JUCEMIR RAMOS DE MACÊDO SZOCHALEWICZ A PRESENÇA DA MARINHA DO BRASIL NA FRONTEIRA OESTE fator de desenvolvimento e segurança Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia. Orientador: Rio de Janeiro 2014 Prof. Dr. Antonio Carlos Alonso Del Negro. C2014 ESG Este trabalho, nos termos de legislação que resguarda os direitos autorais, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitida a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG _________________________________ Assinatura do autor Biblioteca General Cordeiro de Farias Szochalewicz, Jucemir Ramos de Macêdo. A Presença da Marinha do Brasil na Fronteira Oeste: fator de desenvolvimento e segurança / CMG (IM) Jucemir Ramos de Macêdo Szochalewicz - Rio de Janeiro : ESG, 2014. 81 f.: 2 il. Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Alonso Del Negro. Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), 2014. 1. Presença naval . 2. Fronteira oeste. Paraguai-Paraná.I.Título. 3.Pantanal. 4.Hidrovia A todos da família que, durante o meu período de formação, contribuíram com apoio e incentivos. A minha gratidão ao filho Alexandre e, em especial, à minha esposa Ivana e minha filha Sarah Regina pelos exemplos de coragem, força e fé na superação de desafios para garantir a plena saúde. AGRADECIMENTOS Aos meus professores de todas as épocas, por terem sido responsáveis por parte considerável da minha formação e do meu aprendizado. Aos estagiários da melhor Turma do CAEPE/2014, pelo convívio harmonioso de todas as horas. Ao Corpo Permanente da ESG, pelos ensinamentos e orientações que me fizeram refletir, cada vez mais, sobre a importância de se estudar o Brasil, com a responsabilidade implícita de ter que melhorar. RESUMO Esta monografia aborda a presença da Marinha do Brasil na fronteira oeste do Brasil, traçando a evolução histórica e contextualizando o ambiente geográfico peculiar e a importância econômica dos rios do Pantanal. A apresentação da estrutura existente e das múltiplas atividades, nas dimensões da segurança, defesa, social, desenvolvimento e nas relações internacionais, realizadas nos anos 2013 e 2014, mostram realisticamente como se manifesta a presença naval nos rios navegáveis que deságuam na Hidrovia Paraguai-Paraná, fator geográfico relevante de integração do continente sul americano. Em paralelo, o estudo destaca aspectos da legislação e planejamentos que envolvem a segurança, defesa e desenvolvimento na Região Oeste, identificando algumas dificuldades para consecução das políticas governamentais, em que pese a Marinha do Brasil continuar sua própria expansão de estruturas e meios operativos a fim de ampliar sua presença com adensamento militar na fronteira e adaptando-se, cada vez mais, para exercer ações subsidiárias e sem comprometer a principal, de defesa, independente dos rumos progressista ou de estagnação econômica do oeste brasileiro. Palavras chave: Presença naval. Fronteira oeste. Pantanal. Hidrovia ParaguaiParaná. ABSTRACT This monograph addresses the presence of the Brazilian Navy along its western border, discussing the region’s historical development, its geographically uniqueness and the economic importance of the Pantanal river area. A presentation discussing the existing structure and the various activities from 2013 and 2014 in the areas of defense, social, development and international relations shows how the naval presence in the navigable waterways of the Paraguay-Parana river basin remains a relevant factor in the integration of South American. In conjunction with this analysis, the study highlights the legislative and planning aspects of security, defense and development in the western region. In an environment where achieving a clear government policy on the region is difficult, the Brazilian Navy continues its expansion of structures and operating methods to increase its presence and unit density along the border to carry out its subsidiary missions without compromising its defense mission. Whether the region is progressing or stagnating, the Navy continues to conduct its mission in western Brazil Keywords: Naval Presence. Western Border. Pantanal Region. Paraguay-Parana River Basin. LISTA DE ILUSTRAÇÕES QUADRO 1 Distribuição da Hidrovia do Paraguai....................................................14 FIGURA 1 Esquema com início e fim da hidrovia, de Cáceres a Nueva Palmira..15 FIGURA 2 Expansão da Hidrovia do Paraguai.......................................................16 QUADRO 2 Atividades da Capitania Fluvial do Pantanal.........................................33 QUADRO 3 Meios Navais e Aeronavais do 6º DN no PAED....................................49 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 0 Com6 DN Comando do 60 Distrito Naval FA Forças Armadas HPP Hidrovia Paraguai-Paraná IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 9 2 GEOGRAFIA E HISTÓRIA .......................................................................... 13 2.1 HIDROVIA DO PARAGUAI .......................................................................... 13 2.2 HISTÓRIA .................................................................................................... 20 2.2.1 História Naval .............................................................................................. 23 3 ESTRUTURA E ATIVIDADES DO COM6ºDN ............................................. 24 3.1 ESTRUTURA ................................................................................................ 24 3.2 ATIVIDADES ................................................................................................ 28 3.2.1 Militar e Segurança..................................................................................... 28 3.2.2 Social ........................................................................................................... 29 3.2.3 Desenvolvimento ........................................................................................ 31 3.2.4 Relações Internacionais ........................................................................... 34 4 LEIS, PLANOS E REALIDADES NA FRONTEIRA OESTE ........................ 36 4.1 SEGURANÇA E DEFESA ............................................................................ 36 4.2 DESENVOLVIMENTO.................................................................................. 43 4.3 AMEAÇAS .................................................................................................... 46 5 PERSPECTIVAS .......................................................................................... 48 6 CONCLUSÃO............................................................................................... 50 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 52 ANEXO A – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PRESENÇA NAVAL ................ 55 ANEXO B – QUESTIONÁRIO DO COM6ºDN.............................................. 56 ANEXO C - COMISSÕES DO U-28 ............................................................. 64 ANEXO D - LOCALIDADES E PESSOAS ATENDIDAS PELO U-28 ......... 66 ANEXO E – DIAS NAVEGADOS PELOS NAVIOS DO COMFLOTMT ....... 73 ANEXO F - QUESTIONÁRIO DA BFLa ....................................................... 74 ANEXO G - QUESTIONÁRIO DO HNLa ...................................................... 76 ANEXO H - QUESTIONÁRIO DO CeIMLa .................................................. 77 ANEXO I – QUESTIONÁRIO DA AGÊNCIA DE PORTO MURTINHO ........ 78 9 1 INTRODUÇÃO O emblemático Pórtico da Marinha do Brasil, localizado no Complexo Naval de Ladário, réplica do Arco do Triunfo, do Champs Elisées, representa a consolidação da conquista da fronteira oeste brasileira, construída após violentas disputas territoriais, tanto na vigência do Tratado de Tordesilhas como após a Independência do Brasil. As Forças Armadas, no Império e na República, garantiram a integridade política, ocupando, defendendo e recuperando territórios invadidos. Em Cuiabá, atual capital de Mato Grosso, a Marinha inicia formalmente suas atividades em 19/02/1827 com a criação do Arsenal de Marinha da província de Mato Grosso e, em 15/11/1829, dispõe de seu primeiro Comando de Força Naval composto por canhoneiras. No entanto, os primórdios da Força Naval remontam à Flotilha de Canoas Artilhadas, embarcações de troncos inteiros esculpidos sob técnica indígena, fundamentais para cumprir os objetivos do colonialismo português com fundações de povoamentos e fortificações, nas margens opostas dos rios Paraguai e Guaporé e que negavam o uso dos rios e margens aos jesuítas e espanhóis. Em 1825, sob os auspícios do Brasil livre e independente, o Governo Imperial resolve construir seis barcas canhoneiras, resultando na criação do citado Arsenal (COSTA, 2013). Decorrente da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), verifica-se a necessidade de reforçar a defesa a jusante do Rio Paraguai; soma-se a essa realidade a enchente que afetou o funcionamento do Arsenal e a carência de material, em Cuiabá. A partir de 1873, a Marinha transfere o Trem Naval de Mato Grosso (Arsenal, canhoneiras e Companhia de Imperiais Marinheiros) para Ladário, ocupando posição estratégica na Hidrovia e podendo desfrutar do intenso comércio em Corumbá, que já existia antes mesmo da Guerra do Paraguai (CAMPESTRINI, 2002). Desde então, a Marinha cria raízes no Pantanal Matogrossense, atraindo prosperidade econômica para o porto de Corumbá, cristalizando os limites fronteiriços e ampliando os investimentos na estrutura militar no oeste Brasileiro. Pode-se dizer que o trecho de fronteira do Pantanal foi construído sob o trinômio Defesa, Segurança e Desenvolvimento, sob concepção política da segunda metade do Século XIX. 10 Estudar a presença da Marinha do Brasil na fronteira com a Bolívia e o Paraguai, em especial na faixa do Rio Paraguai, que se estende de Cáceres a Porto Murtinho, sob perspectiva geopolítica, exige posicionamento intelectual aparentemente paradoxal, na medida em que se deve considerar a abordagem antropológica de que a fronteira geográfica de uma nação carrega as noções de fronteira cultural, étnica, social e econômica, sem limites perfeitamente precisos fronteira feita por pessoas - e, simultaneamente, deve-se defender a fronteira política com o conceito imanente da rigidez espacial que delimita o poder do Estado exercendo a soberania plena (COSTA,2013). Acrescenta-se, também, que o conceito de fronteira torna-se menos perceptível com o rotineiro, dinâmico e constante trânsito de pessoas e bens, peculiar às cidades gêmeas, acentuado com os efeitos da rapidez de comunicação das modernas tecnologias de informação e da globalização da economia, como ocorre entre as cidades de Corumbá, do Brasil, e Puerto Soarez, da Bolívia. Como pano de fundo, ressalta-se que os países da América do Sul têm buscado construir e afirmar suas soberanias promovendo os desenvolvimentos econômico e social, sob um consenso de que é necessária a mútua cooperação. No âmbito interno à fronteira brasileira, torna-se fundamental que os municípios brasileiros situados na faixa de fronteira estejam com considerável grau de integração à nação brasileira; neste sentido o ordenamento jurídico e órgãos do atual aparelhamento estatal cumprem o papel de afirmação de cidadania e nacionalidade que, outrora, fora essencialmente desempenhado pelos militares. Tais circunstâncias revelam a importância da faixa de fronteira como lugar que exige políticas específicas que cuidem das pessoas que nela vivem e proteja as riquezas nacionais. No que se refere à defesa, a fronteira tem tratamento diferenciado desde a Lei Imperial no 601/1850 que proibia a venda de terras na faixa de 10 léguas da fronteira. A importância da faixa de fronteira, com largura de 150km, foi recepcionada na Constituição Federal de 1988, considerando-a bem da União, indispensável à segurança do território nacional, e mantendo as regulações conferidas por meio da Lei no 6.634/79 e regulamentações do Decreto no 85.064/80. Com relação ao aparelhamento militar, merece destaque o marco legal da Estratégia Nacional de Defesa (END), Decreto nº 6.703, de 18/12/2008, ratificado pelo Decreto Legislativo nº 373/2013 que estabelece diretrizes para organizar as 11 Forças Armadas (FA) devendo haver adensamento da presença de unidades das FA nas fronteiras com adequado monitoramento, controle e mobilidade das unidades. No que tange à segurança, o Plano Estratégico de Fronteiras, Decreto n o 7.496/2011, sob a égide da previsão constitucional de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estabelece, como objetivo, a execução de ações conjuntas entre os órgãos de segurança pública, federais e estaduais, as FA e a Secretaria da Receita Federal. A policialização das FA na fronteira, que consiste no uso das FA para realizarem atividade de polícia, constrói marco legal significativo, na medida em que busca inseri-las na execução de ações de segurança de forma perene e resgata a histórica vocação das mesmas como atores ativos nas diversas Políticas de Estado, articulando-as com as entidades governamentais mobilizadas para integrar a fronteira à nação. Com relação ao desenvolvimento, observa-se que os planos e programas de desenvolvimento da faixa de fronteira, nos níveis Federal e Estadual, apresentam mapeamento das atividades econômicas existentes, basicamente do setor primário da economia, com estímulos ao financiamento privado, ações sociais e obras estruturantes. Destaca-se a formatação participativa desses planos e programas ao buscarem envolver diversos setores da administração pública. Tal metodologia cria a oportunidade para as FA contribuírem efetivamente com o desenvolvimento regional. O presente estudo busca avaliar a importância estratégica da Marinha do Brasil na fronteira oeste do Brasil, em especial a atuação do Comando do 6º Distrito Naval (Com60DN) como expressão militar que contribui nas estratégias de segurança e de desenvolvimento nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em especial a região do Pantanal. Considerando a atual base legal e normativa como principal fonte teórica, complementada com estudos acadêmicos e questionários com agentes públicos, o presente estudo, inicialmente, abordará como está a estrutura de meios e capacidades do Com6ºDN, após retrospecto histórico e dimensionamento geográfico/econômico da área de atuação. Neste tópico, serão identificadas as principais ações de segurança, defesa e social que são concretamente realizadas com o intuito de mostrar com fatos como se concretiza a presença naval. Em seguida, serão colecionados os principais planejamentos governamentais, procurando identificar as ações associadas ao desenvolvimento econômico e segurança, mormente aquelas que consideram a Marinha do Brasil 12 como partícipe, confrontando com as ações efetivamente realizadas que incrementam a interoperabilidade entre os órgãos governamentais. Na abordagem das relações internacionais, busca-se identificar ações ou intenções que envolvam os países fronteiriços, traçando alguns aspectos das realidades desses países relacionadas à segurança e desenvolvimento na região. Em continuidade, serão traçadas algumas perspectivas para ampliar a importância da Marinha do Brasil na Fronteira Oeste, como provedor de segurança e facilitador da política de desenvolvimento da fronteira. A reflexão do tema possui relevância acadêmica, na medida em que busca trazer à discussão a importância da Marinha do Brasil como instituição que contribui, secular e diretamente, para a defesa, a segurança e o desenvolvimento do Brasil, atuando em águas interiores da faixa de fronteira caracterizada por vazios de demografia, de oportunidades e de presença do Estado. No sentido pessoal do autor, corumbaense, que conseguiu sair do mundo fronteiriço com a Bolívia e se tornar Oficial Intendente da Marinha do Brasil, visa clarificar a inquietude na qual o pantaneiro está tão longe e tão perto do Brasil. 13 2 GEOGRAFIA E HISTÓRIA Para compreender a presença da Marinha do Brasil no Pantanal, faz-se necessário avaliar as condicionantes geográfica e econômica da Hidrovia do Paraguai e a contextualização histórica da região. 