EDITORIAL
SUMÁRIO
PERFIL
CORREIO LEITOR
CALEIDOSCÓPIO EM FOCO REPORTAGEM
OPINIÃO HISTÓRIA CRÓNICA
SP
ENTREVISTA TÉCNICA
Fernando Mascarenhas e o diálogo com o presidente
Fernando Mascarenhas, Marquês de Fronteira, é, a todos os títulos, invulgar. A sua relação com o tempo esclarece da sua singularidade. Sendo o tempo da nobreza a longa duração, o marquês não prescinde do seu
compromisso com o presente. Porque tem os olhos postos no futuro.
por Paula Moura Pinheiro
fotos Kenton Thatcher
O
s privilégios arrastam responsabilidades. É
e exaustivo. De longo prazo. Que é o tempo da nobreza.
na clara percepção deste princípio e na
Em 1989, Fernando Mascarenhas criou a Fundação das Casas de
tranquilidade com que o aceita que Fer-
Fronteira e Alorna, instituição de utilidade pública cuja vocação é,
nando Mascarenhas é um homem nobre.
precisamente, o restauro e a preservação do Palácio Fronteira e a
Acontece que é também filho da melhor
promoção de actividades culturais. Único herdeiro do palácio e da
nobreza lusitana. Representante das Casas
Herdade da Torre, 7800 hectares a sul do Tejo, Fernando Mas-
de Fronteira, Alorna e Távora; Marquês de Fron-
carenhas doou a casa e 80% das acções da herdade à Fundação.
teira e Alorna, Fernando Mascarenhas, 57 anos, honra para cima de
Não tinha de o ter feito, mas entendeu que a sua pertença implica-
dez títulos nobiliárquicos. O mais antigo dos quais, extinto, data de
va essa obrigação. Devolver à comunidade serviço que desse lustro
1611. Trá-los no coração, na memória e no rosto. É perturbadora-
à grande Casa de Fronteira e Alorna e transmiti-la, incólume, ao
mente parecido com o 1.º Marquês de Fronteira, construtor do Palá-
seu sucessor. De preferência em melhores condições do que aque-
cio Fronteira, representado em estuque na monumental Sala das
las em que a recebeu.
Batalhas. Fernando Mascarenhas habita o palácio há muitos anos.
Duas vezes divorciado, Fernando Mascarenhas não tem filhos. An-
É, porventura, a sua maior paixão.
tónio Mascarenhas, hoje com 17 anos, filho de um primo direito,
O palácio. Peça singular da arquitectura do século XVII, inserido
será o próximo Marquês de Fronteira se seu pai não sobreviver a
numa propriedade de cinco hectares dentro da área do Parque
Fernando Mascarenhas.
“Vivi o 25 de Abril como homem de esquerda e como administrador do património da Casa de Fronteira e Alorna.
Vivi-o dos dois lados. Não foi fácil, mas foi fascinante.”
Florestal de Monsanto, em Lisboa, permanece, aparentemente,
A António, Fernando Mascarenhas gostaria de legar também a
acariciado pelo Tempo.
honradez de quem que não trai a sua consciência. Dito isto, é ade-
Pura ilusão. Se os jardins, as fachadas, os terraços e as cinquenta
quado afirmar-se que Fernando Mascarenhas vive o seu Tempo
divisões forradas à excelência da azulejaria, pintura, escultura, mo-
sem tiques anacrónicos nem delírios escapistas. Não se furta às es-
biliário respiram hoje uma saudável naturalidade é devido ao árduo
colhas a que os dias que lhe foram dados viver o convidam.
empenho de Fernando Mascarenhas.
Antes de 1974, abriu as portas do Palácio Fronteira a reuniões
O compromisso entre a preservação e a fruição é o objecto das suas
políticas anti-regime. A PIDE vigiava-lhe os movimentos e um
permanentes intervenções. No restauro, sempre que possível,
famoso editorialista francês escreveu, à época, que em Portugal não
recorre-se às técnicas de há 300 anos para não trair, por exemplo, a
havia marxismo-leninismo, mas marquesismo-leninismo. O epíte-
luz dos particularíssimos azuis do palácio. É um trabalho exigente
to de Marquês Vermelho vem daí.
