de agosto de 2014
Horários de abertura: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e
aos sábados das 11h às 17h
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