2.1 HIDROVIA DO PARAGUAI O Pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do mundo. A vegetação predominante é a Savana Arborizada (Cerrado) e a Savana Florestada (Cerradão). A região é habitada por cerca de 1,9 milhões de pessoas, equivalente a 1% da população brasileira, e os principais centros populacionais são Cuiabá (MT), Várzea Grande (MT), Rondonópolis (MT), Corumbá (MS) e Cáceres (MT) (AGÊNCIA,2013). Economicamente, os rios possuem relevância, em que pesem as tradicionais atividades de pesca e transporte de produtos regionais e de pessoas, quando gerenciados como estrutura de Hidrovia. O Plano Nacional de Integração Hidroviária considera, para efeito de estudos e planejamento, que a Bacia do Paraguai possui os seguintes pólos de atração de desenvolvimento inseridos em 3 microrregiões: a) Cuiabá (MT), capital de Mato Grosso, localizado às margens do rio Cuiabá, na microrregião de Cuiabá; b) Cáceres (MT), na microrregião do Alto Pantanal, onde fica a nascente do Rio Paraguai; c) Corumbá (MS), constituída pelo extenso município de Corumbá, que tem encravado na sua área o município de Ladário(MS), localizados na porção norte da microrregião do Baixo Pantanal ; d) Porto Murtinho (MS), na porção sul da microrregião do Baixo Pantanal. Segundo Relatório Executivo da ANTAQ sobre a Bacia do Paraguai, considera-se que a Hidrovia do Paraguai é formada, essencialmente, pelos rios Cuiabá com seu prolongamento rio São Lourenço, com 980 km de extensão, desde Rosário do Oeste (MT) até desembocar no rio Paraguai, e este que se estende por 14 890 km, desde Cáceres (MT) até Porto Murtinho (MS). Ressalta-se que o Rio Cuiabá é navegável desde o Rio Paraguai até Porto Jofre (MT), cerca de 435 km a jusante de Cuiabá (MT) devido à perda de navegabilidade com os assoreamentos resultantes da destruição das matas ciliares. Atualmente, embarcações de maior calado (até 2 metros), incluindo os navios do Com6ºDN chegam a Cuiabá apenas na época das cheias e somente pequenas embarcações trafegam até Rosário do Oeste, a montante de Cuiabá. O rio Paraguai assume o perfil de águas compartilhadas, por ser fronteira natural no percurso em 48 km com a Bolívia e de 332 km com o Paraguai. Após atravessar o Paraguai, o rio Paraguai, ao passar na Argentina, encontra o rio Paraná que formará a Bacia do Prata, até alcançar a cidade de Nueva Palmira, no Uruguai totalizando 3.442 km navegáveis desde Cáceres. De acordo com a Administração da Hidrovia do Paraguai (AHIPAR), responsável pela gestão da Bacia do Paraguai, a Hidrovia possui o seguinte dimensionamento geográfico (ADMINISTRAÇÃO,2014): Distribuição da Hidrovia Mato Grosso: 485 km Mato Grosso do Sul: 787 km Brasil / Bolívia: 48 km Brasil / Paraguai: 332 km Paraguai: 557 km Paraguai / Argentina: 375 km Argentina: 1.240 km Quadro 1 - Distribuição da Hidrovia do Paraguai Fonte: Fórum da Integração Mercosul A Hidrovia do Paraguai apresenta largura média de 700 metros e declividade média de 3,2 centímetros por km. O regime hidrológico resume-se a um período de águas altas (dezembro a abril) e de águas baixas (julho a novembro), soma-se ao regime das águas as cheias e vazantes das lagoas do Pantanal que regulam o ecossistema e o volume de água no Rio Paraguai. Cerca de 500 embarcações 15 transitam por mês para transporte comercial, especialmente os comboios compostos por barcaças e empurradores. A Bacia do Paraguai, em conjunto com a Bacia do Rio Paraná, formam a Hidrovia Paraguai-Paraná (HPP), que interliga Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, membros do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e um de seus associados Bolívia. A Hidrovia foi criada em 1969, pelo Tratado da Bacia do Prata. Em 1989, foi criado o Comitê Intergovernamental da Hidrovia do Paraguai (CIH), com sede em Buenos Aires, que tem por finalidade realizar projetos pontuais; priorizar obras e compatibilizar as leis aplicáveis a hidrovias para países da Bacia do Prata. No Brasil, a AHIPAR é o órgão brasileiro responsável por acompanhar e executar as atividades de manutenção, estudos, obras, serviços e exploração dos rios e portos na Bacia do Paraguai. Tal Hidrovia, além de conferir elevado potencial de integração entre os países, provê vantagem logística para o transporte de cargas em modal aquaviário, reconhecidamente mais econômico e competitivo no mercado global. Figura 1 - Esquema com início e fim da hidrovia, de Cáceres a Nueva Palmira Fonte: LabTrans/UFSC A diferença de distâncias assinaladas pela AHIPAR em Mato Grosso e o estudo supramencionado da ANTAQ é uma questão de referencial. O estudo da 16 ANTAQ já considera a navegabilidade e extensão da Hidrovia até cidade Rosário do Oeste. Tornar navegável o rio Cuiabá é um dos projetos de desenvolvimento de fortalecimento da Hidrovia, principalmente para o escoamento do agronegócio de Mato Grosso. Tal opção logística é fator estrutural de flexibilidade, por ser solução de contingência, caso os níveis dos rios da Bacia do Paraná-Tietê sofram perda de volume de água, por falta de chuvas ou diante da necessidade de garantir o fornecimento de energia para o sistema nacional de energia elétrica. Figura 2 - Expansão da Hidrovia do Paraguai Fonte: LabTrans/UFSC Quanto à navegabilidade da Hidrovia do Paraguai, com viabilidade econômica para a logística do agronegócio e de minério, está estabelecida a seguinte configuração por trecho para uso de barcaças: a) Trecho Cáceres-Corumbá (Tramo Norte) - Trafegam comboios de 2x3 barcaças. O canal possui 45m de largura e 1,80m de profundidade, com calado médio de 6 pés durante 70% do ano. Nos outros 30%, o calado se reduz para 5 pés, devido à formação de banco de areia, num trecho de 150 km próximo a cidade de Cáceres-MT; b) Trecho Corumbá-Assunção (Tramo Sul) - Trafegam comboios de 4x4 barcaças, com chatas tipo jumbo, medindo 60 metros de comprimento e 12 17 metros de largura, com capacidade para 20.000 a 25.000 toneladas, tendo um calado médio de 10 pés durante 80% do ano; c) Assunção a Santa Fé na Argentina - Comporta comboios de 4x5 barcaças, com calado de 3,2m e capacidade de até 36.000t; e d) Santa Fé a Nueva Palmira no Uruguai - Trecho fluvial e marítimo, comporta comboios com formação de 5x5 barcaças. O cumprimento das configurações dos comboios das composições das barcaças é essencial para garantir navegabilidade com segurança nas sinuosidades dos rios, inclusive à noite. As montagens e desmontagens dos comboios resultam em custos logísticos pela perda de tempo nos ajustes das composições, de acordo com o trecho navegado. Portanto, à medida que o rio está mais ao sul, oferece maior vantagem econômica, por redução de custo no transporte e transbordo de cargas de minério e do agronegócio. Os principais portos e terminais portuários instalados na Hidrovia do Paraguai e respectivos produtos transportados são: Porto de Cáceres - Localizado à margem esquerda do Rio Paraguai, na região do Pantanal, no município de Cáceres (MT). Possui acessos rodoviários para Cuiabá (MT), Rondônia e Bolívia, favorecendo a multimodalidade. Escoa 58% da produção de soja e 69% da produção de milho de Mato Grosso. A AHIPAR projeta a construção do Porto de Morrinhos, a 80 km de Cáceres com ampliação de um ramal da ferrovia Senador Vicente Vuolo (FERRONORTE) para suportar a expansão do agronegócio, que estima produção, em 2022, de 39 milhões de toneladas de carga ao ano (ADMINISTRAÇÃO,2014a); Porto Aguirre (Bolívia) - Localizado no Canal do Tamengo, com acesso rodoviário e ferroviário, em território boliviano. Conta com armazéns para até 40.000 toneladas de grãos de soja e capacidade de descarga de 200 toneladas por hora e de carga nas barcaças de 450 toneladas por hora. O canal do Tamengo 1 é o acesso boliviano à hidrovia, junto à cidade de Corumbá com restrições de navegabilidade; 1 O Canal do Tamengo é importante tema de discussão entre a Bolívia e o Brasil, por ser o principal acesso da Bolívia à HPP e, consequentemente, ao Oceano Atlântico. Destacam-se as limitações estabelecidas pela Marinha do Brasil, quanto às dimensões dos comboios em prol da segurança da navegação em face das reduzidas dimensões do Canal e da existência de obstáculos naturais e artificiais na região. A Bolívia alega prejuízos com tais restrições e recorrentemente solicita revisões dos critérios (MELO, 2004). 18 Porto Gravetal (Bolívia) - Localizado no Canal do Tamengo, com acesso rodoviário, em território boliviano. A indústria Gravetal Bolívia S/A possui capacidade instalada de 180.000 toneladas para processar grãos de soja, extraindo óleo, farinha e casca peletizada principalmente aos países da Comunidade Andina de Nações (CAN), bloco econômico sul-americano formado por Bolívia, Peru, Equador e Colômbia; Porto de Corumbá - Localizado à margem direita do Rio Paraguai. É o maior porto da região Centro-oeste e um dos maiores portos fluviais do Brasil. Criado, em 1853, por meio de Decreto Imperial, contribui para fixar o domínio na fronteira e romper com o isolamento. Em 1914, era o 3º maior porto da América Latina. Atualmente, em que pese a estrutura existente, opera essencialmente para apoiar o turismo (PORTO,2014); Porto de Ladário - Localizado à margem direita do Rio Paraguai e distante 6km de Corumbá. A instalação de Ladário (MS) conta com dois berços distintos: um para sacaria e outro para graneis sólidos, com armazém e pátio externo, movimenta minério de ferro, trigo, farelo de soja e soja em grãos. O porto tem acessos pela antiga Ferrovia Noroeste S/A e pela BR-262, que o ligam à Campo Grande (MS). A Ferrovia Noroeste S/A, hoje, pertence à América Latina Logística (ALL), Malha Oeste, liga até Bauru (SP) e está em operação. A estrutura de intermodalidade conta com a existência do aeroporto internacional em Corumbá; TUP Sociedade Brasileira de Mineração Ltda (SOBRAMIL) - Localizado à margem direita do Rio Paraguai, em Corumbá (MS), possui armazém com capacidade de 20.000 toneladas e tem uma taxa diária de embarque de 10.000 toneladas por dia, de minério extraído do maciço do Urucum. O acesso é feito pela antiga estrada do Urucum, que liga Corumbá (MS) a Ladário (MS); TUP Cimento Itaú Portland S/A (Grupo Votorantin) – Inaugurada em 1957 a fábrica de cimento está localizada na margem direita do Rio Paraguai, em Corumbá (MS). Possui pequeno cais para exportação de cimento, descarga de gesso e coque para utilização de sua fábrica e pátio para estocagem; TUP Granel Química - Localizado no Rio Paraguai, em Ladário (MS), possui armazéns com capacidade para 48.000 toneladas de grãos, área de 19 45.000m2, sendo utilizada para minérios em estado bruto, e 06 tanques com capacidade de 8.000 metros cúbicos, para movimentar derivados de petróleo, álcool e óleos vegetais, por meio caminhões, barcaças fluviais e vagões, com conexões ferroviárias para Santos (SP) e Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia; TUP Gregório Curvo (VALE) - Localizado à margem esquerda do Rio Paraguai, no distrito de Porto Esperança (MS), pertencente à Corumbá (MS). É o principal porto da VALE para escoar a extração do Maciço do Urucum e possui um pátio com capacidade de 250.000 toneladas. Possui acesso à ferrovia da ALL e fica ao lado da ponte Barão do Rio Branco, importante obra ferroviária que liga São Paulo à Bolívia, e tombada como patrimônio histórico brasileiro em 2011. Esta e outras pontes transversais à hidrovia são obstáculos que retardam o deslocamento dos comboios em face da necessidade de montagem e desmontagem dos comboios; e TUP Porto Murtinho - Localizado à margem esquerda do Rio Paraguai, no quilômetro 996, no município de Porto Murtinho (MS), possui um armazém com capacidade de 23.000 toneladas e cinta transportadora de 180 toneladas por hora, compatível com o agronegócio. O acesso ao terminal é feito pela rodovia BR-267. A cidade de Porto Murtinho teve por origem a criação do Porto Fluvial de Murtinho que apoiou a produção de erva-mate na região. Em 2013 foram transportadas 5,9 milhões de TON de carga, sendo 95% referente a minério de ferro e manganês. Observa-se, no Anuário 2013 da ANTAQ, que não há registro do transporte de soja e derivados, o que pode suscitar vulnerabilidade na fiscalização tributária ou insuficiência na metodologia para acompanhar a movimentação de carga e exploração econômica na Hidrovia do Paraguai (AGÊNCIA,2014). A projeção de movimentação de carga, de acordo com o Relatório Executivo da ANTAQ, elaborado para subsidiar o Plano Nacional de Integração Hidroviária, estima crescimento de carga movimentada, passando de 8,0 milhões TON em 2015, para 22,9 milhões de TON em 2020; 31,7 milhões de TON em 2025 e 39,5 milhões de TON em 2030, sem considerar transporte de petróleo, estimado em 29,1 milhões de TON na região em 2030, por não vir a ser realizado na Hidrovia (AGÊNCIA,2013). 20 Considerando a área mais ampla de influência contígua à Hidrovia, o Plano Nacional de Logística de Transporte projeta a demanda por transporte de 85,4 milhões de TON e que envolve a intermodalidade de meio de transporte com opção de uso da Hidrovia. Diante do exposto, pode-se afirmar que a Hidrovia do Paraguai reúne condições para ser relevante alternativa logística para exportação de minério de ferro com elevado potencial para escoamento da produção do agronegócio do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A sua consolidação, contudo, depende de investimentos públicos e/ou privados para estender até Rosário do Oeste, tornando a Hidrovia navegável, incluindo os 980 km do rio Cuiabá e compatível com os meios de transporte fluvial de carga. 2.2 HISTÓRIA Dos 04 municípios brasileiros localizados na faixa de fronteira e na Hidrovia do Paraguai (Cáceres (MT), Corumbá/Ladário (MS) e Porto Murtinho (MS), merece destaque a cidade de Corumbá que é o principal núcleo urbano na fronteira oeste, cidade gêmea da cidade boliviana de Porto Suarez e cidade irmã de Ladário, sede do Com6ºDN. Corumbá, que significa lugar distante, em tupi-guarani, justifica historicamente sua importância estratégica e política na região. A partir de 1524, inicia a penetração portuguesa no Pantanal, com Aleixo Garcia, que se dirigiu às minas do Peru, atravessando o Pantanal e sendo morto pelos índios Paiaguás, no retorno da expedição. Ao final do Século XVI, o território, hoje sul-matogrossense, já era todo conhecido, principalmente pelos espanhóis. Em 08/04/1719, nascia o arraial de Forquilha, origem de Cuiabá (MT), devido à corrida do ouro. A robustez da ocupação e da máquina estatal ocorre em 1726, com transporte de 3.000 pessoas, em 300 canoas, viajando durante 5 meses de São Paulo até o arraial (CAMPESTRINI, 2002). Tudo acontecia por causa do ouro fácil, sem haver preocupação de fixação no território, servindo-se deste apenas como caminho para as minas. Assim, priorizando a defesa oeste, para impedir os avanços dos espanhóis em busca do mineral precioso, foram fundados Forte de Coimbra (1775) em ponto estratégico do Rio Paraguai, atualmente a jusante de Corumbá; o Forte Príncipe da Beira (1776) 21 em Rondônia; a Vila Maria do Paraguai (1778) atual Cáceres e a povoação de Albuquerque (1778) hoje Corumbá. Com a livre navegação no Rio Paraguai (1856) e chegada de comerciantes estrangeiros, Corumbá progride rapidamente como porto de entreposto para as mercadorias que seguiam para Cuiabá. Independentes, Bolívia e Paraguai passam a reivindicar territórios ocupados por brasileiros. Neste contexto, é deflagrada a Guerra do Paraguai (1864-1870), em que pesem os esforços diplomáticos de negociação de limites territoriais e de uso do rio Paraguai. Quando presidente Carlos Antônio Lopez, pai de Solano Lopez, o alertara para tratar as questões com o Brasil sem o uso da força; contudo; o novo presidente, confiante na capacidade militar, capaz de construir armamentos, navios, pólvoras e dispondo de corpo técnico de médicos, engenheiros e de exército superior a 70 mil homens treinados e disciplinados, preparou e executou guerra contra o Império, concretizando a ocupação das terras do atual Mato Grosso do Sul utilizando da assimetria de poder militar que dispunha na região. A invasão paraguaia pelo Pantanal buscava tomar o Forte de Coimbra, Albuquerque e Corumbá e explorar as circunvizinhanças, em especial, a apreensão da intensa criação de gado do Barão de Vila Maria, para suprir suas tropas. Pretendia-se, posteriormente, estender a invasão até Cuiabá. A 29/12/1864 os invasores ocupam Forte de Coimbra; dia 01/01/1865 aportam em Albuquerque, já abandonada, e chegaram à Vila de Corumbá em 04/01/1865, colocando os brasileiros em dramática retirada para Cuiabá que, em linha reta, dista 430 km de Corumbá. A retomada de Corumbá, sob o comando do Tenente-Coronel Antônio Maria Coelho, partiu de Cuiabá com 400 homens em 20 canoas, acampou no Morro do Rabicho (atual Área de Adestramento do GptFNLa) e se pôs em marcha para surpreender os paraguaios pela retaguarda. Em 13/06/1865, ocorre a retomada, sendo mortos 160 dos 400 paraguaios, 27 aprisionados e os demais postos em fuga. O Tenente-Coronel Antônio Maria Coelho contou com informação relevante de Mariquinha, boa amiga do comandante paraguaio, confirmando que as trincheiras paraguaias estavam voltadas para o rio, faltando informar que boa parte da tropa paraguaia estava em enfermaria, sendo tratados da epidemia de varíola (CAMPESTRINI, 2002). 22 Com a retomada, Corumbá retorna ao período de progresso, principalmente pela isenção tributária integral de exportação e importação, decretada pelo Governo Imperial, em 1869, para o período de 10 anos. Em 1876, havia 03 linhas de navios a vapor que partiam de Corumbá e percorriam o sistema do Rio da Prata, com linhas regulares para o Rio de Janeiro, levando passageiros semanalmente ou quinzenalmente para Assunção e Montevidéu. O porto fluvial de Corumbá tornou-se um dos mais importantes do país até 1930 e Corumbá era o principal pólo comercial do Estado de Mato Grosso. Em 1872, era fundado o Arsenal de Marinha, em Ladário, e o censo, desse mesmo ano registrava 3.361 habitantes em Corumbá, havendo 275 escravos e 647 estrangeiros, incluindo 225 paraguaios. O Brasil possuía 10 milhões de habitantes. Em 1890, havia, em Corumbá, 8.414 habitantes, sendo 244 estrangeiros, incluindo os de origem européia e libaneses, com população de 25,4% alfabetizados. Em 2.000, a população de Corumbá era de 95.704, sendo 9.551 na zona rural; em Ladário era de 15.302, sendo 1.832 na zona rural e em Porto Murtinho era de 13.230, sendo 4.920 na zona rural. Em 17/09/1903, o Brasil e Bolívia assinam o Tratado de Petrópolis, pondo fim à questão do Acre. Em contrapartida, o Brasil pagou 2.000.000 de libras esterlinas, construiu a estrada de Ferro Madeira-Mamoré e cedeu terras do Pantanal e outras áreas do Mato Grosso do Sul, permitindo acesso da Bolívia à navegação do Rio Paraguai. Registra-se que, dentre as negociações da Guerra do Chaco, entre Bolívia e Paraguai, ficou estabelecida a construção de estrada de ferro conectando a Bolívia ao Brasil. Medidas de consolidação da fronteira que afetaram quem vivia na fronteira do Pantanal. Com a construção da estrada de ferro Noroeste do Brasil, Corumbá perdeu a importância política e econômica. Em 1914, Campo Grande inicia seu protagonismo na região, com a chegada da via férrea, que só foi atingir Corumbá em 1953. O lapso temporal de quase 40 anos, para integrar Corumbá à logística da produção nacional, foi decisivo para interromper o processo desenvolvimentista que havia na fronteira oeste. A ferrovia levou o progresso de Corumbá. Politicamente, a importância de Corumbá torna-se ainda mais periférica com a criação do estado de Mato Grosso do Sul, em 24/08/1977, diante das prioridades e interesses das lideranças políticas de Campo Grande. Registra-se que a ponte rodoviária sobre o Rio Paraguai somente foi construída ao final do Século XX por 23 haver interesse em dispor de mais uma rota para o oceano pacífico (CAMPESTRINI, 2002). Com o deslocamento do eixo comercial para Campo Grande, os grandes comerciantes locais mudaram-se e Corumbá passou a priorizar a exploração mineral, a partir da década de 40, com o calcáreo para produção de cimento, e continuou com a agropecuária. No fim dos anos 70, o turismo passou a ser explorado, revelando nova infraestrutura e viabilizando a restauração das construções históricas (CORUMBÁ,2014). 