Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina ICF Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias de julho de 2014 Permanece a deterioração da confiança das famílias catarinenses A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) catarinenses subiu na comparação mensal e caiu na anual, mas ainda assim chegou a julho no positivo patamar de 132,4 pontos, isso em uma escala que vai de 0 a 200 pontos. O resultado, apesar da forte queda anual, ainda expressa um otimismo das famílias catarinenses com relação às suas possibilidades de consumo, mesmo que a mesma esteja em deterioração. INDICADOR jul/14 VARIAÇÃO MENSAL VARIAÇÃO ANUAL Emprego Atual 140,6 3,4% -0,3% 85 -2,9% -19,0% Renda Atual 158,5 2,3% -3,4% Acesso ao Crédito 154,1 1,9% -3,2% Nível de Consumo Atual 104,9 -0,8% -12,0% Perspectiva de consumo 123,3 -5,2% -22,3% Momento para duráveis 160,4 1,6% -4,2% ICF 132,4 0,4% -8,6% Perspectiva Profissional Emprego, renda e consumo atuais Emprego, renda e consumo atual continuam apresentando números positivos, mesmo frente às incertezas em torno da economia brasileira. A confiança em relação à renda atual subiu 2,3% em comparação ao mês de junho e na comparação com o mesmo mês do ano anterior houve queda de -3,4%. Já as expectativas com relação ao consumo atual caíram -0,8% na variação mensal e -12% na comparação anual. O nível de emprego subiu 3,4% em termos mensais e caiu -0,3% em termos anuais. Em termos absolutos, os indicadores em questão se encontram acima da barreira dos 100 pontos, o que denota um otimismo dos catarinenses com emprego atual, renda atual e consumo. Os dados em ordem decrescente são: renda atual com 158,5 pontos, emprego atual com 140,6 pontos e, por fim, nível de consumo atual com 104,9 pontos. Perspectiva profissional No mês de junho esse indicador apresentou uma queda de -2,9% na comparação mensal e de expressivos -19,0% na comparação anual. Em termos absolutos a marca voltou a se situar abaixo dos 100 pontos. Isso demonstra que os catarinenses estão pessimistas em relação à sua perspectiva profissional. Impressão respaldada pela redução das vagas observada no semestre passado, bem como a desaceleração do crescimento da renda. Acesso ao crédito O acesso ao crédito, em termos mensais, apresentou alta de 1,9%. Na variação anual houve queda de -3,2%. O que indica que o elevado grau de endividamento das famílias e as elevadas taxas de juros já estão comprometendo sua capacidade de contrair mais dívidas, apesar da alta mensal, oriunda muito devido a manutenção da taxa Selic em 11% desde maio. Em termos absolutos, o índice ficou em 154,1. Perspectiva de consumo A perspectiva de consumo das famílias catarinenses caiu no mês. O indicador teve como pontuação o valor de 123,3 pontos, queda de -5,2% na comparação mensal. No ano o índice despencou, a queda foi de -22,3%. Apesar dos resultados deste mês, índice ainda demonstra que as famílias catarinenses ainda estão otimistas, mas cautelosas, diante da pressão inflacionária, da perspectiva de baixo crescimento da economia e de seus salários, junto com o elevado grau de endividamento e o crescimento menor da renda. Momento para duráveis O momento para duráveis subiu mensalmente em 1,6%. No índice anual caiu -4,2%. Ainda assim, em termos absolutos, o índice se encontra em patamares muito positivos (160,4 pontos), o que revela uma percepção otimista dos catarinenses com relação ao momento para duráveis. A elevação do índice no mês demonstra justamente que as famílias, à medida que vão pagando suas antigas dívidas, voltam a poder consumir. Porém, ainda não como antes, devido ao cenário conturbado. Por isso, neste contexto, é fundamental ao empresário do comércio investir em promoções e diversificar as formas de venda. Conclusão O ICF, apesar da queda anual de 8,6% e da pequena alta mensal de 0,4%, continua em patamar elevado, acima dos 100 pontos, com 132,4 pontos. Entretanto, a oferta de crédito mais restrita, junto com o elevado nível de endividamento, agregado a um menor crescimento da renda real, continuam deteriorando mês a mês a confiança das famílias. Apesar do “efeito Copa” ter trazido um pequeno incremento mensal na confiança dos consumidores, isso não deve permanecer nos próximos meses. A situação tende a ser de baixo crescimento durante todo o ano, impactando suavemente as vendas do comércio em 2014, mantendo-as com nível baixo de crescimento (em torno de 3,5% ao ano). Metodologia Foram entrevistados consumidores em potencial, residentes no Município de Florianópolis, com idade superior a 18 anos. Para fixar a precisão do tamanho da amostra, admitiu-se que 95% das estimativas poderiam diferir do valor populacional desconhecido “p” por no máximo 3,5%, isto é, o valor absoluto “d”(erro amostral) assumiria no máximo valor igual a 0,035 sob o nível de confiança de 95%, para uma população constituída de consumidores em potencial. Preferiu-se adotar o valor antecipado para “p” igual a 0,50 com o objetivo de maximizar a variância populacional, obtendo-se maior aproximação para o valor da característica na população. Em outras palavras, fixou-se um maior tamanho da amostra para a precisão fixada. Assim, o número mínimo de consumidores a serem entrevistados foi de 500, ou seja, com uma amostra de no mínimo 500 consumidores, esperou-se que 95% dos intervalos de confiança estimados, com semi-amplitude máxima igual a 0,035, contivessem as verdadeiras freqüências.