S IN A S E F E Boletim SINASEFE Ano X - Nº 376 – 04 de outubro de 2007 EDITORIAL A PLENA fará mais uma vez o debate sobre os rumos do nosso movimento neste 2º semestre Na última semana se iniciou um processo de interlocução mais concreto com o Governo sobre os Docentes da Rede Federal de Ensino. Já vêm participando, desde agosto desse ano, dessas reuniões, o ANDES, o SINASEFE e o PROIFES, mas somente agora tivemos um aceno concreto que poderíamos considerar tal processo como um início de negociações com este setor. De início o Governo já se posicionou contra a manutenção da paridade e colocou o obstáculo orçamentário para o processo de incorporação das gratificações ao vencimento básico dos Docentes. Colocou de maneira indefinida que pretende trazer melhorias ao vencimento básico, mas pontuou que tal processo, na ótica deles, deve acabar se dando também com a discussão da jornada de trabalho dos Docentes da Rede. E a partir dessas posições, pontuamos nas três reuniões já ocorridas que a categoria tem pressa e que é preciso que o governo apresente algo concreto, ainda neste mês de outubro, para que possamos nos posicionar sobre o que fazer na base do movimento. E esta nossa preocupação com as questões mais específicas do setor que representamos tem que estar interligada ao momento que vivenciamos, por conta dos insistentes ataques que o Governo promovendo aos Servidores, e que agora tendem a se ampliar e ser agilizados dentro do Congresso Nacional. Nesta semana, por exemplo, começou a ser debatido na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados o PL 4497/2001, que regulamenta o direito de greve no serviço público federal. O PL coloca a educação como serviço essencial e limita o exercício do direito de greve para os profissionais da área, dando uma clara demonstração do que pretendem para o próximo período: inibir as ações do movimento, numa clara tentativa de passar suas propostas de retirada de direitos dos Trabalhadores (as), sem um revide das organizações sindicais. Além dessa novidade, continua tramitando no Congresso o PLP 01, que limita os gastos com os Servidores Públicos Federais por dez anos. Nesta questão, o governo já pontuou que não irá retirá-lo de pauta, e por isso será necessária a nossa atenção e mobilização contra a aprovação do mesmo. Outro projeto que nos atinge e que também tramita no Congresso é o PL 1992/2007, que cria a Previdência Complementar para os SPFs e, entre outras coisas, impede que novos servidores tenham direito à aposentadoria integral. Diante desses ataques e da falta de uma política salarial definida, onde os Servidores têm que se mobilizar a cada período para evitar prejuízos ainda maiores, é que alguns setores vêm se articulado para construir os embates necessários contra tudo isso. O ANDES, por exemplo, já tirou seu indicativo de greve e vem construindo este movimento junto à sua Base, entretanto só terá uma definição a partir da sua próxima Plenária Nacional que ocorrerá simultaneamente com a nossa próxima PLENA. Nós do SINASEFE temos mantido nos nossos fóruns a lógica de uma Greve Unificada, mas sem as possibilidades de que tal greve ocorra em 2007. Portanto, é preciso que a Base do SINASEFE, a partir da Convocatória da 83ª PLENA, venha apontar o caminho a seguir. Ou continuamos na construção aprovada no último período ou fazemos o debate, baseado na posição clara das nossas Bases, sobre possibilidades de uma Greve Setorial, como foi aventado no debate da última PLENA (82ª). Como sempre, a expectativa é que a Base possa escolher o melhor caminho, nós da Direção Nacional estaremos preparado para encaminhar o processo. Reunião com o MPOG não tem avanços S IN A S E F E Boletim SINASEFE Ano X - Nº 376 – 04 de outubro de 2007 Aconteceu no dia 03 de outubro a primeira Reunião Técnica da Mesa de Negociação Setorial dos Servidores da Educação Federal com o Governo. Nesta reunião falou-se superficialmente sobre as propostas apresentadas pelas entidades nas suas pautas setoriais, mas o governo não apresentou nenhuma contraproposta. O SINASEFE solicitou à