010 | ESPIRAL
ESPIRAL | 011
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Fernando Mascarenhas
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NgTDBSB EF PYJHnOJP UPEP UFNQP .BT P QJPS GPJ FN $V[DP uma preocupa‹o burguesa. A dilet‰ncia um trao da nobreza.
TnUJNPTBWwTBJOEBBMBUFKBSMIFOBTWFJBT¬WFNMIFBGPCJBBPTEJ
QBSB PT NFVT DPMFHBT F BNJHPT *TTP QPEF UFS BMHVNB DPJTB B WFS
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UBEPSFTFBQSVEFOUFEJTUiODJBEPQPEFS
DPN P GBDUP EF QFSUFODFS h OPCSF[B NBT DSFJP RVF UFN NVJUP EF
QPSUBS %FQPJT EJTTP QBTTgNPT VNB OPJUF NBSBWJMIPTB FN
NFTNPUFOEPBUSBTBEPB'BDVMEBEF&BNkFOVODBNFQSFTTJPOPV
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UFNQFSBNFOUP"UnBPTBOPTBNJOIBWJEBGPJNVJUPQPVDPQSP
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BOUFTQFMPDPOUSgSJP4FNQSFGPJNVJUPJNBHJOBUJWB2VBOEPFVFSB
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FTUSBEB FN DBSBDPM F Tw
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NFTFTEFQPJTEFVNBWJBHFNFYUSBPSEJOgSJBQFMB"NnSJDB$FOUSBM
IBWJB VN IPUFM[JOIP
$BTBFOBTTVBTQSPEVm{FT-JUFSBUPFOTBrTUBHSBOEFBNBEPSEPT
FQFMB"NnSJDBEP4VM
DPNUSpTPVRVBUSPRVBS
$MgTTJDPT EF QPFTJB EB IJTUwSJB EF BSUF 'FSOBOEP .BTDBSFOIBT
QSPNPWF OB 'VOEBmkP JNQPSUBOUFT EJgMPHPT DVMUVSBJT & B $BTB
BCSFTFBP5FNQPFBPNVOEP
UPT RVF PDVQgNPT DPN
NinguŽm o pressionava para cumprir as suas obriga›es
PVUSB GBNrMJB %F NBOIk
acadŽmicas dentro dos prazos normais? A sua m‹e?
DFEP BOUFT EF DIFHBS B
"IOkP&VJBDPNBNkFOFTTBWJBHFN'PNPTUFSDPNP'SFEFSJ
UBM HFSJOHPOmB DPN NBJT
O Marqus de Fronteira tem sabido afirmar um lugar neste
DP (FPSHF TFHVOEP NBSJEP
RVF Kg Mg FTUBWB 'PNPT EBRVJ QBSB
UVSJTUBT .BDIVQJDDIJV
Tempo que exclui a nobreza.
#FMnN F TFHVJNPT KVOUPT QBSB .BOBVT #SBTrMJB 3JP¥ &TUJWFNPT
GJDPV QPS OPTTB DPOUB¥
ÒOs meus exames n‹o tinham limite de tempo.
Os meus alunos podiam levar o tempo que
quisessem e consultar o que entendessem.Ó
/VODB QSPDVSFJ FODPOUSBS VN MVHBS "MJgT UJWF EFTEF DFEP B JN
VNNpTOP#SBTJM'PJEFQPJTRVFEFDJEJNPTSFHSFTTBSQFMP1FSV
6N
QSFTTkPEFRVFFTUBGBMUBEFVSHpODJBEFQSPDVSBSFFODPOUSBSVN
$PMyNCJB1BOBNg(VBUFNBMB.nYJDP¬FTQBOUPTP*TUPFN
FTRVFDrWFM
MVHBSNFEJGFSFODJBWBEBTQFTTPBTEBNJOIBHFSBmkP/kPnRVFOkP
OVNBBMUVSBFNRVFBRVJBJOEBTFDPOIFDJBNNVJUPWBHBNFOUFBT
UJWFTTFUJEPQPOUVBMNFOUFiOTJBTEFQSPEV[JSEFGB[FSDPJTBT"Un
DVMUVSBTQSnDPMPNCJBOBT"WJBHFNEF-JNBQBSB$V[DPBJOEBGPJ
Bom, isso n‹o se pode considerar bem uma interrup‹o nos
NF®7pTPTEVFOEFTFBTGBEBT'FSOBOEJOIP ¯&FVSFTQPOEJB®/kP
BPTBOPTEFWPUpMPTFOUJEPEFWF[FNRVBOEP.BTSBQJEBNFOUF
GFJUBOVNBWJkPRVFOkPUJOIBQSFTTVSJ[BmkPUrOIBNPTEFMFWBSB
estudos. A viagem contribuiu para a sua forma‹o. A pressa Ž
