ELES FAZEM PARTE DESSA HISTÓRIA. . .
A história da Escola Salesiana São José esteve intimamente ligada à
vida, à presença e ao trabalho de muitos Irmãos religiosos salesianos que por
ela passaram e deram a sua contribuição sacrificada e valiosa, desde a sua
fundação até os nossos dias. Vamos encontrar entre essas valiosas pessoas os
irmãos Alcides Venturi, Luiz Stringari, Carlos Pedro de Godoy e Leonel
Mariano dos Santos a quem dedicamos a nossa homenagem sincera nos
Jogos Marianos de 2013, quando a escola completa 60 anos de vida. Abaixo,
uma pequena biografia de cada um dos nossos queridos Irmãos Salesianos,
para conhecimento da Comunidade Educativa dessa Instituição.
IR.
C
ARLOS PEDRO DE GODOY
Olhos esbugalhados, as crianças nem sequer piscavam. A imaginação voava para o mundo dos sonhos. À frente
de todos, voz pausada e tranquila o senhor Godoy apresentava seu plano, mirabolante para os adultos e fantástico
para as crianças de sua bicicleta voadora. Falava sério? Seria uma estratégia para aglutinar junto de si a petizada? Seria algum desajuste com a realidade? São questões que jamais terão respostas. O plano era ousado, envolvia
“engenharia”. Dois meninos, olhos brilhantes, já estavam convocados para “pilotar” a bicicleta. “É necessário ser
robusto”, dizia.
Hoje, jovens e até adultos, que embalaram esse sonho, narram com respeito a mística que envolvia o pro-
jeto. Aliás. . . as crianças sempre sonham. . . e era em torno deste salesiano que elas articulavam estes primeiros
sonhos maiores da juventude. Levado para assistir ao filme E.T. de Steven Spilberg, senhor Godoy afirmou que
“haviam roubado o seu projeto”. Saint Exupery ao escrever O Pequeno Príncipe procurou mostrar que dentro de
cada adulto existe uma criança. E uma daquelas crianças, hoje adulta, com importante posição social, afirmava
com convicção: “O projeto do senhor Godoy realizou-se. O que é, afinal, o ultraleve, senão uma bicicleta voadora?”.
Senhor Godoy foi um salesiano do pátio e da assistência. Sua simplicidade matreira atraía a garotada.
Exímio jogador de dama e xadrez tinha ao seu redor toda a garotada desejosa de derrota-lo. Existia, então, espaço para “a palavrinha ao pé-de-ouvido”, a advertência e o conselho. O dia-a-dia da escola o teve como zeloso
e amado assistente. No salão de jogos ensinava truques, ganhava e, raramente, perdia, aliás, sempre que uma
partida lhe era desfavorável, procurava ganhar tempo com boa conversa para que o sinal batesse e a partida não
chegasse ao fim. Mantinha assim a aura de invencível em todos os jogos. Derrotá-lo era uma vitória maior, ambicionada por alunos e oratorianos.
Faleceu às 16h30min., no dia 26/10/97 em um dia de Domingo. A saída do seu enterro coincidiu com o
recreio. Muitos alunos se aglutinaram espontaneamente à porta da igreja e, quando o caixão passou, nasceram
palmas espontâneas daquelas crianças e adolescentes que experimentaram sua doçura e bondade.
Bem depois do meio-dia, a garotada foi embora. E o silêncio foi tomando os pátios, pórticos e salões da es-
cola Salesiana São José. Uma casa salesiana sem jovens é sem vida, fica de luto, o único e verdadeiro. (Biografia
baseada em depoimentos do Pe. Dílson Passos Júnior)
IR.
L
UIZ STRINGARI
Ficou guardada na lembrança de todos os ex-alunos a figura do Senhor Luiz, distribuindo as bolas de futebol
nos intervalos das aulas: “bons tempos”, testemunhos de todos que o cercavam nas horas das brincadeiras.
Dedicou toda a sua existência à Educação de crianças e jovens, esses últimos, principalmente, no âmbito
da formação profissionalizante. Em viagem à Itália, na Inspetoria Subalpina, norte da Itália, na época difícil
da Segunda Grande Guerra, diplomou-se no Curso de Eletromecânica no Instituto Internacional de Turim, em
1946.
Grande devoto de Nossa Senhora Auxiliadora, também apoiou sua ação pedagógica nos ensinamentos de
Dom Bosco, inspirador da Pedagogia Salesiana. Ainda hoje, essa presença é destaque, pois testemunhou o passado na ação presente, em sua assistência festiva aos recreios das crianças e dos jovens, em seu carinho e organização da horta e no cuidado com os cães e codornas.
