Entrevista de Hilary Swank sobre sua visita à Etiópia para conhecer o trabalho do UNICEF desenvolvido com os recursos da parceria com a Montblanc 1. O que você pode compartilhar sobre a parceria Montblanc UNICEF? O me impressionou na parceria da Montblanc com UNICEF foi a crença compartilhada na importância da educação de qualidade para todas as crianças, independentemente da sua situação e local de residência. Vi pessoalmente, na Etiópia, como a Montblanc é tão comprometida com essa questão e como os programas do UNICEF estão fazendo a diferença. Também foi muito tocante, para mim, saber que esse compromisso não é de curto prazo. Eles têm trabalhado muito próximos com a organização há cerca de uma década e estão comprometidos em fazer isso de modo duradouro, porque, quando se começa nesse tipo de trabalho, esse é o único caminho que você realmente pode seguir para alcançar um impacto e o fim do ciclo de pobreza. 2. Por que a educação é tão importante e como influenciou a sua vida? Conhecimento é poder. Estar apto a ler e escrever é o primeiro passo para sair da pobreza. Isso nos define para o sucesso, capacitando-nos a enfrentar os desafios da vida: desde dar-nos um abrigo até contribuir para o bem-estar de nossas famílias e comunidades. Como seres humanos, nós carregamos as marcas de tudo o que aprendemos na infância, assim quanto mais aprendermos melhor equipados estaremos para nos tornar bem-sucedidos e autoconfiantes e ser considerados seres humanos. Isso leva uma organização como UNICEF e o apoio de uma marca como Montblanc a tornar a educação acessível a mais e mais crianças. Dar às crianças a oportunidade de aprender é tudo. Quando somos crianças, nós apenas recebemos a informação que nos é dada, sem realmente compreender o impacto que ela terá mais tarde em nossa vida. Após uma viagem como esta, eu agradeci por ter tido a oportunidade de me beneficiar com a escola e pensei nos professores que fizeram a diferença para mim e criaram em mim o apetite de me manter aprendendo durante toda a vida. Lecionar é o trabalho mais importante do mundo. E, sem as ferramentas que me foram dadas, eu não estaria aqui hoje. 3. Mudou sua percepção após a visita à Etiópia com a Montblanc e o UNICEF? Eu conhecia o trabalho do UNICEF e sabia quanto era importante, mas não tinha noção da extensão das mudanças que ocorrem no campo. O impacto que esses programas educacionais estão tendo é impressionante. Você realmente tem que ter tempo para ver esses programas de perto, pessoalmente, para ter a dimensão exata do poder da mudança e do efeito sobre todos e em cada uma das vidas tocadas pelo UNICEF. Todos nós vemos notícias sobre crises em lugares distantes que podem ser, às vezes, difíceis de relacionar. Mas vendo todas essas coisas de perto, falando com o pessoal do UNICEF e as crianças, eu realmente posso dizer que nós temos o compromisso de ajudar e não fechar os olhos para essas situações difíceis. Isso é algo que a equipe da Montblanc experimentou nesta viagem e eu sei que os motiva a continuar fazendo mais. A Montblanc colabora para facilitar esses programas e continua a despertar a sensibilidade para o trabalho que ainda deve ser feito para ajudar esses jovens. 4. O que você aprendeu com a viagem à Etiópia, o que mais a impressionou? Muito está sendo feito, mas há muito ainda a fazer para vermos o fim do analfabetismo e o fim da mortalidade infantil nessa parte do mundo. Na última década, a taxa de mortalidade infantil caiu pela metade. O progresso é certamente gratificante, mas não é a razão para parar de lutar. Eu fiquei particularmente tocada com o programa educacional Child-to-Child: um programa especial em que estudantes mais velhos são monitores de um pequeno grupo de crianças em idade pré-escolar ao voltar para as suas comunidades, ensinando-os a ler e escrever por meio de jogos interativos. As crianças começam a escola primária com um mínimo de preparo e são menos propensas a deixar a escola. Esses jovens desenvolvem um incrível desejo de ser ajudados, de modo que ajudam os outros quando voltam para suas comunidades. Eu fiquei profundamente impressionada com a mãe de um professor do Child-toChild que ofereceu metade da sua pequena cabana, sua casa, para que as crianças tivessem espaço para receber as aulas. Convencer os pais que é importante para as crianças aprender a ler e a escrever é a parte mais significativa, porque