NkF[JOIB OkP WFKP OBEB¯ SJTPT
.BT EFTUB WF[ FN .BOBVT WJ
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Fernando Mascarenhas
&TUBWBVNDBMPSTVGPDBOUFVNBDPJTBMPVDB/VNKBOUBSBNkFJO
BUSgT EP QSFTFOUF 0 QSFTFOUF RVBOEP n Kg GPJ c BCTVSEP DPSSFS
WFOUPVNFVNBOBNPSBEB6NBNFOJOBEPUFNQPEBQSPEVmkPEB
BUSgTEFMF4wPGVUVSPKVTUJGJDBBMHVNFTGPSmP&PGVUVSPBODPSBEP
CPSSBDIB&GPJVNBGBOUBTJBUkPJOUFOTBRVFBDBCFJQPSWJTVBMJ[BSB
OP QBTTBEP P GVUVSP RVF UPNB P QBTTBEP DPNP SFGFSpODJB B
NFOJOBFPOBNPSPFBTOPTTBTJEBTBPUFBUSPDPNBRVFMFTFTUVRVFT
SFJOWFOUBS 0 QSFTFOUF n QBSB TF WJWFS OBUVSBMNFOUF 1BSB EJHFSJS
FGSFTDPTNBSBWJMIPTPTEPUFBUSPEF.BOBVT¥%FUBMGPSNBJNBHJOFJ
DPNDBMNB6NEPTHSBOEFTEFGFJUPTEBEFNPDSBDJBnFTUBQSFTTB
BRVJMPRVFGJRVFJQBSBTFNQSFDPNVNBMJHBmkPBGFDUJWBB.BOBVT
n P SFJOP EP DVSUP QSB[P B DVSUF[B EF WJTUBT EPT QPMrUJDPT QSPEV[
FGFJUPTESBNgUJDPTOBWJEBEBTOBm{FT
Fantasiar exige uma disponibilidade para a contempla‹o, um
tempo de entrega aos lugares que n‹o se compadece com os
Quando lhe disse que conseguiu colocar-se, como nobre, num
ritmos contempor‰neos. Sempre se permitiu dar-se ao luxo
Tempo que n‹o tem lugar para a nobreza, referia-me ao facto
desse Tempo?
de ter conseguido tornar produtivas a sua tradi‹o e a sua
4FNQSFRVFQVEFTJN2VBOEPDPNFDFJBEBSBVMBTOB6OJWFSTJ
condi‹o, intrinsecamente ligadas ao longo prazo, neste Tem-
EBEF EF cWPSB QPS FYFNQMP WJWJB NFUBEF EB TFNBOB FN cWPSB F
po que s— reconhece o curto prazo.
NFUBEF FN -JTCPB (PTUFJ JNFOTP " WJEB FN cWPSB P HSVQP EF
"ENJUPRVFOkPQPEFTFSVNBDPJTBRVFBDPOUFDFQPSBDBTP.BT
BNJHPTEFMgPTTFS{FThDPOWFSTBUVEPJTTPGPJEPTQFSrPEPTNBJT
UBNCnNOkPMIFQPTTPEJ[FSRVFUFOIBTJEPNVJUPEFMJCFSBEB&V
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WnTQFSBEPSNJBFTwEBWBBVMBTOPEJBTFHVJOUF/VODBEFNBOIk
WJWFSBWJEBcOBUVSBMRVFPNFJPPOEFOBTDJFPUJQPEFFEVDBmkP
QBSUJDVMBSRVFUJWFUFOIBNHFSB
EPFTUBGPSNBQBSUJDVMBSEFFTUBS
ÒUm dos grandes defeitos da democracia
OP5FNQP"|OJDBVSHpODJBRVF
SFDPSEPUFSTFOUJEPGPJBEBDPO
RVJTUB EB BVUPOPNJB 'VJ NVJUP
Ž esta pressa, Ž o reino do curto prazo, a
TVQFSQSPUFHJEP FSB VN NFOJOP
EBNBNkFQPSNBJTEJGVTBTRVF
GPTTFN BT FYQFDUBUJWBT TPCSF
curteza de vistas dos pol’ticos produz
NJNnFWJEFOUFRVFFVBTTFOUJB
=\ieXe[fDXjZXi\e_Xj\GXlcXDfliXG`e_\`if#efK\iiXƒf%
FRVFJTTPNFQSFTTJPOBWBEFBM
HVNBGPSNB1PSJTTPEFTEFDF
efeitos dram‡ticos na vida das na›es.Ó
EP UFOUFJ DSJBS B EJTUiODJB
OFDFTTgSJBQBSBBDBCBSDPNFTTF
cumprimento desse programa. No seu caso, por exemplo, se
ƒ outra das coisas que se aprende com o Tempo, n‹o Ž? Saber
TFOUJNFOUP RVF NF QSPWPDBWB
vendesse, para loteamento, um dos cinco hectares da pro-
esperar sem ansiedade.
