qwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwert yuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopa sdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghj klçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxc OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA DE GOVERNO vbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmq VIII LEGISLATURA 2011-2016 wertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwerty uiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopas dfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjkl çzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvb nmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqw ertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyui opasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdf ghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçz xcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbn mqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmrtyui opasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdf ghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçz A TRANSVERSALIZAÇÃO DO ENFOQUE DE GÉNERO NO QUADRO DA AGENDA ESTRATEGICA ICIEG-2012 INTRODUÇÃO No Programa do Governo 2011-2016 a “problemática de género”, aparece referenciada como “uma questão transversal” (pág. 27), assegurando que a questão da “paridade e da igualdade do género serão tomadas muito seriamente”, e especificando que “a questão de género é um dos 4 elementos nucleares do Programa”. O enunciado, não deixa margem para dúvidas sobre a assumpção de uma estratégia de transversalização da abordagem de género. Efectivamente, a promoção da igualdade de género é uma questão transversal, que constitui um aspecto chave para o crescimento económico, para erradicar a pobreza e para atingir os restantes ODMs. Para a elaboração da Proposta de Plano de Acção, o primeiro exercício realizado pela equipa técnica do ICIEG foi a análise do Programa de Governo, com o objectivo de transversalizar a abordagem de género em cada uma das medidas enunciadas na Agenda Estratégica, tomando em consideração, a pertinência das intervenções a desenvolver nos diferentes níveis de gestão, e a situação em matéria de relações de género. No essencial transversalizar a abordagem género significa integrar este enfoque nos níveis de planificação e actuação. Para tal torna-se necessário garantir: Os resultados da avaliação do Plano Nacional de Igualdade e Equidade de Género (2005-2011) e do Plano Nacional de Luta contra a Violência Baseada no Género, assinala, entre outros pontos fracos, (i) a existência de fragilidades no processo de institucionalização da perspectiva género, marcadas pela débil integração efectiva da abordagem de género no conjunto das políticas públicas e (ii) a prevalência de profundas desigualdades de género nos papéis sociais que cabem aos homens e as mulheres na família e na sociedade, na situação económica das mulheres e na escassa participação destas nos processos de tomada de decisões 1. No nível macro - que os instrumentos definidores das políticas nacionais reflictam os compromissos para com a igualdade de género, tanto a nível de diagnóstico, como de estratégias e de orçamentação. É fundamental intervir para que a representatividade das mulheres e dos homens aos mais altos níveis da tomada de decisão seja equilibrada e para que a produção estatística contemple as áreas mais importantes para a promoção da igualdade, assim como que os dados sejam divulgados desagregada por sexo e com cruzamentos de informação que permitam visibilizar as desigualdades de género. 2. No nível meso - que os compromissos assumidos no nível macro sejam materializados nas propostas de intervenção e na acção dos diferentes sectores e que as instituições e os serviços que os sectores prestam tenham como base a igualdade e/ou a promoção da igualdade de género. Neste caso é essencial trabalhar para que os sectores desenvolvam uma cultura de género, de forma tal que tanto na planificação das suas intervenções, como na organização dos serviços garantam a igualdade no acesso e nos benefícios obtidos pelas mulheres e homens com o acesso. Importa ainda que trabalhem as relações de poder em cada sector e que tomem em consideração a posição de homens e homens no controlo dos recursos na sua área de actuação. Uma atenção especial na área económica deve ser dada a análise da posição das mulheres e dos homens no mercado de trabalho e na economia informal, e consequentes iniciativas. 2 3. No nível micro – que a igualdade se manifeste a nível das relações entre mulheres e homens nos agregados familiares ou na comunidade. É neste nível que se materializam as politicas, as leis e a acção dos sectores, pelo que é de suma importância avaliar o impacto das políticas públicas nas famílias e nas comunidades, assim como capacitar e sensibilizar as lideranças locais e a comunidade em geral. É de toda pertinente garantir que as associações comunitárias e as ONGs que intervêm no terreno tenham um enfoque de género nas suas acções. No sentido de promover de forma mais eficaz a transversalização da abordagem de género na planificação e orçamentação dos diferentes sectores e tendo em consideração a especificidade da missão de nossa instituição, consideramos pertinente, apresentar os resultados de nosso exercício, por considerarmos que pode constituir uma base de trabalho para o desenvolvimento do processo conjunto de construção da Agenda de Género para o