2.2.1 História Naval Além da evolução histórica da estrutura que a Marinha do Brasil instalou na fronteira oeste, anexo A, registra-se os meios navais que defenderam e defendem a fronteira oeste: a) Em 1876, ano de criação da Flotilha : I - Navios armados: Encouraçado "Tamandaré"; Canhoneira mista "Forte de Coimbra"; e Canhoneiras de rodas "Fernandes Vieira" e "Taquari". II - Navios auxiliares: Monitores "Piauí", "Ceará", "Pará" e "Santa Catarina"; Vapores de rodas "Corumbá" e "Antônio João"; 8 lanchas a vapor; 3 pontões; 2 pequenos vapores sendo 1 a hélice; 3 chatas; 1 chalana e 1 lancha a remos. b) Em 1905, a Flotilha possuía a seguinte composição: Encouraçado "Bahia"; Canhoneiras "Carioca" e "Iniciadora"; e Aviso "Fernandes Vieira". c) Em 1914: Aviso "Fernades Vieira"; Aviso "Vidal de Negreiros"; Aviso "Oiapoque"; Caça-torpedeiro "Gustavo Sampaio"; e Monitor "Pernambuco". d) Incorporou-se à Flotilha, em 1937, como capitânea, o Monitor "Parnaíba" e, em 1938, chegaram o navio tanque "Potengi" e o Monitor "Paraguaçu". e) Atualmente, são os seguintes os meios subordinados com o respectivo ano de incorporação à Flotilha: U-17 - Monitor Parnaíba (1937); G–17 - Navio de Apoio Logístico Fluvial Potengi (1938); G-15 - Navio-Transporte Fluvial Paraguassu (1972); U-29 - Aviso Transporte Fluvial Piraim (1982); do Grupo de Embarcações de Patrulha e Desembarque (1985); P-15 - Navio Patrulha Poti (1993); P-11 - Navio Patrulha Pirajá (1995); P–14 - Navio Patrulha Penedo (1999); P-10 - Navio Patrulha Piratini (1999); U-28 - Navio de Assistência Hospitalar Tenente Maximiano (2009); G16 - Navio-Transporte Fluvial Almirante Leverger (2014). 24 3 ESTRUTURA E ATIVIDADES DO COM6ºDN Diante da contextualização histórica, geográfica e econômica, a Marinha do Brasil afirma sua identidade institucional na fronteira oeste, cumprindo políticas públicas de variadas magnitudes e intensidades. A atual narrativa da presença naval é compreendida por meio da crescente estruturação das Organizações Militares para cumprir as tarefas regimentalmente estabelecidas e, principalmente, da análise das ações permanentemente empreendidas que traduzem, de acordo com o tipo de ação, a pluralidade e comprometimento da estrutura militar, ora defendendo o país, ora contribuindo com o desenvolvimento e segurança do país. 3.1 ESTRUTURA A Marinha do Brasil está presente na fronteira oeste com a efetiva atuação do Com6ºDN e suas Organizações Militares subordinadas, que se concentram no Complexo Naval em Ladário, com exceção da Capitania Fluvial do Pantanal, em Corumbá, da Delegacia Fluvial de Cuiabá e Agências da Capitania dos Portos em Cáceres e Porto Murtinho. Para o cumprimento de sua missão, o Com6ºDN tem 24 (vinte e quatro) tarefas estabelecidas regimentalmente, destacando-se aquelas relacionadas à segurança e ao desenvolvimento: a) Executar operações navais, aeronavais, de fuzileiros navais e terrestres de caráter naval; b) Contribuir para a segurança do tráfego aquaviário, no que se refere à salvaguarda da vida humana e à segurança da navegação; c) Implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos, atuando, quando necessário, em coordenação com outros órgãos públicos; d) Coordenar e controlar as atividades de patrulha naval, inspeção naval e socorro e salvamento; e) Acompanhar o tráfego fluvial e controlar a movimentação de meios navais nacionais e estrangeiros; f) Cooperar com o desenvolvimento nacional e a de defesa civil g) Atuar, por meio de ações preventivas e repressivas, na faixa de fronteira terrestre, independentemente da posse, da propriedade, da finalidade ou qualquer 25 gravame, contra delitos transfonteiriços e ambientais, isoladamente ou em coordenação com ouros órgãos do Poder Executivo, executando, dentre outras ações - patrulhamento; revista de pessoas/ veículos/ embarcações e aeronaves; prisões em flagrante delito; h) Supervisionar as atividades de assistência cívico-social (ACISO) às populações ribeirinhas; e i) Exercer as atribuições relativas ao representante da Autoridade Marítima. O Com60DN realiza diretamente, dentre outras, atividades a comunicação social, que inclui o funcionamento da Rádio Marinha FM, na frequência 105,9 MHz, transmitindo mensagens, informações de utilidade pública e auxiliando no recrutamento com disseminação dos diversos processos seletivos da Marinha do Brasil e, ao nível distrital, da contratação anual, em caráter temporário, de aproximadamente 130 jovens para o Serviço Militar Obrigatório e de 50 profissionais com níveis médio e superior de ensino. As seguintes OM são subordinadas ao Com6ºDN (COSENZA,2014): a) Base Fluvial de Ladário (BFLa) - O aviso ministerial de 07/01/1873 criou o Arsenal de Marinha de Ladário, que recepcionou o pessoal e material do extinto Arsenal de Marinha da Província de Mato-Grosso, em Cuiabá, e do Arsenal de Reparações da Ilha de Cerrito, que apoiava as operações da esquadra no Rio da Prata. Em 18/10/1955 passa a denominar-se Base Fluvial de Ladário. A OM dispõe de cais, oficinas, carreira e dique, além de pessoal continuamente qualificado para realizar diretamente ou fiscalizar contratação terceirizada para suportar a reparação dos meios navais da Marinha do Brasil e de terceiros incluindo grandes reparos estruturais. É uma das principais estruturas industriais para manutenção de navios e embarcações na HPP. b) Comando da Flotilha de Mato Grosso (ComFlotMT) - Possui 10 (dez) navios subordinados e tem por missão executar operações ribeirinhas, exercer a patrulha naval, cooperar em ações de inspeção naval, efetuar busca, socorro e salvamento fluvial e prestar ACISO às populações ribeirinhas. Desde 1998, o poder naval foi substancialmente incrementado com a modernização do Monitor Parnaíba, navio mais antigo da Marinha do Brasil e em atividade há 76 anos, que incluiu a construção de convôo para operar helicóptero; a conversão do Navio-Tanque Potengi em Navio de Apoio Logístico Fluvial conferindo maior capacidade logística 26 móvel com estrutura para suprir óleo diesel, lubrificante, querosene de aviação, água potável, munição, sobressalentes, gêneros secos e frigorificados aos meios operativos, além de transportar tropa; aquisição de navio com subsequente adaptação e conversão em Navio de Assistência Hospitalar Tenente Maximiano e, em 01/11/2013, aquisição do navio Albatroz, utilizado por empresa de turismo da região, a ser adaptado para Navio de Transporte Fluvial Leverger. A atual quantidade de meios navais do Comando da Flotilha se equipara, numericamente, ao que existia quando de sua ativação em 1876. c) Grupamento de Fuzileiros Navais de Ladário (GptFNLa) - A extinta Primeira Companhia Regional de Fuzileiros Navais, chegou em Ladário a 05/01/1933. Em 1942, passou a ocupar o prédio que fora da Aviação Naval, onde atualmente permanece. Em 1995, a Marinha do Brasil adquiriu a fazenda de 11 glebas que corresponde à Área de Adestramento do Rabicho possibilitando incremento significativo nas operações ribeirinhas. A OM está estruturada como unidade de combate para emprego em operações ribeirinhas e que pode ser reforçada por destacamentos da Força de Fuzileiros da Esquadra. d) 4º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (EsqdHU-4) - Antes da criação do Esquadrão, em 06/06/1995, a aviação naval esteve presente no Pantanal com a Primeira Divisão de Esclarecimento e Bombardeio em 1932. No dia 11/11/2013, o EsqdHU-4 completou 12.000 horas de vôo, operando as aeronaves (esquilo) UH-12 de 1995 a 2004, IH-6B de 2004 a 2011 e novamente UH-12 desde o ano de 2012. O Esquadrão HU-4 cumpre tarefas de esclarecimento, busca e salvamento, evacuação aeromédica e transporte de pessoal e material, além das missões operativas. e) Capitania Fluvial do Pantanal (CFPN) / Delegacia Fluvial de Cuiabá e Agências da Capitania dos Portos em Cáceres e Porto Murtinho - A distribuição espacial no território justifica-se pela natureza de suas atividades. Tais OM integram o Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário (SSTA) orientando e fiscalizando as águas jurisdicionais, mormente na aplicação das normas emanadas pela Autoridade Marítima, que é a Marinha do Brasil, em prol da salvaguarda da vida humana nas águas, prevenção da poluição hídrica e segurança do tráfego aquaviário nos rios e lagoas do pantanal e demais águas interiores da jurisdição do 6° Distrito Naval. f) Serviço de Sinalização Náutica do Oeste (SSN-6) - Criado em 1955, contribui com a segurança da navegação implementando, operando, mantendo, 27 instalando ou desativando sinais de auxílio à navegação, propondo modificações nos sinais, de acordo com o levantamento batimétrico, bem como fiscaliza e controla o estabelecimento e funcionamento de sinais operados por outros órgãos públicos ou privados. Realiza continuamente levantamento hidrográfico, a fim de subsidiar atualizações de cartas náuticas processadas pelo Centro de Hidrografia da Marinha. O trabalho do SSN-6 é fundamental para o desenvolvimento econômico da região na medida em que define o caminho seguro na Hidrovia para garantir o tráfego das balsas, bem como na geração de subsídios para os necessários investimentos de ampliação da Hidrovia ou demais atividades econômicas que venham a se estabelecer nos rios da região. g) Hospital Naval de Ladário (HNLa) - Ocupando prédio que fora do Quartel de Marinheiros, com algumas adaptações, foi instalado, em 1943, o Hospital Regional de Ladário, passando à atual denominação em 1955. Sob a subordinação técnica e administrativa da Diretoria de Saúde da Marinha realiza atividades de medicina assistencial, de medicina operativa e parcela de medicina pericial na área distrital. Os profissionais da saúde embarcam nos navios do ComFlotMT para prestar ACISO às populações ribeirinhas. h) Centro de Intendência da Marinha em Ladário (CeIMLa) - Criado em 1995, foi OM protótipo que ratificou a adoção, para os demais Distritos Navais, de moderna e enxuta estrutura de gestão que centraliza o processo pagamento do pessoal; as atividades de licitação, contratação e execução financeira do orçamento da União das OM do 6º DN (exceto a Base Fluvial de Ladário e Hospital de Naval de Ladário), bem como suprir os materiais de diversas categorias (gêneros, combustível, lubrificante, munição, sobressalente, uniformes, material de expediente e outros) catalogados na linha de fornecimento do Sistema de Abastecimento da Marinha. O Centro de Intendência da Marinha em Ladário, juntamente com a Base Fluvial de Ladário e Hospital Naval de Ladário compõem a estrutura logística fixa que oferece suporte para que as demais OM se dediquem às ações executivas, invariavelmente, a longas distâncias e de vazios demográficos habitados por brasileiros. 28 3.2 ATIVIDADES As atividades desenvolvidas pelo Com60DN são continuamente divulgadas na mídia local e, internamente, nos meios de comunicação da Marinha do Brasil. O presente levantamento das atividades tem como fonte as matérias encaminhadas pela Assessoria de Comunicação Social do Com6ºDN para o periódico NOMAR, do Centro de Comunicação Social da Marinha do Brasil, no período de 2013 e 2014, e os questionários (anexos de B, F a I) respondidos pelas Organizações Militares. Conhecer, ainda que parcialmente, as variadas atuações da Marinha do Brasil busca construir uma noção da natureza do trabalho de forma isolada ou na interoperabilidade com outros órgãos governamentais. A apresentação realista das atividades desenvolvidas constitui a essência do presente estudo, que visa mostrar como se realiza a presença naval na fronteira oeste. 3.2.1 Militar e Segurança a) Como parte da Operação “Ágata 7”, em 2013, 02 militares da Força Nacional, 01 agente da Polícia Federal e 03 militares da Marinha do Brasil realizaram Inspeção Naval no Rio Paraguai, em busca de entorpecentes, a bordo de embarcações. O Com6°DN participou com 600 militares, 04 navios, 16 lanchas, 01 companhia do GptFNLa e 01 aeronave UH-12. Foi utilizado cão farejador da Força Nacional para buscar entorpecentes a bordo de embarcações inspecionadas. Sobre a “Ágata 7" o Comandante do 6°DN, Contra-Almirante Edervaldo Teixeira de Abreu Filho, declarou que a missão era conduzir operações militares repressivas em coordenação com outros Órgão de Segurança Pública dos Estados de MS e MT para combater os ilícitos de roubo de gado, contrabando e descaminho, tráfico de drogas e armas, roubo de cargas e veículos roubados; b) Realizados, em 2013, os exercícios operativos RIBEIREX, Aspirantex, NINFA, Platina, ACRUX, BRASBOL, Quebracho e Cáceres. Destaca-se a Operação RIBEIREX, que tem por propósito adestrar os meios subordinados na realização de Operações Ribeirinhas com ações de desembarque por superfície, tomada de pontos estratégicos em terra, defesa de base de combate flutuante, controle do tráfego fluvial e, como tarefa principal, evacuação de brasileiros não combatentes em uma região hostil de países onde exista uma ameaça à sua segurança ou uma 29 situação de calamidade, além de militares brasileiros impossibilitados de prover adequadamente sua autodefesa ; c) Realizado, em AGO/2013, exercício INTERPORTEX OESTE, com a finalidade de garantir a segurança dos Portos ou TUP na área de Corumbá e Ladário simulando a proteção do patrimônio portuário nacional na área de jurisdição do 6° DN; d) Aquisição do navio “Albatroz” que, após algumas modificações, passou a ser o Navio de Transporte Fluvial Leverger, com a capacidade de transportar 130 militares. Segundo o Contra-Almirante Edervaldo Teixeira de Abreu Filho isto foi um excelente negócio realizado pela Marinha do Brasil, contribuindo para dissuasão e incrementando a projeção de Poder; e e) Recebimento, em 2013, de ampla área para a construção das edificações do Batalhão de Operações Ribeirinhas de Ladário (BtlOpRibLa). A transformação do GPTFNLa em BtlOpRib denota a preocupação da Marinha com a presença nas calhas fluviais da fronteira Oeste, ampliando a capacidade na realização de Operações Ribeirinhas e controle das principais áreas focais da HPP, compreendendo as cidades de Corumbá/Ladário e Foz do Iguaçu. Também aumentará a segurança nas fronteiras, com vistas à dissuasão da concentração de forças hostis nos limites terrestres e contribuirá para a proteção do meio ambiente na Área de Proteção Ambiental “Baia Negra". 3.2.2 Social a) O Navio de Assistência Hospitalar “Tenente Maximiano” (U-28) realiza ACISO nas cidades e fazendas da região, atracando ou abarrancando em alguma comunidade ou por meio de deslocamento de equipe, por lanchas, até as habitações, ainda que vazias, localizadas nas margens das lagoas e rios. Desde 2009, o U-28 realizou 41 comissões, visitando 252 localidades, prestando assistência médico-hospitalar, odontológica e sanitária, com aplicação de vacinas e distribuição gratuita de medicamentos, conforme consta no anexo C. As localidades e quantitativo de pessoas atendidas nos tramos norte, de Cáceres e Cuiabá, e sul estão consolidados no anexo D conforme informações prestadas pelo Navio. Percebe-se, no anexo D, como se apresenta a distribuição da população no vazio demográfico e que, apesar disso, a Marinha do Brasil atende qualquer morador do 30 Pantanal, superando os desafios da acessibilidade. O U-28 navegou, em 2012, 158 dias e, em 2013, 150,5 dias apoiando a população ribeirinha, sem contabilizar os dias quando atracado nos portos dos municípios, conforme consta no anexo E, que também apresenta dias navegados dos demais meios navais no período de 2001 a 2014; b) Durante as Operações Militares e em ações pontuais o Com6 ºDN realiza reformas em escolas, logradouros públicos e outras instalações de uso público, tais como: i - Durante a Operação "Ágata 7" foram reformadas 03 escolas municipais, em Porto Murtinho, em parceria com o Exército e a Força Aérea; ii - Reforma da Creche Rosa Pedrossian em Ladário-MS e a Escola Municipal Delcídio do Amaral na cidade de Corumbá-MS em maio/2013; iii - No dia 07/06/2013, o Com6°DN entregou a obra realizada na Casa de Acolhimento Infantil de Ladário-MS, como parte das comemorações alusivas a Data Magna da Marinha - Batalha Naval do Riachuelo; iv - No dia 04/10/2013 a Embarcação de Apoio Fluvial LEVERGER, do ComFlotMT, reparou gerador de emergência do Hospital Municipal Oscar Ramires Pereira, em Porto Murtinho-MS, que estava inoperante a mais de 01 ano; v - No período de 09 a 30/09/2013 foram reformadas 04 salas de aula destinadas a 180 alunos da Banda Municipal Manoel Florêncio, em parceria com a Prefeitura Municipal de Corumbá, que forneceu o material; vi - Revitalização da Locomotiva “Pérola do Pantanal” e da praça Almirante “Gastão Brasil”(ex comandante do 6ºDN – 1965 a 1966). A Locomotiva “Pérola do Pantanal” foi utilizada, a partir da década de 40, para apoiar o ComFlotMT; vii - Realização de obras de reforma, em 2013 e 2014, em Ladário, da Escola Municipal Nelson Mangabeira, que atende 290 alunos, e do Posto de Saúde Dr. João Fernandes e, em Corumbá, da Escola Municipal Fernando de Barros, do Centro de Educação Infantil Maria Candelária Pereira de Leite, beneficiando 1200 alunos, e do Estabelecimento Penal Feminino Carlos Alberto Jonas Giordano; e viii - Atendendo pedido de ajuda dos professores, o Com6ºDN reformou, no período de 08 a 22/02/2014, a Escola Rural Pólo Porto Esperança, localizada na Fazenda Santa Mônica na região do Pantanal do Paiaguás. A Escola, no dia 28/01/2014, foi atingida por um vendaval que arrancou totalmente os telhados, 31 ficando parcialmente destruída. Os Fuzileiros Navais foram levados até a localidade pelo U-28, que já navegava na proximidade por ocasião da Operação Amazônia Azul/2014. A escola abriga, em tempo integral e internato, 40 crianças do Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano e que moram na redondeza, em torno de 100km dentro do Pantanal. Muitos dos alunos necessitam de 6 horas de viagem em trator para chegar à escola. c) O Programa Segundo Tempo – Forças no Esporte (PST-PROFESP) é desenvolvido pelo GptFNLa, em cumprimento ao convênio entre o Ministério da Defesa, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e Ministério do Esporte. Regionalmente, o programa conta com o apoio das prefeituras, a fim de atender 200 crianças e adolescentes das cidades de Corumbá e de Ladário, com o propósito de democratizar o acesso à prática esportiva, bem como reforçar atividades educacionais. Estas atividades são realizadas no contra-turno escolar, contribuindo para a colocação social, bem estar físico, promoção da saúde e desenvolvimento de crianças e adolescentes que se encontrem em situação de vulnerabilidade social; e d) A disponibilidade de helicópteros confere recurso fundamental para salvar vidas em situação de urgência, por meio de Evacuação Aeromédica (EVAM), nas áreas de difícil acessibilidade no Pantanal. Até OUT/2013, foram 05 EVAM como por exemplo o caso do Sr. Eusébio Barbosa, de 50 anos, picado por jararaca e que andou 5 horas até uma fazenda para realizar contato telefônico e pedir ajuda no dia 30/10/2013, em Porto Junqueira, próximo ao Rio Taquari, a cerca de 120km de Corumbá. 