NBMFTUBS"TTJNNFBGJSNFJDP
priedade do pal‡cio acabavam-se os problemas financeiros da
"I TJN "QSFOEJ B DSJBS VNB EJTUiODJB FN SFMBmkP BPT PCKFDUPT
NP QFSTPOBMJEBEF QSwQSJB 4w
Funda‹o por duas gera›es. E, contudo, n‹o o faz.
RVFNFQBSFDFNVJUPTBMVUBS"NJOIBQSJNFJSBNVMIFSGPJRVFN
RVFGPJVNBEBTDPOEJm{FTRVFJNQVT4wEBWBBVMBTBTFHVJSBPBM
NBJT UBSEF RVBOEP Kg NF TFOUJB DPOGPSUgWFM OB NJOIB QFMF CFN
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FYBNFTOkPUJOIBNMJNJUFEFUFNQP0TNFVTBMVOPTQPEJBNMFWBS
DPNVNFTUBUVUPEFBVUPOPNJB
SJTPT
&BMnNEJTTPDPNPEPFJB$BTBCFNDPNPEB)FSEBEF
DPJTBRVFJNBHJOPNFEFTUSPmBSJBCBUFOBNBEFJSBEBNFTB
TFSJB
EB5PSSFh'VOEBmkPOkPTFSJBMFHBMNFOUFQPTTrWFMBMJFOBSOBEB
IBWFSVNJODpOEJPOFTUB$BTB
PUFNQPRVFRVJTFTTFNFDPOTVMUBSPRVFFOUFOEFTTFNÆ EFTEFRVF
OkPDPQJBTTFNEPDPMFHBEPMBEP¥TFUJWFTTFNEFQFSHVOUBSBMHV
Costuma dizer que esta Casa n‹o Ž sua, mas Ž o Fernando
NB DPJTB UBNCnN OkP GB[JB HSBOEF NBM
SJTPT
0 PCKFDUJWP FSB
Mascarenhas que Ž desta Casa.
Bom, foi o Fernando Mascarenhas quem decidiu obrigar-se
A prop—sito de longa dura‹o e dessa sua percep‹o particu-
RVF BQMJDBTTFN BRVFMF UFNQP B BOBMJTBS B QFOTBS OP RVF FV MIFT
4JN)gEPJTDPODFJUPTBMUFSOBUJWPTQBSBOPCSF[B)gBMJOIBHFN
assim em vida. Manter as actividades da Funda‹o, sobretudo
lar do Tempo, ouvi dizer que na herdade tem plantado so-
QSPQVOIB§TWF[FTB6OJWFSTJEBEFGFDIBWBFPFYBNFDPOUJOVBWB
RVFnBNBJTTJNQMFTEFNBOUFSQPSRVFUFNBQFOBTBWFSDPNEFT
a recupera‹o, permanente, do pal‡cio, Ž car’ssimo. Vive
breiros, que Ž uma ‡rvore que s— comea a dar rendimento
OP SFTUBVSBOUF OP DBGn FN DBTB EF BMHVN EFMFT PV OB NJOIB
DFOEpODJBQPSWBSPOJB&IgPDPODFJUPEF$BTBRVFJNQMJDBVNBEJ
menos confortavelmente do que viveria se n‹o tivesse feito
passados cinquenta anosÉ
RVBOEPUJOIBDBTB&OGJNUBOUPGJ[JTTPRVFBDBCFJQPSTFSQSPJCJEP
NFOTkPQBUSJNPOJBM/FTUBTFHVOEBEFGJOJmkPEF/PCSF[BRVFTF
estas doa›es ˆ Funda‹o?