os pais precisam que as crianças trabalhem, essa força de trabalho é essencial para a sobrevivência de toda a família. Também fiquei impressionada com os programas sanitários do UNICEF, relacionados à água e higiene, que melhoram o fornecimento de água potável e as condições sanitárias em escolas e comunidades, e promovem práticas saudáveis de higiene tendo, por exemplo, banheiros separados para meninos e meninas. Eu também aprendi muito sobre a filosofia da Montblanc de que “ajudar os outros dá ao sucesso o seu verdadeiro sentido” Em outras palavras, sucesso não é gratificante a menos que você possa devolvê-lo para onde ele importa e faz a diferença. 5. Qual será a lembrança mais inesquecível desta visita? Eu sempre me lembrarei com entusiasmo e carinho das crianças, mas também da determinação e dedicação do pessoal do UNICEF no campo. Uma lembrança especial é das crianças que faziam parte do Clube do Gênero, um grupo educacional que promove a igualdade de gênero entre meninos e meninas, mostrando-lhes o que fazer se eles forem abusados, violados de alguma forma e quais os seus direitos. Isso capacita as crianças a descobrir como chegar à escola, encontrar o poço de água mais próximo. É uma questão de pensar junto para encontrar soluções para os seus desafios diários. É inspirador para mim, ver jovens ajudando outros com esses programas, lutando para melhorar não somente sua própria situação, mas ajudando outros ao redor a desfrutar de uma vida melhor. Essas crianças foram tão especiais para mim, que eu carregarei o espírito e o sorriso delas para sempre em meu coração. 6. Escrever a mão parece ser cada dia menos comum no mundo desenvolvido, você se preocupa com isso? Nossa sociedade confia demais em e-mails, mensagens de texto e outras formas de comunicação digital, embora a palavra escrita possa ser muito mais significativa. A escrita à mão é única e pessoal para cada um de nós, e isso adiciona um toque especial às mensagens que compartilhamos. A Montblanc faz um trabalho maravilhoso ao nos lembrar de que escrever à mão pode ser uma experiência única, particularmente se você tem o instrumento certo para expressar seus pensamentos e emoções. Pode me chamar de “fora de moda”, mas eu amo receber bilhetes manuscritos de um amigo ou namorado. 7. Qual instrumento de escrita Montblanc você prefere usar? Neste momento, é a caneta-tinteiro “Signature For Good”. Ela me lembra de que educação não é para ser deixada de lado. 8. Você parece muito à vontade com as crianças da Etiópia. Tenho a sorte de viajar extensivamente e já trabalhei com muitas crianças, então sei me comunicar com elas, apesar das barreiras do idioma. Entretanto, encontrar crianças na situação das crianças etíopes pode ser esmagador às vezes. O que nunca deixa de me surpreender é a curiosidade que vem das crianças e o desejo delas de aprender, apesar dos desafios que a vida pode impor-lhes. Elas abraçam você com carinho e ficam amigas com tanta facilidade. Isso prova que a bondade é uma linguagem universal. Passar um tempo com essas crianças é uma experiência de humildade, mas também de inspiração. Elas são extraordinárias e merecem uma chance de lutar. 9. Você interpretou uma professora nas telas em “Freedom Writers”, isso lhe deu maior compreensão do que estava acontecendo em campo na Etiópia? “Freedom Writers” foi um contexto muito diferente da Etiópia, baseado em uma escola secundária problemática da Califórnia. Vivendo o papel de uma professora nova e idealista, eu aprendi tudo sobre os desafios do ensino da tolerância e o trabalho difícil que é ensinar para alunos que estão fechados à ideia de aprender. Isso me mostrou que educação é paixão, dedicação e determinação para abrir os olhos dos estudantes aos benefícios do conhecimento. Uma semelhança é a verdade universal que, dados a oportunidade e os recursos corretos, todos os jovens são como esponjas, eles absorvem toda a informação que você lhes der. Eles têm fome de aprender, mas devem ser dadas a oportunidade e as ferramentas adequadas para alcançarem o seu potencial. 10. Algum outro ponto que gostaria de dividir sobre a sua experiência na Etiópia? Quando viajo para novos países e entro em contato com as pessoas que encontro, eu sempre abraço as suas tradições, valores e histórias. No fim do dia, todos nós somos seres humanos em uma viagem pela vida, e solidariedade entre nós é essencial.