período 2012-2016 no país. Os princípios de actuação utilizados como referencial são (i) uma actuação mais acentuada para garantir a transversalização da abordagem género para que os processos de planificação nacionais, sectoriais e municipais reflictam as medidas estratégicas propostas e possibilitem a eliminação de práticas discriminatórias em função do género na administração pública; (ii) pelo desenvolvimento de acções de educação e comunicação para a mudança de comportamentos e a aceitação do paradigma da igualdade de género; (iii) pela promoção de oportunidades económicas das mulheres, de forma a subverter o actual quadro de profunda desigualdade entre o rendimento dos homens e o rendimento das mulheres; e pela (iv) pela reestruturação do funcionamento da instituição que se adeqúe ao novo quadro legal que prioriza as intervenções contra a violência baseada no género. As metodologias de intervenção propostas combinam as estratégias preconizadas pelo Plano de Acção de Beijing, para, por um lado dar continuidade as acções empreendidas e bem sucedidas e pelo outro adoptar procedimentos mais eficazes. A TRANSVERSALIZAÇÃO DO ENFOQUE DE GÉNERO NO QUADRO DA AGENDA ESTRATEGICA DO PROGRAMA DE GOVERNO 2011-2016 1. Construir uma economia dinâmica, competitiva, inovadora e sustentável com prosperidade partilhada por todos. 1.1. 1.2. 1.3. Garantir que as ferramentas de gestão dos diferentes sectores tomem em consideração o impacto diferenciado dos Programas a implementar sobre as mulheres e os homens; Garantir que as intervenções destinadas ao alargamento da base económica tenham um enfoque de género – especialmente nas áreas Turismo, Economias Criativas e Nova Agricultura; Uma das principais metodologias de intervenção utilizadas no país ao longo dos últimos anos para a promoção económica das mulheres tem sido o recurso ao micro credito. Contudo os efeitos destas intervenções parecem não ter o resultado esperado e nos últimos anos os dados mostram que se a nível global a pobreza tem diminuído, a nível de agregados familiares chefiados por mulheres tem 3 1.4. aumentado. Perante este facto é importante implementar Programas de Promoção de Oportunidades Económicas, que procurem alternativas que se adeqúem melhor às necessidades específicas das mulheres mais pobres, que conciliem o mundo do cuidado com o desenvolvimento de actividades produtivas, e promovam formas solidárias de organização e produção. Na implementação da política cultural de transformação da cultura num recurso estratégico, incluir o conceito de género é cultura, e incentivar produções que resgatem a centralidade das mulheres na família e no desenvolvimento e promover a divulgação de novos paradigmas de relacionamentos de género 2. Fomentar o crescimento do sector privado e do investimento e a produtividade 2.1. 2.2. 2.3. Melhoria do acesso das mulheres, especialmente as do sector informal e do meio rural aos serviços empresariais, e na promoção de acções que lhes garantam o reforço das suas unidades produtivas e a elaboração de Planos de Negócios Modelo Organizacional, Plano de Marketing e Instrumentos de Gestão; Garantir que empresas públicas, cumpram o estipulado pela Resolução 26/2010, que aprova os Princípios do Bom Governo das Empresas Públicas ou participadas pelo Estado e realizem diagnósticos da situação com uma abordagem de género da empresa, tanto em termos de recursos humanos, como de relações, condições de trabalho e ofertas de serviços. O objectivo desta intervenção é melhorar o seu ambiente de trabalho e a qualidade dos serviços prestados atendendo as necessidades específicas de mulheres e homens. Revisão do quadro legal sobre o ambiente de negócios e introdução de medidas que se adeqúem as necessidades de desenvolvimento e as particularidades das actividades das áreas de emprendedorismo feminino. 3. Promover o desenvolvimento e a coesão social e facilitar o acesso aos serviços básicos 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. A entrada em vigor da Lei especial contra a VBG, vem de encontro a promoção do acesso das mulheres aos serviços básicos, especialmente à Justiça, ao mesmo tempo que possibilitará o acesso dos homens autores de violência a serviços específicos que lhes permita a sua reinserção social, assim como a garantia do respeito dos direitos das crianças; No sector da Saúde intervir para garantir que as ferramentas de gestão do sector utilizem uma abordagem de género, e tomem em consideração o impacto diferenciado dos programas sobre as mulheres e os homens e a melhoria do acesso dos homens aos diferentes serviços; No sector da Educação, transversalizar a abordagem de género nos processos de planificação e na implementação de acções que permitam a correcção dos efeitos dos benefícios diferenciados obtidos por raparigas e rapazes com o acesso à educação; Realizar acções de Informação, Educação e Comunicação para a Mudança de Comportamentos (IECMC), que visem o desenvolvimento de comportamentos baseados na igualdade de género e na não discriminação em função do sexo e da orientação sexual, a intervenção sustenta-se em programas de informação, 4 3.5. educação e comunicação para a mudança de comportamentos de género, abrangendo diversos públicos-alvo: a população em geral e públicos específicos como adolescentes e jovens Intervir junto do sector da Habitação, para garantir que as ferramentas de gestão do sector transversalizem a abordagem de género, e tomem em consideração as necessidades diferenciadas das mulheres e dos homens. 