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EF GB[FS FYBNFT GPSB EBT JOTUBMBm{FT VOJWFSTJUgSJBT SJTPT
.BT
GJYPV FN 1PSUVHBM B QBSUJS EP TnDVMP 97** FNCPSB UFOIB BO
$MBSP/kPUFOIBE|WJEBEFRVFTJN
UBNCnNOkPGPJHSBWFQPSRVFJTTPBDPOUFDFVOP|MUJNPBOPBOUFT
UFDFEFOUFTEFTEFB(SnDJB
PQSPQSJFUgSJPnNBJTQPTTVrEPEPRVF
EFNFWJSFNCPSBQPSDBVTBEB'VOEBmkP#FMPTUFNQPT
QPTTVJ"TQFTTPBTTkPEFUFOUPSBTEFVNEFUFSNJOBEPQBUSJNwOJP
Como?
colheu. Uma vez mais, o pretexto ideal para a contempla‹oÉ
RVFUpNBPCSJHBmkPEFUSBOTNJUJS4kPHFTUPSBTEFVNCFNRVFMI
1PS FYFNQMP EF Ig BOPT B FTUB QBSUF RVF OkP UFOIP VN BV
3JTPT
0NFVBWyNBUFSOPHPTUBSJBEFRVFFVUJWFTTFGFJUP%JSFJUP
O Tempo que lhes dava decorria do Tempo que se d‡. E o Tem-
FTnQSnFYJTUFOUFFRVFEFWFQFSQFUVBSTFOBGBNrMJBEFQPJTEFTJ
UPNwWFMNFV4FNQSFHPTUFJEFDBSSPTEFEFTQPSUPNBTOkPUFNTJ
FBJOEBMgBOEFJUSpTNFTFT.BTEFQPJTBRVJMPNBmPVNFJNFOTPF
po que se permite dar-se decorre muito da sua condi‹o pri-
" QSPQwTJUP EP 5FNQP n B DPOTDJpODJB EF TF TFS VN FMP OVNB
EP QPTTrWFM UFS F OkP UFOIP c TJNQMFT 2VBOEP QSFDJTP EF NF
DIVNCFJ QPS GBMUBT .VEFJ QBSB 'JMPTPGJB TFN QSPCMFNBT "EPSFJ
vilegiada, protegida.
DBEFJB EF TF FTUBS JOTFSJEP OVN QFSDVSTP IJTUwSJDPc JTUP B BSJT
EFTMPDBSVTPPEBNJOIBNkFRVFTFSWFNVJUPCFN"HPSBSFDFCF
GB[FSPDVSTPFSBNNVOEPTOPWPTRVFTFSBTHBWBNDBEBEJBhOPT
"ENJUPTJNcWFSEBEF.BTOkPTFQFOTFRVFBDIPJTUPG|UJMPVJO|
UPDSBDJB
NPT VOT EJOIFJSPT F DPNQSgNPT GJOBMNFOUF VN #.8 0MIF
TBGSFOUFFSBVNBDPJTBFYUSBPSEJOgSJBDPNPJSBPDJOFNBNBTEF
DIFHPVIPKFBJOEBOkPPWJ7FKPPBNBOIkDPNDBMNB
VNBNBOFJSBNBJTQSPGVOEBÆ VNEFTMVNCSBNFOUP&IBWJBDMBSP
UJM 1PEFTFSCFNNBJTQSPEVUJWP"NBJPSJBEBTDPSSFSJBTFNRVF
BT QFTTPBT BOEBN TkP GSVUP EF VN FRVrWPDP OkP TF QPEF DPSSFS
'(+s <JG@I8C
Mas, como em tudo, haver‡ bons e maus nobres no
O longo prazo Ž tambŽm o tempo da Filosofia, o curso que es-
FTUgB$VMUVSB$MgTTJDB4FNQSFUJWFVNBHSBOEFQSFEJMFDmkPQFMPT
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Fernando Mascarenhas
$MgTTJDPTPT(SFHPTFNQBSUJDVMBS"NJOIBGBTDJOBmkPQFMB(SnDJB
grupo social compreendeu t‹o mal que tivesse tomado o par-
DPNFmPVMPHPOPMJDFV%FQPJTnSBNPTNVJUPQPVDPTWJOUFFUBM
tido dos que estavam contra o regime antes de 74. Por que
QPErBNPTJOUFSWJSOBTBVMBTEFCBUJBTFJNFOTP"'BDVMEBEFUJOIB
raz‹o n‹o compreendem que se pode ser, simultaneamente,
VNBNCJFOUFNVJUPTJNQgUJDPNVJUPJOGPSNBM
consciente da condi‹o de nobre e de esquerda? N‹o Ž tambŽm por alguma iliteracia que n‹o compreendem?