Secretaria de Recursos Humanos do MPOG um banco de dados com o quadro de servidores, mas ainda não recebeu resposta. A próxima reunião será realizada no dia 11. Direito de greve dos servidores está na Câmara O Projeto de Lei (PL) 4497/2001, da deputada Rita Camata (PMDB/ES), está na agenda de votação da Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados. O PL dispõe sobre os termos e limites do exercício do direito de greve pelos servidores públicos. O relator do projeto, deputado Nelson Marquezelli (PTB/SP), que também é presidente da Comissão de Trabalho, apresentou parecer favorável ao projeto. Entre outras coisas o PL define que no período de greve deve ser garantida “a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis de interesse público”. Ainda de acordo com o projeto as necessidades inadiáveis são “aquelas que, não atendidas, coloquem em risco iminente a segurança do Estado, a sobrevivência, a educação, a saúde ou a segurança da população, o exercício dos direitos e garantias fundamentais e a preservação do patrimônio público”. Caso os servidores não garantam a prestação desses serviços, o que caracterizaria o abuso de direito de greve, seria feita a contratação de serviço temporário. O SINASEFE está analisando a íntegra da proposta e acompanhando sua tramitação no Congresso Nacional. MPOG descumpre lei e não reajusta aposentadorias O Ministério do Planejamento não vem cumprindo a determinação da Lei 10.887/2004 e a orientação normativa nº 1 de 23/01/2007, nos seus artigos 51 (invalidez) e 73, e deixou de conceder reajustes aos aposentados por invalidez do serviço publico federal - aos que tiveram aposentadoria compulsória e às pensionistas que passaram a receber os benefícios após a Emenda 41/2003 em questão. Em resposta a uma consulta sobre o assunto, em despacho do Coordenador Geral de Seguridade Social e Benefícios do Servidor, Luiz Roberto Pires Domingues Junior, o Ministério declarou que “conforme o art. 15 da Lei nº 10.887, de 18 de julho de 2004, os proventos de aposentadoria e as pensões (...) serão reajustados na mesma data em que se der o reajuste dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social”. Ainda, de acordo com o Secretário, “o reajuste para aposentadorias e pensões que não foram amparadas pela paridade, no art. 40 da EC 41/2003, será efetivada pelo fator de reajuste dos Benefícios utilizado pelo Instituto Nacional de Seguro Social - INSS (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC) e será condicionado de acordo com as respectivas datas de inicio dos benefícios”. DRU faz educação perder R$ 72 bilhões em 12 anos O Brasil deixou de investir R$ 72 bilhões no financiamento da educação pública nos últimos 12 anos devido à Desvinculação das Receitas da União (DRU). De acordo com informações divulgadas pela Agência Estado, no dia 1º de outubro, apenas de 2000 a 2007, foram R$ 45,8 bilhões perdidos pelo Ministério da Educação (MEC). Esses valores foram calculados a partir do orçamento e a sua divulgação tem ligação com mobilização de diversas organizações que pedem o fim da DRU sobre as verbas educacionais. A briga gira em torno da votação no Congresso da emenda constitucional enviada pelo Executivo que prorroga a DRU até 2011, que é a mesma que garante a continuidade da CPMF. Anexado a essa mesma emenda constitucional, há um projeto, de autoria do deputado Rogério Marinho (PSB-RN), que propõe a volta progressiva da vinculação, nos próximos quatro anos, dos recursos da DRU para a Educação. A incidência do mecanismo sobre a receita do ensino público sairia dos atuais 20% para 15% em 2008, 10% em 2009, 5% em 2010 e zero em 2011. Tomando como base valores atuais, S IN A S E F E Boletim SINASEFE Ano X - Nº 376 – 04 de outubro de 2007 seriam pelo menos R$ 17 bilhões a mais nos próximos quatro anos, que deveriam ser investidos especificamente na educação básica. Sabemos que esse dinheiro que sai da educação é usado, atualmente, para fazer superávit ou para pagamento de juros pelo governo. Ao mesmo tempo, o governo insiste em dizer que é o que mais investiu