16. A COMPETITIVIDADE DE PORTUGAL 16.2 VANTAGEM COMPETITIVA DAS NAÇÕES • O país de origem afecta o desempenho das empresas e a evolução das empresas influencia a competitividade do país. • Segundo o modelo do diamante nacional, quatro factores determinam a competitividade de um país num dado sector. Acaso Estratégia, estrutura e rivalidade empresariais Condições dos factores Condições da procura Indústrias relacionadas e de suporte Governo 16.3 GESTÃO DOS FACTORES DO DIAMANTE • A gestão dos quatro factores genéricos do modelo do diamante deve privilegiar o reforço dinâmico da competitividade. • As nações fomentam a competitividade das suas indústrias desenvolvendo factores especializados e avançados de suporte aos sectores • Os clientes influenciam a competitividade das Condições da indústrias nacionais através das suas escolhas, da procura dimensão e crescimento e da afirmação internacional Indústrias • A competitividade de uma nação depende relacionadas e de também do nível de qualidade e eficiência das suporte indústrias a montante, a jusante e relacionadas Estratégia, estrutura • Estratégias, estruturas e estilos de rivalidade que e rivalidades promovem o investimento e a inovação reforçam a empresariais competitividade de uma nação • Geralmente, a competitividade internacional advém do aproveitamento da boa posição inicial em poucos factores e no desenvolvimento gradual dos restantes factores. Condições dos factores 16.4 CLUSTERS SECTORIAIS • Um cluster sectorial é uma fileira de indústrias relacionadas entre si através de laços verticais ou horizontais, resultantes de acordos de fornecimento e compra ou de diversificação. • Um mapa de clusters está dividido em três categorias Materiais/ Metais Negócios variados Alimentação e bebidas Produtos florestais Transportes Imobiliário e produtos para a casa Produção e distribuição de energia Têxteis/ vestuários Petróleo/ Químicos Escritórios Saúde Semicondutores/ Computadores Telecomunica -ções Bens e serviços pessoais Indústrias de base Defesa Funções industriais e de suporte Entretenim ento/ lazer Bens e serviços de consumo final 16.5 CLUSTERS REGIONAIS • Com frequência, os clusters competitivos de um país apresentam uma localização geográfica concentrada; devido a: • As empresas poderem partilhar informação e recursos • Ser mais fácil a adaptação conjunta ao meio envolvente • Ser possível reduzir os custos de transporte • A rivalidade tender a ser mais intensa • A criação de infra-estruturas de suporte ser viabilizada 16.6 CLUSTERS REGIONAIS • Em contrapartida, se o diamante numa dada região estiver incompleto, a competitividade de todo o cluster regional é afectada! • Perante a crescente abertura e integração económica à escala continental, os factores de âmbito nacional têm vindo a perder importância para os factores de âmbito regional. • Actualmente existem mesmo clusters regionais que abrangem zonas específicas de diferentes países. 16.7 VANTAGEMS COMPETITIVAS DE PORTUGAL • Para determinar a competitividade das indústrias nacionais é necessário analisar primeiro o diamante em Portugal e avaliar depois o seu estado em sectores específicos. Acaso Estratégia, estrutura e rivalidade empresariais Condições dos factores Condições da procura Indústrias relacionadas e de suporte Fraco relacionamento e suporte mútuo, recurso ao estrangeiro Governo 16.8 CLUSTERS REGIONAIS EM PORTUGAL • O subdesenvolvimento dos clusters nacionais deriva também da sua excessiva dispersão geográfica, que limita o potencial de cooperação. 16.9 ESTRUTURA DUAL EM PORTUGAL • Em Portugal existe, por um lado, várias empresas bem geridas e com uma elevada competitividade internacional, e, por outro lado, muitas empresas pouco competitivas. • Na prática, esta estrutura dual do tecido empresarial português inviabiliza o rápido crescimento da competitividade nacional. É importante que as lições de sucesso das melhores organizações nacionais sejam transplantadas para as empresas menos competitivas! • Em última análise, o bom desempenho a longo prazo de qualquer organização resulta da consistência da sua actuação em todas as três vertentes da estratégia empresarial: • Análise estratégica • Formulação da estratégia • Organização e implementação da estratégia 16.10 INSUFICIÊNCIA DE INOVAÇÃO EM PORTUGAL • Em particular, a insuficiência de tecnologias próprias limita bastante as opções estratégicas das empresas portuguesas. Enfoque nos baixos custos e não na diferenciação Integração vertical baixa custos mas não cria valor Orientação principal para mercado doméstico • Fracas competências centrais internas a longo prazo Ausência de tecnologias próprias Internacionalização limitada e pouco consistente Crescimento via diversificação não relacionada Desenvolvimento externo facilita entrada nos negócios Dependência estratégica de parceiros externos O investimento na inovação possibilita criar novos produtos e marcas, entrar em novos segmentos e mercados geográficos, gerar mais valor para os clientes e reduzir os custos. 16.11 PERSPECTIVAS PARA O FUTURO • Tipicamente, as nações atravessam quatro fases distintas de desenvolvimento ao longo do tempo. Crescimento Orientação para os factores • Orientação para o investimento Declínio Orientação para a inovação Orientação para a riqueza A generalidade dos clusters portugueses está a transitar da fase orientada para os factores para a fase orientada para o investimento. Os sectores nacionais dos bens de equipamento, electrónica e tecnologias de informação, automóvel e papel estão já a entrar na fase de inovação! • O desenvolvimento de Portugal assentará no reforço da competitividade nos clusters tradicionais e na penetração acrescida em novos clusters com maior valor acrescentado 16.12 NOVA VISÃO ESTRATÉGICA PARA PORTUGAL • Dadas as fraquezas e forças relativas de Portugal, os competidores nacionais tenderão a ser mais bem sucedidos se se especializarem em nichos de negócios bem definidos. • Assim, a competitividade de Portugal resulta da escolha dos clusters onde a nação deve investir e da natureza das estratégias adoptadas em cada cluster. • Em síntese, são os empresários e gestores que, através das suas decisões estratégicas, determinam o sucesso das empresas, indústrias, clusters e, por consequência, nações. A visão estratégica para um novo Portugal tem pois de nascer nos esforços concertados dos empresários e gestores nacionais!