A6 Política %HermesFileInfo:A-6:20151222: O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 22 DE DEZEMBRO DE 2015 PMDB do Rio anuncia apoio a Temer Após divergências entre alas pelo controle do partido, Pezão, Cabral e Paes se reúnem com vice-presidente em busca de ’pacificação’ UESLEI MARCELINO/REUTERS-9/12/2015 Luciana Nunes Leal / RIO Depoisdeváriosdiasdeconflito entre o PMDB do Rio de Janeiroeovice-presidentedaRepública Michel Temer, presidente nacional do partido, um jantar anteontem abriu caminho para a pacificação. O encontro ocorreu na casa de Temer em São Paulo e reuniu o governadorLuizFernandoPezão, o prefeito Eduardo Paes e o ex-governador Sérgio Cabral, além do ex-ministro da AviaçãoCivilMoreiraFranco. Os líderes do PMDB-RJ negaram que façam parte do movimento para tirar Temer do comando do partido e reiteraram apoioàreconduçãodopresidente, na convenção prevista para março do ano que vem. Todos concordaramque a tensão entre ospeemedebistasdo Rioeo grupodeTemertinhaagravadoadivisão da sigla e prometeram trabalhar para acalmar os ânimos. “Reafirmamos nosso compromisso de reeleição do presidenteTemer ede pacificaro relacionamento do PMDB do Rio com ele”, disse Pezão ao Estado. Aliados da presidente Dilma Rousseff,Pezão,PaeseCabralfazempartedomovimentocontrário ao impeachment. Nas últimas semanas, Pezão e Paes criticaram a proximidade de Temer com a ala oposicionista do PMDBea destituiçãododeputado Leonardo Picciani (RJ) da liderança da legenda na Câmara. O governador e o prefeito trabalharam pela recondução de Picciani ao cargo, formalizada na quinta-feira. O PMDB-RJ também reagiu à decisão da executivanacionaldoPMDBdedarapalavra final sobre novas filiações de parlamentares ao partido. No jantar de domingo, os peemedebistasconcordaramquees- Vice-presidente não comparece à posse dos novos ministros l A posse dos novos ministros Anfitrião. O vice-presidente Michel Temer reuniu no domingo nomes do PMDB fluminense para discutir sua reeleição l Divisão “Reafirmamos nosso compromisso de reeleição do presidente Temer (ao comando do PMDB) e de pacificar o relacionamento do PMDB do Rio com ele” Luiz Fernando Pezão GOVERNADOR DO RIO sas divergências não devem se tornarempecilhosparaumabusca de unidade em torno da liderança de Michel Temer. Segundo Moreira Franco, o prefeito, o governadoreseuantecessordeixaram claro que a parceria entre a capital, o Estado e a União, que vemdesdeogovernodoex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trouxe benefícios ao Rio e que a aliança com a presidente não será rompida. “Mas, do ponto de vista partidário, eles se mostraramsolidáriosaMichel.Elesdisseram que a unidade do PMDB se expressa na figura de Michel Temer”, afirmou Moreira. Renan. Além dos conflitos com oPMDBdoRio,Temertravouna semana passada uma discussão pública com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), que está próximo da presidente Dilma e ganhou papel importantecomadecisãodoSupremoTribunalFederaldequeoSenado tem poder de barrar o processo de impeachment, mesmo que seja aprovado na Câmara. Cabral, Paes e Pezão negaram que estejam aliados a Renan em ummovimento para fazerdo se- nador o novo presidente do PMDB. O presidente da Assembleia Legislativa do Rio e pai do líder LeonardoPicciani, JorgePicciani, disse ontem ao Estado que acredita que se chegue a uma chapa única para o comando do PMDB nacional, na convenção de março de 2016. No entanto, afirmou ter uma “dívida de gratidão” com Renan, pois o presidente do Senado criticou duramente a destituição de Leonardo da liderança e a resolução da executiva nacional do PMDB de controlar novas filiações. da equipe econômica Nelson Barbosa (Fazenda) e Valdir Simão (Planejamento) foi marcada pela ausência do vice-presidente da República, Michel Temer. As principais lideranças do PMDB no Congresso também faltaram ao evento que inaugura uma nova fase no governo da presidente Dilma Rousseff. A cerimônia, realizada ontem no Palácio do Planalto, contou apenas com a presença do líder do partido da Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), contemplado por Dilma na última reforma ministerial com a indicação dos