3.2.3 Desenvolvimento a) De forma direta, a Marinha do Brasil tem importância econômica para as cidades de Corumbá e Ladário, com os recursos injetados mensalmente na economia local, bem como para as cidades Bolivianas de Porto Quijarro e Porto Suarez, com pagamento dos soldos e salários ao pessoal, militar e civil, além das contratações de compras e serviços governamentais que geram empregos na atividade privada. Conforme consta nos questionários da BFLa, CeIMLa e HNLa, Unidades Gestoras Executantes do orçamento público federal, a manutenção e investimento 32 da Marinha do Brasil na área do 6°DN, em 2013, resultaram no montante aproximado de R$ 46,2 milhões. Parte dos recursos públicos circula na economia local, cita-se o pagamento de mais de 50% de despesas de saúde com clínicas credenciadas em Corumbá. No entanto, considerável parcela desses recursos é direcionada para fora dos municípios de Ladário e Corumbá, por se tratar de despesas de concessionárias públicas ou por incapacidade do mercado local de atender as demandas da Marinha do Brasil. Com relação aos gastos dos militares, da ativa e inativos, e servidores civis, o montante gira em torno de R$ 20 millhões mensais o que é significativo para movimentar a economia local, ainda que a carga de endividamento pessoal comprometa a maior disponibilidade desses recursos para o consumo local; b) A estrutura de indústria naval da BFLa a torna referência na região realizando reparo de navios e estruturas navais que trafegam no rio Paraguai nacionais ou estrangeiras. Em 23/10/2013 BFLa realizou recuperação da embarcação TAQUARI da 3ª Companhia de Fronteira de Forte Coimbra (3ª Cia Fron/FC) do Exército Brasileiro (EB); c) Em 2014 a BFLa firmou parceria com Instituto Federal de Mato Grosso do Sul franqueando acesso às oficinas para cumprir grade curricular dos alunos do Instituto e, em contrapartida, a instituição de ensino oferece cursos do interesse da BFLa como soldagem, mecânica naval, caldeiraria, elétrica predial e naval; d) Em 2009, o então Depósito Naval de Ladário, dirigido pelo autor, realizou 03 cursos de capacitação de fornecedores para licitações em Corumbá/Ladário, a fim de ampliar a participação de empresas locais (Corumbá/ Ladário, Cáceres e Porto Murtinho) nos processos de aquisição e contratações de serviço. Foram 43 representantes capacitados, dos quais 03 venceram certames licitatórios após o curso. No mesmo sentido, a BFLa, em 2013, realizou palestras a agentes da administração pública e aos fornecedores locais abordando as compras governamentais efetivadas por meio do Sistema de Registro de Preços. Observouse modesto incremento de participações de empresas locais em processos licitatórios publicados no segundo semestre de 2013 e primeiro trimestre de 2014; e) Anualmente, são admitidos Oficiais da Reserva de 2ª Classe da Marinha (RM2), cumprindo as normas de Serviço Militar Voluntário, de permanência de até 08 anos no Serviço Militar. Dessa forma, há retenção de mão-de-obra existente e atrai para a região profissionais de nível superior de áreas como Medicina, 33 Engenharia Mecânica, Engenharia Ambiental, Engenharia Cartográfica, Engenharia de Produção, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Informática, Letras, Direito, Ciências Contábeis, Nutrição e Educação Física. Ademais, são admitidos, anualmente, cerca de 130 Marinheiros Recrutas (MN-RC), em cumprimento ao Serviço Militar Obrigatório, permitindo aos jovens da região a tradicional oportunidade do primeiro emprego e vivenciando os valores militares; f) As OM do SSTA ministram cursos de formação de aquaviários para capacitar cidadãos em diversos municípios, a fim de comporem tripulações de embarcações empregadas na região nas competências exigidas de Marinheiro Fluvial Auxiliar de Convés, Nível 1 e do Marinheiro Fluvial Auxiliar de Máquinas, qualificando-os para que, durante um ano de embarque, consolidem o conhecimento e a proficiência necessários para exercício da função de Patrão de embarcações com Arqueação Bruta até 10 TON e potência propulsora até 170 kW. Destaca-se a formação de 23 alunos em Barão de Melgaço (MT), 23 alunos em Santo Antonio de Leveger (MT), 20 alunos em Alta Floresta (MT) em área de influência do planejamento da ANTAQ para expandir a Hidrovia do Paraguai. Ainda na vertente de qualificar pessoal, as OM do SSTA ministram Curso Especial para Tripulação de Embarcações de Estado no Serviço Público (ETSP) para os órgãos públicos nos municípios de MT e MS a fim de operarem embarcações, de acordo com a normatização da Autoridade Marítima. Esta atividade estabelece importante vínculo institucional com os demais órgãos da administração pública das 3 esferas de poder. Compete, também, às OM do SSTA a concessão de Carteira de Habilitação de Amador (CHA). A CFPN, no período de 2011 a JUN/2014 realizou: ATIVIDADE 2011 2012 2013 JUN/2014 ALUNOS 315 533 450 300 908 1456 948 296 CAPACITADOS CONCESSÃO DE CHA Atividades da CFPN Fonte: Questionário do Com6ºDN 34 g) Anualmente, realiza-se, juntamente com a Armada do Paraguai, a comissão SONDOPE, com a finalidade de atualizar os dados hidrográficos do Rio Paraguai, a partir da foz do Rio Apa. Em 2014, foram sondados 175km do Rio Paraguai e verificadas as condições de navegabilidade em 22 trechos que oferecem maiores riscos, devido aos bancos de areia e canais estreitos de navegação. Na SONDOPE 2014, foram aplicadas novas tecnologias, com o teste de navegação das cartas náuticas eletrônicas IENC (Inland Eletronic Navigation Chart) e a coleta de dados, a partir da tecnologia SideScan que é um sistema sonar utilizado para busca e detecção de objetos no leito do rio Paraguai; h) No período de 09 a 23/MAI/2014, o SSN-6 realizou a comissão de balizamento Tramo Norte III, no Rio Paraguai entre as cidades de Corumbá-MS e Cáceres-MT e cumpriu a agenda de inspeção anual do balizamento prevista no TERMO DE COOPERAÇÃO nº 370/2009-DAQ-DNIT, celebrado entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a Marinha do Brasil (MB); e i) A Marinha do Brasil adquiriu a embarcação “Sereia do Pantanal” da Empresa Drefhi Turismo LTDA - ME, que, após adaptações para ser Aviso Hidrográfico Fluvial, será o primeiro navio subordinado ao SSN-6, e que executará as tarefas principais de cartografia e manutenção e instalação de sinalização náutica, contribuindo assim para elevar o nível de segurança do tráfego aquaviário na região. 3.2.4 Relações Internacionais a) Os navios e militares do Com60DN realizam, anualmente, a Comissão “Platina”. Desde 1950, a Comissão tem o propósito de estreitar os laços de amizade entre Brasil e Paraguai, representando a Marinha do Brasil nas comemorações alusivas à Independência da República do Paraguai. Nos últimos 4 anos o Com6ºDN realizou reformas na escola “Republica Del Brasil”, como evento da comemoração; b) Por ocasião do regresso da Operação Multinacional ACRUX VI, os navios do ComFlotMT participaram dos festejos alusivos ao Dia da Bandeira Argentina realizados na cidade de Rosário em 20/06/2013. Os navios atracaram, pela primeira vez, no cais do “Puerto Nuevo”, recebendo aproximadamente 5.000 visitantes; 35 c) A Armada Boliviana recebe apoio da Marinha do Brasil, por meio de manutenção de Lancha Patrulha, Curso de Combate a Incêndio e Controle de Avarias. Em 2013, foram doadas 3 balsas salva-vidas para a Armada Boliviana. O bom relacionamento é fundamental para criar o ambiente de cooperação, em especial na gestão de acesso à Hidrovia do Paraguai por meio do canal do Tamengo; d) Bianualmente, é realizada a Operação NINFA, para familiarização dos meios operativos da Marinha do Brasil e a Armada do Paraguai e, anualmente, é realizada a Operação Combinada BRASBOL a fim de estabelecer ação de presença no exterior e estreitar os laços de confiança; e e) Bianualmente, é realizada Reunião de Distritos Navais Fronteiriços, entre o Com6ºDN e o Comando do 5º Distrito Naval “Santa Cruz” da Armada Boliviana. As Reuniões ocorrem desde 1999 e os acordos firmados têm contribuído para fomentar a confiança mútua, o intercâmbio de conhecimentos, coordenar as ações e permitir o apoio entre os respectivos Comandos de Área. 36 4 LEIS, PLANOS E REALIDADES NA FRONTEIRA OESTE As políticas públicas são consubstanciadas por meio das leis e planos estratégicos para alcançar os Objetivos Fundamentais da nação. Na fronteira oeste, na área de jurisdição do Com6 ºDN, as políticas públicas atinentes à segurança/defesa e desenvolvimento buscam, basicamente, integrar a região fronteiriça à nação brasileira e também induzir à maior integração com os países vizinhos. 4.1 SEGURANÇA E DEFESA A instituição Marinha do Brasil, conforme definido no artigo 142 da Constituição Federal, destina-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem (BRASIL, 2012). Somam-se ao preceito constitucional, as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas, acordo Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, alterada pela Lei Complementar nº 117, de 2 de setembro de 2004, que estabelece as seguintes atribuições subsidiárias: Art. 17. Cabe à Marinha, como atribuições subsidiárias particulares: I - orientar e controlar a Marinha Mercante e suas atividades correlatas, no que interessa à defesa nacional; II - prover a segurança da navegação aquaviária; III - contribuir para a formulação e condução de políticas nacionais que digam respeito ao mar; IV - implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos, no mar e nas águas interiores, em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, federal ou estadual, quando se fizer necessária, em razão de competências específicas. Parágrafo único. Pela especificidade dessas atribuições, é da competência do Comandante da Marinha o trato dos assuntos dispostos neste artigo, ficando designado como "Autoridade Marítima", para esse fim. V – cooperar com os órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão aos delitos de repercussão nacional ou internacional, quanto ao uso do mar, águas interiores e de áreas portuárias, na 37 forma de apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de instrução. (BRASIL,1999). Com base no regramento Constitucional e legal, as ações das Forças Armadas assumiram caráter sinérgico e mais objetivo com o advento da Política Nacional de Defesa (PND) e da Estratégia Nacional de Defesa (END) (BRASIL, 2013) que definiram quais os efeitos desejados do cumprimento das missões e que tipo de Forças Armadas o Brasil precisa para garantia da soberania, do patrimônio nacional e da integridade territorial. Da PND, os seguintes aspectos afetam a fronteira oeste: 3.4. [...] Países detentores de grande biodiversidade, enormes reservas de recursos naturais e imensas áreas para serem incorporadas ao sistema produtivo podem tornar-se objeto de interesse internacional. 4.4. A segurança de um país é afetada pelo grau de estabilidade da região onde ele está inserido. Assim, é desejável que ocorram o consenso, a harmonia política e a convergência de ações entre os países vizinhos para reduzir os delitos transnacionais e alcançar melhores condições de desenvolvimento econômico e social, tornando a região mais coesa e mais forte. 4.5. A existência de zonas de instabilidade e de ilícitos transnacionais pode provocar o transbordamento de conflitos para outros países da América do Sul. [...]. 4.6. Como consequência de sua situação geopolítica, é importante para o Brasil que se aprofunde o processo de desenvolvimento integrado e harmônico da América do Sul, que se estende, naturalmente, à área de defesa e segurança regionais. 7.21. O Brasil deverá buscar a contínua interação da atual PND com as demais infraestrutura políticas de governamentais, valor estratégico visando para a a fortalecer Defesa a Nacional, particularmente a de transporte, a de energia e a de comunicações. (BRASIL, 2013). A PND reconhece que desenvolvimento e segurança regional são faces de uma mesma moeda, que assume o devido valor na medida em que uma dimensão se torna plataforma para outra e vice-versa. Cabe à END definir ações específicas para que tal meta seja alcançada. 38 Cabe ressaltar que a PND confere tratamento específico à Região Amazônica, que, por similaridade de vazio demográfico e grandes distâncias, tornase aplicável à Região do Pantanal: 5.4. A Amazônia brasileira, com seu grande potencial de riquezas minerais e de biodiversidade, é foco da atenção internacional. A garantia da presença do Estado e a vivificação da faixa de fronteira são dificultadas, entre outros fatores, pela baixa densidade demográfica e pelas longas distâncias. A vivificação das fronteiras, a proteção do meio ambiente e o uso sustentável dos recursos naturais são aspectos essenciais para o desenvolvimento e a integração da região. O adensamento da presença do Estado, e em particular das Forças Armadas, ao longo das nossas fronteiras é condição relevante para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. (BRASIL, 2013). A defesa em prol do desenvolvimento sustentável da PND revela o tipo de caráter integracionista que se pretende da região de fronteira em relação ao Brasil e o alinhamento com políticas governamentais de outros órgãos do Estado. A PND também destaca a vulnerabilidade da cobiça internacional em áreas de preservação que se estendem entre os países lindeiros, conforme ocorre com o Pantanal, que é espalhado entre Brasil e Bolívia. A END tem por base o reconhecimento de sua inseparabilidade da Estratégia Nacional de Desenvolvimento, pautada, esta, nos princípios de independência nacional, efetivada pela mobilização dos recursos nacionais, sem depender de investimentos estrangeiros; alcançada pela capacitação tecnológica autônoma e assegurada pela democratização de oportunidades educativas, econômica e de participação popular. Dentre as diretrizes da END, destacam-se as relacionadas com a fronteira oeste: 1. Dissuadir a concentração de forças hostis nas fronteiras terrestres e nos limites das águas jurisdicionais brasileiras, e impedir-lhes o uso do espaço aéreo nacional. 4. Desenvolver, lastreada na capacidade de monitorar/controlar, a capacidade de responder prontamente a qualquer ameaça ou agressão: a mobilidade estratégica. [...] 8. Reposicionar os efetivos das três Forças.Sem desconsiderar a necessidade de defender as maiores concentrações demográficas e os maiores centros industriais do País, a Marinha deverá estar mais 39 presente na região da foz do Rio Amazonas e nas grandes bacias fluviais do Amazonas e do Paraguai-Paraná. 9. Adensar a presença de unidades da Marinha, do Exército e da Força Aérea nas fronteiras. Deve-se ter claro que, dadas as dimensões continentais do território nacional, presença não pode significar onipresença. A presença ganha efetividade graças à sua relação com monitoramento/controle e com mobilidade [...] (BRASIL, 2013). A END orienta a estruturação da força naval, inserida no Plano de Articulação e de Equipamento da Defesa (PAED), com instalações, meios navais, aeronavais e de Fuzileiros Navais, compatíveis para a região. O adensamento da Marinha do Brasil nas vias navegáveis da Bacia Paraguai-Paraná deve empregar navios-patrulha e navios-transporte, ambos guarnecidos com helicópteros adaptados ao ambiente. O adensamento da Marinha do Brasil na fronteira oeste está em andamento com as aquisições dos meios navais, recebimento de imóveis e planejamentos factíveis de realização conforme perspectivas apresentadas no item 5, que contribuem para as atividades subsidiárias e fortalecem a capacidade dissuasória. As recentes aquisições do Navio de Transporte Fluvial Almirante Leverger e do Aviso Hidrográfico Fluvial são metas realizadas em 2013 e compatíveis com a END. Destaca-se o aspecto dissonante na END em função da ausência de previsão da Hidrovia Paraguai-Paraná, conforme planejado pela ANTAQ (subitem 2.1). Consta na END (BRASIL, 2013): A presença da Marinha nas bacias fluviais será facilitada pela dedicação do País à inauguração de um paradigma multimodal de transporte. Esse paradigma contemplará a construção das hidrovias do Paraná-Tietê, do Madeira, do Tocantins-Araguaia e do TapajósTeles Pires. As barragens serão, quando possível, providas de eclusas, de modo a assegurar franca navegabilidade às hidrovias. Com relação ao emprego da Força em prol da GLO, observa-se que a END atribui o caráter episódico, estando com aparente antinomia em relação ao Decreto nº 7.496, de 08/06/2011 que estabelece, no Plano Estratégico de Fronteiras (PEF) (BRASIL, 2011), o poder de polícia das FA de forma contínua, para o fortalecimento 40 da prevenção, controle, fiscalização e repressão dos delitos transfronteiriços e dos delitos praticados na faixa de fronteira brasileira. O PEF busca integrar as ações de segurança entre a União, estado e município; incrementar a cooperação com países vizinhos e fortalecer a presença estatal na região de fronteira. As ações do PEF são implementadas continuamente por meio dos Gabinetes de Gestão Integrada de Fronteira (GGIF), constituído por ato de Governo do Estado, com a participação de representantes da União e do Município, e episodicamente por meio do Centro de Operações Conjuntas (COC) sob coordenação do Ministério da Defesa que respalda as operações conjuntas, como a ÁGATA, com os demais órgãos públicos . Na prática, conforme consta nos questionários do Com6ºDN e da Agência de Porto Murtinho, os núcleos do GGIF realizam reuniões periodicamente e traçam medidas para tratar assuntos ligados ao combate da criminalidade nos polos de Corumbá/Ladário(MS) e de Jardim(MS). As atas das reuniões são encaminhadas para Secretaria Estadual de Segurança (anexos B e I). As informações operacionais com os órgãos de segurança são compartilhadas por meio do canal técnico do Sistema Brasileiro de Inteligência, quando na realização de determinada operação e, rotineiramente, por meio das Redes INFOSEG (Rede de Informação de Segurança) da Secretaria Nacional de Segurança Pública e SIGO (Sistema Integrado de Gestão Operacional) da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul. No que