Filho de Ferdinando Stringari e Giácoma Deretti Stringari. Fez o noviciado no Liceu Nossa Senhora Au-
xiliadora, em Campinas, SP. Já como salesiano, trabalhou no Externato São João – Campinas, SP e nas Escolas
Profissionais Dom Bosco de Cachoeira do Campo, MG.
Homem de profundo espírito de oração e humildade edificou a todos com a sabedoria da palavra e do seu
testemunho.
Faleceu no dia 19 de dezembro de 2008.
IR.
A
LCIDES VENTURI
Conhecido popularmente como Cidão, apesar desse cognome contrariar o seu porte físico. Sempre presença atuante junto às oficinas do Centro Profissionalizante Dom Bosco, bem como no oratório festivo nos finais de semana.
Preocupava-se com os equipamentos de “sons” e com todo o maquinário da entidade. Revelou sempre um profundo amor ao trabalho e viveu, de forma simples e alegre, a dimensão do “trabalho santificado” o que fazia pensar
que estivesse sempre rezando, ainda que passasse a maior parte do seu dia no meio dos alunos, supervisionando
as oficinas e orientando os jovens em seu processo de aprendizagem profissional. Assim como os outros salesianos, tinha muita devoção a Nossa Senhora Auxiliadora. Dava uma atenção especial ao altar, principalmente nos
meses de Maio. Valorizava a criatividade e inovava sempre. Partilhava de todos os eventos dos jovens do CPDB.
Tinha por hábito, todas as manhãs e tardes, chegar ao Salão de Jogos e “bater com os dedos levemente no microfone” para pedir o silêncio dos alunos, e todos com um gesto de respeito obedeciam-no para iniciar o Bom Dia e o
Boa Tarde. Não deixava de comparecer aos “Dias da Turma” e às Formaturas dos alunos.
Segundo filho de sete irmãos, Alcides Venturi nasceu em 18 de junho de 1928, em Rio do Oeste-SC, filho de
Maximiliano Venturi e Amabile Scoz Venturi. Sua família mudou-se para Taió, onde teve seu primeiro contato
com os salesianos que fariam parte definitiva em sua vida. Do colégio São Paulo, em Ascurra – SC, veio para Lorena, Lavrinhas, Pindamonhangaba, completando sua formação até terminar a Faculdade de Filosofia, em 1950.
Foi professor/assistente em Ascurra, Lorena e Campinas. De 1954 a 1958, trabalhou, ativamente, na recém-inaugurada Escola Salesiana São José.
Formou-se em Elétrica-Eletrônica no Curso de Pedagogia de Ensino Industrial de Curitiba em 1961. Vol-
tou para a Escola Salesiana São José, onde permaneceu até 1969, quando foi transferido para Sorocaba. Lá, exerceu as funções de professor e assistente até 1973, quando, mais uma vez, regressou à Escola Salesiana São José e
permaneceu como Coordenador Técnico do Centro Profissional Dom Bosco - CPDB até o seu falecimento, em 23
de novembro de 2011. (Biografia com depoimentos de Maria Amália – CPDB)
IR.
L
EONEL A. DOS SANTOS
O Ir. Leonel nasceu em Serra Negra, SP, no dia 25 de janeiro de 1915. Filho de José Antonio dos Santos e Amélia dell’ Angélica dos Santos. A partir do noviciado, mudou o sobrenome Antonio para Mariano.
Sempre teve predileção para a Medicina. Glorificava-se com o título de “Enfermeiro Padrão”. Com suas
consultas e medicamentos, procurava lembrar às pessoas que era também religioso. Por isso dizia aos seus clientes que, junto com as mezinhas receitadas, havia também uma Ave Maria. Em vista disso, no decorrer de sua
vida salesiana, sempre exerceu a função de Enfermeiro, além de outras atividades apostólicas. Outro título de
que também se orgulhava era o de professor de Ensino Religioso, formação essa, após um curso no Pio XI, em
São Paulo. Gostava de trabalhar nos Oratórios Salesianos por onde passou. Na pequena palestra, no término dos
recreios, fazia questão de mostrar uma fita da vida de Dom Bosco, por quem nutria muita devoção.
Em todas as casas salesianas em que trabalhou, foi admirado pela dedicação às pessoas e pelo seu bom hu-
mor. Era piedoso e tinha filial devoção à Nossa Senhora Auxiliadora.
De 1994 até 1999, permaneceu em Campinas, no Liceu Nossa Senhora Auxiliadora, para cuidar de sua saú-
de, onde veio a falecer no dia 05 de maio do mesmo ano, aos 84 anos de idade e 55 anos dedicados à vida religiosa.
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eles fazem parte dessa história.