ministros Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia). Próximo ao governo, o deputado fluminense tem atuado contra o processo de impeachment na Casa. Sem agenda oficial, Temer passou o dia em São Paulo, onde participou de crematório da mãe do ministro Eduardo Braga (Minas e Energia). No início do mês, ele deu sinais de rompimento com o governo, segundo alguns integrantes do Palácio do Planalto, como a redação de uma carta com “desabafos” e sua influência no processo de queda de Leonardo Picciani da liderança do partido na Câmara. / ERICH DECAT Facebook. Curta a página da Política facebook.com/politicaestadao NELSON ANTOINE/FRAMEPHOTO-23/11/2015 Presidente do Uruguai dá apoio a Dilma Em vídeo, Fernando Henrique fala em ‘coragem para mudar’ Mensagem surge no momento em que PSDB, após ter fechado questão pelo impeachment, se divide sobre ‘pós-Dilma’ Letícia Sorg Pedro Venceslau O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) postouontem,emumaredesocial, um vídeo no qual faz seus votos para 2016: “coragem de fazer o que é necessário na política, mudar para valer”. As felicitações de final de ano do líder tucano ganharam peso redobrado por causa da nova disputa que se esboça atualmente no partido. Após terem se unido pelo impeachment de Dilma Rousseff e em torno do vice-presidente Michel Temer, os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) e o governador Geraldo Alckmin (SP) deixaram mais claras nos últimos dias suas divergências quanto a um eventual governo do vice peemedebista. Em mensagem publicada em sua página no Facebook, o expresidente disse que fim de ano é época de “reflexão e também de expressar desejos”. Porém, apesar de defender a mudança na política, o tucano evitou citar nomes. “Eu não quero personalizar, se é para tirar A para botar B. É mais do que isso. É mudar o modo como se faz política no Brasil”, afirma ele no vídeo. FHC pediu uma política “com mais decência” e o fim da “corrupção organizada”. Segundo ele, é preciso reconstruira vida política do País. “Está muito difícil acreditar no sistema partidário e eleitoral como está posto hoje. As pessoas l ‘Controle’ “Está muito difícil acreditar no sistema partidário e eleitoral como está posto hoje. As pessoas querem maior controle da vida política. É possível criar condições melhores” Fernando Henrique Cardoso EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA Tucanos vão antecipar ‘prévia das prévias’ em SP A polarização da disputa prévia do PSDB pela vaga de candidato à Prefeitura de São Paulo entre o empresário João Doria Júnior e o vereador Andrea Matarazzo levou os deputados Bruno Covas e Ricardo Tripoli e o ex-deputado José Aníbal a anteciparem para o dia 15 de janeiro “as prévias das prévias” da sigla. Pelo acordo selado entre eles, o nome que obtiver mais apoiodosdiretórios zonaiseestiver melhor posicionado nas pesquisas até o dia 15 de janeiro receberá o apoio dos demais na eleição interna, que está marcada para o dia 28 de fevereiro. O trio tem forte influência nos diretórios zonais tucanos, mas acabou sendo emparedado por Doria, que recebeu uma sinalização de apoio do governador Geraldo Alckmin, e pelo vereador Andrea Matarazzo, que recebeu adesões de peso como o ex-presidente Fernando HenriqueCardoso,os senadores JoséSerraeAloysio Nunes Ferreira, o ex-governador Alberto Goldman e os vereadores do partido na capital paulista. Murilo Rodrigues Alves Rodrigo Cavalheiro querem ter maior proximidade e maior controle da vida política. É possível criar condições melhores para o Brasil”, afirmou. Para o ex-presidente, não é possível resolver as questões da economia sem resolver os problemas da política. Divergência. Em entrevista publicada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo, Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, defendeu o impeachment de Dilma e a substituição dela por Temer, porém fez críticas ao vice e disse que os tucanos não devem discutir neste momento a participação em uma eventual gestão dele no Palácio do Planalto. A posição de Aécio é diferente das expressadas por Alckmin eSerranoPSDB.Osenadorpaulista defende a ajuda dos tucanos a uma nova gestão que, nas palavras de seus aliados, possa “reconstruir” o País. Alckmin se aproximou de Temer desde que Cunha aceitou o pedido de impeachment contra Dilmaetambémestariadisposto acolaborarcomopeemedebista. A ala tucana mais próxima do Os três estão promovendo juntoseventospelacidadeepretendem apresentar em janeiro um programa de governo conjunto.