tange ao relacionamento com as Polícias Civil e Militar há restrições na troca de informações, devido ao risco envolvido pela existência de pessoas, nessas corporações, que não possuem o devido credenciamento para manusear tais informações. Com relação à Polícia Federal a situação é crítica, pela inexistência ou baixa presença de agentes na região de fronteira. Em Porto Murtinho, região sensível por estar próxima da Bolívia e do Paraguai, não há representação da Polícia Federal e, raramente, aparece em eventos específicos, como em eleições municipais (anexo I). Tal situação se deve às limitações estruturais da Polícia Federal. Em matéria veiculada pelo Sindicato dos Policiais Federais do Rio de Janeiro em vinte de fevereiro de 2012, foi retratado a falta de condições de trabalho da instituição, onde se menciona a falta de meios e pessoal e no qual se critica a efetividade do Plano Estratégico de Fronteiras. O plano teria sido lançado pelo Governo 41 Federal em junho de 2011 com anúncio de investimento de R$ 37 milhões, mas não demonstrava nenhuma efetividade. (AMORIM, 2012). A interação do Com6ºDN e a Polícia Federal ocorre, basicamente, por meio de cooperação técnica em que a Marinha do Brasil presta apoio logístico, de inteligência, de comunicações e instrução na prevenção de delitos. A participação da Bolívia nas ações cooperativas é inexistente. As autoridades de segurança bolivianas, embora convidadas pelo GGIF, não comparecem às reuniões. A leis bolivianas nº 100 de Desarrollo y Seguridad de Las Fronteras e nº 264 Del Sistema Nacional de Seguridad Ciudadana, dispõem sobre a estrutura dos órgãos de segurança da Bolívia que contêm colegiado, semelhante ao GGIF, e prioriza a proteção rigorosa dos derivados de petróleo como patrimônio nacional e viabilizador das mudanças sociais. Não há menção de crimes transfonteiriços, muito menos de narcotráfico e suas milícias, como fatores de insegurança do país. Há expectativa que o processo cooperativo avance com o recente convite aos agentes de segurança do Brasil para participarem das reuniões da Bolívia. Com relação ao Paraguai, observa-se baixíssima cooperação nas ações de fiscalização realizadas pela Marinha do Brasil. Em que pese o bom relacionamento com a Armada Paraguaia, a realidade de cooperação na área de Porto Murtinho é comprometida com a corrupção no Paraguai. As embarcações paraguaias que transitam de forma irregular na jurisdição do 6ºDN são encaminhadas para a Armada Paraguaia, em cumprimento ao acordo internacional de uso da Hidrovia, porém sabe-se que, no Paraguai, são aplicadas multas arbitrárias e que os valores arrecadados ficam com os próprios agentes (anexo I). No que tange as ações do COC, o Com6ºDN atua de forma a garantir a segurança do tráfego aquaviário; combater os ilícitos na calha do Rio Paraguai por meio de Inspeções Navais e Patrulhas Navais e reprimir os crimes transfronteiriços durante as Operações Ágata e em outras em que haja a presença de agentes da segurança pública regular para efetivamente exercerem o poder de polícia. O Com6ºDN não tem atuado de forma isolada na aplicação do poder de polícia, tendo em vista a insegurança jurídica que permeia o assunto, em que pese 42 haver previsão legal da Lei Complementar nº 97/99, principal fonte legal do poder polícia das Forças Armadas, alteradas pelas leis nº 117/04 e nº136/10: Art. 16-A. Cabe às Forças Armadas, além de outras ações pertinentes, também como atribuições subsidiárias, preservadas as competências exclusivas das polícias judiciárias, atuar, por meio de ações preventivas e repressivas, na faixa de fronteira terrestre, no mar e nas águas interiores, independentemente da posse, da propriedade, da finalidade ou de qualquer gravame que sobre ela recaia, contra delitos transfronteiriços e ambientais, isoladamente ou em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, executando, dentre outras, as ações de: (Incluído pela Lei Complementar nº 136, de 2010). I - patrulhamento; (Incluído pela Lei Complementar nº 136, de 2010). II - revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves; e (Incluído pela Lei Complementar nº 136, de 2010). III - prisões em flagrante delito. (Incluído pela Lei Complementar nº 136, de 2010). (BRASIL, 2010). Cita-se, à guisa de ilustração, uma das divergências doutrinárias, defendida pelo professor José Afonso da Silva em matéria constitucional: A Constituição vigente abre as Forças Armadas [...] de tal sorte que sua missão essencial é a defesa da Pátria e a garantia dos poderes constitucionais, [...]. Só subsidiariamente e eventualmente lhes incumbe a defesa da lei e da ordem, porque essa defesa é de competência primária das forças de segurança pública, que compreendem a polícia federal e as polícias civil e militar dos Estados e do Distrito Federal. (SILVA, 1992). A fim de integrar o aparelhamento estatal em torno dos assuntos de defesa, a END considera as interações das Forças Armadas com planos coordenados por outros Ministérios do Governo Federal que contribuam para seus objetivos, cabendo as seguintes considerações: a) No futuro, o sistema integrado de Comando e Controle de Defesa deverá disponibilizar dados de interesse para o Sistema Nacional de Segurança Pública. Na Marinha, está em desenvolvimento o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz) que abrangerá a região da Hidrovia do Paraguai, ampliando a capacidade de vigilância sobre as atividades que ocorrem na calha e entorno dos rios da 43 Hidrovia. No Exército, está em implantação o Sistema Integrado de Vigilância de Fronteiras (SISFRON) que tem como primeiro local de implementação a região sul do Mato Grosso do Sul, na fronteira com Paraguai e próximo à área de influência da Agência de Porto Murtinho. Registra-se que, até o momento, as OM do Com6ºDN não foram instadas a participarem dos citados sistemas estratégicos (anexo B); b) O Ministério da Defesa e o Ministério das Relações Exteriores devem incrementar as atividades para manutenção da estabilidade regional e de cooperação na fronteira. Observa-se que não houve incremento nas atividades na área do Com6ºDN de caráter internacional, pois os eventos de cunho diplomáticomilitar supracitados são os mesmos de antes da edição da END; c) O Ministério da Defesa apresenta ao Ministério do Transporte a ordenação de suas prioridades a fim de serem incluídas no Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT). Ressalta-se que a END não considera a Hidrovia do Paraguai como prioritária. Identifica-se esta necessidade como oportunidade de melhoria a ser inserida na próxima revisão da END, tendo em vista a necessidade de garantir a presença naval no tramo norte do Rio Paraguai durante o ano todo; e d) Cabe ao Ministério da Defesa, em conjunto com o Ministério da Integração Nacional e a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, desenvolverem estudos para Promoção do Desenvolvimento da Faixa de Fronteira (PDFF) (BRASIL, 2009) e do levantamento da viabilidade de estruturação de Arranjos Produtivos Locais (APL). Nos questionários anexos, os militares do Com6ºDN desconhecem a participação da Marinha do Brasil neste planejamento econômico e social em vigência na área da fronteira oeste. 4.2 DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento da região oeste, historicamente, experimentou avanços e retrocessos. Antes e logo após a Guerra do Paraguai o Rio Paraguai era efetivo elemento geopolítico de integração econômica e de pessoas no Cone Sul. A importância era tal que gerava, na região, sentimentos de busca por autonomia política e alinhada ao contexto desenvolvimentista da revolução de 1932 capitaneada por São Paulo (CAMPESTRINI,2002). Ao buscar integrar o Brasil, os governantes destruíram o que havia na fronteira oeste. O governo federal investiu na construção da ferrovia Noroeste do 44 Brasil, esvaziando a força econômica e desenvolvimentista de Corumbá, na medida em que demorou a chegar a Corumbá e promoveu o desenvolvimento de Campo Grande. Paradoxalmente, pode-se inferir que a riqueza e desenvolvimento que a guerra deixou em Corumbá, a ferrovia dos governantes federal e estadual levou, sem haver concretas perspectivas de retorno. A Política Nacional de Desenvolvimento, institucionalizada por meio do Decreto nº 6.047, de 22/02/2007, atribui ao Ministério da Integração Nacional a coordenação do processo de articulação e promoção do desenvolvimento regional por meio do estímulo à participação de atores regionais, sub-regionais, locais e até internacionais. No que tange à fronteira, conforme apresenta na Cartilha da Faixa de Fronteira do Ministério de Integração Nacional, a Secretária de Programas Regionais, Sra. Marcia Regina Sartori Damo, o principal e atual instrumento integrador de políticas públicas de desenvolvimento é o PDFF que busca fortalecer processos de mudança, em especial com acesso a crédito, a fim de estimular novos eixos econômicos, aproveitar as potencialidades locais, buscar parcerias com agentes locais e países vizinhos e sensibilizar parlamentares do Congresso Nacional (BRASIL,2010a). O governo de Mato Grosso do Sul, induzido pelo PDFF, criou o Plano de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira/MS em 2012, que, basicamente, consolida os levantamentos das potencialidades e eixos econômicos existentes na região e coleciona as demandas apresentadas pelas prefeituras (MATO, 2012). Desta forma, o planejamento do futuro incentiva o que já tem sido feito sem inserir novos arranjos produtivos ou investimentos de caráter transformador na atividade econômica da fronteira. Visualiza-se que as vocações econômicas permanecerão as mesmas que existem há 50 anos: a) Corumbá - Pecuária Bovina, Agroindústria, Turismo de eventos, de pesca, contemplativo e ecoturismo, Mineração, Porto de Corumbá, Siderúrgicas direcionadas ao Minério de Ferro, Manganês e Calcário; b) Ladário - Base da Marinha, Porto de Ladário e Mineração; e c) Porto Murtinho - Pecuária Bovina, Agroindústria, Mineração, Turismo e atividade portuária. Ressalta-se que o plano de desenvolvimento do MS, assim como a END, não contempla a Hidrovia do Paraguai como fator de força para promover o 45 desenvolvimento, diferentemente da priorização que, também, confere à Hidrovia do Paraná-Tietê. Traçando o paralelismo dos investimentos realizados na ferrovia que prestigiou, primeiramente, o centro do MS chegando de forma tardia a Corumbá, na primeira metade do Século XX, dessa vez, no Século XXI, os investimentos em Hidrovia no Rio Paraguai também estão esquecidos nos planejamentos de defesa e desenvolvimento, alijando, mais uma vez, o Pantanal de políticas concretas de integração ao Brasil, apesar do reconhecido valor geopolítico, estratégico e da elevada capacidade de alavancagem econômica e social. O entendimento de que a Hidrovia do Rio Paraguai tem menor importância para o Brasil do que para os países lindeiros, cria uma áurea de importância menor e de atratividade para que outras atividades econômicas robustas possam se instalar na Hidrovia do Paraguai e na Região do Pantanal, como, por exemplo, o fortalecimento do turismo. Ademais, os principais produtos transportados no rio, minério e agropecuária, não significam, necessariamente, transferência de renda para a população ou de tributos para suportar os programas desenvolvimentista da PDFF pois são atividades do setor primário cada vez mais intenso em tecnologia com redução de empregabilidade. Esta realidade é perversa para o desenvolvimento da região do Pantanal, por um lado a Hidrovia do Paraguai não é prioritária nos planos governamentais e por outro lado a riqueza do minério eleva a renda per capita ficticiamente da população, sem haver distribuição de renda. Dentre todos os países da Bacia do Prata, o Brasil é o que menos depende da Hidrovia para o seu desenvolvimento. Em decorrência de dificuldades de ordem ambiental e, principalmente, da disponibilidade de outros meios de transporte, a Hidrovia Paraguai-Paraná assume relativa importância como via de escoamento da produção do interior do país. Entretanto, essa atuação como elo de ligação entre o centro do país e o Oceano Atlântico, tão importante nos períodos colonial e imperial, tende a desempenhar papel cada vez mais expressivo naquela região que, apesar de elevado potencial agrícola, carece de um sistema de transporte eficiente, o que impede a competitividade e o aumento da produção. Ademais, sob o ponto de vista político, a HPP reveste-se da maior relevância ao País, por constituir elemento imprescindível ao processo de integração regional (MELO, 2009). 46 4.3 AMEAÇAS Apesar do bom relacionamento institucional entre a Marinha do Brasil e as Marinhas da Bolívia e do Paraguai, deve-se manter a vigilância, no contexto das relações internacionais, em face das vulnerabilidades que atravessam os poros das fronteiras entre os países. O narcotráfico, as migrações e a questão ambiental são ameaças reais e ativas à segurança do Brasil na área de jurisdição do Com6 0DN, especialmente na HPP. Dessa forma, a Marinha do Brasil, frente a esses desafios, assim como há nas Marinhas de todo o mundo, tende a reduzir as atividades ligadas aos conflitos armados em prol das atividades subsidiárias (SILVA, 2006) . A Bolívia, segundo Palestra de René Mauricio Dorfler Ocampo, diplomata boliviano, (Brasília, 2009) o assunto fronteira e recursos naturais deve levar em consideração a realidade do povo indígena sob uma nova concepção de propriedade desses espaços. Segundo a nova Constituição Boliviana, nos 50km de faixa de fronteira, os estrangeiros podem trabalhar mediante permissões e licenças, porém sem dispor da propriedade de terras e recursos de subsolo. Os governos do Brasil e Bolívia trabalham continuamente para resolver problemas decorrentes da presença de brasileiros no lado boliviano. Geopoliticamente a Bolívia desperta opiniões antagônicas; para alguns é um país que facilita o processo de integração devido a sua posição geográfica e, para outros, é vista como tapón (tampão) no continente impossibilitando a construção de corredores interoceânicos entre o Atlântico e o Pacífico (GABINETE,2009). Outro aspecto sensível são os ressentimentos históricos e os discursos dos governos populistas, que buscam atender aos anseios das classes mais desfavorecidas, formadas por uma massa populacional disforme de origem rural ou indígena, sem acesso a bens e serviços da sociedade. Observa-se que a Bolívia é da linha mais radical, enquanto o Brasil e Argentina são da esquerda responsável ou moderada. Esta assimetria ideológica precisa ser superada para que o pleno desenvolvimento da variante econômica da UNASUL, ou Mercosul ampliado seja vitorioso. Isso exige o convencimento do eixo radical da Bolívia de abdicar de política estatizante ou restrições na faixa de fronteira e de quebra de contratos para que esteja compatível com as diretrizes do Mercosul. (GONÇALVES, 2009) 47 Com relação ao Paraguai, o sentimento antibrasileiro é acentuado pela temática de "Itaipu", recorrentemente utilizado para acusar o Brasil como nação imperialista sob a alegação de descumprimento contratual com relação ao preço pago pelo Brasil sobre eletricidade excedente da usina, e pela questão de mais de 500 mil de brasileiros, denominados 'brasiguaios" que, durante 40 anos, adquiriram terras para, principalmente, cultivarem soja, responsável por 30% da economia do Paraguai. Cerca de somente 20% dos brasiguaios possuem situação legalizada quanto à propriedade da terra e imigração. (ZAGO, 2008). 48 5 PERSPECTIVAS Em continuidade ao processo de adensamento da Marinha do Brasil na fronteira, estão em andamento as seguintes ações para ampliar e/ou construir instalações e dispor de meios operativos na fronteira a fim de compatibilizar a presença naval às demandas sociais, enquadradas geralmente como atividades subsidiárias, sem perder o foco nas ameaças atuais afetas à segurança e defesa (Anexo B): a) Transformação do Grupamento de Fuzileiros Navais de Ladário (GptFNLa) em Batalhão de Operações Ribeirinhas de Ladário (BtlOpRibLa) a fim de aumentar a presença ao longo das calhas fluviais para conduzir ações de Operações Ribeirinhas e controlar as margens da Hidrovia do rio Paraguai; b) Ampliação da Base Fluvial de Ladário (BFLa), do Centro de Intendência de Ladário (CeIMLa) e do Esquadrão de Helicópteros de Ladário (HU-4) até 2030. A meta compreende construção de cais e píeres; revitalização de dique/carreira; modernização de oficinas. O CeIMLa necessita a ampliar em aproximadamente 20% seu espaço atual, construir tanques de combustível, paiol de munição e dispor de escritório de apoio logístico em Campo Grande (MS). O HU-4 necessita construir hangar de aproximadamente 1.500 m2; c) Obtenção de Próprios Nacionais Residenciais (PNR) para apoiar com moradia os militares e dependentes, em função da expansão da Marinha do Brasil; d) Criação das Agências Fluviais de Alta Floresta (MT), Juruena (MT) e SINOP (MT), a fim de aumentar a presença da MB nas vias navegáveis, tendo em vista o aumento do fluxo de embarcações de passageiros e cargas, bem como atividades de pesca amadora e turística, entre os Rios Juruena e Arinos. O Rio Juruena juntamente com o Rio Teles Pires, formam a Hidrovia Tapajós – Teles Pires. e) De acordo com os subsídios encaminhados para compor o PAED, os seguintes meios navais e aeronavais dotam na área do 6ºDN : 49 MEIOS NAVAIS E AERONAVAIS DO 6ºDN NO PAED Quantidade Navio-Patrulha Fluvial Pequeno (NPaFlu) 4 Navio-Transporte Fluvial (NTrFlu) 2 Navio de Apoio Logístico Fluvial ( NApLogFlu) 1 Rebocador Fluvial (RbFlu) 1 Navios de Assistência Hospitalar (NAsH) 1 Aviso Hidroceanográfico Fluvial (AvHoFlu) 2 Helicóptero de Emprego Geral de médio porte (UHM) 3 Helicóptero de Emprego Geral de pequeno porte ( UHP) 4 Quadro 3 - Meios Navais e Aeronavais do 6ºDN no PAED Fonte: Questionário do Com6ºDN No que se refere ao atendimento de demandas sociais, o Com60DN apresentou à Alta Administração Naval proposta de aquisição da embarcação Millenium, de maior porte que o NAsH Tenente Maximiano, a fim de aumentar a capacidade de atendimentos, por ocasião das ACiSo. Quando concretizada esta aquisição, os procedimentos médico-odontológicos e distribuição de medicamentos, poderão ser realizados com melhores condições de conforto, estrutura e espaço, além de incrementar, significativamente, a qualidade dos atendimentos com uso de raio-x clínico, raio-x odontológico, mamógrafo, sala de pequenas cirurgias, sendo possível enviar imagens, via satélite, e realização de procedimentos de maior complexidade a bordo do Navio. Com relação à economia, em Corumbá, merecem destaque as possibilidades de ampliação do turismo que, atualmente, movimenta R$ 100 milhões no período de 8 meses ao ano no segmento de pesca esportiva com os cruzeiros fluviais e pólos da zona rural (PESQUE, 2014) e a Vale planeja ampliar a produção para 10,5 milhões TON ao ano com previsão de iniciar as obras após 2014 (VALE, 2013). Para a região de Porto Murtinho há interesse de multinacional chinesa do agronegócio, que assinou carta de intenção para implantar unidade de processamento de milho, em Maracajau, com utilização do TUP Porto Murtinho para escoar a produção. Há planejamento para investir US$ 320 milhões e empregar cerca de 400 pessoas (RUIZ, 2014). 