na educação na história do nosso país, mas sabemos que a qualidade do ensino tem deixado muito a desejar, como o próprio ministro da Educação chegou a reconhecer recentemente. Esperamos que este dinheiro retorne, pois a educação nos Brasil precisa de investimentos urgentemente. Todos à Marcha Nacional à Brasília, em 24 de Outubro A Marcha a Brasília, que será realizada no dia 24 de outubro, deverá reunir todos os setores da sociedade organizada para declarar o descontentamento com as políticas neoliberais do Governo Lula. Os principais motivos da luta, manifestos em material de divulgação da Marcha, são: contra a reforma da Previdência; contra as reformas sindical e trabalhista; contra os altos preços de energia elétrica; pela anulação da privatização da Vale do Rio Doce; contra a criminalização dos movimentos sociais; e contra o pagamento da dívida externa e interna. Neste dia 24 de outubro faremos uma cobrança pública ao governo e demais autoridades - a partir da mobilização - para que tomem providências relacionadas à votação do Plebiscito, que deve ter seu resultado final divulgado no dia 8 de outubro, e que já ultrapassou a casa dos 06 milhões de votos. O SINASEFE está participando da Comissão Organizadora da Marcha, também promovida pela CONLUTAS, Assembléia Popular, Intersindical, Pastorais Sociais de São Paulo, COBAP e as organizações que estão impulsionando a Articulação em Defesa do São Francisco (contra a transposição e pela revitalização do rio), que deverão formar o Bloco da Luta Contra a Transposição e pela Revitalização do Rio São Francisco na manifestação que vai acontecer neste dia em Brasília. Quem ficará de fora da Marcha é a Direção do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que declarou que, como movimento, não assinará a convocação, não participará da organização nem fará uso da palavra na manifestação, mas que a sua Base estará liberada para participar da atividade se assim o desejar. Uma postura parecida é a adotada Direção da CUT e pela CMS (Coordenação de Movimentos Sociais), dando uma clara demonstração dos seus compromissos públicos com o Governo Lula. É importante que todas as Seções Sindicais do SINASEFE se articulem para enviar representantes para a Marcha em Brasília, pois esse será um importante momento de luta contra a política neoliberal implementada pelo Governo. O boletim de divulgação da Marcha Nacional a Brasília está disponível na página do SINASEFE na internet (www.sinasefe.org.br), em link específico da atividade. CONLUTAS avalia projeto sobre Centrais Sindicais O Projeto de Lei (PL) 1990, de 11 de setembro de 2007, que propõe o reconhecimento formal das centrais sindicais, foi apresentado pelo governo no dia 11 de setembro e já está tramitando no Congresso Nacional. Entre outras coisas, o PL estabelece o repasse às Centrais de parte dos recursos arrecadados com o imposto sindical, mediante indicação dos sindicatos filiados. A CONLUTAS, em nota, se posicionou como favorável “à legalização das Centrais Sindicais e ao seu reconhecimento enquanto tal, pelo Estado”. Porém, a entidade é contra o PL 1990/2007 e enumera, na mesma nota, as cinco principais motivações para ter essa posição: 1 – O PL dificulta acesso ao pleno reconhecimento por parte das Centrais pequenas, favorecendo as entidades maiores e tradicionais, o que é antidemocrático. 2 - Estabelece mais uma vez o Ministério do Trabalho como órgão responsável por receber o registro das entidades e de aferir a representatividade de cada uma delas, o que significa interferência do Estado na organização sindical, contra, inclusive, o que determina a Constituição de 1988. 3 – O projeto de Lei dá margem à interpretação de que as Centrais estariam autorizadas a negociar em nome dos trabalhadores, sem autorização dos sindicatos de base, em fóruns tripartites, um dos principais objetivos da reforma sindical e trabalhista. S IN A S E F E Boletim SINASEFE Ano X - Nº 376 – 04 de outubro de 2007 4 - O projeto de Lei estabelece a participação das Centrais Sindicais nos fóruns tripartites criados pelo governo para administrar suas políticas e fundos específicos, que faz com que as entidades cumpram uma função que é do Estado. 