“Quemdenósforescolhido será um candidato forte e terá chances concretas de vencer”, afirma José Aníbal. AlémdeserpresidentedoInstituto Teotônio Vilela, Aníbal é suplente do senador José Serra. Aníbal minimiza o crescimento daopçãoJoãoDoriaapósaaproximação dele com o governador GeraldoAlckmin.“Ele tem uma máquina de campanha que ninguém imaginava, mas isso não ganha prévia. O PSDB tem uma história”, diz o tucano. Apoio. Neto do ex-governador Mário Covas, o deputado fede- ENVIADOS ESPECIAIS / ASSUNÇÃO Votos de mudança. FHC publica mensagem em rede social senadorSerratambémadvogaa tese de que a destituição da presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que levaria à realização de novas eleições, é um processo remoto. “O Brasil precisa de uma transição antes denovaseleições”,disseodeputado Jutahy Júnior (PSDB-BA). Saldo. Na mensagem, FHC faz umbalançorelativamente positivo de 2015. “Apesar de todas as dificuldades que foram muitas e são, chegamos ao final des- teanocomademocraciafuncionando”, afirma. “A Justiça ativa, tomando posições. A mídia muito aberta, dando informações. A sociedade disposta a ouvir, se mobiliza às vezes mais, às vezes menos. Mas são sinais de que temos energia para reconstruir o Brasil.” Para ele, parte da solução está em “enfrentar nossos problemascomtranquilidadefalando com as pessoas”. “Acreditar que nós somos um País que tem recursos e que pode ir adiante.” ral Bruno Covas, por sua vez, questiona o apoio de Alckmin a Doria. “Não vi apoio explícito. Eu estive com o governador no sábado e ele disse que o nome do candidato será definido pelas prévias”, afirma. Assim como Aníbal, Bruno Covas também ressalta a “unidade” do trio. Em 2012 eles disputaram entre a si as prévias do PSDB. Pouco antes da escolha, porém, o ex-governador José Serra decidiu entrar em cena. A avaliação dos postulantes à vaga de candidato é de que a aproximação de Geraldo Alckmin com João Doria, considerado um “cristão novo” no PSDB, teve um impacto negativo na militância orgânica da legenda na capital. “Depois do episódio do Doria recebemos muitas declarações de apoio. A nossa convivência com os diretórios vem demuitos anos”, afirma o deputado Ricardo Tripoli. Ele acredita, ainda, que os diretórios do PSDB nos bairros não aceitarão qualquer imposição de cima para baixo e que a ideia da eleição interna está consolidada. “Os diretórios distritais estão muito articulados”, conclui o parlamentar. O grupo diz que o escolhido para representá-lo nas prévias não irá retirar seu nome. “Acabamos perdendo as prévias(em 2012)pelo fato deo Serra ter entrado de forma abruptana disputa”, reconheceRicardo Tripoli. O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, se mostrou solidário à presidente Dilma Rousseff, que enfrenta pedido de impeachment no Congresso Nacional. “Estamos com você, companheira Dilma”, afirmou ouruguaio, queagora tema presidência temporária do Mercosul.Vásquezsaudou a presidente por sua “lealdade institucional”, responsabilidade política e integridade pessoal. “As complexidades inerentes à sua investidura e o projeto de país que representa. Estamos com você, companheira”, afirmou. A chanceler venezuelana Delcy Rodríguez também expressou solidariedade em nome do presidente Nicolás Maduro.“Repudiamostodooacosso que estásendo dirigido à presidente Dilma Rousseff”, afirmou. Em seu discurso na 49.ª CúpuladoMercosul,em Assunção, a presidente Dilma Rousseff já tinha relacionado o fim da crise política como condição para a retomada da economia. “Não acredito que o Serra será o candidato no ano que vem, mas já estamos vacinados para isso. Da outra vez admitimos que ele se inscrevesse fora do prazo, agora não será assim”, afirma Aníbal. / P.V. acesse 140 VENDAS PARA GRANDE SÃO PAULO OUTRAS LOCALIDADES EMPRESAS 11 3347-7000 0800-0195566