Foi na Faculdade que desenvolveu a sua conscincia pol’tica?
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'PJVNCPDBEJOIPBOUFT'PJOBDSJTFFTUVEBOUJMEFBOEBWBFV
UVHBM"DIPRVFBJOEBUFNNVJUPBWFSDPNBTHVFSSBTMJCFSBJTFBC
OPTnUJNPBOPEPMJDFV&VFPTNFVTBNJHPTEFTQFSUgNPTQBSBBT
TPMVUJTUBT/kPTFFTRVFmBRVFBNBJPSJBEBOPCSF[BQPSUVHVFTBUP
RVFTU{FTQPMrUJDBTOFTTBBMUVSB
NPV P QBSUJEP BCTPMVUJTUB F JTTP BJOEB FTUg NVJUP QSFTFOUF /kP
RVFSPEJ[FSRVFTwPNFVUSJTBWyP5SB[JNVOEPUJWFTTFUPNBEPP
Quem eram os seus amigos? Gente do seu meio?
QBSUJEP MJCFSBM )PVWF NVJUPT PVUSPT NFNCSPT EB OPCSF[B RVF
"IOkP%FTEFRVFUJOIBFVBOPTPNFVQBJNPSSFVUJOIBNF
UPNBSBN FTTF QBSUJEP NBT FSBN VNB NJOPSJB .JOPSJB B RVFN
BGBTUBEPEBTQFTTPBTEPNFVNFJP%FJYFJEFGSFRVFOUBSBTGFTUBTB
DVTUPV NVJUP DBSP UFS UPNBEP FTTB QPTJmkP QPSRVF BP DPOUSgSJP
RVFBUnBrNFPCSJHBWBNBJSQBSBHSBOEFEFTDPOGPSUPNFVFQBTTFJ
EBTPVUSBTOPCSF[BTEB&VSPQBBOPCSF[BEF1PSUVHBMTFNQSFGPJ
BWJWFSNVJUPNBJTSFDPMIJEP$PNPTFNQSFHPTUFJ0TBNJHPTEFRVF
NVJUrTTJNPEFQFOEFOUFEPSFJ$PNPMJCFSBMJTNPBTDPNFOEBTBT
GBMPQBSUFEFMFTBJOEBQSwYJNPTGJMPTOPMJDFV$PNPKgEJTTFTw
NFSDpTBNBJPSQBSUFEPTSFOEJNFOUPTRVFPTOPCSFTUJOIBNEF
NFSFBQSPYJNFJEBTQFTTPBTEPNFVNFJPNVJUPTBOPTEFQPJT
TBQBSFDFSBN"JOEBQPSDJNBPTNJHVFMJTUBTRVBOEPFTUJWFSBNOP
QPEFSFYQSPQSJBNPTMJCFSBJTFPTMJCFSBJTRVBOEPTVCJSBNBPQPEFS
O jogo social cansa-o.