5 - O projeto de Lei destina parte (10%) do Imposto Sindical às centrais, mediante indicação do sindicato de base. A CONLUTAS é a favor da extinção deste Imposto, pois se trata de contribuição compulsória. A CONLUTAS já se posicionou, publicamente, que mesmo o projeto sendo aprovado, não receberá esse dinheiro e nem o utilizará para o financiamento da entidade, pois de acordo com o seu estatuto , o financiamento da Central Sindical e Popular deve se dar apenas pelo financiamento das contribuições espontâneas dos Trabalhadores (as) que compõem a CONLUTAS. CURTAS Projeto cria 09 escolas na Rede Federal O Senado aprovou no dia 27 um Projeto de Lei que cria seis novas Escolas Técnicas Federais e três Agrotécnicas Federais. Segundo informações do MEC, as unidades de ensino serão construídas em Rio Branco (AC), Macapá (AP), Campo Grande (MS), Nova Andradina (MS) e Brasília (DF). Estes estados ainda não possuíam escolas federais, por isso a necessidade de se criar autarquias via projeto de lei. Também serão construídas escolas em Marabá (PA), Canoas (RS), São Raimundo das Mangabeiras (MA) e Porto Velho (RO). Chamado da Comissão Eleitoral do SINASEFE No período de 15 a 18 de novembro do corrente ano, estaremos realizando em Brasília – DF o 21º CONSINASEFE; e como sabemos, o congresso deste ano é eleitoral. Por isso, mais uma vez queremos salientar a importância da participação de todos os companheiros e companheiras, pois uma participação maciça de todas as seções sindicais consolida cada vez os processos democráticos que sempre foram a tônica do SINASEFE em todos os seus fóruns de decisão. Conclamamos a todos/as os/as companheiros/as a estarem em Brasília – DF no período supracitado, para construirmos um Sindicato cada vez mais forte, unido e participativo. Direção Nacional divulga Plantão de Base Conforme definição do 20º CONSINASEFE, a Direção Nacional vem divulgar abaixo os plantões de base já definidos e agendados junto à DN. Período 24 de setembro a 5 de outubro 8 a 19 de outubro 22 de outubro a 1º de novembro Seção Sindical Ouro Preto/MG Sertão/RS Santa Inês/BA * Sobre a Rotatividade nestes plantões de base, as Seções deverão enviar seus pedidos e havendo uma lista de espera com uma Seção que já enviou representante para o plantão de base durante aquele período e uma outra que ainda não, será dada preferência à Seção que ainda não enviou seus representantes anteriormente (encaminhamento do 20º CONSINASEFE). AGENDA DO SINASEFE DATA 11 de outubro 18 de outubro 21 de outubro 22 e 23 de outubro 23 de outubro 24 de outubro De 15 a 18 de novembro 01 e 02 de dezembro ATIVIDADE Reunião Técnica no MPOG Reunião Política no MPOG Reunião Ampliada da Pasta Docente do SINASEFE Reunião Conjunta dos Docentes - SINASEFE e ANDES Reunião Política no MPOG Marcha Nacional à Brasília 21º CONSINASEFE Seminário Nacional sobre Carreira Docente – ANDES/SINASEFE LOCAL Brasília Brasília Brasília Brasíllia Brasília Brasília Brasília Brasília S IN A S E F E Boletim SINASEFE Ano X - Nº 376 – 04 de outubro de 2007 OBS: As mudanças sobre as atividades sobre a Carreira Docente foram propostas pela Comissão Nacional Pró-Carreira do Magistério Federal (ANDES e SINASEFE), devido as inúmeras atividades no mês de outubro. Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional – SINASEFE SCS, Quadra 2, Bloco C, sala 109/ (Ed. Serra Dourada) Brasília- DF – CEP 70300-902 Telefones (61) 3964-7555 e 3964-7556 – Fax: (61) 3226-9442 – e-mail: [email protected] – www.sinasefe.org.br Responsáveis por este Boletim: William Carvalho, Felipe Acácio (DN) e José Luiz Papa (Base – Ouro Preto/MG) Jornalista Responsável: Roberta Alves Ramos Mtb 2908 – DF OBS: O Companheiro Felipe Acácio, que assina este Boletim, não concorda com o conteúdo das matérias sobre a Marcha de 24 de outubro e sobre as Centrais Sindicais, a partir da ótica da CONLUTAS, mesmo com as deliberações estabelecidas pelos fóruns deliberativos do nosso Sindicato Nacional.