50 6 CONCLUSÃO Desde o estabelecimento da Marinha do Brasil na cidade de Ladário houve, e ainda há, uma crescente expansão das atividades e das estruturas de Organizações Militares nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em que pese o retrocesso econômico e político vivenciado pelos Corumbaenses e Ladarenses, desde a Década de 40, a Marinha do Brasil mantém suas atividades na Região do Pantanal, por reconhecer a importância estratégica da localidade, como fator de defesa e de integração regional. O conjunto de atividades nas dimensões de defesa, segurança, social, desenvolvimentista e de relações internacionais confere à Marinha do Brasil, na fronteira oeste, um caráter único de ser ator reconhecidamente credenciado a empreender ações das variadas políticas públicas em toda a região de influência da Hidrovia Paraguai-Paraná, sem perder a capacidade de presença militar, por meio da dissuasão, perante os paises lindeiros. A força está estruturada para agir de acordo com as demandas sociais ou de defesa, de certa forma é o reconhecimento de que as atividades principal e subsidiária possuem mesmo grau de importância de acordo com as circunstâncias. O Com60DN, sendo o único comando de área da Marinha do Brasil localizado na faixa de fronteira, exerce forte influência sobre os demais entes governamentais das 3 esferas de poder, agindo de forma cooperativa, em especial no apoio logístico, treinamento e compartilhamento de informações operacionais. De certa forma, a presença naval, devido à considerável movimentação dos meios operativos e diante da carência dos demais órgãos governamentais, torna-se, algumas vezes, o principal elo de cidadania aos poucos brasileiros que vivem em áreas de vazio demográfico. Com o advento da END e da policialização das Forças Armadas, novas atribuições de política de segurança foram assumidas pelas Forças Armadas. Na faixa de fronteira as ações de GLO são exercidas durante todo o ano, empregando o poder de polícia, o que confere maior efetividade à punibilidade das irregularidades detectadas durante as patrulhas e inspeções navais. Pode-se concluir que há demanda social para que a Marinha do Brasil, in fine, o Com6ºDN se envolva, cada vez mais, nas atividades subsidiárias, seja 51 contribuindo com ações governamentais ou de forma isolada em regiões remotas do Brasil. As políticas públicas que promovem desenvolvimento na fronteira oeste buscam apenas reforçar o que existe, incentivando continuar a fazer mais do mesmo processo produtivo estabelecido. Dessa forma, as atuais vulnerabilidades e ameaças tendem a permanecer ou mesmo se agravar, uma vez que o desenvolvimento econômico planejado não dispõe de metas transformadoras da realidade de quem vive na fronteira. Assim sendo, a presença da Marinha do Brasil, como instituição partícipe das políticas públicas, é fundamental para manter a condição de estabilidade da fronteira e, quando oportunamente, contribuir com as medidas desenvolvimentistas. Ressalta-se a importância, na economia das cidades de Ladário e Corumbá, devido ao consumo de bens e contratações de serviços pelos militares e servidores civis da Marinha do Brasil. As recentes aquisições de meios navais e as futuras instalações das Organizações Militares reforçam o compromisso que a Marinha do Brasil tem dispensado para cumprir o adensamento militar na faixa de fronteira e área de influência da Hidrovia do Rio Paraguai. Dessa forma, a expectativa é que a maior presença naval na fronteira oeste irá garantir a segurança, ainda que inexista órgãos de segurança; a defesa, mesmo que imperceptível ameaça de ator estatal e o desenvolvimento, a despeito dos planejamentos governamentais historicamente repetitivos, inconsistentes ou de baixa aderência à vocação econômica da região. A Marinha do Brasil protege nossas riquezas e cuida da nossa gente na fronteira oeste. 52 REFERÊNCIAS ADMINISTRAÇÃO DA HIDROVIA DO PARAGUAI - AHIPAR. Hidrovia ParaguaiParaná. Disponível em: < http://www.ahipar.gov.br/?s=hidrovia>. Acesso em 27jun.2014. _______. Instituto aposta no Porto de Cáceres para dobrar exportações de grãos de MT. Disponível em: <http://www.ahipar.gov.br/?s=noticia&&id=62>. Acesso em 04jul.2014a. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS e Laboratório de Transportes e Logísitica LABTRANS/UFSC . Relatório Executivo: Bacia do Paraguai. Brasília, DF. 2013. _______. Estatístico aquaviário 2013. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/Portal/Anuarios/Anuario2013/index.htm>. Acesso em: 28 maio.2014. AMORIM, Maria Alice Barros Martins. A problemática da segurança pública na fronteira do Brasil e Bolívia com foco no estado de Mato Grosso. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia). Escola Superior de Guerra, Rio de Janeiro, 2012. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. São Paulo: Saraiva, 2012. BRASIL. Decreto nº 7.496, de 8 de junho de 2011. Institui o Plano Estratégico de Fronteiras. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 de jun. 2011. ______. Decreto Legislativo nº 373, de 12 de setembro de 2013. Aprova a Política Nacional de Defesa, Estratégia Nacional de Defesa e Livro Branco de Defesa. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 set. 2013. ______. Lei Complementar n° 97, de 09 de junho de 1999. Dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 de jun. 1999. ______.Lei Complementar n° 136, de 25 de agosto de 2010. Cria o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e disciplina as atribuições do Ministro de Estado da Defesa. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 de ago. 2010. ______.Lei n° 6.634, de 02 de maio de 1979. Dispõe sobre a Faixa de Fronteira, altera o Decreto-lei nº 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 de maio. 1979. BRASIL. Ministério da Integração Nacional . Bases para uma proposta de desenvolvimento e integração da faixa de fronteira. Brasília, DF. 2010a. ______. Programa de Promoção do Desenvolvimento da Faixa de Fronteira. Brasília, DF. 2009. 53 CAMPESTRINI, Hildebrando. História de Mato Grosso do Sul. Campo Grande: Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul. 2002. CORUMBÁ. Corumbá. Disponível em: <http://www.corumba.ms.gov.br/site/corumba/2/> . Acesso em: 10 jul. 2014. COSENZA, Jackeline. Viva a Marinha, Corumbá. ano 1, n° 1. 2014. COSTA, Gustavo Villela Lima da. As Fronteiras em Perspectiva Interdisciplinar . Campo Grande. Ed. UFMS. 2013. GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL. In: SEMINÁRIO FRONTEIRAS E SEGURANÇA NACIONAL: América do Sul, México e Estados Unidos. Anais... Brasília, DF. 2009. GONÇALVES, Mauro José da Silva. A segurança coletiva na América do Sul: uma utopia? a viabilidade do Conselho de Defesa Sul-Americano: possíveis implicações para a defesa do País. Rio de Janeiro: Escola de Guerra Naval, 2009. MATO GROSSO DO SUL. Plano de Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira. Campo Grande: [s,n.], 2012. MELO, Renato Batista de. Considerações sobre a Hidrovia Paraguai-Paraná. Brasília, DF:Divisão de Assuntos Marítimos e Ambientais do Estado-Maior da Armada. 01 set. 2004. ______. Hidrovia Paraguai-Paraná: sua importância para a geopolítica brasileira e para a defesa nacional. Rio de Janeiro: Escola de Guerra Naval, 2009. PESQUE e solte liberado, Corumbá passa a ter números econômicos do turismo de pesca. Diário Corumbaense, Corumbá, 2014. Disponível em: <http://www.diarionline.com.br/index.php?s=noticia&id=65895> . Acesso em: 01 fev. 2014. PORTO de Corumbá. In: WIKIPEDIA: a enciclopédia livre. Estados Unidos. Disponível em: < http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Porto_de_Corumb%C3%A1> . Acesso em: 15 jun. 2014. RUIZ, Toninho. Porto Murtinho atrai interesse multinacional chinesa. Disponível em:< http://www.belavistams.com.br/noticia/2013/05/14/porto-murtinho-atraiinteresse-de-multinacional-chinesa> . Acesso em: 03jul2014. SILVA, Antônio Ruy de Almeida. As novas ameaças e a Marinha do Brasil. Revista da Escola de Guerra Naval, Rio de Janeiro, n. 7, jun. 2006. SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional. Positivo. 8. ed. São Paulo: Malheiros. 1992. 54 VALE prevê expansão da produção em Corumbá para depois de 2014. Diário Corumbaense, Corumbá, 2013. Disponível em: <www.diarionline.com.br/?s=noticia&id=64473>. Acesso em: 04 dez. 2013. ZAGO, Evandro Farid. Revisões nas políticas interna e externa do Paraguai face ao fim do jugo colorado sobre o país. Boletim de Análise de Conjuntura em Relações Internacionais, Brasília, DF, n.94, maio. 2008. 55 ANEXO A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PRESENÇA NAVAL DATA EVENTO 19/02/1827 Criação do Arsenal de Marinha da Província de Mato Grosso, em Cuiabá. 15/11/1829 O Tenente Augusto Leverger assume o Comando da primeira Força Naval em Mato Grosso (Canhoneiras). 06/05/1843 O conjunto Arsenal/Canhoneiras/Companhia de Imperiais Marinheiros passa a denominar-se TREM NAVAL DE MATO GROSSO. 16/03/1861 Criação da Capitania dos Portos, em Ladário. Transferiu-se, em 1907, para Corumbá, ocupando, a partir de 1945, as atuais instalações. As Agências subordinadas, em Cuiabá, Cáceres e Porto Murtinho foram criadas em 1919. 14/03/1873 Início da construção do Arsenal de Marinha de Ladário. Em 18/05/1945 passa a denominar-se Base Fluvial de Ladário. 20/10/1876 Criação da Flotilha do Mato Grosso. 13/10/1932 Criação da Primeira Companhia Regional de Fuzileiros Navais, que, a partir de 1963, passou a denominar-se Grupamento de Fuzileiros Navais de Ladário. 10/06/1933 Criação do Comando Naval de Mato Grosso. Em 19/11/1945 passa a denominar-se Comando do 6º Distrito Naval (6º DN). 27/07/1951 Criação do Hospital Naval de Ladário, cuja origem remonta a 1881, com a criação da primeira enfermaria do Arsenal de Marinha de Ladário. 18/03/1955 Criação do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste. 10/05/1966 O Comando do 6ºDN é transferido para São Paulo. 13/08/1967 Criação do Comando Naval de Ladário, extinto em 18/11/1975. 02/10/1975 A sede do Comando do 6º Distrito Naval retorna a Ladário. 12/05/1995 Criação do Depósito Naval de Ladário, atual Centro de Intendência da Marinha em Ladário. 06/06/1995 Criação do 4º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, cuja origem retoma a 1932, quando foi criada a Primeira Divisão de esclarecimento e Bombardeio em Ladário. Fonte Revista Viva Marinha! – Ano 1- Edição nº 1. Abril de 2014. - A – 1/1 - 56 ANEXO B QUESTIONÁRIO DO COM6ºDN NOME: Capitão-de-Fragata Rudicley Cantarin Função: Chefe-do-Estado-Maior do Com6ºDN 1 - SEGURANÇA 1.1 - Quais investimentos e valores estão previstos no PAEMB ou em algum outro programa de investimentos que contribuem para ampliar as instalações físicas das OM da Marinha do Brasil na fronteira oeste, em especial em Ladário, Cáceres e Porto Murtinho? A meta de Criação do Batalhão de Operações Ribeirinhas de Ladário (BtlOpRibLa), nada mais é que a Transformação do Grupamento de Fuzileiros Navais de Ladário (GptFNLa). Esta ação tem como propósito presença permanente da Marinha na Amazônia e nas fronteiras. Posicionados ao longo das calhas fluviais, nos locais considerados mais importantes e sensíveis, sob o ponto de vista estratégico, os BtlOpRib terão papel preponderante na condução de operações ribeirinhas e no controle das margens, contribuindo também, de forma permanente, para o controle das hidrovias pela Marinha. Como emprego atender aos conceitos do trinômio “monitoramento/controle - mobilidade – presença”, descritos na END. Como justificativa para as operações ribeirinhas, a existência de um comando deste nível permitirá, com mínimo esforço, realizar operações coordenadas de maior envergadura, ao mesmo tempo em que permitirá maior integração e padronização de procedimentos no adestramento das diversas unidades de operações ribeirinhas. A meta de ampliação da Base Fluvial de Ladário (BFLa), do Centro de Intendência de Ladário (CeIMLa) e do Esquadrão de Helicópteros de Ladário (HU-4). Esta ação tem como propósito decorrem da necessidade de capacitar essas instalações para atender aos meios previstos para o 6º DN, até 2030. Como emprego dentro da jurisdição do Com6ºDN, a BFLa será empregada nas atividades de estacionamento e na manutenção de 2º e 3º escalões dos meios navais do 6º DN. O CeIMLa que presta o apoio logístico de suprimentos e o HU-4 que provê estacionamento e manutenção de 1º escalão aos meios aeronavais, as duas OM serão ampliadas para atender aos novos meios previstos no PAEMB. Como justificativa de forma atender as ampliações e modernizações para prestar o apoio aos meios previstos para o 6º DN, a BFLa necessita de construção de cais e píeres, revitalização de dique/carreira modernização de suas oficinas e ampliação da infraestrutura de apoio de base. O CeIMLa necessita a ampliação de aproximadamente 200 m2 (17% do espaço atual), implantação do escritório logístico em Campo Grande-MS e construção de tanques para armazenamento de combustíveis. O HU-4 necessita a construção de um hangar de aproximadamente 1.500 m2. A meta de Construção de paióis de munição do Centro de Intendência da Marinha em Ladário. Esta ação tem como propósito prover a condições necessárias para o armazenamento das munições que suprem as dotações dos meios e OM na área do Com6ºDN. Como emprego, os paióis destinam-se a armazenar as munições que compõem a dotação, o adestramento e a reserva de rede das Organizações Militares da MB subordinadas ao Com6ºDN. Como justificativa, o CeIMLa receberá um acréscimo de 270 m2 de área de armazenagem, com a construção de 2 paióis de padrão médio de 135 m2 cada. O dimensionamento, baseia-se nas dotações de bordo, na quota de adestramento e na Reserva de Rede das munições dos Meios e OM existentes e na projeção das dotações dos novos meios que serão criados pela MB, considerando-se aqueles sediados na Área do Com6ºDN. A meta Obtenção de Próprios Nacionais Residenciais (PNR). Esta ação tem como propósito prover apoio de moradia aos militares da MB que guarnecerão os diversos meios e OM na Área do Com6ºDN. Como emprego, prover apoio de moradia aos militares da MB nas localidades fora da cidade do Rio de Janeiro – RJ. Como justificativa, para a execução do planejamento contido no Plano de Equipamento e de Articulação necessitará de um aumento de efetivo em decorrência do adensamento da MB em áreas estratégicas e da 57 criação de novas Organizações Militares na área do Com6ºDN. Desta forma, foi levantada a necessidade de aumentar a disponibilidade de Próprios Nacionais Residenciais para o atendimento aos militares e seus dependentes nas diversas regiões do País, exceto na cidade do Rio de Janeiro. A meta de Criação da Agência Fluvial de Juruena (MT). Esta ação tem como propósito, cumprir o estabelecido na END quanto à necessidade de uma maior presença da MB nas vias navegáveis das duas grandes bacias fluviais, a do Amazonas e a do ParaguaiParaná, acrescido da busca da MB em tornar mais efetiva a execução das suas atribuições legais concernentes à segurança da navegação, à salvaguarda da vida humana e à prevenção da poluição hídrica, a presente distribuição das OM do Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário (SSTA) na Região Centro-Oeste do País precisa ser revista e ampliada. Como emprego, exercer as atividades de salvaguarda da vida humana, segurança do tráfego aquaviário e prevenção da poluição hídrica no do Rio Juruena. Como justificativa, a criação desta Agência Fluvial vem atender a uma necessidade de instalação de uma OM do SSTA, tendo em vista o aumento do fluxo de embarcações de passageiros e cargas, bem como atividades de pesca amadora e turística, entre os Rios Juruema e Arinos. O rio Juruema faz com o Rio Teles Pires, formando a hidrovia Tapajós – Teles Pires. A meta de Criação da Agência Fluvial de SINOP (MT). Esta ação tem como propósito,o mesmo da Criação da Agência Fluvial de Juruena (MT). Como emprego, exercer as atividades de salvaguarda da vida humana, segurança do tráfego aquaviário e prevenção da poluição hídrica no do Rio Teles Pires. Como justificativa, a criação desta Agência Fluvial vem atender a uma necessidade de instalação de uma OM do SSTA, tendo em vista as grandes distâncias envolvidas e o aumento do fluxo de embarcações na área. A meta de Criação da Agência Fluvial de Alta Floresta (MT). Esta ação tem como propósito, o mesmo da Criação das Agências Fluviais de Juruena e SINOP. Como emprego, exercer as atividades de salvaguarda da vida humana, segurança do tráfego aquaviário e prevenção da poluição hídrica. Como justificativa, a criação desta Agência Fluvial vem atender a uma necessidade de instalação de uma OM do SSTA na região, em função do incremento do modal aquaviário para escoamento de insumos. A meta de Elevação da Agência de Cuiabá (MT) à Delegacia de 2ª Classe. Esta ação foi concluída em 18NOV/2009. DISTRIBUIÇÃO DOS MEIOS NAVAIS, AERONAVAIS E DE FUZILEIROS NAVAIS DE ACORDO COM PAEMB 1 – Meios Navais Meio 6º DN Navio-Patrulha Fluvial (NPaFlu) (pequeno) 4 Navio-Transporte Fluvial (NTrFlu) 2 Navio de Apoio Logístico Fluvial (NApLogFlu) 1 Rebocador Fluvial (RbFlu) 1 Navios de Assistência Hospitalar (NAsH) * 1 Aviso Hidroceanográfico Fluvial (AvHoFlu) 2 – Meios Aeronavais 2 Aeronaves 6º DN Helicóptero de Emprego Geral de médio porte (UHM) 3 Helicóptero de Emprego Geral de pequeno porte (UHP) 4 58 A estimativa, caso seja efetuada a aquisição da embarcação Millennium, é que seja possível aumentar a capacidade de atendimentos por ocasião das Ações Cívico-Sociais (ACiSo) realizadas. Os procedimentos médico-odontológicos e distribuição de medicamentos, por exemplo, seriam realizados com melhores condições de conforto, estrutura e espaço. Será possível, também, incrementar qualitativamente os atendimentos, em virtude da instalação de novos equipamentos, como raio-x clínico, raio-x odontológico, mamógrafo, sala de pequenas cirurgias e outros. Dentre os equipamentos possíveis de serem instalados, o mamógrafo será fundamental para a prevenção e o combate ao câncer de mama das mulheres da região, viabilizando, inclusive, a disponibilidade do envio de imagens para análise e diagnóstico em consultório médico fora do Navio, com a instalação de terminal satelital. Este diagnóstico, realizado em fase precoce da doença, aumenta as chances de cura e permite um tratamento menos agressivo para o controle do câncer em alguns casos. Será o primeiro “mamógrafo móvel” da Região do Pantanal, diagnosticando precocemente o câncer de mama, tipo mais comum da doença entre mulheres no Brasil. Outro aspecto relevante a ser ressaltado é quanto às instalações, que poderão ser incrementadas com centro cirúrgico, enfermaria com banheiro, consultório médico, sala de esterilização, sala de expurgo, câmara escura, farmácia e laboratório, possibilitando a realização de procedimentos de maior complexidade a bordo do Navio. A aquisição da embarcação Millennium possibilitará a continuidade do desenvolvimento das ações básicas de saúde, além da realização de procedimentos clínicos, cirúrgicos e odontológicos, possíveis de serem ofertados, considerando a capacidade do meio para receber equipamentos mais sofisticados. Destarte, o novo Navio estará mais capacitado a prestar atendimento às populações ribeirinhas dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em especial as que vivem em áreas isoladas. 