FYQSPQSJBSBN PT NJHVFMJTUBT 5VEP JTUP EFCJMJUPV FYUSBPSEJOBSJB
$BOTBDBOTB¥/PKPHPTPDJBMTwTFDPOTFHVFGVODJPOBSBVNOrWFM
NFOUF B OPCSF[B F n UPEB FTUB IJTUwSJB RVF QFTB BJOEB IPKF OBT
NVJUPTVQFSGJDJBMQBSBRVFOkPUFOIPKFJUPOFNQBDIPSSB&TRVFmP
NFNwSJBT F DSJTQB SFMBm{FT OP NFV NFJP TPDJBM 'BMBOEP EBT NJ
BTDBSBTEBTQFTTPBTCBSBMIPBTDPJTBTnVNBBUSBQBMIBmkP.BmP
OIBTQPTJm{FTBOUJEJUBEVSBQFOTPRVFBUSBEJmkPMJCFSBMEBNJOIB
NFFOGJN
GBNrMJBQFTPVUBOUPOJTTPDPNPBNJOIBDPOTDJpODJBJOEJWJEVBM
Bom, h‡ tambŽm a ideia de que no seu meio a maioria das
Como sempre diz, honrar o passado n‹o Ž copi‡-lo, Ž escolher
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'(%GX`e\c[\8qlc\afj[\GXlcX
I\^f# ef AXi[`d =fidXc ef
pessoas se interessa por pouco mais que, precisamente, o jo-
as melhores figuras que o antecederam e pensar como Ž que
go social. Em muitos casos, n‹o ter‹o os interesses do
elas agiriam nas circunst‰ncias espec’ficas do seu Tempo.
Fernando Mascarenhas, o que deve agravar o seu inc—modoÉ
1PJTDPNDFSUF[B1PSRVFTFFMFTTFUJWFTTFNMJNJUBEPBSFQSPEV[JS
FTUkPQSFPDVQBEBTFNUFSDPOWFSTBTTnSJBTNBTOkPQPTTPBGJSNBS
P RVF PT TFVT QSwQSJPT BOUFQBTTBEPT UJOIBN GFJUP OVODB UJOIBN
RVFOkPMFJBNRVFOkPTFJOUFSFTTFNQPSPVUSBTDPJTBT¥
DIFHBEPBTFSBRVJMPRVFGPSBN1BSFDFNFJTUPEFVNBFWJEpODJB
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cXeX D`e^ eX :XjX [f =i\jZf%
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X[fj ef KXehl\ [fj Jj%
&WJUFNPTPQSFDPODFJUPcFWJEFOUFRVFOBTGFTUBTBTQFTTPBTOkP
Ponhamos as coisas de outra maneira. Por que raz‹o o seu
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EDITORIAL
SUMÁRIO
PERFIL
CORREIO LEITOR
CALEIDOSCÓPIO EM FOCO REPORTAGEM
OPINIÃO HISTÓRIA CRÓNICA
SP
ENTREVISTA TÉCNICA
Fernando Mascarenhas
capacidades e das minhas escolhas.
seguiram o seu curso normal e, com o passar dos anos, vinte e tal
anos, a herdade foi-nos integralmente devolvida.
O que quer dizer, para si, ser de esquerda?
Às vezes, quando se começa a falar em concreto nas coisas, as dife-
Mas imagine que não tinha sido assim. Imagine que a reforma
renças entre alguma esquerda e alguma direita não são muito
agrária se tinha concretizado com sucesso para o povo por-
grandes. Mas acho que continuam a existir. Ser de esquerda é ter
tuguês. O que é que prevaleceria: o seu amor à Casa ou o seu
essencialmente duas preocupações: o valor supremo da liberdade e a
amor à causa?
justiça social como objectivo fundamental. A direita tem uma tendên-
(Pausa). Acho que as minhas convicções como homem teriam pe-
cia para minimizar o valor da liberdade, nomeadamente a liberdade
sado mais. Sem dúvida. Sabe, tenho uma sorte enorme: não tenho
de expressão. E, em relação à justiça social, a direita continua a privi-
mau feitio (risos).
legiar o direito à propriedade em detrimento da solidariedade social.
Em qualquer caso, parece-me urgente repensar os termos desta
A propósito de hipótese, gosta de ficção científica, não é?
democracia. A lógica do curto prazo nas acções dos eleitos parece-me
Ah, sim. Gosto imenso. Desde criança. Acho que a ficção científica é
muito grave, muito grave. Tem de se inventar qualquer coisa…
ideal para ensaiar novos mundos, para encenar utopias. Sempre tive
uma atracção muito grande pelo futuro, pelo processo da conquista
A dificuldade é garantir o valor da liberdade num quadro de
espacial e pelos computadores, claro. Quando soube, para aí há 30
longo prazo, não é?
anos, que tinham aparecido computadores pessoais nos EUA fiquei
Pois é. É uma questão difícil. Mas que esta democracia devia ser
logo a sonhar com um.
repensada, isso devia.