4. Capacitar os recursos humanos e produzir conhecimento propiciador do crescimento económico O Programa de Governo refere que o alvo do sector educativo é a criação de habilidades para a nova economia, mas não podemos esquecer que o sistema de educação é importante não apenas para a transmissão do conhecimento, das competências e da informação, mas também para a transmissão dos valores sociais relacionados, entre outros, com a igualdade de género. Atendendo a este pressuposto os esforços devem ir também no sentido de: 4.1. 4.2. 4.3. Dar continuidade a acções do Ministério da Educação para que os programas e currículos não reproduzam os estereótipos de género e sejam promotores duma nova cultura de género; Considerando que entre as áreas elencadas para o alargamento da base económica o Turismo é mencionado em primeiro lugar, e sendo a formação dos recursos humanos um elemento de vital importância, a acção, incidirá na promoção da introdução nos currículos da EHTCV do Módulo “Igualdade de Género”, organizado em três vertentes temáticas: Abordagem social sexo específica, Auto estima e Novas identidades femininas e masculinas. Promover o desenvolvimento de pesquisas para avaliar o impacto das políticas económicas sobre as relações de género e de aprofundamento do conhecimento e de informações sobre as diferenças que existem dentro da categoria analítica de agregados monoparentais e agregados chefiados por mulheres. 5. Consolidar a democracia, aprofundar as liberdades e reforçar a boa governação Tomando em consideração que a incorporação da perspectiva de género nas políticas é um processo a longo prazo, que pressupõe uma grande quantidade de mudanças culturais e institucionais, e no qual podem ser utilizadas diferentes estratégias, deve ser ponderada a pertinência do recurso a opções metodológicas, que visam a transversalização da abordagem género para que esta seja extensiva aos processos de planificação e orçamentação nacional e municipal, assim como aos processos de capacitação da administração pública e de produção de informações. 5.1. A nível de administração pública as intervenções se centrarão em Ministérios ou Programas, considerados chaves no processo de mudanças: A Unidade de Coordenação da Reforma do Estado, o Ministério da Juventude, Trabalho, Família e Solidariedade Social, o Ministério de Desenvolvimento Rural e o Ministério da Saúde. A sensibilização e a capacitação das equipas sectoriais, deve ser a principal estratégia de intervenção, mas para garantir que as propostas passem a formar parte das práticas institucionais também deverão ser produzidos instrumentos normativos e metodológicos para a institucionalização de práticas de 5 5.2. 5.3. 5.4. 5.5. planificação e orçamentação sensíveis ao género, e consequentemente, a rotinização destes procedimentos, a incorporação de acções de formação no Plano de Capacitação dos Recursos Humanos da Função Pública. A nível municipal as acções, concertadas com a Direcção de Descentralização do MAHOT e Associação Nacional dos Municípios devem continuar a incidir na elaboração de Planos Municipais de Igualdade; Para o aprofundamento das liberdades, uma aposta é a continuidade das acções já empreendidas para aumentar a efectiva participação das mulheres nos processos de tomada de decisões; A nível da comunicação social, constata-se uma diminuição das mensagens publicitárias contendo estereótipos sexistas, mas verificasse um deficit de produção de notícias/matérias educativas com enfoque nas questões de género pelos profissionais da comunicação. Continuam a ser emitidas mensagens e imagens estereotipadas, quer nos meios audiovisuais quer na imprensa escrita, o que aponta para a necessidade de estabelecimento de compromissos institucionais para manter os ganhos obtidos e reforçar as mensagens que promovam à igualdade de género; No sentido de tornar mais eficiente os serviços e mais adequados a missão institucional do ICIEG serão empreendidas acções de reforço institucional, que passam pela desconcentração de funções. 6. Modernizar e ampliar infra estruturas 6.1. 6.2. Um dos ganhos mais importantes na implementação do 1º Compacto do MCA foi garantir que a abordagem de Género estivesse presente nos projectos a serem financiados pelo 2º Compacto MCA. Tendo em atenção este resultado, deve proceder-se ao seguimento da implementação das intervenções previstas para as áreas de água e saneamento e energia para verificar se tomam em consideração a abordagem de género. Promover o desenvolvimento de pesquisas para avaliar o impacto da construção de barragens sobre a vida das mulheres chefes de explorações agrícolas. 7. Afirmar a nação global e desenvolver parcerias para a competitividade 7.1. Depois de 30 anos da criação da primeira organização da sociedade civil que representa-se os interesses das mulheres e quase 18 anos do Estado de Cabo Verde ter assumido a responsabilidade institucional da promover a igualdade de género no país sem duvida se conseguiram avanços muito importantes, o ICIEG, centrará a sua acção no desenvolvimento de instrumentos de referencia que permitam assinalar esses progressos e mostrar aqueles onde ainda é preciso intervir para mudar as praticas. Nesse sentido a aposta está na criação de um Sistema de Indicadores que permite a comparabilidade internacional. Na 1ª Fase será lançado um Observatório de Género que porá a disposição dos utentes 12 indicadores centrados na autonomia das mulheres. 6