1.2- Quais ações planejadas ou em implementação para o Com6DN interagir com o Sistema de Vigilância de Fronteira (SISFRON) do Exército Brasileiro (EB)? Atualmente, encontra-se em estudo o SISGAAZ pela DSAM onde a arquitetura do sistema pretende contemplar enlace dados ao SISFRON. Ainda não existem ações planejadas para o Com6ºDN para a interação deste sistema. 1.3- Quais ações de defesa foram realizadas em conjunto com o (EB) e resultados obtidos no período de 2009 a 2014? Quais ações de defesa estão programadas para 2014 e 2015? Os Exercícios/Operações executadas são os seguintes: 2009-CÁCERES/LAGUNA 2010 - CÁCERES / QUEBRACHO 2011 - CÁCERES / QUEBRACHO / ANHANDUÍ / ÁGATA-2 e ÁGATA-3 2012 - CÁCERES / QUEBRACHO / ÁGATA-5 / ÁGATA-6 2013 - CÁCERES / QUEBRACHO / ÁGATA-7 2014 – CÁCERES / QUEBRACHO e ÁGATA-8 2015 – CÁCERES/ QUEBRACHO 1.4- Os países da Bolívia e Paraguai apresentam alguma instabilidade institucional ou intenções de ameaça à soberania Brasileira, ou seja, hipótese de emprego de ações de defesa? Quais? Não há registro . 1.5 - Como tem sido o relacionamento com as forças armadas da Bolívia e Paraguai no período de 2009-2014? Existe alguma agenda de tratamento de assuntos de interesse em comum ? Há perspectiva de se concretizar ações em conjunto com as forças? O relacionamento é bastante harmonioso e os laços de amizade tem se estreitado ainda mais com convites à ARBOL e ARPAR para oficiais participarem de Operações de 59 cunho nacional, além das previstas que envolvem as Marinhas Amigas como a ACRUX, BRASBOL e NINFA. Os oficiais estrangeiros tem participado das Operações AMAZÔNIA AZUL e ÁGATA. Anualmente, existem encontros bilaterais entre Estados Maiores das Marinhas em lide, onde são tratados assuntos que visam a cooperação entre OM, intercâmbios, cursos, utilização de instalações para reparos, entre outros. 1.6 - Quais as dificuldades ou limitações para tratar assuntos de segurança que envolvem crimes transfronteiriços com as autoridades militares da Bolívia e Paraguai? Há alguma agenda para promover segurança coletiva na faixa de fronteira com as forças armadas ou órgãos de segurança da Bolívia e Paraguai? Em que ações o Com6DN tem possibilidade de atuar? R: Em Corumbá e Ladário não há dificuldades em tratar de assuntos de segurança com a Bolívia, pois as autoridades de segurança bolivianas são consideradas como membros convidados do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira pólo Corumbá/Ladário (GGI-F). Mensalmente são produzidas reuniões deste Gabinete para tratar de assuntos ligados ao combate da criminalidade e redução do número de violência na região de fronteira Brasil / Bolívia. No entanto, os órgãos de segurança da Bolívia não tem comparecido as reuniões. O Com6ºDN atua de forma a garantir a segurança do tráfego aquaviário; combater o ilícitos na calha do Rio Paraguai por meio de Inspeções Navais e Patrulhas Navais e atuar de forma repressiva aos crimes transfronteiriços durante as Operações Ágata. 1.7- O Com6DN participa de algum fórum interministerial, ou com as secretarias de segurança dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ou integra gabinete de gestão de defesa do Ministério da Justiça destinados ao incremento da segurança na faixa de fronteira? Qual a forma de participação e quais resultados? R: Sim. O Com6ºDN participa como membro convidado do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira (GGI-F). Este Gabinete foi instituído por meio do Decreto nº 7.496, de 8 de julho de 2011. Este Gabinete atua por meio de fóruns deliberativos e executivos que operam por consenso, sem hierarquia e respeitando a autonomia das instituições que o compõem. Segue três linhas mestras de ação: I – O incremento da integração entre os órgãos do sistema de justiça criminal e defesa social; II- A implantação do planejamento estratégico como ferramenta gerencial das ações empreendidas pelo sistema de justiça criminal e defesa social; e III- A constituição da informação como principal ferramenta de ação em termos de segurança pública. Cabe ao GGI-F propor e coordenar a integração das ações; tornar ágil e eficaz a comunicação entre seus órgãos; apoiar as secretarias e polícias estaduais, a polícia federal e os órgãos de fiscalização municipais; analisar dados estatísticos e realizar estudos sobre as infrações criminais administrativas; propor ações integradas de fiscalização e segurança urbana no âmbito dos municípios situados na faixa de fronteira; incentivar a criação de Gabinete de Gestão Integrada Municipal; e definir áreas prioritárias de atuação. 1.8 - O Ministério da Defesa ou o Comando de Operações Navais possuem diretrizes específicas para o Com6DN atuar na faixa de fronteira? Quais diretrizes? As diretrizes são disseminadas a cada Operação por meio do Plano estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas (PEECFA). Existe ainda a Lei Complementar n° 97 de 09JUN99, Diretriz Ministerial de Emprego de Defesa n° 7 de 28JUN2011 e a Diretriz de Planejamento emitida a cada operação. 60 1.9 - O Com6DN exerce plenamente o poder de polícia na faixa de fronteira quando não está acompanhado de representantes dos órgãos de segurança? Quais as dificuldades ou restrições para exercício do poder de polícia? Afirmativo. Preferencialmente na forma de cooperação com os demais órgãos de segurança. 1.10 -Quais ações de segurança foram realizadas em conjunto com o (EB) e órgãos de segurança e resultados obtidos no período de 2009 a 2014? Quais ações de segurança estão programadas para 2014 e 2015? Somente as Operações ÁGATA planejadas pelo MD que vem sendo realizadas ano a ano. Seguem os resultados: ATIVIDADE EVENTO ÁGATA ÁGATA ÁGATA ÁGATA ÁGATA ÁGATA 2 3 5 6 7 8 Inspeções, Vistorias Revistas Inspeção de 147 Embarcações 1.699 348 760 1056 1058 Embarcações notificadas 31 8 65 55 90 268 210 10 e Vistorias de veículos leves Vistorias motos de 72 78 Vistorias caminhões de 14 7 26 22 67 270 Patrulhas/ Reconhecimento Fluviais Apreensões Embarcações 3 7 03 0 2 0 AciSo singular 14 8 13 10 10 06 8130 20.854 13.145 19.792 17.810 374 1323 821 682 1436 1160 Atendimentos odontológicos 126 153 194 186 205 227 Atendimentos médicos 149 504 358 215 265 445 Distribuição de 68 medicamentos Procedimentos diversos Ação Cívico médicos, Social (ACiSo) odontológicos 61 As ações conjuntas de segurança, na Área de Jurisdição do Com6ºDN, se deram por meio das Operações ÁGATA. A Operação ÁGATA é uma ação conjunta da Marinha, do Exército e da Aeronáutica coordenada pelo Ministério da Defesa, por meio do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, para combater delitos transfronteiriços, ambientais e intensificar a presença pública federais, estaduais e municipais.Os últimos resultados obtidos até a Operação ÁGATA 7 foram 319.635 veículos inspecionados, 11.801 quilos de drogas apreendidas. (Fonte: <http://www.defesa.gov.br/operacao-agata/operacoesagata.html>, acesso em 19 de maio de 2014) 1.11 - Como se dá o compartilhamento de informações operacionais com os órgãos de segurança? O Com6DN acessa algum sistema informatizado desses órgãos e a MB disponibiliza algo semelhante? Há confiança entre os órgãos de segurança sobre o compartilhamento das informações? R: Por meio das Redes INFOSEG (Rede de Informação de Segurança) da Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP e S.I.G.O (Sistema Integrado de Gestão Operacional) Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul; Sim acessa o INFOSEG e o SIGO; Não disponibiliza; e Sim. 1.12 - Quais ações são desenvolvidas com a Polícia Federal em Corumbá, Porto Murtinho e em Cáceres? Quais resultados alcançados? R:Sempre que possível há o embarque de agentes dos OSP nos meios para ações conjuntas. Existe um acordo de cooperação técnica, objetivando estabelecer formas de apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de instrução, na prevenção e repressão aos delitos de repercussão nacional ou internacional. 1.13 - O Grupo Especial de Fronteira GEFRON, é uma ação integrada da Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso. Foi criado em 2002 com a missão de combater os crimes transfronteiriços do Mato Grosso com a Bolívia, apoiando as ações das Forças Armadas e da Polícia Federal, que constitucionalmente possuem atribuições de defesa e segurança pública das fronteiras do Brasil. Quais interações o Com6DN realiza com o GEFRON, em especial as OM em Cuiabá e Cáceres? R: Por meio do apoio logístico e de inteligência. Atua de forma a garantir a segurança do tráfego aquaviário; combater o ilícitos na calha do Rio Paraguai por meio de Inspeções Navais e Patrulhas Navais e atuar de forma repressiva aos crimes transfronteiriços durante as Operações Ágata. 1.14 - Os militares, antes de serem movimentados para o Com6DN, são investigados sobre eventual envolvimento com ilícitos na cidade de origem? São acompanhados após desembarcarem do Com6DN? R: As movimentações estão a cargo da DPMM e do CPesFN. Cabe ao Com6DN após o embarque de militares o monitoramento e, caso haja, algum indício é efeito o acompanhamento. 3.0 - Sugestões para promover mais segurança e mais desenvolvimento na faixa de fronteira. Como sugestão, apresento o CD com todas as matérias encaminhadas pela Assessoria de Comunicação Social do Com6ºDN ao NOMAR reunindo as principais atividades realizadas em 2013 e 2014. Encaminho, também, caso considere válido, o quadro com os cursos realizados pela CPFN para capacitação de pessoal. OBS: ESTA ENTREVISTA FOI ENVIADA POR EMAIL E RESTITUÍDA PELA AUTORIDADE. TEM NATUREZA DIDÁTICA E SERÁ UTILIZADA TÃO SOMENTE PARA EXECUÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO CAEPE/14. 62 QUESTIONÁRIO DO COM6ºDN – CURSOS REALIZADOS PELA CAPITANIA FLUVIAL DO PANTANAL DE 2011 A JUN/2014 CURSO CFAQ-E-01 CFAQ-E-02 CFAQ-E-03 CFAQ-E-01 CFAQ-E-02 CFAQ-E-03 CFAQ-E-04 CFAQ-II 01 CFAQ-III F CFAQ-II 02 CFAQ-III F ESPE/01 ECIN/01 ECIA/01 ETSP-01 ETSP-02 ECSP-01 CFAQ-I C/M CFAQ-E-F01 CFAQ-I C/M EACF-01 CAAQ-II M CAAQ-II C CFAQ-II-III F CFAQ-II-III F ESPE-01 ECIN-01 ECIA-01 ESRS-01 EBPS-01 ETSP-01 ETSP-02 ETSP-03 ETSP-04 ETSP-05 ECSP-01 ECSP-02 ECSP-03 QTD ALUNOS DATA 25 46 23 24 24 24 24 35 35 25 A 29/04/2011 18 A 22/07/11 9/12/2011 16/7/2011 19 A 23/09/2011 7/10/2011 24 A 28/10/2011 6/6/2011 12/8/2011 13/09 A 07/10/2011 10/10 A 11/11/11 22 A 25/08/11 29/08 A 02/09/12 05/09 A 12/09/12 9/3/2012 13 A 17/02/2012 10/3/2012 18/06 A 29/06/12 10 10 35 35 18 8 13 9 30 29 30 14 7 9 30 35 33 21 12 35 35 13 8 16 24 29 9 3 3 LOCAL PREPOM/ EXFD 21/11 A 27/12/12 18/06 A 29/06/12 27/08 A 12/12/12 27/08 A 12/12/12 27/08 A 12/12/12 04/06 A 06/08/12 15/10 A 18/12/12 23/04 A 25/04/12 07/05 A 11/05/12 14/05 A 18/05/12 28/05 A 31/05/12 21/05 A 28/05/12 13/02 A 17/02/12 05/03 A 09/03/12 09/07 A 13/07/12 20/08 A 24/08/12 10/09 A 14/09/12 05/03 A 10/03/12 09/07 A 13/07/12 13/08 A 17/08/12 CFPN CFPN COXIM MIRANDA EMBRAPA/6ºDN CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN EXFD EXFD EXFD PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM CFPN CFPN CFPN CFPN FORTE COIMBRA PF/EB FORTE COIMBRA PASSO DO LONTRA PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM OP OP OP EXFD CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN PF/EB EB EB PM / PF / BM EB EB EB PM / PF PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM EXTRA PREPOM PREPOM OP OP OP OP OP OP OP OP 63 ECSP-04 CFAQ-II C/M CFAQ-II C/M CFAQ-II C/M ESPE-01 ESPE-02 ECIN-01 ECIN-02 ECIA-01 ESRS-01 EBPS-01 ETSP-01 ETSP-02 ETSP-03 ETSP-04 ETSP-05 ETSP-06 ETSP-07 ECSP-01 ECSP-02 ECSP-03 ECSP-04 ECSP-05 CFAQ-II C/M CFAQ-II C N3 CFAQ-II M N3 CAAQ CT/S CFAQ-III C/M N1 EBCP/01 EBCP/02 EBCP/03 EBCP/04 EBCP/05 ETSP-01 ETSP-02 ETSP-03 ECSP-01 ECSP-02 25 29 26 30 30 15 21 21 16 29 35 21 17 13 5 23 29 23 21 9 9 19 9 21 23 14 20 30 29 16 16 30 30 22 12 14 21 2 17/09 A 20/09/12 12/08 A 21/08/13 11/11 A 19/11/13 15/12 A 20/12/13 28/01 A 01/02/13 25/06 A 27/06/13 03/06 A 07/06/13 03/06 A 07/06/13 04/02 A 08/02/13 12/06 A 14/06/13 21/05 A 28/05/12 16/01 A 21/01/13 01/04 A 05/04/13 06/05 A 10/05/13 20/05 A 24/05/13 22/07 A 26/07/13 20/09 A 24/09/13 26/11 A 30/11/13 21/01 A 25/01/13 01/04 A 06/04/13 13/05 A 17/05/13 29/07 A 02/08/13 26/11 A 30/11/13 22/04 A 29/04/14 06/05 A 18/06/14 06/05 A 18/06/14 10/11 A 16/12/14 03/11 A 10/12/14 7/4/2014 5/5/2014 9/6/2014 15/7/2014 5/8/2014 10/2 A 14/02/14 14/04 A 18/04/14 26/05 A 30/05/14 24/02 A 28/02/14 14/04 A 18/04/14 EB ALBUQUERQUE CFPN ALBUQUERQUE CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN FAB EB PF/FUNAI/IAGRO IHP EB / IBAMA PM(MT/MS), PF EB /BOMBEIROS FAB EB PF/FUNAI/IAGRO EB / IBAMA EB PORTO DA MANGA EPM EPM CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN CFPN BOMBEIRO, IBAMA, ANTAQ, IAGRO, SMASC, MAPA, ½ AMBIENTE, DCC EB EB / IAGRO BOMBEIRO, IBAMA, ANTAQ, IAGRO, SMASC, MAPA, ½ AMBIENTE, DCC EB OP PREPOM PREPOM EXPR PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM EXTRA PREPOM PREPOM OP OP OP OP OP OP OP OP OP OP OP OP EXFD PREPOM EXPR PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM PREPOM OP OP OP OP OP 64 ANEXO C COMISSÕES DO U-28 - C-1/2- 65 ANEXO C COMISSÕES DO U-28 FONTE: U-28 – Navio de Assistência Hospitalar Tenente Maximiano - C-2/2- 66 ANEXO D LOCALIDADES E PESSOAS ATENDIDAS PELO U-28 67 - D-2/7- 68 ANEXO D LOCALIDADES E PESSOAS ATENDIDAS PELO U-28 - D– 3/7- 69 - D-4/7- 70 ANEXO D LOCALIDADES E PESSOAS ATENDIDAS PELO U-28 -D-5/7- 71 - D-6/7- 72 -D-7/7- 73 ANEXO E DIAS NAVEGADOS PELOS NAVIOS DO COMFLOTMT - E – 1/1 - 74 Anexo F QUESTIONÁRIO – BASE FLUVIAL DE LADÁRIO Nome: Capitão-de-Mar-e-Guerra Welliton Lopes dos Santos Função: Comandante 1 - SEGURANÇA 1.5 - Como tem sido o relacionamento com as forças armadas da Bolívia e Paraguai no período de 2009-2014? Existe alguma agenda de tratamento de assuntos de interesse em comum ? Há perspectiva de se concretizar ações em conjunto com as forças? Com a Armada Boliviana (AB) o relacionamento tem sido amistoso, bem como, existe um Memorando de assuntos que são tratados bilateralmente com a AB, cabendo a esta Base a realização de curso de soldagem a militares bolivianos e a manutenção da Lancha Patrulha 501 pertencente àquela força naval.Cabe ressaltar, ainda, que no tempo pretérito, a Base ministrou aos militares daquela Instituição Curso de Combate a Incêndio, além do Curso Elementar de Controle de Avarias. 2- DESENVOLVIMENTO 2.1 - Quais os valores das folhas de pagamento, de civis e militares, da ativa e da RRM residentes em Corumbá/Ladário , Cáceres e Porto Murtinho? Referente aos Servidores Civis, a folha de pagamento mensal gira em torno de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais) por mês.No tocante ao Pessoal Militar da Base, os valores da Folha de Pagamento oscila em torno de R$ 1.100.000, 00 (Hum milhão e cem mil reais). 2.3 - Qual os valores de Execução Financeira realizadas de 2009 a 2013 em Corumbá/Ladário , Cáceres e Porto Murtinho? A BFLa, isoladamente, executou os seguintes valores de Execução Financeira: 2009: R$ 4.532.171,60; 2010: R$ 3.696.415,65; 2011: R$ 5.152.465,76; 2012: R$ 7.420.113,72; e 2013: R$ 7.734.261,18. 2.4 - Quais os percentuais de despesas compulsórias de 2009 a 2013 em Corumbá/Ladário , Cáceres e Porto Murtinho? Os percentuais de despesas compulsórias foram aproximadamente os seguintes: 2009: 22%; 2010: 24%; 2011: 20%; 2012: 16%; e 2013: 16%. - F –1 / 2 - 75 2.5 - Quais empresas de manutenção ou construção de embarcação/navios estão instaladas (legal ou ilegalmente) ao longo da calha do rio paraguai no trecho entre Cáceres e Porto Murtinho? Em Corumbá: Estaleiro Tamengo, Estaleiro Cinco Bacia e Estaleiro Miguéis. Em Ladário: Estaleiro do Brito. 2.7 - As embarcações/navios civis de Cáceres e Porto Murtinho quando necessitam de reparos mais complexos utilizam a estrutura da BFLa? É possível Sim e é possível, desde que, obedecendo as prioridades desta Base Fluvial. 2.8 - A BFLa possui capacidade ociosa que possa reparar embarcações/navios civis inclusive as existentes na Bolívia e Paraguai? Sim e isto já acontece. 2.9 - Qual a avaliação e perspectivas de incremento no relacionamento com o Instituto Federal na formação de mão-de-obra no sentido 'dual" na medida que esses futuros profissionais possam ingressar na Marinha do Brasil? Quais são os cursos realizados? Em 2014 a BFLa firmou parceria com IFMS, estando a BFLa em condições de oferecer estágios ao alunos daquele Instituto e, em contrapartida, a instituição de ensino oferecerá cursos de nosso interesse para os militares desta Base. O foco dos cursos são, na atividade principal (soldagem, mecânica naval, caldeiraria, elétrica predial e naval); e na atividade secundária (informática, padaria, almoxarifado, culinária). 