Custa-lhe levantar-se cedo?
O 25 de Abril apanhou-o no papel ingrato de latifundiário. O
Custa. Só o fiz quando fui assessor do Jorge Sá Borges, que foi
“Quando, em 1969, tomei as posições que tomei contra o regime
eu já conhecia a Revolução Francesa e estava bem ciente de
que, se houvesse uma revolução, a minha cabeça também
acabaria por rolar.”
Fernando Mascarenhas estava na Torre, a sua herdade de
ministro do Trabalho no governo Pintasilgo. Estava todos os dias
7800 hectares. Deve ter vivido momentos muito difíceis, entre
às nove horas em ponto no Ministério. Nem podia ser de outra
as obrigações de nobre para com a sua Casa e as convicções
maneira. Ainda por cima, no Ministério do Trabalho! É caso para
ideológicas pessoais…
se dizer noblesse oblige (risos). Mas, tirando esse período, os meus
Isso é que foi o interessante: eu vivi o 25 de Abril como homem de
dias variam conforme as épocas. Tento sempre descansar de ma-
esquerda e como administrador do património da Casa. Vivi-o dos
nhã. Às vezes acordo cedo quando tenho de tratar de alguma coisa,
dois lados. Não foi fácil, mas foi fascinante. Mas, repare, eu nunca
faço o que tenho a fazer e volto a dormir até à hora de almoço. Al -
tive ilusões. Quando, em 1969, tomei as posições que tomei contra
moço com a mãe. E trabalho à tarde. Tenho o computador no quar-
o regime, eu já conhecia a Revolução Francesa e estava bem ciente
to e arranjei forma de trabalhar deitado na cama. Deitado de lado,
de que, se houvesse uma revolução, a minha cabeça também
como os antigos romanos, cá estão os Clássicos outra vez (risos)…
acabaria por rolar. Nunca tive dúvidas a esse respeito. Portanto,
Vejo filmes e séries na televisão, gosto de histórias bem contadas,
quando ocuparam a herdade, eu aceitei o facto pacificamente. Não
jogo bridge na Internet, sou maníaco do e-mail. Levo uma vida des-
estava a desempenhar o papel de latifundiário com grande con-
cansativa.
vicção, essa é que é a verdade. Por isso, contratámos uma pessoa
que tomou o meu lugar na herdade. Afinal, acabou por ser uma
Presumo que não liga ao relógio.
ocupação simbólica. Também não há notícia de uma reforma
Engana-se. Sou obsessivamente pontual. Muito consciente do Tempo.
agrária que alguma vez tenha sido bem-sucedida. As coisas
Agradecemos à Fundação das Casas de Fronteira e Alorna
018 | ESPIRAL
Auto-retrato
Nome
Idade
Formação
Local ideal
Fernando Mascarenhas.
57 anos.
licenciado em Filosofia.
qualquer, desde que com bons amigos; o meu quarto,
quando estou só.
Defeito mais tolerável preguiça.
Defeito menos tolerável veemência autoconfiante.
Virtude estar atento ao outro.
Herói o que é capaz de sobreviver contra tudo e contra todos
e ainda assim tem a coragem de se dar.
Ídolo não tenho.
Vilão o egoísta estúpido.
Sonho haver outra(s) vida(s) com memória da que ficou para trás.
Morte uma necessidade que acaba por se aceitar.
Religião cristão por educação, agnóstico por ignorância.
Cor quase todas, dependendo de "onde" e "para quê", com
excepção de alguns verdes, os adstringentes e os nauseabundos, e de alguns azuis, os deslavados e os impertinentes.
Escultura o David de Miguel Ângelo, Donatello.
Literatura no romance: Guerra e Paz de Tolstoi, A Paixão do Conde
de Frois e Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde de Mário
de Carvalho; no teatro: os grandes tragediógrafos gregos,
Shakespeare, Corneille e Racine; na poesia: Camões, Pessoa,
Luís Filipe Castro Mendes.
Passatempo Civilization II de Sid Meyer (jogo de computador).
Vício secreto feliz ou infelizmente não é secreto.
ESPIRAL |019
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Fernando Mascarenhas e o diálogo com o presidente