2.10 - Em 2009, o Depósito Naval de Ladário realizou 03(três) cursos de capacitação de fornecedores para licitações em Corumbá/Ladário. Tem sido realizadas ações para incrementar a participação de empresas locais (Corumbá/ Ladário, Cáceres e Porto Murtinho ) nos processos de aquisição e contratações de serviço? Quais resultados alcançados? Em 2013 foram realizadas diversas palestras, ministradas por oficiais da BFLa, tanto direcionadas aos agentes da administração pública quanto aos fornecedores locais, abordando os mecanismos modernos de compras públicas como o Sistema de Registro de Preços e os procedimentos para cadastro e participação em processos dessa natureza. Houve um pequeno, porém ainda modesto, incremento de participações de empresas locais em processos licitatórios publicados no segundo semestre de 2013 e primeiro trimestre de 2014, gerenciados pela BFLa. OBS: ESTA ENTREVISTA FOI ENVIADA POR EMAIL E RESTITUÍDA PELA AUTORIDADE. TEM NATUREZA DIDÁTICA E SERÁ UTILIZADA TÃO SOMENTE PARA EXECUÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO CAEPE/14. - F – 2/2 - 76 Anexo G QUESTIONÁRIO – HOSPITAL NAVAL DE LADÁRIO Nome: Capitão-de-Fragata (IM) Carlos Fernandes da Silva Júnior Função: Chefe do Departamento de Administração 2- DESENVOLVIMENTO 2.3 - Qual os valores de Execução Financeira realizadas de 2009 a 2013 em Corumbá/Ladário , Cáceres e Porto Murtinho? Resposta : Os valores abaixo referem-se aos gastos do HNLa. 2009: R$ 4.430.871,58 2010: R$ 5.641.350,68 2011: R$ 5.648.049,26 2012: R$ 6.854.845,77 2013: R$ 9.340.046,03 2.4 - Quais os percentuais de despesas compulsórias de 2009 a 2013 em Corumbá/Ladário , Cáceres e Porto Murtinho? Resposta : Clinicas Credenciadas Cidade /Ano 2010 Cáceres 0,60% Campo Grande 32,90% Corumbá 59,90% Cuiabá 6,60% 2011 1% 36,50% 58,30% 4,20% Despesas Funcionamento – HNLA 2009 2010 2011 4,35% 3,49% 3,44% 2012 0,60% 40,30% 52,10% 7% 2013 1,50% 29,70% 64,10% 4,70% 2012 3,38% 2013 2,30% 2.14 - Quantos Bolivianos, Paraguaios e Brasileiros não beneficiário do Sistema de Saúde da Marinha (SSM) foram atendidos no Hospital Naval de Ladário no período de 2009 a 2013? Resposta : No HNLa, são atendidos somente usuários do SSM. Não há registros de atendimentos de outros usuários nos anos apresentados. OBS: ESTA ENTREVISTA FOI ENVIADA POR EMAIL E RESTITUÍDA PELA AUTORIDADE. TEM NATUREZA DIDÁTICA E SERÁ UTILIZADA TÃO SOMENTE PARA EXECUÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO CAEPE/14. - G – 1/1 - 77 Anexo H QUESTIONÁRIO – CENTRO DE INTENDÊNCIA DA MARINHA EM LADÁRIO Nome: Capitão-de-Corveta (IM) Evandro Paiva de Mesquita Função: Vice-Diretor 2.1 - Quais os valores das folhas de pagamento, de civis e militares, da ativa e da RRM residentes em Corumbá/Ladário, Cáceres e Porto Murtinho? R: Refere-se a todos os militares, civis, inativos que estão cadastrados sob área de jurisdição do Com6ºDN, inclusive Agência de Cuiabá. Em relação ao ano de 2014 até o processo de pagamento de Abril os dados são: - Gestoria de Pagamento Pessoal Militar da Ativa: R$ 48.493.172,22 - Gestoria de Pagamento do Pessoal Militar Inativo: R$ 4 26.161.763,75 - Gestoria de Pagamento do Pessoal Civil: R$ 988.291,26 2.2 - Qual a estimativa de endividamento médio do pessoal militar e civil, da ativa e da RRM?R: A OM não possui este controle que está sob responsabilidade do setor de consignação da PAPEM. 2.3 - Qual os valores de Execução Financeira realizadas de 2009 a 2013 em Corumbá/Ladário, Cáceres e Porto Murtinho? EXECUÇÃO FINANCEIRA - VALORES EXECUTADOS CIDADES CORUMBÁ/ LADÁRIO CÁCERES PORTO MURTINHO TOTAL R$ R$ R$ R$ 2009 16.312.034,70 150.582,43 145.822,31 16.608.439,44 2010 R$ 26.535.000,00 R$ 127.000,00 R$ 142.000,00 R$ 26.804.000,00 2011 R$ 11.634.000,00 R$ 129.000,00 R$ 117.000,00 R$ 11.880.000,00 2012 R$ 13.990.000,00 R$ 197.800,00 R$ 167.600,00 R$ 14.355.400,00 2013 R$ 29.062.000,00 R$ 102.000,00 R$ 71.000,00 R$ 29.235.000,00 2.4 - Quais os percentuais de despesas compulsórias de 2009 a 2013 em Corumbá/Ladário, Cáceres e Porto Murtinho? EXECUÇÃO FINANCEIRA - PERCENTUAL DE DESPESAS COMPULSÓRIAS CIDADES CORUMBÁ/ LADÁRIO CÁCERES PORTO MURTINHO TOTAL 2009 12% 71% 68% 13% 2010 6% 66% 55% 6% 2011 23% 63% 64% 24% 2012 5% 37% 40% 6% 2013 5% 47% 63% 5% 2.10 - Em 2009, o Depósito Naval de Ladário realizou 03(três) cursos de capacitação de fornecedores para licitações em Corumbá/Ladário. Tem sido realizadas ações para incrementar a participação de empresas locais (Corumbá/ Ladário, Cáceres e Porto Murtinho) nos processos de aquisição e contratações de serviço? Quais resultados alcançados?R: O Centro de Intendência da Marinha em Ladário realizou, no período de 12 a 13 de janeiro de 2012, com carga horária de 08 (oito) horas e tendo como palestrante a 1T LUCINEY Miceno Papa, um Curso de Capacitação de Fornecedores. Todavia, a participação de empresas locais nas licitações continua exígua. OBS: ESTA ENTREVISTA FOI ENVIADA POR EMAIL E RESTITUÍDA PELA AUTORIDADE. TEM NATUREZA DIDÁTICA E SERÁ UTILIZADA TÃO SOMENTE PARA EXECUÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO CAEPE/14. - H – 1/1 - 78 Anexo I QUESTIONÁRIO – AGÊNCIA DE PORTO MURTINHO Nome: Capitão-Tenente (AA) Antônio Fernando Costa Função: Agente 1 - SEGURANÇA 1.1 - Quais investimentos e valores estão previstos no PAEMB ou em algum outro programa de investimentos que contribuem para ampliar as instalações físicas das OM da Marinha do Brasil na fronteira oeste, em especial em Ladário, Cáceres e Porto Murtinho? R – Em Porto Murtinho não há investimentos previstos. 1.2- Quais ações planejadas ou em implementação para o Com6DN interagir com o Sistema de Vigilância de Fronteira (SISFRON) do Exército Brasileiro (EB)? R - Não tenho conhecimento da existência de ações para a área de Porto Murtinho. 1.3- Quais ações de defesa foram realizadas em conjunto com o (EB) e resultados obtidos no período de 2009 a 2014? Quais ações de defesa estão programadas para 2014 e 2015? R - As únicas operações em conjunto com o EB recentes de que se tem registro, ocorreram durante as Operações Ágata. 1.4- Os países da Bolívia e Paraguai apresentam alguma instabilidade institucional ou intenções de ameaça à soberania Brasileira, ou seja, hipótese de emprego de ações de defesa? Quais? R - No caso de Porto Murtinho, o Paraguai, não há registro de fato dessa natureza. 1.5 - Como tem sido o relacionamento com as forças armadas da Bolívia e Paraguai no período de 2009-2014? Existe alguma agenda de tratamento de assuntos de interesse em comum ? Há perspectiva de se concretizar ações em conjunto com as forças? R - O relacionamento com a Armada Paraguaia é bom, contudo, aquela instituição, pelo menos aqui no trecho sob jurisdição desta Agência, não é atuante. Não fiscaliza, não contribui com a segurança da navegação. Eventualmente as embarcações paraguaias abordadas com problemas são encaminhadas para a Armada Paraguaia, apenas por questão de conveniência e sabe-se que, lá, há aplicação de multas arbitrárias e que os valores arrecadados ficam com os próprios agentes. 1.6 - Quais as dificuldades ou limitações para tratar assuntos de segurança que envolvem crimes transfronteiriços com as autoridades militares da Bolívia e Paraguai? Há alguma agenda para promover segurança coletiva na faixa de fronteira com as forças armadas ou órgãos de segurança da Bolívia e Paraguai? Em que ações o Com6DN tem possibilidade de atuar? R - As dificuldades com as autoridades paraguaias, é que não há atuação efetiva da parte deles, isso dificulta o trabalho de fiscalização nos rios. Não há agenda para eventual atuação em conjunto nesse sentido. Em havendo um acordo binacional, poderia haver um calendário anual de operações conjuntas, em que efetivamente houvesse a participação da Armada Paraguaia nas ações de Inspeção Naval. 1.7- O Com6DN participa de algum fórum interministerial, ou com as secretarias de segurança dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ou integra gabinete de gestão de defesa do Ministério da Justiça destinados ao incremento da segurança na faixa de fronteira? Qual a forma de participação e quais resultados? R - Sim, mensalmente há reuniões do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira (GGIFRON), na cidade de Jardim-MS, sob a coordenação da Secretaria Estadual de Segurança Pública, ocasiões em que são planejadas operações conjuntas, mas sem -I–1/4- 79 hierarquia nem subordinação, cada órgão participa do modo que melhor lhe convir e no final envia os dados obtidos por meio de Relatório padrão àquela Secretaria. 1.8 - O Ministério da Defesa ou o Comando de Operações Navais possuem diretrizes específicas para o Com6DN atuar na faixa de fronteira? Quais diretrizes? R - Não tenho conhecimento, mas todo ano ocorre a Operação Ágata, que envolve toda a faixa de fronteira e todas as OM desta área participam efetivamente. 1.9 - O Com6DN exerce plenamente o poder de polícia na faixa de fronteira quando não está acompanhado de representantes dos órgãos de segurança? Quais as dificuldades ou restrições para exercício do poder de polícia? R - Não posso falar pelo Com6ºDN, mas a AgPMurtinho embora ainda não tenha se deparado com algum caso em que houvesse a efetiva necessidade, está preparada para exercê-lo, contudo, isso só acontecerá se estiver cercada de todas as precauções e devidamente apoiada pelos demais órgãos competentes e indispensáveis. 1.10 -Quais ações de segurança foram realizadas em conjunto com o (EB) e órgãos de segurança e resultados obtidos no período de 2009 a 2014? Quais ações de segurança estão programadas para 2014 e 2015? R - Só tenho registro de 2012 para cá, mas nesse período foram poucas vezes em que a MB operou em conjunto com o EB, isso ocorreu mais durante a Operação Ágata. Os resultados não foram muito diferentes dos de outras operações iloladas, apenas se teve a sensação maior de segurança durante a operação, pelo fato de se estar com um efetivo do EB armado fazendo cobertura à operação. 1.11 - Como se dá o compartilhamento de informações operacionais com os órgãos de segurança? O Com6DN acessa algum sistema informatizado desses órgãos e a MB disponibiliza algo semelhante? Há confiança entre os órgãos de segurança sobre o compartilhamento das informações? R - A troca de informações ocorre por meio do canal técnico do Sistema Brasileiro de Inteligência, e normalmente só há essa troca dentro de cada operação e apenas de aspectos coerentes e pertinentes. No que diz respeito às Polícias Civil e Militar, não há muita troca de informação, pois às vezes há indícios de que naquelas corporações há elementos que não possuem a devida credibilidade para manusear tais informações. 1.12 - Quais ações são desenvolvidas com a Polícia Federal em Corumbá, Porto Murtinho e em Cáceres? Quais resultados alcançados? R - Não tem ocorrido ações em conjunto com a PF em Porto Murtinho, até mesmo porque aqui não há representação daquela corporação. Nos últimos dois anos, a única vez que foi vista uma viatura da PF em Porto Murtinho foi na cobertura das eleições municipais. 1.13 - O Grupo Especial de Fronteira GEFRON, é uma ação integrada da Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso. Foi criado em 2002 com a missão de combater os crimes transfronteiriços do Mato Grosso com a Bolívia, apoiando as ações das Forças Armadas e da Polícia Federal, que constitucionalmente possuem atribuições de defesa e segurança pública das fronteiras do Brasil. Quais interações o Com6DN realiza com o GEFRON, em especial as OM em Cuiabá e Cáceres? R - No caso aqui em Porto Murtinho, o Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira é quem tem essa atribuição, e mensalmente ocorrem reuniões para deliberar ações de segurança envolvendo os principais órgãos de Segurança Pública. 1.14 - Os militares, antes de serem movimentados para o Com6DN, são investigados sobre eventual envolvimento com ilícitos na cidade de origem? São -I–2/4- 80 acompanhados após desembarcarem do Com6DN? R - Não tenho certeza disso, mas creio que todos passam por uma análise, inclusive o prontuário de todos que são movimentados na MB é encaminhado para a OM de destino, a fim de servir de fonte de consulta e registro de eventuais condutas nocivas. 2- DESENVOLVIMENTO 2.1 - Quais os valores das folhas de pagamento, de civis e militares, da ativa e da RRM residentes em Corumbá/Ladário , Cáceres e Porto Murtinho? R - Em Porto Murtinho a Folha de Pagamento gira em torno de R$ 37.000,00. 2.2 - Qual a estimativa de endividamento médio do pessoal militar e civil, da ativa e da RRM? R - Da ativa e da reserva, em torno de 30%. 2.3 - Qual os valores de Execução Financeira realizadas de 2009 a 2013 em Corumbá/Ladário , Cáceres e Porto Murtinho? R - Esses dados não estão disponíveis nesta Agência, pois em sendo uma OM apoiada, recebe todo o material adquirido pela Capitania Fluvial do Pantanal, a quem cabe gerenciar os montantes e recursos envolvidos. 2.4 - Quais os percentuais de despesas compulsórias de 2009 a 2013 em Corumbá/Ladário , Cáceres e Porto Murtinho? R - Esses dados não estão disponíveis nesta Agência, visto ser uma OM apoiada e todas as faturas de despesas compulsórias serem encaminhadas pelas concessionárias diretamente à Capitania Fluvial do Pantanal (CFPN). 2.5 - Quais empresas de manutenção ou construção de embarcação/navios estão instaladas (legal ou ilegalmente) ao longo da calha do rio Paraguai no trecho entre Cáceres e Porto Murtinho? R - Na jurisdição de Porto Murtinho não há empresas estruturadas nesse segmento. Os reparos são feitos de forma improvisa por pequenos prestadores de serviço. 2.6 - Quantas embarcações/navios civis são cadastradas e ativas, separadamente, em Corumbá/ Ladário, Cáceres e Porto Murtinho? R - Em Porto Murtinho, cerca de 4.600 embarcações. 2.7 - As embarcações/navios civis de Cáceres e Porto Murtinho quando necessitam de reparos mais complexos utilizam a estrutura da BFLa? É possível R - Alguns, sim. Normalmente a BFLa tem limitações para atender a embarcações de órgãos extra-MB, havendo a necessidade de um agendamento prévio. 2.8 - A BFLa possui capacidade ociosa que possa reparar embarcações/navios civis inclusive as existentes na Bolívia e Paraguai? R - Não posso responder pela BFLa, mas creio que não. 2.9 - Qual a avaliação e perspectivas de incremento no relacionamento com o Instituto Federal na formação de mão-de-obra no sentido 'dual" na medida que esses futuros profissionais possam ingressar na Marinha do Brasil? Quais são os cursos realizados? R - Aqui em Porto Murtinho não há unidade do Instituto Federal. 2.10 - Em 2009, o Depósito Naval de Ladário realizou 03(três) cursos de capacitação de fornecedores para licitações em Corumbá/Ladário. Tem sido realizadas ações para incrementar a participação de empresas locais (Corumbá/ Ladário, Cáceres e Porto Murtinho ) nos processos de aquisição e contratações de serviço? Quais resultados alcançados? R - Em Porto Murtinho há poucas empresas (fornecedores e prestadores de -I–3/4- 81 serviços) devidamente legalizadas, e estas nem sempre demonstram interesse em participar de processos licitatórios, mesmo havendo convites e estímulos por parte desta Agência. 2.11 - O Com6DN participa de fóruns municipais, estaduais ou federais com vistas a promover o desenvolvimento econômico na faixa de fronteira tanto no sentido de garantir a navegação segura como indutor no processo de desenvolvimento econômico que está em curso? Com tem sido essas as participações e quais planejamentos que estão em andamento? R - Não tenho conhecimento. Em Porto Murtinho não há eventos nesse sentido. 2.12 - Quais ações sociais foram realizadas no período de 2009 a 2013? Quantas pessoas foram atendidas na faixa de fronteira compreendidas entre Cáceres e Porto Murtinho? R - Porto Murtinho sofreu em abril de 2013 uma grande enchente, a qual deixou centenas de pessoas desabrigadas, muitas vias intrafegáveis e muitos prejuízos. Em função desse fato, as Forças Armadas programaram e realizaram uma grande Ação Cívico Social nesta cidade, como parte da Operação Ágata, ocasião em que foram reformadas 5 (cinco) escolas públicas, recuperação de estradas, mutirão de saúde e serviços sociais, etc. 2.13 - Quantos Bolivianos e Paraguaios foram atendidos nas ações sociais referente à pergunta anterior? R - Não tenho esse dado. 2.14 - Quantos Bolivianos, Paraguaios e Brasileiros não beneficiário do Sistema de Saúde da Marinha foram atendidos no Hospital Naval de Ladário no período de 2009 a 2013?R - Não tenho conhecimento. Mas sei que em Porto Murtinho é comum o atendimento médico a paraguaios no Sistema de Saúde Municipal. 2.15 - Caso inexistisse restrição legal (lei de licitação entre outras) como poderia ser a atuação da Marinha do Brasil em prol do desenvolvimento e no sistema de educação na faixa de fronteira? R - No caso específico de Porto Murtinho, a MB já faz um trabalho de qualificação de Aquaviários. Todo ano esta Agência realiza cursos para profissionais desta área, além de também aplicar frequentemente provas para habilitação de Amadores. 2.16 – Em que medida a sinalização náutica contribui para o desenvolvimento da região? Há estimativa de riqueza transportada pelo rio Paraguai no trecho Cáceres a Porto Murtinho e se há projeção de ampliação de transporte com os atuais investimentos no desenvolvimento planejado pelos governos estaduais de mato grosso e mato grosso do sul?R - O balizamento de toda a calha do rio Paraguai sob jurisdição desta Agência é realizado pela Marinha do Brasil, e contribui substancialmente para a segurança da navegação. Por Porto Murtinho passam diariamente vários comboios formados por em média 20 balsas, todas carregadas de minério de ferro, soja, milho, e outros. 3.0 - Sugestões para promover mais segurança e mais desenvolvimento na faixa de fronteira.R - Buscar a integração entre os dois países, sobretudo dos órgãos de segurança pública na faixa de fronteira, por meio de tratados binacionais, com ou sem repasses, mas sobretudo, em que se consiga desenvolver a mentalidade e o sentimento de que uma fronteira só será efetivamente segura se houver o comprometimento dos dois lados. OBS: ESTA ENTREVISTA FOI ENVIADA POR EMAIL E RESTITUÍDA PELA AUTORIDADE. TEM NATUREZA DIDÁTICA E SERÁ UTILIZADA TÃO SOMENTE PARA EXECUÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO CAEPE/14. -I–4/4- 82